Conselho Federal de Psicologia terá assento permanente no Conselho Nacional para pessoas LGBTQIA+

Na última quinta-feira (6) foi publicado no Diário Oficial da União o decreto que institui o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Queers, Intersexos, Assexuais e Outras (CNLGBTQIA+).

Restabelecido quatro anos após ter sido extinto pelo governo anterior, o CNLGBTQIA+ terá como objetivo contribuir com a formulação de ações, diretrizes e medidas governamentais referentes às pessoas LGBTQIA+ em todo o país. O Conselho será composto de forma paritária por 38 representantes entre o governo federal e organizações da sociedade civil.

A nova conformação do Conselho LGBTQIA+ traz ainda uma importante novidade: terá a participação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) em caráter permanente, com direito a voz e sem direito a voto. O CFP foi convidado a integrar o espaço junto com outras instituições de destacada relevância na área – como o Conselho Nacional de Justiça, a Defensoria Pública da União, o Ministério Público Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Conselho Federal de Serviço Social.

A atuação histórica da Psicologia brasileira no tema destaca o CFP na agenda de proteção e cuidado a essa população. “Em que pese o inequívoco protagonismo da Psicologia brasileira nas questões de diversidade sexual e de gênero, estivemos fora da composição deste importante espaço de controle social em suas duas últimas gestões. Agora, com assento permanente no Conselho LGBTQIA, a incidência da Psicologia será permanentemente exercida nas políticas públicas destinadas a essa população. Nossa ciência e profissão tem seu espaço de reconhecimento garantido – e que nunca mais tenhamos retrocessos na garantia e promoção de direitos neste país”, pontuou Pedro Paulo Bicalho.

A secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Symmy Larrat, destaca que a criação do órgão colegiado era um anseio da população LGBTQIA+. “A participação social é prioridade deste governo e foi aniquilada na gestão do ódio. Estamos recolocando a pauta LGBTQIA+ no seu lugar de importância e isso inicia por debater e trabalhar junto com as pessoas que constroem esta pauta”, destacou.

Articulação institucional

O presidente do Conselho Federal de Psicologia esteve na semana passada em audiência com a secretária nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Symmy Larrat. Além da reinstalação do Conselho LGBTQIA+, estiveram em pauta temas como a retomada da política nacional de participação social e o contexto de violações de direitos nas comunidades terapêuticas.

As condições de maus-tratos e de descumprimento de direitos nessas instituições asilares têm levado o Conselho Federal de Psicologia a dialogar com diferentes pastas ministeriais para tratar da questão. No caso da população LGBTQIA+, comunidades terapêuticas têm sido espaços de práticas de terapias de reversão ou de reorientação sexual, entre outros graves problemas – conforme apontou o CFP no Relatório Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas.

No encontro com a Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ também foram tratadas possibilidades de parcerias. Neste sentido, a secretária Symmy Larrat convidou o CFP a participar do rol de atividades para o Dia Internacional de Luta contra a LGBTIfobia, em 17 de maio.

* Com informações do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania

O que diz o Código de Ética Profissional da(o) Psicólogas(o)

Princípios fundamentais:
“O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.”
“O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.”
“O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.”

Saiba mais sobre a atuação do CFP na área:

Resoluções

Resolução CFP nº 1/1999 – “Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual”
Resolução CFP nº 1/2018 – “Estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis”
Resolução CFP 5/2021 – “Aprova o Regimento Eleitoral para escolha de conselheiros federais e regionais dos Conselhos de Psicologia” (garante que as chapas tenham, no mínimo, 10% de reserva de vagas para pessoas trans, pessoas com deficiência ou povos tradicionais)

Nota Técnica

Nota Técnica CFP nº 1/2021 – Discorre sobre a Resolução CFP nº 1/1999, que estabelece normas de atuação para as(os) psicólogas(os) em relação à questão de Orientação Sexual.

Prêmio

Prêmio João W. Nery “Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans” – tem como objetivo premiar estudos e ações que envolvam a Psicologia como prática profissional de promoção do cuidado, do respeito e da dignidade das pessoas trans.

