Nota de pesar: Vera Lúcia Colucci

É com profundo pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) comunica à categoria o falecimento da psicóloga e ex-conselheira Vera Lúcia Colucci, nesta quarta-feira (2). Sua trajetória profissional é marcada pelo comprometimento e luta pela construção da história da Psicologia. É inegável a sua contribuição intelectual e militante para a Psicologia como Ciência e Profissão.

Psicóloga clínica e psicanalista, Vera Lúcia foi conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP) durante duas gestões: IV Plenário (1982-1985) e V Plenário (1985-1988). Também como conselheira, integrou o Conselho Regional de Psicologia da 6a. Região (CRP-6/SP), entre 1979 e 1985.

Vera Lúcia foi graduada em Psicologia pela Universidade de São Paulo (1972), com mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo- USP (1975). Era doutora em Lingüística, formada pelo Instituto de Estudos de Linguagem (IEL), na Universidade Estadual de Campinas- Unicamp (2009).

Guardaremos sempre na lembrança o sorriso meigo de Vera, assim como suas inquietudes e seu engajamento face à dor do outro, face ao social e ao político.

Vera Lúcia Colucci, presente!

Psicólogas e assistentes sociais nas Escolas já

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, na terça-feira (20), de audiência promovida pela Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir a regulamentação da Lei federal 13.935, de 2019. A norma já está em vigor e determina a prestação de serviços de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de educação básica.

Além do CFP, várias entidades civis participaram da audiência para garantir a regulamentação e a implementação da medida em municípios de Minas Gerais e nos demais municípios: o Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-04), a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e o Conselho Federal e o Regional (MG) de Serviço Social.

Mesmo a norma já estando em vigor há quase um ano, poucos estados e municípios fizeram a devida regulamentação e implementação da medida. A conselheira do CFP, Adinete Sousa da Costa Mezzalira, participou da audiência, em que defendeu essa mobilização política para pensar e construir coletivamente estratégias para a regulamentação da Lei. Além disso, a conselheira lembrou a importância da efetiva contratação de psicólogas(os) e assistentes sociais nas redes públicas de ensino por meio de concursos públicos.

“Estamos bastante esperançosas com o diálogo realizado na audiência pública com a participação do poder público, entidades, categorias e sociedade mineira”, afirmou a conselheira do CFP. Além disso, Adinete informou que a atividade servirá como subsídio técnico para o Poder Legislativo de Minas Gerais para garantir as providências necessárias ao cumprimento das disposições previstas na Lei 13.935.

Para o integrante do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-04/MG), Celso Francisco Tondin, que também participou da audiência, sobre o processo de regulamentação da Lei 13.935/2019, em Minas Gerais, o Conselho Regional tem investido esforços pela aprovação de leis municipais e estadual, além dos decretos. “Entendemos que estes dispositivos trazem maior garantia à implementação da lei federal, sendo a audiência pública realizada uma das estratégias nesse sentido”.

Segundo Tondin, a expectativa é que o orçamento de 2021 do estado mineiro inclua recursos para implementação da lei e que seja aprovada uma lei estadual coerente com a lei federal e voltada à realidade local.

Confira o vídeo da audiência, na íntegra:

Mobilização, luta e vitória

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), demais instituições que compõem o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia (FENPB) e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) realizaram diversas atividades e mobilizações junto aos congressistas pela aprovação do PL. Foram inúmeras conversas e audiências com parlamentares, mobilização que garantiu a aprovação no Congresso Nacional e, depois, a derrubada do veto integral da Presidência da República ao PL nº 3.688/2000.

 

Veja todas as ações de mobilização sobre o tema

CFP debate emergências e desastres em Diálogo Digital no próximo dia 20

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai promover, na quinta-feira (20), às 16h, o Diálogo Digital sobre o tema “Emergências e Desastres”. O evento vai reunir especialistas, gestoras(es) e comunidade sobre o tema e será transmitido ao vivo pelas redes sociais do CFP (facebookYoutube e Instagram). Participe mandando perguntas para comunica@cfp.org.br.

