A Psicologia no combate ao trabalho infantil

Neste Dia Mundial da Luta contra o Trabalho Infantil, 12 de junho, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) chama a atenção para a importância de combater o trabalho infantil como forma de proteção à infância. Este combate precisa estar em sintonia com diversas políticas públicas, como o acesso e a permanência das crianças na escola, a luta contra a exploração sexual e o tráfico de crianças.

Nos últimos anos, o Brasil presenciou um aumento no número de casos de trabalho infantil, enquanto assistiu à diminuição do orçamento para ações nessa área e cortes orçamentários nas políticas sociais estratégicas para o enfrentamento do trabalho infantil, como saúde e educação, assim como a precarização da fiscalização do trabalho infantil e escravo.

Tomando como referência a pesquisa do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil (FNPeti), estima-se que 2,3 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos seguem sendo exploradas sem a proteção prevista na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e na Lei do Aprendiz. Além disso, esse conjunto de políticas que atuam no combate ao trabalho infantil foi atingido com a aprovação da Emenda Constitucional 95, que limita por 20 anos o teto de gastos e investimentos públicos, em especial nas políticas sociais, como educação, moradia, saúde e assistência.

Propostas de alterações no ECA, como a redução da idade penal, Estatuto da Adoção e o aumento da pena para adolescentes envolvidos em crimes, fragilizam o estatuto e põe em risco a proteção à infância.

Com isto, o CFP reforça sua posição em defesa da garantia dos direitos de crianças e adolescentes, em consonância com o papel ético político da Psicologia na luta por uma sociedade que cuide e proteja as crianças.

Brasil registra aumento de conflitos no campo

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, dia 4 de junho, em Brasília, do lançamento do relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) sobre Conflitos no Campo Brasil 2017. Paulo Maldos, conselheiro e membro da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do CFP, representou a autarquia no lançamento realizado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A publicação da 33ª edição do relatório reúne dados sobre os conflitos e violências sofridas por indígenas, quilombolas e outros povos tradicionais no campo.

O relatório de 2017 destaca o maior número de assassinatos em conflitos no campo dos últimos 14 anos: 71 assassinatos, dez a mais do que no ano anterior, sendo que 31 destes homicídios ocorreram em cinco massacres, o que corresponde a 44% do total. Além do aumento no número de mortes, houve aumento em outras violências. As tentativas de assassinatos subiram 63% e as ameaças de morte, 13%.

Maldos apontou que o lançamento deste ano foi o de maior participação na história dos relatórios produzidos pela CPT, com presença de entidades, movimentos sociais, representações políticas e, inclusive, vítimas dessas violências e seus familiares. “Essa maior participação decorre do aumento exponencial da violência contra movimentos, comunidades e lideranças. É reflexo desse aumento de ataques.”

Aumento de conflitos no campo e ruptura institucional

Os números mostram um crescimento nos conflitos no campo nos últimos dois anos. Para o conselheiro, este aumento tem a ver com a ruptura política e institucional ocorrida no país há dois anos com o impeachment. “Há um desregramento, uma desorganização institucional que reflete na falta de regramento na convivência social. Esta ruptura institucional sinalizou quase que uma autorização para matar, expulsar e desterritorializar, como se as leis não precisassem mais ser cumpridas, como se os interesses patrimoniais, econômicos, políticos e pessoais falassem mais alto que as leis.”

Maldos destacou que a Psicologia tem cada vez mais compreendido que essas situações de conflito e sofrimento dizem respeito à área de atuação e estudo da Psicologia, por terem uma dimensão subjetiva, além de reforçar a dimensão social e o papel ético político da profissão em defesa dos direitos. O conselheiro ainda lembrou que cada vez mais profissionais da Psicologia estão atuando em políticas públicas que advém de direitos. “Essa violência agride também a efetivação dessas políticas públicas.”

Sistema Conselhos contra o desmonte da Educação Especial

A Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (Apaf) assinou, neste domingo (27), moção de repúdio ao desmonte da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (PNEEPEI), promovido pelo Ministério da Educação (MEC).