Livros

Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs
Psicologia e Diversidade Sexual: desafios para uma sociedade de direitos

Em seminário, Conselho Federal de Psicologia mobiliza a categoria para as etapas preparatórias da 13ª Conferência Nacional de Assistência Social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu nos dias 24 e 25 de março, em Brasília/DF, o I Seminário Nacional Psicologia e Controle Social no SUAS. A atividade foi organizada com o objetivo de mobilizar psicólogas e psicólogos que trabalham no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) a participarem das etapas preparatórias à 13ª Conferência Nacional de Assistência Social, marcada para dezembro.

Dentre as ações aprovadas no seminário estão a organização de conferências livres e reuniões nos níveis municipais e estaduais, com foco no segmento de psicólogas(os) que trabalham no SUAS, para a construção de propostas para o evento nacional.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, destacou que a Psicologia se transformou quando psicólogas e psicólogos passaram a trabalhar no Sistema Único de Assistência Social. Para ele, naquele momento, a sociedade passou a entender que desigualdade social e políticas públicas também são pauta para esses profissionais.

“Nós não somos trabalhadoras e trabalhadores das políticas públicas. Nós somos, especialmente, profissionais que monitoram e que constroem junto essas políticas públicas – e não existe nenhum lugar melhor para exercermos esta Psicologia senão junto ao controle social”, destacou durante o evento.

Debates

O seminário proporcionou diálogos sobre o papel do Sistema Conselhos de Psicologia nos processos democráticos para a construção da atuação política e profissional das(os) psicólogas(os). Os dois dias de evento também trouxeram a análise da conjuntura política do atual processo de reconstrução e ampliação da participação e do controle social das políticas públicas no Brasil.

A importância da Psicologia no controle social do SUAS, com resgate do histórico de lutas, articulações políticas, desafios e estratégias das trabalhadoras e dos trabalhadores, esteve no centro das reflexões. Também foram apontadas a necessidade de reconstrução e de fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social.

Para André Quintão, secretário nacional de Assistência Social do Ministério do Desenvolvimento Social, a conferência vai ser um momento de reflexão sobre os desafios do Sistema Único da Assistência Social. “Eu julgo indispensável, imprescindível mesmo, a construção das psicólogas e dos psicólogos nesse processo. Por isso, a gente quer essa contribuição da Psicologia para fazer desse processo conferencial um momento de colocar o SUAS de pé novamente”, pontuou.

A vice-presidenta do CFP, Ivani de Oliveira, defendeu a inclusão da Psicologia nas políticas de assistência social do país, uma vez que a área é uma das que mais absorve psicólogas e psicólogos, de acordo com o CensoPsi, divulgado no fim de 2022. “Pensar a área de atuação no controle social e no Sistema Único de Assistência Social implica necessariamente pensar as lutas por direitos, a importância das políticas públicas e o encontro entre elas e a Psicologia”, apontou.

Presente ao seminário, a deputada federal Erika Kokay (PT/DF), que é psicóloga por formação, salientou que a função dos profissionais de Psicologia dentro da construção da assistência social é fundamental. “É preciso reconstruir uma concepção de assistência social que precisa da existência das profissionais da Psicologia, como em todas as políticas públicas”, asseverou.

Para a coordenadora da Comissão Nacional de Psicologia e Assistência Social do CFP (CONPAS/CFP), a conselheira Neuza Guareschi, a conjuntura política atual do país é momento de ações para o fortalecimento do SUAS e de todas as políticas públicas. “O CFP nunca mediu esforços para que possamos estar nessa luta por uma reconstrução em busca dos direitos sociais para nossa população”, destacou.

Em sua fala, a presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), Margareth Dallaruvera, destacou que a 13ª Conferência será um marco histórico, por se tratar da grande conferência depois de seis anos de hiato. Ela citou o fato de o governo federal ter assumido a corresponsabilidade pela organização do evento. “Esse ato político demonstra o quanto é importante a realização dessas conferências no âmbito dos municípios e dos estados”, frisou.

