Estatuto da Criança e do Adolescente aos 28 anos

A criança e o adolescente como sujeitos de direitos e desenvolvimento com autonomia. Essas são as bases do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que completa 28 anos nesta sexta-feira (13). A Psicologia sempre defendeu esses princípios na construção de políticas públicas relacionadas à infância e à adolescência.

Algumas propostas legislativas, no entanto, têm tentado reduzir direitos ao invés de implementar os já previstos no ECA. A Psicologia defende a proteção integral da criança e do adolescente, porque esse conceito está vinculado às garantias necessárias para a promoção do desenvolvimento integral.

Deveríamos estar comemorando muitas conquistas neste 13 de julho, nos 28 anos do ECA, mas ainda precisamos focar na pauta da manutenção e na defesa do ECA como marco legal é referência para as políticas públicas.

A Psicologia continua mobilizada e comprometida com a defesa do ECA.

Estatuto da Criança e do Adolescente

A Assembleia Geral da ONU adotou em 1989 a Convenção sobre os Direitos da Criança, ratificada em 1990 pelo Brasil. A Constituição de 1988 já garantia, no artigo 227, a prioridade absoluta da infância e da adolescência. Em 1990, o país traduziu esses princípios em uma legislação completa e detalhada, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

O estatuto, alterado algumas vezes, reconhece direitos e garante que as crianças e adolescentes brasileiros, então reconhecidos como objetos de intervenção da família e do Estado, passem a ser levados a sério e tratados como prioridade absoluta. Crianças são cidadãos em desenvolvimento que precisam de proteção, ensino, lazer, saúde, políticas públicas de atendimento à infância e juventude, proteção contra a violência e proibição do trabalho infantil.

CFP e CNJ assinam protocolo para atender mulher vítima de violência

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) assinaram nesta quarta-feira (4), na sede do Supremo Tribunal Federal (STF), protocolo de intenções para viabilizar o atendimento integral e multidisciplinar às mulheres e seus dependentes em situação de violência doméstica e familiar. O documento foi assinado pelos presidentes das entidades, Rogério Giannini e ministra Carmen Lúcia.

Para o presidente do CFP, Rogério Giannini, “a principal importância desse protocolo é atender a população feminina, vítima de violência, do ponto de vista da Psicologia, de um viés que não a culpe e que procure trabalhar a questão de sua autonomia e também da consolidação de seus laços sociais e comunitários”.

Giannini destaca que o objetivo é trabalhar em conjunto com tribunais de Justiça, Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e universidades para viabilizar esse atendimento integral. Segundo ele, a parceria foi para “fugir de qualquer possibilidade de uma tensão ligada ao voluntariado, porque essa tinha sido a primeira demanda proposta, que recusamos”. Alternativamente, diz Giannini, “propusemos trabalhar no âmbito da formação. Vamos criar uma nova geração de profissionais acostumados com a temática e isso se transformará em um legado.”

A presidente do CNJ e do STF, Carmem Lúcia Antunes Rocha, reforça o compromisso das entidades com a sociedade para garantir amplo atendimento à mulher vítima de violência, que, muitas vezes, não encontra amparo no Estado. A ministra disse que uma minuta será enviada aos tribunais de justiça e Conselhos Regionais de Psicologia para que possam assinar os protocolos com o mesmo teor.

Protocolo de intenções

O objetivo do protocolo de intenções entre CFP e CNJ é “fomentar a promoção de parceria para viabilizar o atendimento integral e multidisciplinar às mulheres e respectivos dependentes em situação de violência doméstica e familiar”.

O documento cita que os serviços-escola de Psicologia cumprem dupla função de oferecer serviços psicológicos à população e criar condições para o treinamento profissional de estudantes de Psicologia.

Cita-se ainda a Lei Maria da Penha, no qual prevê que a juíza ou o juiz pode determinar a manifestação de profissional especializado, por meio de indicação da equipe de atendimento multidisciplinar, em casos que demandam avaliação mais aprofundada.