O debate on-line do próximo dia 20 terá a participação da psicóloga e conselheira do CFP, Marisa Helena Alves; a psicóloga doutora em Psicologia Social, Ângela Elizabeth Lapa Coêlho; a psicóloga integrante da Comissão de Psicologia de Emergências e Desastres e conselheira do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais, Cristiane Santos de Souza Nogueira; e a psicóloga certificada investigadora de acidentes aeronáuticos e de Fatores Humanos na Aviação, Maria da Conceição Correia Pereira.

Diante das situações cada vez mais recorrentes de calamidades públicas e de desastres no Brasil, como chuvas, secas, incêndios, rompimento de barragens, fluxos migratórios e outros, o CFP e os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) reforçam seu papel de orientar e promover estratégias de atuação que garantam acolhimento para pessoas afetadas por emergências e desastres, bem como orientam a categoria com protocolos de atuação nesses casos.

A Psicologia como ciência e profissão tem mantido, ampliado e aprofundado o compromisso com a temática relacionada às emergências e desastres e vem buscando espaços para contribuir nas políticas públicas de defesa civil, como assistência social, saúde, habitação e outras, ao mesmo tempo que alinha suas referências com a agenda mundial da redução de riscos de desastres nas ações humanitárias, construindo referências de atuação em emergências e desastres calcadas na experiência e no acúmulo teórico sobre o tema.

Desde 2005, o CFP vem atuando na temática Psicologia e Desastres. Recentemente, em 2018, foi formado um grupo de trabalho no CFP com o propósito de articular as ações da autarquia sobre riscos e desastres, ampliando as discussões sobre o tema e promovendo a participação dos CRPs, categoria e movimentos sociais. No mesmo ano, também foi iniciada a elaboração de Referência Técnica sobre atuação da Psicologia em Emergências e Desastres.

Saiba mais sobre as participantes desta edição do Diálogo Digital:

Marisa Helena Alves

Conselheira do CFP, é professora universitária em saúde pública e atuou na área de Saúde Mental em serviços de atenção e gestão. Atualmente, é a conselheira do Conselho Nacional de Saúde (CNS), representando o CFP, e tem assento na Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM).

Ângela Elizabeth Lapa Coêlho

Foi coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) de 2011 a 2017. Tem experiência em diferentes áreas da Psicologia, como Psicologia Social e da Saúde; em aspectos psicossociais das emergências e dos desastres e desenvolvimento humano em situações de risco
social e individual.

Cristiane Santos de Souza Nogueira

Psicóloga, coordenadora de Saúde Mental de Itaúna, professora universitária, coordenadora da Comissão de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas e integrante da Comissão de Psicologia de Emergências e Desastres do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais.

Maria da Conceição Correia Pereira

Psicóloga certificada investigadora de acidentes aeronáuticos e de Fatores Humanos na Aviação. É professora do Instituto Tecnológico de Aeronáutica e da Professor da UNINASSAU – Recife (PE). Tem experiência em temas como aviação, segurança e proteção, gerenciamento de recursos de tripulação, gerenciamento de crises, psicologia das emergências e desastres.

Psicologia em defesa das pessoas com HIV/Aids

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e todos os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) repudiam as declarações do presidente da República, feitas na manhã do dia 5 de fevereiro, ao dizer que pessoas com HIV/Aids são uma “despesa” para a sociedade. Tal afirmação, irresponsável e inaceitável, reforça o estigma e a discriminação a uma população que, no seu cotidiano, já enfrenta processos de exclusão que ferem a dignidade humana e produzem sofrimento psíquico.

Cabe lembrar que, no enfrentamento à epidemia da Aids, o Brasil, há mais de vinte anos, soube construir uma política de Estado que está acima de governos ou partidos políticos, alicerçada nos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) e na garantia dos Direitos Humanos, com reconhecimento e destaque internacional. Tal política deve seu êxito ao fato de ter sido elaborada com forte participação dos movimentos sociais, com muita luta contra o preconceito e o fundamentalismo que preferem o silenciamento e a ignorância no lugar do investimento em Saúde e da aposta na vida.

A extinção do departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde nos primeiros meses do atual governo, além de fomentar a invisibilidade da epidemia, veio desarticular a construção histórica de ações e políticas de saúde em torno ao HIV/Aids. A declaração do Presidente, lamentavelmente, soma-se a esse desmonte, desvelando uma política de governo sem embasamento científico, calcada em preconceitos. Denuncia, ainda, a falta de investimento em políticas públicas como a de educação sexual, voltadas à juventude, com foco na prevenção aliada a estratégias intersetoriais.