13ª Conferência Nacional de Assistência Social

Nesta edição, a Conferência Nacional de Assistência Social terá como tema “Reconstrução do SUAS: O SUAS que temos e o SUAS que queremos”. A etapa nacional é precedida pelas conferências municipais, estaduais e distrital, previstas para os períodos de 3 de abril a 15 de julho e de 16 de agosto a 16 de outubro, respectivamente.

Psicologia na Assistência Social

Além de integrar o Fórum Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (FNTSUAS), o Conselho Federal de Psicologia compõe a gestão 2022-2024 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS).

O CFP também criou, em 2015, a Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (Conpas), regulamentada pela Resolução CFP nº 7/2020. Entre outras atribuições, a Conpas é responsável por sugerir estratégias de consolidação da Política Nacional de Assistência Social e executar deliberações do CFP sobre Assistência Social. A Conpas ainda é responsável por fomentar a participação da Psicologia em comissões, fóruns e conselhos de Assistência Social.

Entre as recentes iniciativas realizadas pelo CFP na área está a II Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no Sistema Único de Assistência Social, realizada em 2022. Promovida em conjunto com os Conselhos Regionais, a atividade teve como objetivo estimular o compartilhamento de experiências, saberes e práticas da Psicologia na Política Pública de Assistência Social no contexto da pandemia de Covid-19. Ao todo, mais de 160 práticas de Psicologia no SUAS foram apresentadas.

O Seminário

O “I Seminário Nacional Psicologia e Controle Social no SUAS” foi uma resposta do Sistema Conselhos de Psicologia às deliberações da categoria expressas no 11⁰ Congresso Nacional da Psicologia. O evento foi o disparador de um processo amplo, descentralizado e capilarizado de mobilização da categoria para a participação nas etapas municipais, estaduais, distrital e Nacional da 13ª Conferência Nacional de Assistência Social.

O seminário foi construído, com a urgência necessária, neste momento de início de gestão, a partir do CNP, do Planejamento Estratégico do CFP e dos debates e das ameaças que emergiram no âmbito do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) e no Fórum Nacional das Trabalhadoras e dos Trabalhadores do SUAS (FNTSUAS), espaços de participação e controle social nos quais o CFP tem destacada incidência. O evento responde, com a urgência necessária, às ameaças que se apresentaram à participação e à representatividade dos trabalhadores do SUAS.

A convite do CFP, cada Conselho Regional pôde indicar até duas representantes, que participaram presencialmente do Seminário na condição de co-autores na elaboração da metodologia ampliada e descentralizada de mobilização e como responsáveis pela futura e breve aplicação dessa metodologia localmente.

No segundo dia do seminário, foram formados grupos de trabalho, divididos por Regiões, para elaborar as estratégias de mobilização que foram apresentadas e consolidadas na Plenária Final. Representantes de entidades nacionais da Psicologia participaram de todo o processo como convidadas colaboradoras.

A participação de toda a categoria e de toda a sociedade interessada no controle social do SUAS foi garantida pela transmissão on-line, ao vivo e na íntegra, de todas as mesas de debates, solenidade de abertura, conferência e plenária final. O conteúdo integral segue à disposição pelo canal do YouTube no CFP.

Em breve, o Conselho Federal de Psicologia e os Conselhos Regionais de Psicologia divulgarão as atividades locais a serem realizadas para dar continuidade à mobilização da categoria para a participação e incidência política em todas as etapas (municipal, estadual, distrital, nacional) da 13ª Conferência Nacional de Assistência Social. Acompanhe pelo site e pelas redes sociais do CFP e de seu CRP.

Entidades da Psicologia e do Serviço Social pedem basta à violência nas escolas

Um conjunto de entidades da Psicologia e do Serviço Social divulgou nota conjunta clamando por um basta à violência nas escolas. O comunicado presta solidariedade às pessoas atingidas pela tragédia ocorrida na Escola Estadual Thomazia Montoro, que vitimou a professora Elisabeth Tenreiro, na última segunda-feira (27), em São Paulo.

O documento é assinado pelo Conselho Federal de Psicologia, pelo Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), pela Federação Nacional de Psicólogos (FENAPSI), pela Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), pela Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e pela Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS).

No comunicado, as entidades lamentam o ambiente do ódio e das armas mobilizado por organizações de viés nazista, masculinista e de extrema direita, que usam as redes sociais para incentivar a juventude a cometer violências nos espaços escolares.