A proposta do MEC de reformular a PNEEPEI excluiu do nome o termo “na perspectiva da educação inclusiva”, o que revela seu caráter revisionista. “Trata-se de uma tentativa de recriar espaços específicos (segregados) para a relação ensino-aprendizagem de pessoas com deficiência”, afirma o documento.

Leia a moção de repúdio na íntegra:

Moção em repúdio ao desmonte da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva

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Apaf aprova continuidade do processo para criação do CRP-24

Sistema Conselhos de Psicologia se manifesta sobre incêndio no Centro de Internação em GO

Incêndio no Centro de Internação em Goiás

Reunida neste domingo (27), a Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (Apaf) aprovou por unanimidade nota sobre o incêndio ocorrido no Centro de Internação Provisória, em Goiânia (GO). No documento, vem a público manifestar preocupação com o não cumprimento da Lei 12.594/2012, que estabelece o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), e do não cumprimento do termo de ajustamento de conduta que apontava situações precárias nos centros de internação de medidas socioeducativas de Goiás.

Leia a nota na íntegra:

Posicionamento do Sistema Conselhos sobre Incêndio ocorrido no Centro de Internação Provisória, em Goiânia.

O Sistema Conselhos de Psicologia, constituído pelos 23 Conselhos Regionais de Psicologia e pelo Conselho Federal de Psicologia, reunidos na Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (APAF), nos dias 25, 26 e 27 de maio de 2018, vem a público manifestar preocupação com o não cumprimento da Lei 12.594, de 18 de janeiro de 2012, que estabelece o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) e do não cumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta que apontava situações precárias nos Centros de Internação de Medidas Socioeducativas, no Estado de Goiás. Os descumprimentos acima listados resultaram no incêndio no Centro de Internação Provisória, localizado no 7º Batalhão da Polícia Militar, no dia 25 de maio, onde nove adolescentes morreram asfixiados e queimados. Gostaríamos de prestar solidariedade às famílias dos adolescentes mortos no incêndio, profissionais que atuam no sistema socioeducativo e ressaltar o compromisso da Psicologia com a garantia de direitos de crianças e adolescente.

Desde 2012, o Ministério Público Estadual de Goiás foi alertado por profissionais, familiares e movimentos sociais que denunciavam a precariedade dos espaços destinados à internação de adolescentes, péssimas condições de trabalho, superlotação dos Centros de Internação e a não adequação dos espaços conforme preconizado pela Lei do SINASE. Relembramos que:

“Os adolescentes privados de liberdade não devem, por força do seu estatuto de detidos, ser privados dos direitos civis, econômicos, políticos, sociais ou culturais de que gozem por força da lei nacional ou do direito internacional, e que sejam compatíveis com a privação de liberdade” (Item 13 das Regras das Nações Unidas para a Proteção de Jovens Privados de Liberdade).
Os adolescentes autores de atos infracionais, conforme artigo 228 da Constituição Federal, são reconhecidos como sujeitos de direitos, sendo dever da família, da sociedade e do Estado a proteção integral dos mesmos. A Lei que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo tem como objetivo a garantia destes direitos, porém o que se observa é a dificuldade da efetivação do que está instituído na Lei, seja por motivações políticas, técnicas e ou financeiras. Com a atual conjuntura socioeconômica do País, em que as desigualdades sociais se acentuam cada vez mais, urge repensar o atual modelo punitivo do Sistema Socioeducativo, pensando em intervenções intersetoriais de qualidade e eficientes, implantando de fato modelos restaurativos.

Causa-nos também imensa preocupação, a recente proposta do projeto de Lei 19-2018, que instituiu o Sistema Único de Segurança Pública, incluindo o SINASE no seu arcabouço, desconsiderando o modelo vigente de proteção integral aos adolescentes, demonstrando um grande retrocesso e desmonte das políticas públicas sociais e do cerceamento de direitos. Sendo assim, repudiamos este projeto de Lei e solicitamos o veto do mesmo.