Como profissionais da Psicologia, é nossa missão promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuir para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, atuando com responsabilidade social e analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. Manifestamos, assim, nossa repulsa pela abordagem desrespeitosa, preconceituosa e sem conteúdo crítico dispensada às pessoas que vivem com HIV/Aids por parte do governo brasileiro.

O CFP e os CRPs assumem o compromisso de ampliar as ações de orientação e fiscalização junto à categoria, como modo de enfrentamento a qualquer ato que reforce o estigma e a discriminação contra essa população, cujo maior sofrimento decorre, não da doença, mas do preconceito.

A Saúde é um direito de todas e todos e dever do Estado. Significa investimento na população do país que não pode ser tratada como “despesa”.

Respeito é o que cabe às brasileiras e aos brasileiros, sem distinção, a merecerem mais saúde e mais dignidade.

Conselho Federal de Psicologia
Conselho Regional de Psicologia 1ª Região – Distrito Federal
Conselho Regional de Psicologia 2ª Região – Pernambuco
Conselho Regional de Psicologia 3ª Região – Bahia
Conselho Regional de Psicologia 4ª Região – Minas Gerais
Conselho Regional de Psicologia 5ª Região – Rio de Janeiro
Conselho Regional de Psicologia 6ª Região – São Paulo
Conselho Regional de Psicologia 7ª Região – Rio Grande do Sul
Conselho Regional de Psicologia 8ª Região – Paraná
Conselho Regional de Psicologia 9ª Região –Goiás
Conselho Regional de Psicologia 10ª Região – Pará e Amapá
Conselho Regional de Psicologia 11ª Região – Ceará
Conselho Regional de Psicologia 12ª Região – Santa Catarina
Conselho Regional de Psicologia 13ª Região – Paraíba
Conselho Regional de Psicologia 14ª Região – Mato Grosso do Sul
Conselho Regional de Psicologia 15ª Região – Alagoas
Conselho Regional de Psicologia 16ª Região – Espírito Santo
Conselho Regional de Psicologia 17ª Região – Rio Grande do Norte
Conselho Regional de Psicologia 18ª Região – Mato Grosso
Conselho Regional de Psicologia 19ª Região – Sergipe
Conselho Regional de Psicologia 20ª Região – Amazonas e Roraima
Conselho Regional de Psicologia 21ª Região – Piauí
Conselho Regional de Psicologia 22ª Região – Maranhão
Conselho Regional de Psicologia 23ª Região – Tocantins
Conselho Regional de Psicologia 24ª Região – Rondônia e Acre

CFP participa de atividades em comemoração ao Dia da Visibilidade Trans

Durante a semana que marca o Dia da Visibilidade Trans (29 de janeiro) o Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou de atividades promovidas pelos Conselhos Regionais de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05/RJ), do Paraná (CRP-08/PR) e do Distrito Federal (CRP-01/DF).

No dia 29, a conselheira federal Marisa Helena participou de atividade promovida pelo CRP-01 (DF), em que falou sobre a responsabilidade das(os) psicólogas(os), enquanto profissionais da área da saúde mental, de “afirmar e defender a legitimidade da existência de pessoas trans que, por sua identidade de gênero, foram relegadas a condições menores ao longo do tempo”. A conselheira lembrou a importância da Resolução CFP n°01/2018, resultado de intenso trabalho de pesquisa, estudo e diálogo, publicada por decisão unânime de todos os Conselhos Regionais de Psicologia.

A Resolução CFP nº 01/2018 orienta psicólogas e psicólogos a atuar, no exercício da profissão, de modo que as travestilidades e transexualidades não sejam consideradas patologias, e de forma a contribuir para a eliminação da transfobia.

No CRP-05 (RJ), a conselheira do CFP Dalcira Ferrão participou, no dia 29, da mesa de abertura do evento Memória Trans, em homenagem e memória ao psicólogo trans João Nery. Entre as(os) participantes da mesa estavam presentes, pelo CRP-05 (RJ), o presidente Pedro Paulo Bicalho e a conselheira Céu Cavalcanti. A título de reparação, durante a atividade, a esposa de João Nery recebeu a carteira profissional simbólica do psicólogo, que perdeu seu diploma profissional quando retificou seu nome e gênero na época da ditadura.