“É preciso que escolas e todas as instituições democráticas repudiem a naturalização da violência e contribuam com a cultura do respeito e da solidariedade como valores essenciais na formação de nossas crianças e adolescentes”, afirmam as entidades.

A nota destaca a importância de psicólogas(os) e assistentes sociais para atuarem na promoção da boa convivência escolar, no enfrentamento da violência e de preconceitos na escola – como estabelecido pela Lei 13.935/2019, que garante a presença obrigatória destas(es) profissionais para compor equipes multiprofissionais na Educação Básica.

Psicólogas(os) e assistentes sociais também podem contribuir para o acompanhamento das(os) estudantes e suas famílias, apoiando a promoção de um ambiente escolar democrático, de respeito à pluralidade e à diversidade humana.

Clique no link abaixo para visualizar a íntegra da nota conjunta.

Por um basta à violência nas Escolas

 

Ação encabeçada pelo CFP inclui Lei 13.935 em projeto para criação de Política Nacional de Atenção à Saúde Mental nas Escolas

Após uma intensa articulação na Câmara dos Deputados, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee) conseguiram incluir a Lei 13.935/2019 na proposição legislativa que institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares (PL 3.383/2021). A inclusão se deu por meio de substitutivo apresentado pela relatora, deputada Tabata Amaral (PSB/SP), e aprovado nesta quarta-feira (29) pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.

A parlamentar acatou as sugestões do CFP e acrescentou ao projeto de autoria do senador Alessandro Vieira (Cidadania/SP) um artigo estabelecendo que a implementação da Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares se dará em articulação com o que dispõe a Lei nº 13.395/2019, que garante a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social na rede pública de educação básica.

O PL 3.383/2021 foi incluído na pauta de votações da Comissão de Educação após comoção popular pelo assassinato de uma professora em uma escola pública de São Paulo por um aluno, na última segunda-feira. A votação do projeto corrobora a necessidade do cuidado integral em saúde mental nas escolas, com a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas equipes multidisciplinares.

“Espero que, com a aprovação deste projeto nesta comissão, a gente possa avançar nesta discussão e que a saúde mental deixe de ser um tabu. Nossos professores, alunos e comunidade escolar precisam de amparo e preparo, e a gente vai ter que tratar com muita responsabilidade, muita ciência e muitos dados esse tema que é complexo, mas que é tão primordial”, destacou a deputada Tabata Amaral.

Aprovado pelo Senado em fevereiro de 2022, o PL 3.383/2021 está em tramitação pela Câmara dos Deputados. Após ser analisado pela Comissão de Educação, a proposição segue para apreciação pelas comissões de Seguridade Social e Família; Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania. Depois seguirá para o Plenário da Câmara.

Audiência pública com o CFP

Também como parte da mobilização feita junto aos congressistas, o Conselho Federal de Psicologia e outras entidades representativas de profissionais da área conseguiram assegurar a participação em uma audiência pública da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para debater e fiscalizar o cumprimento da Lei 13.935/2019.

A proposição, de autoria do deputado Rafael Brito (MDB/AL), foi aprovada nesta quarta-feira e vai ouvir representantes do Conselho Federal de Psicologia, do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), do Ministério da Educação (MEC), do Conselho Nacional de Secretário de Educação (Consed) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). A audiência ainda não tem data definida.

*Com informações do Senado e da Câmara dos Deputados

Conselhos de Psicologia de todo o país participam de capacitação promovida pelo CFP sobre Nova Lei de Licitações e Contratos

O assunto Licitações e Contratos é extremamente relevante para a Administração Pública, e não poderia ser diferente para o Sistema Conselhos de Psicologia. Pensando nisso, entre os dias 13 e 14 de março, mais de 80 funcionárias e funcionários integrantes do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologia de todo o país participaram de um curso de qualificação sobre o tema.

A atividade teve como foco a Lei nº 14.133/2021, conhecida como Nova Lei de Licitações e Contratos. A normativa estabelece diretrizes gerais de licitação e contratação para as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, atualizando princípios importantes na área.

