Nota de pesar: Thereza Pontual de Lemos Mettel

É com grande pesar que o Conselho Federal de Psicologia comunica o falecimento de Thereza Pontual de Lemos Mettel, na madrugada desta terça (3/11).

Thereza Mettel foi uma das pioneiras da psicologia no Brasil, tendo contribuído de forma inestimável para o desenvolvimento da própria ciência psicológica e para a sua consolidação. Atuou de forma ativa na defesa da profissão e no estabelecimento de políticas que promovessem e regularizassem a Psicologia no país.

Graduada em Letras Clássicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), em 1950, teve como orientador de sua tese de doutoramento o psicólogo, teórico e pesquisador Carl Rogers, na Universidade de Wisconsim. De volta ao Brasil, trabalhou como docente em renomadas instituições de ensino, tais como a PUC – RJ e Universidade de São Paulo (USP). A convite de João Cláudio Todorov, tornou-se professora da Universidade de Brasília (UnB), onde permaneceu até aposentar-se em 1994.

Dedicou-se a pesquisas sobre a comunicação mãe-bebê, à coordenação de projetos relacionados à educação infantil, projetos direcionados ao estudo das atividades lúdicas entre crianças e a análise de possíveis diferenças de gênero no comportamento de crianças de 0 a 6 anos.

Foi também pioneira na pesquisa em Psicologia do Desenvolvimento Humano, na introdução da Terapia Comportamental (Análise Comportamental Aplicada) e no desenvolvimento da área de Psicologia da Saúde no Brasil. Além disso, participou ativamente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), da Sociedade Brasileira de Psicologia e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), e compôs o quadro de Presidentes de honra da Sociedade Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento (SBPD).

Ainda, contribuiu para a experiência do profissional psicólogo em equipes interdisciplinares e realizou importantes pesquisas sobre o cuidado e assistência humanizada à criança hospitalizada, resultando na adoção de políticas de humanização em hospitais da rede pública de saúde do Distrito Federal e demais Unidades da Federação.

Destaca-se também a sua participação na organização política da profissão de psicólogo no Brasil, em especial, a estruturação e funcionamento do Conselho Federal de Psicologia e dos Conselhos Regionais de Psicologia.

Desse modo, o Conselho Federal de Psicologia vem prestar sua homenagem e agradecer pela importante e valiosa contribuição de Thereza Pontual de Lemos Mettel ao desenvolvimento da Psicologia como Ciência e Profissão.

 

O que a Psicologia tem feito quanto aos direitos das mulheres?

Os direitos das mulheres brasileiras e sua relação com a Psicologia foram abordados em debate realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) na manhã desta sexta-feira (30), durante a 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), em Belo Horizonte (MG).

A representante do CFP no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, Valeska Zanello, apresentou um panorama da utilização do termo “gênero” ao longo da história, desde a luta pelo sufrágio até os processos de construção de lugares sociais de desempoderamento feminino, nos dias atuais.

Ela destacou, ainda, a necessidade de consolidação de políticas em saúde mental que não medicalizem as pessoas, em especial as mulheres.  Reforçou também a importância do fortalecimento da escuta de gênero no fazer profissional da Psicologia, com vistas a superar a constante desqualificação da fala da mulher, sobretudo no que se refere à violência.

Lenira Pontes, psicóloga do Ministério Público Estadual do Acre (MPAC), apresentou trechos e reflexões sobre o documento produzido na CPMI da Violência Doméstica, no Senado, em que identificou diferentes formas de atuação da Psicologia no país, além de relatos de condições de trabalho precárias, atendimento insatisfatório e recursos insuficientes, tanto na Assistência Social quanto no Judiciário. “Se nós somos a categoria que trabalha com sofrimento psíquico, o que estamos fazendo para efetivar esse intento, além de trabalhar com burocracia?”, questionou. A ausência de disciplinas que discutam gênero e mulheres nos cursos de Psicologia também foi apontada como um entrave pelas palestrantes.

O debate foi coordenado pela responsável pelo GT Laicidade e Psicologia e pelo tema dos direitos humanos das mulheres no XVI Plenário do CFP, Madge Porto.

A 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) acontece na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG), até esta sexta-feira (30).

Evento online discute Avaliação Psicológica em processos seletivos públicos

O domínio de conhecimento e técnicas de seleção de pessoal está no centro da identidade do profissional que atua na área de Organização e Trabalho da mesma forma que a Avaliação Psicológica se encontra no cerne da identidade do profissional de Psicologia.