A conselheira Dalcira ressaltou a importância histórica e simbólica deste ato no Dia da Visibilidade Trans, de “apresentar qual o papel e as mudanças de nossa ciência e profissão, no que tange o cuidado das pessoas travestis e trans e reafirmar nosso compromisso com a despatologização destas identidades”.

Na sexta-feira (24), a conselheira do CFP Marina Poniwas participou do lançamento regional do livro “Tentativas de Aniquilamento das Subjetividades LGBTIs”, promovido pelo CRP-08 (PR), em sua sede. A conselheira apresentou como foi o processo de construção da publicação, já que ela era integrante da Comissão de Direitos Humanos à época da elaboração do livro. Publicada pelo CFP, a obra reúne depoimentos anônimos de pessoas ao redor do país, mostrando as violências perpetradas por familiares, profissionais e sociedade contra as diversidades de gêneros e sexualidades.

Para a conselheira, a publicação afirma uma postura de despatologização das identidades, expressões de gênero e orientação sexual e “reafirma o compromisso ético-político do CFP na defesa dos direitos humanos”.

 

 

CFP assina nota sobre educação a distância na área da Saúde

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) tem acompanhado e participado de ações em prol da formação qualificada na área da Saúde e é signatário de nota pública do Fórum dos Conselhos Federais da Área de Saúde (FCFAS) contra a Portaria MEC 2117/2019, que aumenta de 20% para até 40% a carga horária por Ensino a Distância (EaD) permitida nos cursos presenciais na área da Saúde. O CFP e os demais conselhos de saúde solicitam a imediata revogação da referida portaria.

O CFP participa do FCFAS, representado pela conselheira Marisa Helena Alves, que compõe a Comissão de Educação do fórum e acompanhou a elaboração e assinatura da nota.

O Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde é composto por 14 profissões da área da Saúde e foi criado para discutir e deliberar sobre assuntos de interesse das profissões da saúde no Brasil.

Em dezembro do ano passado, o CFP divulgou nota de repúdio ao aumento da oferta da carga horária na modalidade EaD, elaborada pela Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia, em consonância com a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) e diversos conselhos profissionais da área da Saúde.

Confira a nota do Sistema Conselhos de Psicologia sobre o tema

CFP participa de evento do CRP-RJ em memória a João W. Nery, psicólogo e ativista trans

Neste Dia Nacional da Visibilidade Trans, 29 de janeiro, a conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Dalcira Ferrão, representará a Autarquia na mesa de abertura do evento “Memórias Trans e Reparação Histórica – Uma Homenagem a João W. Nery”, às 15h, na sede do Conselho Regional de Psicologia da 5ª Região (CRP-05/RJ).

Durante o evento promovido pelo CRP-05, será prestada homenagem ao psicólogo trans, João Walter Nery (falecido em 26 de outubro de 2018), na qual sua companheira Sheila Salewski receberá sua Carteira de Identidade Profissional (CIP).

A entrega da CIP representa a reparação simbólica do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, que reconhecerá João W. Nery como psicólogo, além da constatação de suas contribuições na luta em defesa dos direitos da população homossexual, travesti e transexual.

O evento, aberto à participação de psicólogas(os), estudantes e demais interessadas(os), é gratuito e as inscrições serão realizadas no próprio local, por ordem de chegada, sujeitas à lotação do espaço.

João W. Nery

Primeiro homem trans brasileiro, João Nery graduou-se em Psicologia pela UFRJ na década de 1970, mas foi impedido de atuar como psicólogo em função da sua condição de homem trans, o que, à época, o impossibilitou de existir documentalmente e, assim, de exercer sua profissão. Entre outras importantes obras, foi autor do livro “Viagem Solitária – Memórias de um Transexual 30 Anos Depois”, em que narra os desafios de ser uma pessoa trans em plena ditadura civil-militar no Brasil.

A sede do CRP-05/RJ fica localizada na Rua Teófilo Otoni, nº 93 – Centro, Rio de Janeiro (próximo à Candelária e à estação de metrô da Uruguaiana).