O protocolo de intenções busca efetivar decisões aprovadas pelos VI, VIII e IX Congressos Nacionais da Psicologia (CNPs), que defendem a inserção de profissional da Psicologia em equipes multidisciplinares nos juizados de violência contra a mulher e a ampliação da participação da Psicologia em políticas públicas de enfrentamento às violências.

Leia o Protocolo de intenções entre CFP e CNJ para atendimento às mulheres em situação de violência.

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CFP e CNJ: parceria para combater a violência contra a mulher

Psicologia debate papel da profissão em emergências e desastres

As experiências de profissionais da Psicologia em emergências e desastres foi tema do ciclo de debates “Psicologia em Foco”, dia 20 de junho, no Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG/4ª Região). O objetivo foi discutir o tema e a importância da Psicologia durante eventos dessa natureza.

Marisa Helena Alves, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), apresentou o histórico do tema dentro do Sistema Conselhos de Psicologia e falou sobre a realização, em 2006, do I Seminário Nacional de Emergências e Desastres em conjunto com a Defesa Civil; a participação no V Seminário Nacional de Defesa Civil (Defencil), em 2009; e na I Conferência Nacional de Defesa Civil, em 2010; além de evento sobre o tema realizado em parceria com a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) e a Secretaria Nacional de Defesa Civil, em 2011.

Marisa ainda destacou que o Sistema Conselhos integra a Rede Latino-americana de Emergências e Desastres. “Em 2011, fizemos planejamento estratégico unificado da Psicologia das Emergências e Desastres. E, em 2017, renovamos o GT, que agora passa a discutir também a questão na perspectiva dos riscos e desastres e do direito à cidade, porque ela não é mais um lugar que acolhe, principalmente determinadas populações, como negros, mulheres e pessoas LGBT.”

O evento também teve participação de Cecília Ribeiro da Silva, psicóloga e mestra em Psicologia, assessora técnica da Cáritas às comunidades atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), e de Juliana Matos, psicóloga, especialista em Saúde Pública, coordenadora Municipal de Saúde Mental de Janaúba (MG). Ambas fizeram relatos sobre o evento da barragem da Samarco, em Mariana, e também sobre o incêndio na creche em Janaúba. A mediação ficou a cargo de Mariana Tavares, conselheira e coordenadora das comissões Psicologia e Clínica e Psicologia nas Emergências e Desastres do CRP-MG.

Dia do Orgulho LGBTI+: CFP na defesa da ampliação de Direitos

Neste 28 de junho, Dia Internacional do Orgulho LGBTI+, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) reafirma que a Psicologia brasileira não será instrumento de promoção do sofrimento, do preconceito, da intolerância e da exclusão.

Mostrando que a Psicologia se recusa historicamente a compactuar com a opressão contra a população LGBTI, o CFP relembra importantes resoluções da autarquia, como a Resolução nº 01/99, que orienta profissionais da área a atuar nas questões relativas à sexualidade e reforça que a homossexualidade não é patologia, distúrbio ou desvio psicológico; a Resolução nº 01/18, que trata da identidade de gênero e orienta profissionais da Psicologia a atuar, no exercício da profissão, de modo que as travestilidades e transexualidades não sejam consideradas patologias; e a Resolução nº 10/18, regulamentando que profissionais da Psicologia travestis e transexuais terão o nome social destacado, ao lado da fotografia, na frente da carteira de identidade emitida pelos Conselhos Regionais de Psicologia.

Desde 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) deixou de classificar a homossexualidade como doença. Agora, em 18 de junho deste ano, a OMS retirou a transexualidade da lista de doenças mentais. Desta forma, a Resolução 01/2018 do CFP mostra que a Psicologia está em consonância com a despatologização das pessoas transexuais e travestis em relação às suas identidades de gênero.

A Comissão de Direitos Humanos do CFP também se manifestou em comemoração ao Dia Internacional do Orgulho LGBTI+. Leia aqui.