Partindo dessa premissa, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT) promovem, na próxima quarta-feira (4/11), o bate-papo online “Avaliação Psicológica nos processos seletivos públicos”.

Participam da atividade o delegado Andersson Pereira dos Santos, Chefe da Divisão de Planejamento e Execução de Concursos Públicos da Polícia Federal; Cristiane Faiad, professora da Universidade de Brasília (UnB); Patrícia Fagundes Caetano, consultora de Avaliação Psicológica para concurso público; e João Carlos Alchieri, coordenador da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica do CFP. A mediação do debate será feita por Adriano de Lemos Alves Peixoto, presidente da SBPOT.

Segundo Peixoto, a proposta é dar visibilidade e discutir os problemas enfrentados nas seleções públicas, as barreiras da legislação, as dificuldades da formação e as condições do exercício profissional nessa área. “Nós (SBPOT e profissionais da área) sentimos um profundo incômodo quando percebemos que mais de cem anos de teoria e prática na área são desqualificados, jogados fora, quando um juiz, por exemplo, suspende ou anula um processo seletivo bem feito alegando que nossas técnicas são subjetivas. Por outro lado, nós temos a convicção de que possuímos um conhecimento positivo sobre a área que pode beneficiar enormemente a sociedade em função dos resultados entregues em um processo bem realizado. Queremos lançar uma agenda de ações a serem desenvolvidas como forma de enfrentamento do problema”, afirma.

Para participar, as pessoas interessadas devem enviar suas perguntas e comentários para o e-mail eventos@cfp.org.br ou via redes sociais, com mensagens à página do CFP no Facebook https://www.facebook.com/conselhofederaldepsicologia ou publicações no Twitter, usando a hashtag #PapoPsi, no dia do evento.

Evento: Bate-Papo Online “Avaliação Psicológica nos processos seletivos públicos”
Data: 4 de novembro
Horário: 17h às 19h
Link: https://www.youtube.com/watch?v=WbWlWZDu2EA

Condições e relações de trabalho de psicólogos (as) são debatidas em Belo Horizonte

Por que falar de trabalho? O que o Sistema Conselhos tem feito pelo trabalho dos (as) psicólogos (as) e qual seu papel como órgão orientador do exercício profissional frente à precarização do trabalho dos profissionais da Psicologia?

Essas perguntas ensejaram o debate que deu início às atividades do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) na manhã desta quarta-feira (28), em Belo Horizonte (MG).

A conselheira-secretária do Conselho, Maria da Graça Jacques, iniciou a mesa com a apresentação de aspectos teóricos da categoria “trabalho”, bem como as apropriações de sua representação no imaginário social ao longo da história – sempre ligada à ação humana e permeada, dialeticamente, por valorações positivas e negativas. Para Jacques, a Psicologia ainda trata a questão do trabalho de forma marginal, com pouca construção teórica, hegemonia de teorias que não privilegiam o trabalho como central e com o entendimento de que os órgãos sindicais são intermediários privilegiados. “Precisamos, sim, olhar para o trabalho das psicólogas e dos psicólogos. Esse papel é fundamental para romper alguns pontos cristalizados”, afirmou.

A presidente do CFP, Mariza Borges, apresentou um resgate da história da Psicologia no Brasil desde sua regulamentação, em 1962, passando pela criação do Conselho Federal, em 1971, até os dias atuais. No início, com a forte influência do fazer clínico, o país contava com uma maioria de profissionais liberais e em ensino e pesquisa. A expansão dos cursos e a regulamentação da pós-graduação, que formalizou a pesquisa na área nos anos 1970, estenderam as possibilidades de formação e atuação.

“Para regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional que se caracteriza pela diversidade e pluralidade de fazeres e orientações teórico-metodológicas, temos de ter uma visão muito ampla desta profissão. Qualquer iniciativa que restrinja a Psicologia a partir do entendimento de poucas ou uma única técnica é repressora. Precisamos ter relação com diversos interlocutores, gestores públicos e privados, com a categoria profissional, sindicatos, três poderes e academia. Nesse sentido, não podemos pensar em relações de trabalho sem pensar em remuneração, jornada. Não adianta fazer uma norma muito bonita dizendo que o trabalho deve ser feito desta ou daquela maneira, se o contexto do trabalho não for adequado para a sua realização”.