Reafirmamos o direito à vida dos adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e destacamos o compromisso da Psicologia com a garantia de direitos de crianças e adolescentes, em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), implicando numa atuação reflexiva e crítica a respeito da política e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE) defendendo as singularidades dos adolescentes em cumprimento das medidas socioeducativas, apoio aos familiares, além de modelos de gestão com a defesa, proteção e garantia dos direitos humanos. Solicitamos investigação imparcial e imediata dos fatos ocorridos no Centro de Internação Provisória, em Goiânia.

Brasília, 27 de maio de 2018.
Delegadas e delegados presentes na Assembleia de Politicas, da Administração e das Finanças
Sistema Conselhos de Psicologia

 

 

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Apaf aprova continuidade do processo para criação do CRP-24

Apaf aprova por unanimidade prestação de contas de 2017 do CFP

Por unanimidade, a Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia ( Apaf ) aprovou a prestação de contas do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no exercício 2017, na tarde desta sexta-feira (25). Realizada pelo menos duas vezes ao ano, a Assembleia do Sistema Conselhos é composta por delegados dos Conselhos Regionais e Federal de Psicologia. O CFP tem até três delegados na reunião e o número de representantes regionais varia de um a três, dependendo da quantidade de profissionais inscritos no Conselho Regional de Psicologia (CRP).

A Apaf também aprovou a regulamentação do Programa de Desenvolvimento Sustentável do Sistema Conselhos, discutida no Grupo de Trabalho Financeiro. O programa tem a finalidade de angariar e gerenciar recursos orçamentários e financeiros para programas e projetos voltados à implementação de políticas de sustentabilidade do Sistema CFP/CRPs e novos Regionais.

Definido por esta Apaf, o Conselho Gestor do Programa de Desenvolvimento Sustentável será composto pela tesoureira do CFP, um membro escolhido pelo Plenário do Conselho Federal e cinco membros dos CRPs, um de cada região do país. Os Regionais escolhidos foram: CRP 02 (PE); CRP 06 (SP); CRP 07 (RS); CRP 18 (MT); e CRP 10 (AP/PA).

Manual administrativo e financeiro da Apaf

O GT Financeiro também elaborou um manual de procedimentos administrativos e financeiros. Acatado na assembleia de dezembro de 2017, ficou faltando, apenas, a atualização de uma das 14 normas do documento, considerando a nova Lei trabalhista, o que foi resolvido nesta Apaf.

Outra demanda encaminhada pelo GT foi a criação de uma política de arrecadação, com uma campanha de comunicação de todo o Sistema Conselhos de Psicologia para aproximar a categoria das autarquias e, com isso, diminuir a inadimplência.

Na Apaf de 2017, foi aprovada a Resolução que regulamenta o financiamento para publicações dos Conselhos Regionais e Federal, ficando para esta Assembleia a decisão de criar a comissão editorial para analisar as propostas de publicações. A comissão será composta por um representante do CFP e dois representantes de regionais, um do CRP 05 (RJ) e outro do CRP 19 (SE). Com os pontos aprovados nesta Apaf, o GT Financeiro encerrou seus trabalhos.

Outro ponto consagrado pela Apaf foi a correção monetária para o teto de anuidades para 2019. De acordo com a Lei 12.514/2011, os valores das anuidades serão reajustados pela variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que teve um acumulado de 1,69% no período de maio de 2017 a abril de 2018. Com isso, o teto da anuidade para pessoa física em 2019 será de R$ 634,22. É importante ressaltar que esse valor é o máximo que pode ser praticado para a anuidade, a ser definida pelas assembleias orçamentárias realizadas por cada CRP no segundo semestre de 2018.