Com informações CRP-05/RJ

 

STF extingue ação contra Resolução CFP n° 01/99

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou nesta segunda-feira (20) o arquivamento da Ação Popular contra a Resolução CFP nº 01/99 do Conselho Federal de Psicologia (CFP), movida por um grupo de psicólogas(os) defensoras(es) do uso de terapias de reversão sexual.  Isso significa que continuam válidas todas as disposições da Resolução CFP nº 01/99.

A decisão da ministra Cármen Lúcia reafirma a integralidade da Resolução CFP n° 01/99, que determina que não cabe a profissionais da Psicologia no Brasil o oferecimento de qualquer tipo de prática de reversão sexual, uma vez que a homossexualidade não é patologia, doença ou desvio.

Em setembro de 2018, o CFP ingressou no STF com reclamação constitucional solicitando a suspensão dos efeitos da sentença e a extinção da Ação Popular que buscava anular a Resolução.

Em abril de 2019, a ministra Cármen Lúcia havia concedido liminar, determinando a imediata suspensão da tramitação da Ação Popular e todos os efeitos de atos judiciais nela praticados. Agora, a decisão definitiva confirma a liminar, o que evidencia a competência do CFP para editar orientações à categoria de profissionais da Psicologia.

A Resolução CFP nº 01/99 completou 20 anos em 2019. Com a decisão, fica evidente que a Psicologia brasileira não será instrumento de promoção do sofrimento, do preconceito, da intolerância e da exclusão.

Leia a decisão na íntegra.

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Saúde mental de janeiro a janeiro

Saúde Mental se debate o ano inteiro. Por isso, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) iniciou o ano com o Diálogo Digital “Saúde mental de janeiro a janeiro”, realizado no último dia 16 de janeiro, na sede do CFP e transmitido on-line. Após o debate, as(os) participantes falaram um pouco mais sobre o mote do Diálogo Digital. Na compreensão das(os) debatedoras(res), a Saúde Mental deve ser tratada em todos os níveis de cuidados, durante todo o ano, prezando pelo desenvolvimento de ações e políticas públicas que favoreçam o acesso à direitos; o bem-estar físico, psíquico e social; a qualidade de vida; enxergando nesses cuidados não só o indivíduo e suas subjetividades, mas todas as coletividades.

Para o psicólogo clínico, docente e pesquisador em saúde mental e ações terapêuticas, Thiago Petra, a saúde mental faz parte do cotidiano de uma prática e de uma luta da Psicologia que envolve constantemente um cronograma de ações para se efetivar. Sendo assim, o diálogo deve ser constante sobre esse tema, já que a Psicologia possui vários marcos temporais e históricos sobre o assunto. Petra lembra que durante o mês de maio, por exemplo, temos a questão da luta antimanicomial; em outubro temos o Dia Mundial de Saúde Mental. Também temos períodos durante o ano em que ocorrem as conferências, fóruns, congressos sobre Saúde Mental ou temas transversais em todo o país.

A psicóloga e conselheira do CFP, Marisa Helena, lembra que o Conselho sempre pautou a discussão sobre esse assunto. “Especificamente esse ano o tema ganha grande dimensão, devido a possibilidade de realização da V Conferência sobre Saúde Mental, como um espaço de discussão onde serão trazidas todas as temáticas relacionadas, assim como movimentos sociais e pessoas para promover esse diálogo”. A conselheira Marisa reforça que a realização da V Conferência permite que a Psicologia e demais entidades realizadoras desse evento contribuam com políticas para o setor. “Nós não vamos só ficar no discurso, vamos trazer contribuições para sociedade”.

Marisa Helena também falou sobre a importância da atuação da Psicologia pelo desenvolvimento de Políticas de Proteção Social, desde o período de formação da(o) futura(o) psicóloga(o). Para ela, toda essa proteção passa pela compreensão de processos coletivos. “Durante o período de formação de psicólogas, muitas vezes, existe uma dificuldade para que sejam feitas leituras de problemas do cotidiano, dos agravantes dos transtornos para a população e da dificuldade da vida das pessoas, como a retirada de direitos. Esses são fatores desencadeantes de problemas, de dificuldades das pessoas conviverem no cotidiano”.