O papel do Sistema Conselhos na defesa dos direitos humanos também foi salientado por Borges. “Pautas ligadas aos direitos humanos estão sendo extremamente afetadas no Congresso Nacional, por isso a importância de nossa ação. Devemos buscar os possíveis parceiros na sociedade civil e Executivo e trabalhar juntos para fazer com que direitos conquistados sejam garantidos e que não tenhamos retrocessos”, ponderou.

Rogério Oliveira, vice-presidente do CFP, partiu da leitura da crise geral de representação pela qual atravessam as sociedades atuais para constatar que é preciso, também, ampliar os espaços de participação dos profissionais da Psicologia.

Ele salientou, ainda, a importância de se desfazer a ideia errônea de que os conselhos não representam, ou não devem representar, os interesses dos psicólogos (as) e que as questões referentes ao exercício profissional enquanto trabalho são de responsabilidade apenas dos sindicatos. “A formulação crítica em relação ao papel do psicólogo não levou em consideração que nós cumprimos um papel contra-hegemônico na sociedade. A desvalorização de nossa categoria não é à toa, mas porque trabalhamos a favor da emancipação das pessoas”.

Por fim, o psicólogo apresentou a plataforma OrientaPsi, ferramenta laçada em agosto deste ano pelo CFP com vistas à aproximação e construção coletiva baseada na democracia participativa. Na plataforma são disponibilizadas pesquisas, estatísticas, publicações, além dos canais “Grupos de Discussão”, “Curso Online” e uma rede social própria para profissionais da Psicologia cadastrados no Sistema Conselhos. Dois meses após o lançamento, o OrientaPsi já recebeu quase 600 mil visualizações e tem proporcionado debates sobre temas como SUAS, Laicidade e Condições de trabalho, além de oferecer cursos como “Ética Profissional”, “Atendimento Psicológico Online”, “Avaliação Psicológica” e “Introdutório ao Sistema Único de Assistência Social (SUAS)”.

“Nenhum profissional da Psicologia precisa mais do intermédio de um conselho para poder se comunicar com seus pares. A proposta é levar ao pé da letra a democracia participativa e mapear os profissionais, conhecendo a realidade para poder transformá-la”, finalizou.

Confira abaixo o vídeo sobre a atividade.

 

 

Unidade da Psicologia pauta abertura de Reunião Anual da SBP

Foi aberta, na noite desta terça-feira (27), a 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP), em Belo Horizonte (MG). Presente à mesa de abertura, a presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Mariza Borges, ressaltou a importância de intensificar o diálogo entre entidades científicas e de fiscalização em prol do avanço da Psicologia brasileira.

“Manifesto minha satisfação de estar representando o CFP nesta reunião e lembro sobre a importância desta sociedade, que é uma das poucas do país que trabalham com a diversidade da Psicologia – e esse aspecto nos é muito caro. Nós também, no CFP, tentamos trabalhar com a diversidade e a pluralidade, reconhecendo a importância para o crescimento da Psicologia no país como ciência e como profissão. A tarefa de orientar e fiscalizar não se faz na ausência da base de conhecimento que sustenta essa profissão. Portanto, só na conversa entre exercício profissional e ciência psicológica é que seremos capazes de orientar bem”, defendeu.

Ela lembrou, ainda, que a revista Psicologia: Ciência e Profissão, editada pelo CFP, passou por alterações recentes do ponto de vista editorial que visam integrar a pluralidade de olhares científicos, além de outras iniciativas da atual gestão da autarquia – como o lançamento dos editais de auxílio a eventos da Psicologia e a inauguração de uma sala para abrigar, na sede do CFP em Brasília, integrantes de todas as entidades científicas que necessitarem.

O presidente da SBP, Ricardo Gorayeb, reforçou a proposta de condução dos trabalhos da atividade, pautada pelo respeito à diferença na construção do conhecimento, coadunando com o tema desta edição do evento: “Congregar faz a diferença”.

Pelo CFP, também estiveram presentes à solenidade de abertura o vice-presidente da autarquia, Rogério Oliveira, e as conselheiras Graça Jacques, Nádia Rocha e Madge Porto.

A 45ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP) acontece na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG), até o próximo dia 30.

Além de contar com representantes em seis mesas de debates, o CFP estará presente com a exposição “Memória da Psicologia em Obras Raras e Valiosas” e com um stand para distribuição de publicações relacionadas à Psicologia e exibição de vídeos.

Confira a programação do CFP no evento e, aqui, a programação completa.