O curso abordou aspectos da fase preparatória da licitação – como a importância da governança nas contratações e a elaboração de um Plano de Contratações Anual (PCA) – bem como instrumentalizou os participantes a elaborarem elementos essenciais para todo o processo licitatório, como os Estudos Técnicos Preliminares (ETP), a análise e gerenciamento de riscos e o termo de referência.

“A partir de abril de 2023 o uso da Nova Lei de Licitações e Contratos passa ser obrigatório em toda a Administração Pública e a qualificação acerca dessas diretrizes demarca o papel institucional do CFP em implementar ações para o bom funcionamento técnico e administrativo do Sistema Conselhos de Psicologia”, destaca a conselheira tesoureira do CFP, Célia Mazza.

O que muda com a nova Lei de Licitações e Contratos?

São várias as mudanças trazidas pela Lei nº 14.133/2021, que altera a antiga Lei 8.666/93, há quase trinta anos em vigor. As regras trazidas pela nova legislação vai permitir maior transparência nos processos licitatórios, além de assegurar que a Administração Pública realize contratações justas, imparciais e que não descaracterizem o interesse público.

Pensando na nova lei, é fundamental que haja planejamento na Autarquia, em específico no que tange às contratações. “A nova lei tem uma amplitude muito grande. Perpassa desde a autoridade superior às demais áreas, de forma transversal. Ou seja, praticamente todos estão envolvidos no processo. Por isso a importância de que a qualificação fosse ofertada a todo o Sistema Conselhos”, explica a supervisora do Setor de Licitações e Contratos do CFP, Mônica Neves.

Conselho Federal de Psicologia consegue apoio necessário para desarquivar no Senado projeto da jornada de 30h semanais

O Conselho Federal de Psicologia conseguiu reunir o apoio de 27 senadoras e senadores para desarquivar o PLS 511/2017, que trata da jornada semanal de trabalho de até 30 horas para profissionais da Psicologia. A proposta pode voltar a tramitar após um intenso trabalho de articulação do CFP pelos gabinetes parlamentares ao longo das últimas semanas.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, comemora a adesão de senadoras e de senadores às pautas da categoria após intenso diálogo e aponta a articulação pela aprovação das pautas de valorização das(os) trabalhadoras(es) da Psicologia.

“O apoio para o desarquivamento deste projeto crucial para a Psicologia brasileira foi fruto do intenso trabalho de articulação parlamentar realizada pelo Conselho Federal e da mobilização da categoria e dos Conselhos Regionais. Agora, vamos manter a mobilização para fazer com que a tramitação siga rapidamente pelas comissões da Casa até sua aprovação”, apontou.

Também neste esforço concentrado, o Conselho Federal conseguiu o apoio necessário para desarquivar o PLS 98/2015, de autoria do senador Davi Alcolumbre (União/AP) que exige a avaliação psicológica de todas(os) as(os) motoristas a partir da emissão da primeira Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

De acordo com o regimento do Senado, as proposições legislativas que não são definitivamente aprovadas em duas legislaturas são automaticamente arquivadas. Este foi o caso dos projetos 511/2017 e 98/2015. Para ser desarquivado e voltar a tramitar, são necessárias assinaturas de pelo menos 27 senadoras(es). Agora, os pedidos de desarquivamento aguardam a inclusão na Ordem do Dia de Requerimentos para leitura e aprovação do Plenário do Senado Federal para retornarem à tramitação.

Projetos sobre 30 Horas

Na Câmara dos Deputados, também tramita um projeto para fixar a duração de jornada de até 30h de trabalho para profissionais da Psicologia. O Projeto de Lei 1214/2019, de autoria das deputadas federais Erika Kokay (PT/DF) e Natália Bonavides (PT/RN), segue em tramitação na Casa e não compete com o PLS 511/2017, do Senado.

Na prática, as duas propostas podem tramitar paralelamente na Câmara dos Deputados e no Senado e as ações pelo desarquivamento do PLS das 30h buscam fortalecer as estratégias para assegurar a aprovação dessa garantia.