O psicólogo especialista em Saúde Mental pela Universidade Federal de São Carlos, Marcos Garcia, completou falando que “estudos consolidados do mundo inteiro mostram que violação de direitos humanos comprometem a saúde mental, assim como a ausência de políticas de proteção social”. Segundo ele, temas como machismo, violência doméstica, diferenças salariais, atribuição de cuidados dos filhos às mulheres, a questão racial, as reformas trabalhista e previdenciária são temas que precisam do olhar mais atento das(os) profissionais que lidam com saúde mental, com o intuito de pensar políticas de proteção social.

Solenidade de posse do XVIII Plenário do CFP

Em solenidade de posse, na noite deste sábado (14) em Brasília, foi apresentado o novo Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que vai gerir a maior entidade da Psicologia brasileira no período 2019-2022. O XVIII Plenário do CFP será formado pelas(os) 22 conselheiras(os) que compuseram a chapa 21, “Frente em Defesa da Psicologia Brasileira”, que recebeu o maior número de votos da categoria na Consulta Nacional, entre 23 a 27 de agosto deste ano.

A cerimônia contou com a presença de todos os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), além de entidades da Psicologia brasileira e de outros Conselhos Profissionais. Compuseram a primeira mesa da noite o atual presidente do CFP, Rogério Giannini; a presidente eleita, Ana Sandra Fernandes Arcoverde Nóbrega; a psicóloga e diretora da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), Roseli Caldas, representando Fórum das Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb); Maria Cristina de Araújo, do Conselho Federal de Economia (Cofecon); Danilo Alves Montovane, do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFA); e Lylia Rojas, do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS).

Em seu discurso, Rogério Giannini reconheceu que os últimos três anos foram de muito trabalho, aprendizado e de resistência. Ele fez um balanço das importantes conquistas e realizações do CFP neste período que esteve à frente a Autarquia, agradecendo à Diretoria e a todo o Plenário, “notadamente comprometido”, e que esteve com ele nesta caminhada.

“Nossa gestão assumiu como seu eixo estruturante a defesa da democracia. Em nosso seminário de planejamento, em 2017, avaliamos que seriam anos difíceis, mas decidimos e definimos que resistiríamos. E resistimos, quando defendemos os princípios do nosso Código de Ética, quando exercemos nosso compromisso de promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades, quando promovemos uma Psicologia rigorosa do ponto de vista técnico, ético e científico, quando zelamos para que o exercício profissional fosse efetuado com dignidade e também lutamos pela ampliação do campo profissional. Para nós, resistir significou olhar para frente, vislumbrar novos futuros e, assim, encantar pessoas, grupos, coletivos, movimentos para descobrirem a potência da Psicologia brasileira para cuidar de pessoas e incidir na sociedade e na história”

Giannini lembrou momentos como o da defesa da Resolução CFP nº 01/99 e da Resolução CFP nº 01/18; pontuou ações de promoção da saúde de indivíduos e das coletividades, como as inspeções às comunidades terapêuticas e aos hospitais psiquiátricos; rememorou a realização dos seminários de Políticas Públicas, atualização das referências técnicas do Crepop; e as realizações do V Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (V CBP) e do 10º Congresso Nacional da Psicologia (CNP).

Finalizou dando as boas-vindas à nova gestão do CFP, mas antes agradeceu a dedicação de funcionários, membros do plenário e da diretoria do CFP, pelo empenho e dedicação junto à última gestão. “Resistimos e provemos uma Psicologia rigorosa, do ponto de vista técnico e ético e científico”.

Gestão será de união e ousadia

Em seu discurso de posse, a presidente do XVIII Plenário do CFP, Ana Sandra Nóbrega, agradeceu ao presidente Giannini e a todo o XVII Plenário, a qual ela fez parte, pela parceria, solidariedade e afetos. “A Psicologia tem um projeto de sociedade para o Brasil e é por isso que nós estamos aqui”.

Ao lado dos membros do novo Plenário, Ana Sandra falou sobre a importância da união desse novo grupo e da parceria com os membros que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia. Ela reafirmou o compromisso de continuar trabalhando em conjunto com todas as entidades da Psicologia, construindo uma Psicologia plural, diversa e comprometida com o enfrentamento das desigualdades sociais. “Gratidão por chegarmos a esse momento de uma forma jamais vista na história da Psicologia brasileira. Gratidão por chegarmos a este momento unidos.”