Veja como foi o primeiro dia da Apaf

 

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Apaf aprova continuidade do processo para criação do CRP-24

30h para profissionais da Psicologia aprovada em comissão do Senado

A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado aprovou, dia 23 de maio, parecer favorável ao projeto de lei que estabelece a jornada semanal de trabalho de profissionais da Psicologia em 30 horas. O PLS 511/2017, cuja relatora foi a  senadora Ângela Portela (PDT-RR), busca a isonomia da categoria com outros profissionais que atuam na área da saúde, como os de medicina, odontologia, fisioterapia, terapia ocupacional e serviço social.

O trabalho de profissionais da Psicologia, nas mais diversas áreas, implica o atendimento de pessoas com problemas, sofrimentos e dificuldades em suas histórias de vida. Com as 30 horas, procura-se evitar jornadas extenuantes e precarização da condição de trabalho.

“No setor público, por exemplo, a redução de jornada para 30 horas semanais permitirá organização dos serviços de forma a se ter dois turnos de seis horas e, portanto, manter o serviço aberto por um número maior de horas, beneficiando a população”, afirmou o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Rogério Giannini.

Com pedido do senador Elmano Ferrer (Pode-PI) aprovado pela comissão, a proposta vai a Plenário para ser analisada em regime de urgência. O CFP e a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) farão gestão junto à presidência do Senado para inclusão do PLS 511/2017 na ordem do dia.

Ângela Portela explicou que seu relatório foi baseado em pesquisas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e notas técnicas aprovadas durante conferências do Ministério da Saúde, em que profissionais, trabalhadores e gestores da área manifestaram apoio à limitação da jornada de trabalho para profissionais da Psicologia em 30 horas por semana. Os estudos mostram que a redução da jornada de trabalho reflete em elevação da eficiência e da produtividade laboral.

Para a senadora, ao final, a população atendida por esses profissionais será a grande beneficiada pela medida, com uma melhor qualidade na prestação dos serviços.

A presidente da CAS, senadora Marta Suplicy (PMDB-SP), lembrou que o Congresso Nacional aprovou, em 2015, substitutivo, o PLC 150/2009, com o mesmo conteúdo.

Com informações da Agência Senado

CFP publica nova resolução sobre atendimento psicológico on-line

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou a Resolução CFP nº 11/2018, que atualiza a Resolução CFP nº 11/2012 sobre atendimento psicológico on-line e demais serviços realizados por meios tecnológicos de comunicação a distância. A nova norma amplia as possibilidades de oferta de serviços de Psicologia mediados por Tecnologias da informação e comunicação (TICs), mantendo as exigências previstas na profissão e vinculando ao cadastro individual e orientação do profissional junto ao Conselho Regional de Psicologia para eventuais apurações em caso de prestação incorretas de serviço.

A decisão de reformular a resolução anterior foi tomada na Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf) de dezembro de 2017, a partir da demanda da categoria. Na resolução de 2012, revogada pela atual normativa, a prestação de serviços de Psicologia mediado por TICs era vinculado à existência de um site cadastrado. Com a nova resolução, o profissional de Psicologia será responsável pela adequação e pertinência dos métodos e técnicas na prestação de serviços, não havendo necessidade de vinculação a um site. A nova resolução somente entrará em vigor no dia 10 de novembro de 2018, 180 dias após sua publicação. Durante o período, a Resolução nº 011/2012 permanecerá válida e o cadastro de sites continuará aberto.

A psicóloga ou psicólogo poderá oferecer consultas ou atendimentos psicológicos de diferentes tipos por meio das tecnologias da informação e comunicação. Cada tecnologia utilizada deverá guardar coerência e fundamentação na ciência, na legislação e nos parâmetros éticos da profissão. O atendimento, portanto, não poderá ocorrer de qualquer maneira, cabendo ao profissional fundamentar, inclusive nos registros da prestação do serviço, se a tecnologia utilizada é tecnicamente adequada, metodologicamente pertinente e eticamente respaldada.

