CFP realiza Giro Descolonial Nordeste 2 com foco em saúde mental e saberes ancestrais

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Comissão de Direitos Humanos (CDH), realizou no dia 7 de maio o Giro Descolonial Nordeste 2: saúde mental e saberes ancestrais. O encontro ocorreu no Terreiro Oyá Matamba, localizado na comunidade de Portão, em Lauro de Freitas (BA).

A atividade integra a campanha nacional do Sistema Conselhos de Psicologia “Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis”, que busca valorizar a diversidade, as identidades e os territórios originários da sociedade brasileira, promovendo uma prática profissional e científica mais inclusiva.

Participaram do evento representantes das Comissões de Direitos Humanos dos Conselhos Regionais de Psicologia de Pernambuco (CRP-02/PE), Bahia (CRP-03/BA), Alagoas (CRP-15/AL) e Sergipe (CRP-19/SE).

A presidente do CFP e integrante da CDH, Alessandra Almeida, ressaltou a importância de uma Psicologia contracolonial que reconheça a pluralidade das vivências brasileiras e enfrente a hegemonia eurocêntrica, destacando que descolonizar significa reconhecer produções psicológicas historicamente invisibilizadas, o que permite práticas mais conectadas aos contextos sociais. “No processo de descolonização, é importante entender quais são nossas referências e como elas dialogam com a realidade e existências brasileiras”, pontuou.

A coordenadora da CDH, Andreza Costa, enfatizou o papel das práticas ancestrais no cuidado em saúde mental. “Esse debate é fundamental para compreender que essas produções de cuidado também são produções legítimas de bem-viver e de saúde”, afirmou.

Thiffany Odara, pedagoga e ialorixá do Terreiro Oya Matamba, considerou importante a presença do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologia e a escuta das vivências locais. Segundo ela, isso possibilita “repensar o cuidado a partir do corpo-território e de saberes afro-indígenas, pelo bem-estar da nossa comunidade preta de mulheres periféricas”.

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O evento ocorreu em duas etapas, devido a condições climáticas adversas. A primeira foi presencial, no Terreiro Oyá Matamba; a segunda aconteceu de forma virtual, em 2 de junho.

Confira as imagens do encontro.

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O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Comissão de Direitos Humanos (CDH), realizou, nos dias 26 e 27 de abril, o Giro Descolonial Centro-Oeste: vida além do trabalho. O encontro ocorreu na aldeia indígena Paikum, do povo Kurâ-Bakairi, em Paranatinga/MT, reunindo representantes das Comissões de Direitos Humanos dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) do Distrito Federal (CRP-01) e dos estados de Goiás (CRP-09), Mato Grosso (CRP-18) e Mato Grosso do Sul (CRP-14).

A presidente do CFP e integrante da CDH, Alessandra Almeida, destacou que o objetivo da ação, assim como os encontros anteriores no Sudeste e em parte das regiões Norte e Nordeste, é fortalecer a Psicologia na perspectiva do cuidado em território. 

“O que os povos indígenas esperam de nós? Como podemos promover saúde nos territórios, observando o que os corpos-territórios de fato precisam de nós? É isso o que nos leva a campo, para que possamos ter uma Psicologia que redescubra as existências brasileiras”, afirmou Alessandra Almeida.

A conselheira federal e representante da CDH, Nita Tuxá, enfatizou a relevância da campanha nacional das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia, Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis, ponto de partida dos encontros locais.

“A Psicologia precisa estar em movimento, nas bases, com as coletividades, ressignificando o que chamamos de Psicologia brasileira. Pensar uma Psicologia com outras filosofias de vida e lógicas de compreensão de mundo, sempre amparados no nosso código de ética e na prática profissional, é essencial para compreender os direitos humanos”, ressaltou.

Para Giulia Mendonça, integrante da CDH, a relação entre corpo e território envolve identidade, representatividade e produção de saberes dentro de contextos sociais e culturais. “A Psicologia deve ir ao encontro das comunidades, dos povos tradicionais e indígenas, refletindo sobre trabalho, saúde mental e bem-viver. Esses temas atravessam tanto a categoria profissional quanto a vida de todas as pessoas”, pontuou.