Para ela, união e ousadia foram dois aspectos fundamentais para que fosse possível viver esse momento atual da Psicologia. “A Frente em Defesa da Psicologia Brasileira surgiu da vontade de construir coletivamente, democraticamente, juntos e juntas. Essa Frente, cheia de sonhos e de projetos, hoje se transforma em gestão movida pela responsabilidade de executar o projeto de sociedade, expresso por uma categoria que baliza o seu saber e o seu fazer na afirmação da dignidade humana. Temos pela frente o desafio de tocarmos, juntas e juntos, as ações a as políticas da maior entidade da Psicologia do país. Sabemos que os novos tempos exigirão muito de nós, daí a necessidade histórica de constituição de uma Frente, que é diversa, plural, mas acima de tudo, que é unida. Nós queremos união na diversidade, querendo união reconhecendo, respeitando e valorizando as diferenças. Queremos uma Psicologia comprometida com o enfrentamento de toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Queremos uma Psicologia que compreenda e defenda as nossas demandas e necessidades para o bom exercício profissional. Afinal, sabemos que zelar pela prestação de serviços a sociedade é também zelar pelas boas condições de trabalho e pela valorização de nossa categoria.”

Ana Sandra Nóbrega afirmou que a Psicologia tem muito o que dizer e o que fazer na Saúde, na Assistência Social, na Educação, nos Sistemas de Justiça e Segurança Pública, nas organizações, na Clínica, no Esporte, no Trânsito, na Mobilidade Humana, nas políticas de Saúde Mental e nas políticas sobre drogas. “Temos grandes desafios na defesa das populações vulnerabilizadas, das pessoas com deficiência, das crianças e adolescentes, da população em situação de rua, dos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas, seguiremos um enfrentamento à LGBTFobia, ao machismo, ao sexismo, ao racismo, à xenofobia.”

A presidente eleita também reafirmou publicamente os compromissos que a nova gestão assumiu junto a todas as psicólogas psicólogos. “São muitos os direitos sob ataque, são muitos os direitos a defender. Não podemos e não abriremos mão dessa escolha ética, científica e política. Toda essa reflexão me leva a afirmar que, aquilo que nos permitiu chegar até aqui é o mesmo que nos possibilitará chegar e seguir em frente e exitosos ao longo dos próximos três anos. Tenham vocês votado ou não na nossa chapa, saibam que estaremos unidos, trabalhando para execução do projeto de Psicologia e de sociedade, construídos nos espaços democráticos e de participação da categoria, como os Congressos Regionais de Psicologia, os Coreps, e o Congresso Nacional da Psicologia, o CNP. Contamos com todas e todos e peço a vocês que contem também conosco.”

E finalizou afirmando que “apenas unidos, conseguiremos levar adiante um projeto tão ousado quanto esse, chamado de Psicologia Brasileira. Somos uma frente e seguremos em frente oferecendo ainda mais daquilo que temos sido ao longo das últimas décadas: democracia, ética, diversidade, direitos humanos, rigor científico e compromisso social.”

Ana Sandra também falou em memória à psicóloga e membro do XVII Plenário do CFP, Cleia Cunha e, também, à funcionária do CFP, Veracy Fernandes; ambas ajudaram a construir a história desta Autarquia. Ela também agradeceu aos familiares presentes pelo carinho, parceria e dedicação.

Confira os nomes dos novos integrantes do 18º Plenário CFP:

Ana Sandra Nóbrega/PB – Presidente
Anna Carolina Lo Bianco/RJ – Vice-presidente
Fabián Rueda/SP – Secretário-geral
Norma Cosmo/MS – Tesoureira
Adinete Sousa da Costa Mezzalira/AM
Alessandra Santos de Almeida/BA
Ana Paula Soares da Silva/SP
Célia Zenaide da Silva/SP
Dalcira Ferrão/MG
Isabela Saraiva de Queiroz/MG
Izabel Hazin/RN
Jesus Moura/PE
Juracy Toneli/SC
Katya Luciane de Oliveira/PR
Losiley Alves Pinheiro/MA
Marina de Pol Poniwas/PR
Marisa Helena Alves/MT
Neuza Guareschi/RS
Robenilson Barreto/TO
Rodrigo Acioli Moura/RJ
Tahiná Khan/GO
Virgílio Bastos/BA