TRF-3 aponta necessidade de fiscalizar comunidades terapêuticas

Comunidades terapêuticas não são equipamentos de saúde e precisam ser fiscalizadas pelo governo federal. Esse foi o entendimento da desembargadora federal Consuelo Yoshida, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), durante audiência, dia 19 de junho, com representantes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi). A audiência tratou da Resolução 01/2015 do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad), que regulamenta as comunidades terapêuticas (CT).

Além desse entendimento, a desembargadora incluiu no processo o Relatório de Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas, realizada pelo CFP, pelo Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e pela Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (PFDC/MPF). “A desembargadora incluiu na ata que o governo federal é responsável por fiscalizar todas as comunidades terapêuticas e precisa construir uma estratégia e um sistema nacional de fiscalização em todas essas instituições”, contou Leonardo Pinho, do CNDH e diretor da Associação Brasileira de Saúde Mental, que estava presente à audiência. Segundo Pinho, ela também sugeriu a criação de um grupo de trabalho, com participação da sociedade civil, para pensar o formato dessa fiscalização.

Com a decisão de que comunidades terapêuticas não são equipamentos de saúde, essas instituições não deveriam receber dinheiro do Sistema Único de Saúde (SUS) e nem poderiam ter qualquer tipo de internação, mesmo que voluntária.

O presidente do CFP, Rogério Giannini, também participou da audiência no TRF-3. Ele falou sobre a importância de se ocupar os espaços de representação e diálogo. “O despacho da desembargadora, mesmo que mantenha a validade da resolução do Conad, aponta avanços, como a fiscalização e a determinação que as comunidades terapêuticas não são estabelecimentos de saúde.” Isso mostra, segundo Giannini, a importância da manutenção dos canais de diálogo e de pressão.

“Na audiência, a representante do Ministério da Justiça afirmou que fazem fiscalizações e admitiu que as comunidades terapêuticas mencionadas no nosso Relatório da Inspeção Nacional foram descredenciadas, sem dizer qual o problema que apresentavam. Falou, inclusive, em mais de 70 descredenciamentos, o que corrobora nossa posição frente às CTs. Diante disso, nós vamos solicitar formalmente o resultado dessas fiscalizações e o que levou tantas CTs a serem descredenciadas”, afirmou Giannini.

Para a vice-presidente da Fenapsi, Fernanda Magano, a audiência foi fundamental para explicar à desembargadora e aos representantes do Procuradoria Estadual dos Direitos do Cidadão e do Ministério Público de São Paulo que as comunidades terapêuticas não são estabelecimentos de saúde. “E, por isso, reafirmamos a inadequação e a ilegalidade do repasse financeiro feito pelo Ministério da Saúde.” Magano garantiu que as entidades seguem na luta, pois a resolução do Conad continua válida e representa um atraso histórico na luta antimanicomial.

Leonardo Pinho completou: “Diante da amostragem feita nas inspeções do CFP, MNPCT e PFDC, que apontou violações gravíssimas aos direitos humanos nas comunidades terapêuticas, é necessário e urgente que todas as mais de 2 mil instituições do país sejam fiscalizadas”.

Entenda o caso

Esta foi a segunda audiência sobre o tema, motivada por uma ação da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão de São Paulo (PRDC) contra a Resolução 01/2015, por entender que o Conad não teria atribuição de decidir sobre a regulamentação das comunidades terapêuticas, por estas não estarem ligadas apenas ao Ministério da Justiça, mas também à Saúde, à Assistência Social e aos Direitos Humanos.

Na primeira audiência, a desembargadora decidiu que a resolução do Conad é válida, mas concordou que seria necessário consultar as demais áreas sobre o assunto. E deu três meses para que os conselhos dessas áreas se manifestassem. Na segunda audiência, realizada no dia 19, CFP, CNDH e Fenapsi levaram os posicionamentos dos conselhos, assim como o da Frente Antimanicomial de São Paulo e da Plataforma Brasileira de Drogas. A partir desse encontro, Consuelo Yoshida acolheu os argumentos e estabeleceu que as comunidades terapêuticas não são equipamentos de saúde.