Entenda as principais mudanças no atendimento psicológico online

A Resolução CFP nº 11/2018:

1) Substitui a oferta de serviços de “Orientações Psicológicas de diferentes tipos realizados em até 20 encontros ou contatos virtuais” por “consulta e/ou atendimentos psicológicos” através de um conjunto sistemático de procedimentos e da utilização de métodos e técnicas psicológicas na prestação de serviço nas diferentes áreas de atuação da Psicologia com vistas à avaliação, orientação e/ou intervenção em processos individuais e grupais;

2) Não limita mais o número de sessões e derruba a restrição quanto ao Atendimento Psicoterapêutico antes permitido apenas em caráter experimental;

3) Substitui “Processos prévios de Seleção de Pessoal” por “Processos de Seleção de Pessoal;

4) Na utilização de instrumentos psicológicos devidamente regulamentados por resolução pertinente, foi acrescentado a necessidade de que os testes psicológicos devem ter parecer favorável do Sistema de Avaliação de Instrumentos Psicológicos (Satepsi), com padronização e normatização específica para tal finalidade;

5) Também ampliou as possibilidades de supervisão técnica dos serviços prestados por profissionais da Psicologia, antes restritos ao processo de sua formação profissional presencial realizada de forma eventual ou complementar, agora permitido nos mais diversos contextos de atuação;

6) Muda a exigência do cadastro de um site para a obrigatoriedade da realização de um cadastro individual prévio junto ao Conselho Regional de Psicologia e sua autorização;

7) Explicita que o atendimento de crianças e adolescentes somente ocorrerá na forma da Resolução com o consentimento expresso de ao menos um dos responsáveis legais e mediante avaliação de viabilidade técnica por parte da psicóloga e do psicólogo para a realização desse tipo de serviço;

8) Normatiza que o atendimento de pessoas e grupos em situação de urgência e emergência e dos grupos em situação de emergência e desastres pelos meios de tecnologia e informação previstos nesta Resolução é considerado inadequado, devendo a prestação desses tipos de serviço ser executado por profissionais e equipes de forma presencial;

9) Também veda o atendimento de pessoas e grupos em situação de violação de direitos ou de violência pelos meios de tecnologia e informação previstos nesta Resolução, devendo a prestação desse tipo de serviço ser executado por profissionais e equipes de forma presencial;

10) Salienta que a prestação de serviços psicológicos, por meio de tecnologias de informação e comunicação, deverá respeitar as especificidades e adequação dos métodos e instrumentos utilizados em relação às pessoas com deficiência na forma da legislação vigente.

Consulta pública sobre Diretrizes Curriculares da Psicologia

Já está aberta a consulta pública para construção da minuta das novas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Psicologia, nos sites do Conselho Federal de Psicologia (CFP), da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) e da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), entidades nacionais que coordenam todo o processo de discussão do Ano da Formação em Psicologia.

Com a consulta pública, aberta até dia 10 de junho, profissionais e estudantes de Psicologia podem opinar e ajudar a construir, de forma coletiva, a proposta das novas diretrizes dos cursos de graduação em Psicologia, com parâmetros de formação mais adequados à realidade atual, às necessidades sociais e aos compromissos da Psicologia com a população brasileira.

A minuta colocada em consulta foi construída a partir das 33 propostas aprovadas no Encontro Nacional ocorrido em 5 de maio, em Brasília. Essas propostas foram elaboradas após 118 reuniões preparatórias e cinco encontros regionais, com ampla participação de profissionais da Psicologia, coordenadores de curso e de serviços-escola, docentes, orientadores e supervisores de estágio e estudantes. Dessa forma, a consulta pública é a quarta etapa do processo de revisão das DCN da Psicologia.

A versão final do documento, após a consulta, será divulgada em 30 de junho e apresentada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS) e ao Conselho Nacional de Educação (CNE).

Como vai funcionar a consulta pública

Na consulta pública, e possível sugerir alterações na forma, na redação e na terminologia, assim como correções no texto. É importante frisar que a consulta pública não poderá excluir texto, incluir novos parâmetros ou alterar substancialmente o conteúdo do documento, uma vez que essas ações eram prerrogativas dos encontros regionais e as propostas foram aprovadas no Encontro Nacional.