Na Câmara dos Deputados, o PL 1214/2019 está na Comissão de Finanças e Tributação (CFT), após aprovação em duas comissões anteriores. Em caso de aprovação, o PL avança para a última etapa de sua tramitação na Câmara pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC).

Atuação Legislativa

A atuação do Conselho Federal de Psicologia junto ao Congresso Nacional conta com apoio de área técnica dedicada exclusivamente à matéria, a Assessoria Parlamentar (Aspar/CFP). Por meio desta assessoria, o CFP monitora mais de 400 proposições legislativas de interesse da Psicologia e da sociedade.

Como prioridade, o CFP destacou 32 projetos de lei de valorização das(os) trabalhadoras(es) da Psicologia, como os que tratam do piso salarial e da jornada de até 30 horas. Também no foco, há proposições relacionadas ao Sistema Conselhos de Psicologia, Regulamentação da Psicoterapia, Educação, Saúde, Avaliação Psicológica e Direitos Humanos.

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Monitoramento de Projetos de Lei no Congresso

Petição pública on-line busca apoio para aprovação da jornada de 30h semanais para psicólogas e psicólogos

CFP lança edital do Prêmio João W. Nery: “Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans”

Com o intuito de fomentar a divulgação de estudos e ações exitosas no campo da Psicologia e da autodeterminação das identidades trans, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) lança nesta sexta-feira (24) o Edital de Chamada Pública nº 001/2023 (e retificação do edital) do Prêmio João W. Nery – “Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans”. 

Anunciado no dia 29 de janeiro, em alusão ao Dia Nacional da Visibilidade Trans, o prêmio leva o nome do psicólogo que, nos anos 1970, após realizar sua cirurgia de redesignação sexual, foi impedido de seguir exercendo a profissão – se tornando um ativista na luta pelos direitos das pessoas trans. 

A premiação pretende identificar, valorizar e divulgar práticas de psicólogues(as)(os), coletivos, grupos e organizações que envolvam a Psicologia como prática profissional alinhada aos direitos dessa população. Trata-se de uma ação Trans-affirmative (Transafirmativa) de reconhecimento, respeito e apoio às necessidades de indivíduos transgêneros e não conformes com o gênero, segundo os pressupostos da Declaração e Compromissos da IPsyNet – International Psychology Network for Lesbian, Gay, Bisexual, Transgender and Intersex Issues -, da qual o Conselho Federal de Psicologia é signatário. 

Como participar

As pessoas interessadas deverão apresentar experiências que dialoguem com o tema “Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans”. Poderão concorrer – nas categorias “Transafirmative”, “Individuais” e “Coletivas” – psicólogues(as)(os) em situação cadastral regular e que estejam adimplentes junto ao seu respectivo Conselho Regional de Psicologia. 

Além disso, as iniciativas precisam se relacionar a um dos eixos orientadores: Práticas acadêmicas (relatos de pesquisa, ensino ou extensão); Práticas de cuidado (relatos de experiência); ou Práticas artístico-culturais (poesias, vídeos, crônicas e demais manifestações artístico-culturais).

O período de submissão dos trabalhos é de 8 de maio a 30 de junho de 2023, de forma exclusivamente eletrônica pelo site do Conselho Federal de Psicologia. Ao todo, serão selecionadas nove experiências, com premiação no valor de R$2.000 (dois mil reais) – independentemente da categoria/eixo orientador. 

Psicologia e direitos das pessoas trans

A Psicologia brasileira vem, ao longo dos anos, reafirmando seu compromisso com a defesa dos direitos de todas as pessoas, evidenciando por meio de sua ciência e profissão uma atuação centrada no cuidado integral, no enfrentamento às desigualdades e a todas as formas de violência e de opressão. 

O Prêmio João W. Nery dialoga diretamente com a Resolução CFP nº 01/2018, que estabelece normas de atuação para as(os) psicólogas(os) em relação às pessoas transexuais e travestis. 

A resolução traz orientações para assegurar uma atuação que vise impedir o uso de instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminação e veda a colaboração com eventos ou serviços que promovam o desenvolvimento de culturas institucionais discriminatórias.