Projeto Clínicas do Testemunho prorroga inscrições para contratação de consultor técnico

A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça prorrogou para o dia 2 de novembro a seleção para contratação de consultor técnico especializado para realizar a sistematização dos resultados do II Encontro Nacional da Rede Clínicas do Testemunho da Comissão de Anistia.

O objetivo é dar encaminhamentos para efetivar as decisões tomadas no referido encontro para desenvolver estudo com avaliação do Projeto Clínicas do Testemunho, focado nas suas dimensões “atendimento”, “capacitação” e “insumos”, bem como na articulação entre as Clínicas do Testemunho e entre estas últimas e as redes locais.

Para concorrer, é preciso ter experiência de, no mínimo, dois anos em atuação com reparação a vítimas de violência de Estado ou no atendimento a pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social, entre outros requisitos.

Os candidatos interessados devem enviar currículo completo até o dia 2 novembro de 2015 para o correio eletrônico projetoanistia@mj.gov.br, indicando no assunto “Candidatura – Clínicas do Testemunho 2015”.

Saiba mais em http://www.justica.gov.br/Acesso/selecao-e-concursos/selecoes-e-concursos/comissao-de-anistia/comissao-de-anistia-projeto-de-cooperacao-tecnica-bra-08-021-seleciona-consultor-na-modalidade-produto

Clínicas do testemunho

O projeto foi criado em 2013 sob a responsabilidade da Comissão de Anistia, do Ministério da Justiça, para ouvir pessoas atingidas, direta ou indiretamente, pela violência cometida pelo Estado.

Conheça mais sobre o projeto ouvindo o programa especial produzido pela RadioPSI, a rádio online do CFP: https://soundcloud.com/espacoformacao/vera-vital-clinicas-do-testemunho-e-dh#t=0:37

 

CFP inicia resgaste de memória da autarquia

O reencontro da Psicologia com a sua história. Esse será um dos resultados de um trabalho de resgate de memória que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) iniciou recentemente. No site do CFP estava apenas a lista de nomes de pessoas que compuseram o plenário do Conselho a partir da década de 1980. Foi assim que a autarquia – por meio da coordenação da psicóloga e conselheira do CFP Nádia Maria Rocha – decidiu reconstituir e disponibilizar as nominatas do plenário desde 1973. Foi contratada uma empresa especializada em arquivamento de documentos para higienizar e organizar esses registros, que estavam guardados na sede do CFP.

Os documentos são atas de reuniões plenárias, termos de posse e registros dos processos eleitorais nesses mais de 40 anos.  O próximo passo será tentar recuperar a história desses conselheiros que compõem essas nominatas com a Psicologia. O trabalho, além de reconstruir a história das pessoas que constam nas nominatas, por meio das atas de reuniões plenárias e outros documentos, poderá também identificar pessoas que renunciaram, desistiram e ou forma substituídas em cada gestão. A intenção do CFP é também contar com o auxílio dos Conselhos Regionais de Psicologia para reconstruir a biografia dessas pessoas.

“Cada uma dessas pessoas foi protagonista em um determinado momento da história da Psicologia. As pessoas que estavam no primeiro plenário viveram um momento único da nossa história, que é própria institucionalização da profissão no Brasil. Foram elas que, de alguma forma, deram um norte para a nossa atuação, que foi sendo alterado ao longo do tempo por várias condições políticas, culturais etc. É importante conhecermos o nosso percurso, como nós chegamos no ponto em que estamos”, afirma Nádia Rocha.

Para saber mais sobre essas nominatas acesse: https://site.cfp.org.br/cfp/conheca-o-cfp/gestoes/

Dia internacional pela despatologização das Identidades Trans

A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou, em 2014, uma campanha de comunicação em apoio à luta pela despatologização das identidades trans e travestis. Profissionais da Psicologia, pesquisadores e pesquisadoras, ativistas, pessoas transexuais e travestis foram convidados (as) a debater o fazer psicológico no processo de transexualização à luz dos Direitos Humanos, além do panorama dos debates políticos em torno da luta no Brasil e no mundo.

Ao longo dos últimos meses, a autarquia promoveu um debate online sobre o tema, além do lançamento de um site e de uma série audiovisual.

Vídeos

O vídeo “A despatologização das transexualidades e travestilidades pelo olhar da Psicologia – Parte I” (https://www.youtube.com/watch?v=xLugxnORfd0) aborda os problemas vividos pelas pessoas trans e travestis e a patologização de suas identidades. O vídeo traz uma breve explicação sobre os conceitos utilizados nas diversas experiências de identidades de gênero e um histórico sobre o papel das ciências na patologização das identidades transexuais e travestis no mundo.