Clique aqui e participe da consulta pública sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Psicologia.

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Diretriz Curricular da Psicologia construída coletivamente

Repensar a formação em Psicologia

Avaliação psicológica nas renovações das CNHs

Fabián Rueda, Renan Cunha, Eduardo Moita e Cleonice Dornelles, representantes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), estiveram reunidos, dia 16 de maio, em Brasília, com o deputado federal Sérgio Brito (PSD/BA), para conversar sobre o andamento do Projeto de Lei (PL) 8085/2014. Uma das propostas do PL, que altera a Lei nº 9.503/1997 (Código de Trânsito Brasileiro/CTB), é instituir a obrigatoriedade do exame de avaliação psicológica para os casos de renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Na data, o parecer do PL seria apresentado na Comissão Especial na qual tramita, mas o encontro precisou ser adiado porque ainda há pontos que precisam ser discutidos na proposta do novo CTB, como explicou o deputado Sérgio Brito, relator do PL. Na ocasião, ele reafirmou seu posicionamento favorável à inserção da avaliação psicológica nas renovações e também seu compromisso com o ponto de pauta.

Alessandra Santos de Almeida (CRP/BA), Marlene Alves e Eliete Ferreira Vilas Boas (ABCTran), Patricia Sandri (Abrapsit) e Juliana Guimarães (Detran-PE) também estiveram presentes no encontro.

Saiba mais sobre o PL 8085/2014.

CTSMA discute avaliação psicológica no processo de obtenção da CNH

A avaliação psicológica no processo de obtenção da CNH também foi tema de reunião em Brasília, nesta quinta-feira (17), entre integrantes da Câmara Temática de Saúde e Meio Ambiente (CTSMA) do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A iniciativa é uma das atividades do CFP em apoio ao Maio Amarelo, campanha que busca chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo.

Os representantes do CFP, Fabián Rueda e Renan Cunha, destacam a importância da realização da reunião na sede do CFP, uma vez que aspectos relacionados à avaliação psicológica estão sendo discutidos, tanto no que se refere às resoluções específicas do Contran quanto na proposta do novo Código de Trânsito Brasileiro (CTB). “A reunião reforça a importância que a atual gestão do CFP dá à Psicologia do trânsito”, destaca Renan Cunha. Fabián Rueda, por sua vez, diz que “o momento é de diálogo. Precisamos alinhavar nossas resoluções com as do Contran, de forma a respaldar o trabalho de nossa categoria”.

Audiência pública discute agenda legislativa pelos direitos LGBTI+

O avanço do conservadorismo contra as pautas da população LGBTI, formas de resistência e leis que garantam os direitos dessas minorias. Esse foi o cerne da audiência pública, realizada nesta quinta-feira (17), na Comissão de Direitos Humanos e Minorias na Câmara dos Deputados, em Brasília. O 17 de Maio é o Dia Mundial e Nacional da Luta Contra a Homofobia.

Proposta pela deputada federal Luizianne Lins (PT/CE), o encontro discutiu a agenda legislativa pelos direitos LGBTI+, em especial o Projeto de Lei Dandara, nº 7.292/2017. A lembrança de Dandara dos Santos, travesti assassinada em Fortaleza, há mais de um ano, também marcou o evento, no qual a conselheira Sandra Sposito representou o Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Na audiência, o abaixo-assinado Dia NÃO à “cura gay”!, da All Out e Aliança Nacional LGBTI+ (ALGBTI), foi entregue oficialmente à CDHM. O documento, com mais de 43.800 assinaturas, surgiu após um juiz do Distrito Federal ter decidido que profissionais da Psicologia poderiam oferecer atendimento profissional pertinente à reorientação sexual. Na prática, essa decisão abre brecha para tratamentos ou terapias que prometem corrigir a orientação sexual ou identidade de gênero de alguém, a chamada “cura gay”.