O indígena do povo Kurâ-Bakairi e psicólogo Thiago Kavopi reforçou a importância de uma atuação sensível dos profissionais da Psicologia, considerando as especificidades dos povos tradicionais. “A Psicologia visa compreender a saúde mental das pessoas num âmbito muito particular e subjetivo. Para os povos indígenas, a saúde mental está conectada à cultura, à natureza, ao equilíbrio espiritual e aos ritos tradicionais que formam o bem-viver”, observou.

Confira as imagens do encontro.

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Psicologia e direitos humanos: encontro propôs diálogo entre a prática psicológica, campos de atuação e a diversidade do Brasil

Nos dias 6 e 7 de junho, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Comissão de Direitos Humanos (CDH), realizou em Brasília/DF o X Seminário Nacional de Direitos Humanos. Com o tema Psicologia e Direitos Humanos: caminhos emancipatórios para (re)existências Brasis, o evento buscou fortalecer a aproximação de profissionais da Psicologia a diferentes grupos populacionais, a fim de incentivar o exercício de práticas científicas e profissionais mais inclusivas e representativas.  

O seminário reuniu representantes das Comissões de Direitos Humanos dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todo o país, que, em parceria com a CDH, contribuíram para a construção da Campanha Nacional de Direitos Humanos do triênio 2023-2025. Especialistas, ativistas e representantes de comunidades historicamente negligenciadas também participaram das atividades.  

Na abertura do evento, o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, destacou a importância de uma Psicologia conectada às diversas realidades sociais. Relembrou que a criação da CDH foi um marco na defesa dos direitos humanos no exercício profissional e científico da categoria. “O CFP tem 51 anos, dos quais 25 foram sem a Comissão e, agora, completamos 26 promovendo direitos humanos. Este seminário representa essa virada. Psicologia e direitos humanos são indissociáveis”, ressaltou.

A vice-presidente do CFP e integrante da CDH, Alessandra Almeida, pontuou que o seminário foi um momento de avaliação das ações desenvolvidas no triênio 2023-2025 e de apontamentos futuros. “Estamos felizes por debater aqui uma Psicologia contracolonial, capaz de acolher a diversidade das existências dos nossos Brasis. Isto representa a concretização dos planos iniciais da comissão e das atividades realizadas ao longo do triênio”, afirmou.  

O evento também foi marcado por intervenções, como os atos Criança não é mãe, Vidas trans importam, Palestina Livre, Demarcação Já e Combate à violência contra as mulheres. “Essas mobilizações representam a potência do debate sobre corpos e territórios, reafirmando uma Psicologia crítica e comprometida com os direitos humanos e em diálogo com a sociedade civil”, pontuou a conselheira do CFP e integrante da CDH, Nita Tuxá. 

Para a coordenadora da Comissão de Direitos Humanos, Andreza Costa, o X Seminário representou a culminância de um longo processo coletivo, reforçou a pluralidade brasileira e contextualizou as múltiplas possibilidades e abordagens da Psicologia, “identificando os processos de sofrimento e adoecimento das populações invisibilizadas e também reconhecendo suas estratégias de existência e resistência”, destacou.

Cuidado em liberdade  

Outro destaque do seminário foi o pré-lançamento do relatório nacional sobre a desinstitucionalização dos manicômios judiciários. A iniciativa busca consolidar políticas públicas de cuidado em liberdade e reforça o compromisso da Psicologia brasileira com o tema.  

“Apresentamos dados iniciais e indicativos sobre o fechamento desses espaços, que representam o pior do pior – prisões disfarçadas de hospitais, locais de violação de direitos em que o cuidado não ocorre de fato”, ponderou a conselheira federal Clarissa Guedes, durante o pré-lançamento.