Apresenta, inclusive, o posicionamento do CFP, que em 2013 divulgou nota técnica com orientações ao atendimento de pessoas trans. O documento afirma que a transexualidade e a travestilidade não constituem condição psicopatológica, ainda que não reproduzam a concepção normativa de que deve haver uma coerência entre sexo biológico, gênero e desejo sexual.

Dividido em duas partes, o próximo episódio – com lançamento previsto para as próximas semanas – seguirá abordando a posição da Psicologia frente à produção da despatologização e a importância de se dar voz às próprias pessoas transexuais e travestis, apontando possíveis caminhos e debates.

“A despatologização das transexualidades e travestilidades pelo olhar da Psicologia – Partes I e II” terá prosseguimento com mais duas peças videográficas. São elas: “A luta pela despatologização no mundo”, onde serão abordados o avanço da ciência, o histórico e momento atual e a luta e organização de movimentos sociais pela despatologização; e “Visões diversas da despatologização no Brasil”, onde será abordada a realidade brasileira, a visão das pessoas trans, as dificuldades do sistema de saúde brasileiro, além de possíveis alternativas.

Site

O site especial Despatologização das Identidades Trans (http://despatologizacao.cfp.org.br/) conta com vídeos, notícias, links para legislação relacionada (nacional e internacional), área especial com indicações de blogs/sites de trans que contam suas experiências de vida e transformações, entidades, associações, empresas, fundações amigas da questão da despatologização das identidades trans, além de área destinada a exemplos de atuação alternativa de psicólogos e psicólogas nos ambulatórios e equipes do SUS.

“A instalação de um debate sobre despatologização das experiências transexuais e travestis se faz urgente desde que as ciências têm produzido um conjunto de mecanismos e práticas classificatórias e discriminatórias sobre esses corpos e suas sociabilidades”, diz o psicólogo Marco Aurélio Máximo Prado, membro da Comissão de Direitos Humanos do CFP. Ele explica que a intenção de produzir os materiais é dar visibilidade a diversas vozes sobre as experiências culturais, políticas e subjetivas de gênero e sexualidade.

Dia Internacional

Desde 2009, a Campanha Internacional Stop Trans Pathologization (STP) convoca, sempre no mês de outubro, um Dia Internacional de Ação pela Despatologização Trans, com manifestações simultâneas e outras ações em diversas cidades do mundo.

Em outubro de 2014, foram realizadas mais de 90 ações em 45 cidades ao redor do mundo, coordenadas por 108 grupos e organizações.

O próximo Dia Internacional de Ação pela Despatologização Trans acontece no sábado, 24 de outubro de 2015. Além das mobilizações anuais em outubro, ao longo do ano a STP realiza atividades de informação, divulgação e reivindicação da despatologização trans.

Semana pela Democratização da Comunicação: participe!

A Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, que acontece entre 14 e 21 de outubro, tem atividades confirmadas e em curso em pelos menos 13 estados de todas as regiões do país. São inúmeras ações previstas, que vão desde panfletagens, debates, audiências púbicas, rodas de conversa, minicursos, oficinas, até intervenções culturais, atos políticos e festas temáticas.

Convocada pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação – cuja coordenação executiva é integrada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) – a ‘Semana’ tem por objetivo chamar a atenção sobre a importância da atualização do marco legal para as comunicações, que contemple todos os setores da sociedade, com ênfase no apoio e coleta de assinaturas ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática e cobrar do Poder Público medidas imediatas para avançar na garantia e promoção da liberdade de expressão.

Menos de dez grupos familiares concentram os principais meios de comunicação no Brasil, conformando um quadro de monopólios e oligopólios em âmbito regional e nacional. Além disso, senadores e deputados controlam concessões de rádio e televisão, violando a Constituição Federal de 1988 e desequilibrando o jogo democrático da representação política. A violação de direitos humanos praticada pela mídia e falta de equilíbrio entre emissoras públicas, comunitárias e comerciais, se soma a todo esse cenário de pouca diversidade e pluralidade de ideias, impactando seriamente sobre as condições para o exercício pleno da democracia.