Agenda pelos direitos LGBTI+

Para a conselheira Sandra Sposito, a pauta LGBTI tem passado por avanços, mas também retrocessos. Ela explicou que o CFP, historicamente, tem sido alvo prioritário dos avanços de propostas conservadoras, citando os processos judiciais e legislativos contra duas resoluções da autarquia que versam sobre o tema: a 01/99 e a 01/18. Segundo ela, o discurso conservador atualmente está voltado no sofrimento psíquico que essas pessoas sofreriam por serem LGBT. “Tratam como se o CFP quisesse impedir o fim desse sofrimento. A solução dada simplesmente deixar de ser o que se é. Como se esse sofrimento fosse da ordem do indivíduo e não do social.”

Sposito reforça que a Psicologia se recusou historicamente a compactuar com essa opressão contra a população LGBTI. A conselheira destacou a importância da resistência contra essas ações e ressaltou da autarquia estar presente à audiência pública, “caminhado junto com movimentos sociais, com parcelas significativas da categoria, historicamente alinhados, vários e várias deputados e deputadas que dão visibilidades às nossas questões. Essa luta é de todo mundo e precisa se encontrar mais”.

Toni Reis, presidente da Aliança Nacional LGBTI+, reapresentou dados da pesquisa sobre violência contra estudantes LGBTI. Segundo os dados de 2017, mais de 5.739 assassinatos contra população LGBTI ocorreram no Brasil entre 1980 e 2017. Reis também listou as ações do parlamento contra a comunidade LGBTI, como a “cura gay” – no caso, os decretos legislativos – ) contra a Resolução 01/99 e o Escola Sem Partido. O dirigente da ANLGBTI+ destacou um seminário realizado com 18 partidos políticos, que firmou compromissos para a aprovação de projetos de lei que versem sobre o estatuto das famílias, o casamento igualitário e a criminalização da homofobia.

Andrey Lemos, presidente da União Nacional LGBTI, contou que o Brasil tem “inúmeras Dandaras”, que, todos os dias, sofrem todo tipo de violência em uma sociedade marcada pelo patriarcado. Ele também destacou a urgência na aprovação de propostas que garantam a vida e a dignidade da população LGBTI. “Precisamos fortalecer a luta por esses dispositivos legais. Que se assuma um compromisso com a vida, com a dignidade dessas pessoas. É preciso ter respeito à população LGBT, que sofre, nos mais diversos ambientes, por conta da discriminação. E nada tem sido feito.”

Symmy Larrat, presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), alertou a necessidade de se buscar a despatologização das identidades Trans. “Temos de alterar na Organização Mundial de Saúde a nomenclatura de ‘incongruência de gênero’. Essa luta não pode ficar de fora do dia 17 de maio”. Larrat lembrou a luta pela aprovação do PLS nº 7292/2017 – contra o LGBtcídio – e a importância na ocupação de espaços e de sensibilização dos deputados para que se continue fazendo resistência contra a pauta conservadora.

Irina Bacci, representante do Coletivo de Feministas Lésbicas, reforçou a dívida histórica do Congresso Nacional. “A Constituição de 1988 não contemplou o movimento LGBTI”.

Lei Dandara

Dona Francisca Ferreira, mãe de Dandara dos Santos, visivelmente emocionada, agradeceu as manifestações de solidariedade e de luta por justiça e também falou sobre a necessidade de aprovação do Projeto de Lei nº 7.292/2017. O PL, de autoria da deputada federal Luizianne Lins (PT/CE), altera o art. 121 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), para prever o LGBTcídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o LGBTcídio no rol dos crimes hediondos.

A proposição é conhecida como “Lei Dandara”, pois em março de 2017, em Fortaleza, a travesti Dandara dos Santos foi torturada, alvejada por tiros e espancada por 12 homens antes de ser assassinada. O assassinato da Dandara, assim como os crimes praticados contra homossexuais e transgeneros não possuem motivação material ou passional, são motivados essencialmente pela aversão à condição sexual das vítimas.

Saiba mais sobre o Projeto de Lei (PL) 7.292/2017.