Pedro Paulo Bicalho ressaltou a cooperação técnica com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o que representa um avanço significativo no reconhecimento institucional e na atuação conjunta entre Psicologia e Justiça. “De todas as nossas experiências de inspeção, essa é a primeira vez que o CNJ assina conosco. Isso não é qualquer coisa. Isso é maturidade institucional. Isso é reconhecimento da justiça brasileira sobre a nossa potencialidade de trabalho”, enfatizou.

Assista o X Seminário Nacional de Direitos Humanos.

Campanha CDH

Intitulada “Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis”, a iniciativa das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia para o triênio 2023-2025 busca valorizar a diversidade de histórias, identidades e territórios originários da sociedade brasileira, promovendo uma prática profissional e científica mais inclusiva e representativa.

Entre as ações, destacam-se os debates regionais Giros Descoloniais e o podcast Prosas Descoloniais, que pretendem resgatar saberes historicamente marginalizados e aproximar a Psicologia da realidade social do país.

A campanha também reforça resoluções fundamentais da profissão que orientam a atuação frente à discriminação racial, violência de gênero e direitos da população LGBTQIA+, consolidando o compromisso da Psicologia com os direitos humanos e a diversidade.

CFP realiza seminário nacional para debater diversidade e aproximação da Psicologia com comunidades historicamente marginalizadas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Comissão de Direitos Humanos (CDH), promove nos dias 6 e 7 de junho, em Brasília/DF, o X Seminário Nacional de Direitos Humanos, com o tema Psicologia e Direitos Humanos: caminhos emancipatórios para (re)existências Brasis. O evento será presencial e gratuito, mas exige inscrição prévia. As vagas são limitadas, de acordo com a capacidade do espaço, e as inscrições estarão abertas até o preenchimento total.

Com o objetivo de aproximar a categoria científica e profissional das diversas realidades sociais do país, além de fortalecer a promoção de práticas mais inclusivas e representativas, a programação irá destacar a campanha nacional das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia, com debates e vivências que valorizam as influências afropindorâmicas e latino-americanas na Psicologia.

O encontro também contará com mesas de diálogo sobre direitos e políticas públicas no cuidado em liberdade, culminando no pré-lançamento de um relatório nacional com dados inéditos sobre desinternação de pessoas com transtornos mentais em conflito com a lei nos manicômios judiciários de todo o país.

“Durante dois dias, vamos reunir especialistas e profissionais de diferentes áreas, ativistas e representantes de movimentos sociais para diálogos sobre como essa área do conhecimento e atuação é capaz de acolher a abordagem de comunidades que foram historicamente negligenciadas”, destaca o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

As pessoas interessadas também poderão acompanhar as atividades do Seminário em transmissão on-line, em tempo real, pelo canal do CFP no YouTube. As inscrições para esta modalidade também são necessárias.

Campanha CDH

Intitulada “Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis”, a iniciativa das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia para o biênio 2023-2025 busca valorizar a diversidade de histórias, identidades e territórios originários que compõem a sociedade brasileira, promovendo uma prática profissional e científica mais inclusiva e representativa.

Entre as ações, estão debates regionais intitulados Giros Descoloniais e o podcast Prosas Descoloniais. O objetivo é resgatar saberes historicamente marginalizados e aproximar a Psicologia da realidade social do país.

A campanha também reforça resoluções importantes da profissão que orientam a atuação frente à discriminação racial, violência de gênero e direitos da população LGBTQIA+, consolidando o compromisso da Psicologia com os direitos humanos e a diversidade.

Serviço

X Seminário Nacional de Direitos Humanos
Datas: 6 e 7 de junho
Horário: das 8h30 às 21h
Endereço: CRUB – Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras – SEPN 516, Conj D, Lote 09- Edifício Via Universitas – 4º Andar – Asa Norte – Brasília/DF
O local é acessível e inclusivo, haverá sala de descompressão e espaço para crianças.
Inscrições: O cadastro está disponível neste link, tanto para participação presencial (vagas limitadas à capacidade do espaço) quanto para acompanhar as atividades na modalidade virtual.