Frentecom

Já dentro do calendário de atividades da Semana, aconteceu nesta quinta-feira (15), em Brasília, o ato de relançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com Participação Popular (Frentecom). O colegiado visa promover, acompanhar e defender iniciativas que ampliem o exercício do direito humano a esta causa.

Coordenadora da Frente, a deputada federal Luiza Erundina (PSB-SP) lembrou que o colegiado tem caráter diferente dos demais porque foi o primeiro que incluiu em sua composição, além de parlamentares, representantes da sociedade civil organizada.

Entre os objetivos específicos da Frente estão os seguintes: lutar contra qualquer tipo de ação direta ou indireta de censura prévia de caráter governamental ou judicial; contribuir para regulamentação dos artigos da Constituição Federal que tratam da proibição de monopólios e oligopólios no rádio e TV; apoiar o debate sobre a criação de conselhos de comunicação em todos os estados da Federação; e trabalhar pela liberdade na internet, tendo como parâmetros a proteção à neutralidade de rede e ao direito à privacidade e à liberdade de expressão.

História 

A Frentecom foi instaurada em 2011 como resultado da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em dezembro de 2009. O evento teve proporções nacionais e foi coordenado pelo Ministério das Comunicações e contou com a participação de representantes do poder público, da sociedade civil e empresarial.

Confira a programação da Semana Nacional pela Democratização da Comunicação em todo o país:

– Bahia: http://tinyurl.com/pn5prs4

– Distrito Federal:  http://tinyurl.com/o3mlbf9

– Ceará: http://tinyurl.com/no92uzv

– Espírito Santo: http://tinyurl.com/oo27bw5

– Pará: http://tinyurl.com/otjee7u

– Paraíba: http://tinyurl.com/qzl83ja

– Pernambuco: http://tinyurl.com/pyew32s

– Rio de Janeiro: http://tinyurl.com/nozrqb8

– São Paulo: http://tinyurl.com/qea3te9

No Facebook, confirme presença, confira os detalhes e compartilhe o evento: https://www.facebook.com/events/431365810384446/

* Fonte: FNDC e Agência Câmara

Antiproibicionismo e políticas sobre drogas são tema de debate online nesta quinta

Na próxima quinta (15/10) acontece o debate online “Antiproibicionismo: por que precisamos mudar as políticas sobre drogas no Brasil”, promovido pelo eixo “Direitos e Assistência aos Usuários de Drogas e suas Famílias” da Comissão de Diretos Humanos (CDH) do Conselho Federal de Psicologia (CFP). A atividade pretende discutir os rumos que o país poderá tomar no que se refere às suas políticas sobre drogas, proporcionando a discussão de temas como uso medicinal de maconha, legalização, redução de danos, tratamento e prevenção, encarceramento em massa e violência associadas às drogas, apontando origens do esgotamento do modelo vigente e indicando novos caminhos possíveis.

Participam do debate Luciana Boiteux de Figueiredo Rodrigues, professora de Direito Penal e Criminologia da Faculdade Nacional de Direito (UFRJ), e o psicólogo e professor do Departamento de Ciências Humanas e Educação da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) Marcos Vieira Garcia. A coordenação será feita pelo psicólogo Vladimir de Andrade Stempliuk, integrante da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do CFP e especialista em prevenção e tratamento do abuso e dependência de substâncias psicoativas e suas consequências pela Universidade Johns Hopkins (EUA).

“Neste momento político e social, no qual vislumbram-se possibilidades de retrocesso em diversos campos, ameaçando conquistas sociais e direitos, torna-se ainda mais relevante propor discussões que abordem de forma profunda temas complexos de grande interesse para o profissional de Psicologia. Neste rol inclui-se o debate sobre as necessárias mudanças nas políticas sobre drogas, ainda prioritariamente focadas na repressão e no controle. Há muitos dados que demonstram o esgotamento deste modelo e indicam novas possibilidades de convivência da sociedade com os usos de drogas por parcela de seus membros”, aponta Stempliuk.

Para participar, as pessoas interessadas devem enviar suas perguntas e comentários para o e-mail eventos@cfp.org.br ou via redes sociais, com mensagens à página do CFP no Facebook https://www.facebook.com/conselhofederaldepsicologia ou publicações no Twitter, usando a hashtag #PapoPsi, no dia do evento.

Evento: Bate-Papo Online “Antiproibicionismo: por que precisamos mudar as políticas sobre drogas no Brasil”

Data: 15 de outubro
Horário: 14h às 16h
Link: https://www.youtube.com/watch?v=HLGE5_J_aZ8