CFP repudia divulgação de dados sigilosos de avaliação psicológica

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) tomou ciência de que foram divulgados, por meio de reportagem do Fantástico, dados sigilosos a respeito da avaliação psicológica de Suzane Von Richthofen.

Durante a exibição da matéria, foram divulgadas o que seriam partes do laudo elaborado de acordo com o método de Rorschach, teste psicológico privativo de psicólogos conforme a Resolução CFP n. 009/2018.

O Código de Ética do Profissional Psicólogo defende princípios fundamentais embasados na Declaração Universal dos Direitos Humanos, e se baseia no respeito à promoção da igualdade, dignidade, liberdade e integridade humana.

Dessa forma, o Conselho Federal de Psicologia, junto ao Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica e a Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos, entidades brasileiras especializadas na área de avaliação psicológica, destacam que tal matéria televisiva feriu três aspectos básicos da ética do exercício profissional de psicólogo: quebra do sigilo de resultado de psicodiagnóstico, divulgação indevida de material de teste psicológico de uso privativo e, acima de tudo, a exposição pública da pessoa do avaliado, constituindo violação dos direitos humanos e um risco à sociedade.

O Conselho Federal de Psicologia ressalta seu compromisso com a garantia de preservação de uma prática profissional ética e com a defesa da profissão.

Encontro reúne comitês e mecanismos de combate à tortura

As inscrições para o III Encontro Nacional de Comitês e Mecanismos de Prevenção e Combate à Tortura terminam na próxima segunda-feira (25). A terceira edição do encontro ocorrerá entre 3 a 5 de julho, em Brasília (DF), promovida pelo Ministério dos Direitos Humanos em parceria com o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e o Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT).

O evento reunirá membros de comitês e mecanismos nacional e estaduais, do Sistema de Justiça, do Poder Executivo e da sociedade civil, além de vítimas de tortura e seus familiares, para discutir a temática sob diversos enfoques em mesas e rodas de conversa. Na ocasião, também será lançado o Relatório Anual do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e celebrado o Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura, comemorado em 26 de junho.

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Inspeção em comunidades terapêuticas revela violações de direitos

30 horas: projeto de lei retorna à Comissão de Assuntos Econômicos

O Projeto de Lei (PLS 511/2017) que dispõe sobre a carga horária de 30 horas para profissionais da Psicologia sofre um revés, após o senador Pedro Chaves (PRB/MS) solicitar consulta à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). A matéria havia sido aprovada pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal no dia 23 de maio e já estava pronta para ir à votação em plenário.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) solicitaram ao presidente e aos líderes do Senado a inclusão do projeto na ordem do dia. O pedido chegou à reunião do Colégio de Líderes, que discute a pauta do plenário, entretanto, no dia 7 de junho, o senador Pedro Chaves apresentou o requerimento, aprovado em plenário no dia 20. Com isso, o PLS 511/2017 retorna à CAE para análise do aspecto econômico e o impacto orçamentário aos entes públicos.

O trabalho de profissionais da Psicologia, nas mais diversas áreas, implica atendimento de pessoas com problemas, sofrimentos e dificuldades em suas histórias de vida. Com as 30 horas, jornadas extenuantes e precarização da condição de trabalho seriam evitadas. O presidente do CFP, Rogério Giannini, destaca que o PL busca a isonomia da categoria com outras áreas que atuam em políticas públicas como a Assistência Social, a exemplo dos profissionais de serviço social.

Entenda a tramitação das 30 horas

No dia 23 de maio, a CAS do Senado aprovou parecer favorável ao PLS 511/2017, cuja relatora foi a senadora Ângela Portela (PDT-RR). Com pedido do senador Elmano Ferrer (Pode-PI) aprovado pela comissão, a proposta iria a plenário para ser analisada em regime de urgência. Essa tramitação foi interrompida com o requerimento do senador Pedro Chaves.

A senadora Ângela Portela explicou que seu relatório foi baseado em pesquisas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e notas técnicas aprovadas durante conferências do Ministério da Saúde, nas quais profissionais, trabalhadores e gestores da área manifestaram apoio à limitação da jornada de trabalho para profissionais da Psicologia em 30 horas por semana. Os estudos mostram que a redução da jornada de trabalho reflete em elevação da eficiência e da produtividade laboral.

Para a senadora, ao final, a população atendida por esses profissionais será a grande beneficiada pela medida, com uma melhor qualidade na prestação dos serviços.

A presidente da CAS, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), lembrou que o Congresso Nacional aprovou, em 2015, substitutivo, o PLC 150/2009, com o mesmo conteúdo.

Você pode acompanhar a tramitação do PLS 511/2017 pelo site do Senado e cobrar os senadores do seu estado.

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30h para profissionais da Psicologia aprovada em comissão do Senado

Aumentam violações de direitos humanos no Pará

O estado do Pará, antes conhecido pela violência no campo, agora vivencia violência urbana com práticas semelhantes às da área rural, como chacinas, execuções de lideranças e formação de milícias armadas. “Tanto no campo quanto na cidade, essa violência está mais cruel. É uma violência aterrorizante”. O relato é do psicólogo Paulo Maldos, integrante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e membro do Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). Ele esteve no estado, de 11 a 13 de junho, para participar da reunião ordinária do CNDH, que, pela primeira vez, se reuniu fora do Distrito Federal.

Além da reunião, o CNDH também realizou a audiência pública “Violações de direitos humanos no estado do Pará”, no Centro de Eventos Benedito Nunes (Hangarzinho), localizado na Universidade Federal do Pará (UFPA). A proposta era identificar as principais violações de direitos humanos no estado e propor soluções às questões levantadas por movimentos sociais e organizações da sociedade civil. Cerca de 200 representantes de organizações da sociedade civil e dos movimentos sociais, além de vítimas das violações de direitos humanos e familiares participaram do evento.

O agravamento da violência, na ótica de Maldos, está relacionado ao aprofundamento da ruptura política e institucional ocorrida no país desde o impeachment, há dois anos. Ele ressalta a importância do olhar da Psicologia nesses conflitos. “Do ponto de vista da subjetividade, nota-se o estado de terror vivido pelas pessoas, que estão sentindo a presença da morte muito de perto.” De acordo com Maldos, o agravamento dos conflitos, o rompimento institucional, o aumento da crueldade da violência e das chacinas têm colocado as comunidades aterrorizadas, a ponto de a própria população rotular como situação de barbárie ou até guerra civil não declarada.

Em contrapartida, em contraponto ao aumento da violência e das violações de direitos humanos, há uma maior articulação e mobilização das entidades e movimentos sociais no Pará em defesa dos direitos. Maldos cita como exemplo a parceria entre os povos indígenas e quilombolas, inclusive com intervenção unificada na audiência pública.

Em Belém, os representantes do CNDH também se reuniram com autoridades locais, como o governador do Pará, Simão Jatene, o procurador-geral de Justiça, Gilberto Valente Martins, e o presidente do Tribunal de Justiça do Pará, desembargador Ricardo Ferreira Nunes. O objetivo foi apresentar casos denunciados durante a audiência pública e cobrar ações concretas dos poderes locais.

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CNDH aprova relatório sobre direitos das comunidades quilombolas

 

CFP debate Avaliação Psicológica no contexto do trânsito

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou da III Jornada Amazonense de Medicina de Tráfego, no dia 9 de junho. No evento, o CFP foi representado pelo conselheiro Fabián Rueda, que integrou uma mesa de debates sobre Avaliação Psicológica no Contexto do Trânsito, em parceria com a Associação Brasileira de Psicologia do Tráfego (ABRAPSIT) e os Conselhos Regionais de Psicologia 20 (AC, AM, RO, RR) e 21 (PI).

Para o conselheiro, o evento foi de suma importância, pois permitiu estreitar laços para futuros eventos. Realizada em Manaus, a III Jornada Amazonense de Medicina de Tráfego reuniu profissionais de vários estados do país, além de especialistas da Medicina e Psicologia de tráfego do Brasil.