Serviço

Prêmio João W. Nery – “Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans”
Inscrições: 08/05/2023 a 30/06/2023
Exclusivamente on-line
Formulário de submissão dos trabalhos
Confira a íntegra do edital e retificação do edital.

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Resolução CFP que reconhece que identidades trans não são patologias completa 5 anos

CFP celebra duas décadas do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos

O Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos completa neste mês 20 anos de funcionamento. Para celebrar os avanços e as conquistas trazidas pelo SATEPSI, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza na próxima quinta-feira (23) atividade reunindo especialistas sobre o tema, com transmissão em tempo real pelas redes sociais do CFP.

Regulamentado pela Resolução CFP nº 2/2003, o SATEPSI foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a qualidade técnico-científica de instrumentos psicológicos para uso profissional, a partir da verificação objetiva de um conjunto de requisitos técnicos.

Para o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, as diretrizes e mecanismos trazidos pelo SATEPSI possibilitaram garantir o uso de testes psicológicos a partir do efetivo cumprimento dos princípios previstos pelo Código de Ética Profissional da categoria, atendendo de forma adequada às necessidades da população.

“A criação do SATEPSI é um marco na Avaliação Psicológica no Brasil. Com ele foram definidos os requisitos mínimos de qualidade técnica que os testes psicológicos devem possuir para que sejam utilizados com segurança pelos profissionais da Psicologia. O mecanismo trouxe mais qualidade e proteção ao exercício dessa atividade tanto para a categoria quanto para a sociedade”, destaca Pedro Paulo Bicalho.

É o que também aponta o coordenador da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP, o conselheiro Evandro Morais Peixoto: ” a criação do SATEPSI foi fundamental para o desenvolvimento e aperfeiçoamento da Avaliação Psicológica no exercício profissional da(o) psicóloga(o), assegurando qualidade técnica e científica para essa prática. O evento que celebra os 20 anos do SATEPSI será uma oportunidade para resgatar seu histórico, desafios atuais e perspectivas de futuro do sistema”.

20 anos de funcionamento

Ao longo dessas duas décadas, o SATEPSI acumula 152 testes psicológicos considerados favoráveis e outros 195 desfavoráveis, evidenciando o processo criterioso de avaliação dos instrumentos propostos e de qualificação dessa atividade.

O trabalho conta com o apoio da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP/CFP) que, além de conduzir o processo de avaliação dos instrumentos submetidos ao Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos, também tem como função discutir e propor diretrizes, normas e resoluções na área.

Essa trajetória e a relevância do SATEPSI para a categoria e para o conjunto da sociedade serão o tema do diálogo que reunirá a integrante da CCAP/CFP, Ana Paula Porto Noronha, e as(os) especialistas Acácia Angeli dos Santos e Ricardo Primi. A mediação será conduzida por Evandro Morais Peixoto, conselheiro do CFP.

Serviço
SATEPSI 20 anos: celebrando a importância da avaliação psicológica na sociedade
Data: 23 de março
Horário: 16h
Transmissão ao vivo, pelas redes sociais do Conselho Federal de Psicologia.

Nota de Pesar – Osvaldo Saidón, psicanalista

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lamenta o falecimento do médico, psicanalista e analista institucional argentino Osvaldo Saidón, no último sábado (18), em Buenos Aires.

Saidón desenvolveu importantes trabalhos de análise institucional no Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia e Nicarágua. Foi professor universitário e assessor da Organização Panamericana de Saúde.

Tendo vivido no Brasil entre 1976 e 1988, Saidón contribuiu para a difusão da análise institucional e para o trabalho com grupos no país. Ainda no Brasil, fundou o Instituto Brasileiro de Psicanálise, Grupos e Instituições (Ibrapsi), no Rio de Janeiro.

As obras “Práticas Grupais” e “Devires da Clínica” são legados de sua valiosa produção bibliográfica.

NOTA DE PESAR – Franco Rotelli

Faleceu nesta quinta-feira (16) o ativista da desinstitucionalização psiquiátrica Franco Rotelli. O médico italiano foi referência na construção de políticas de superação do modelo manicomial em diferentes países do mundo, inspirando também a criação da Lei No 10.216/ 2001 que instituiu a Reforma Psiquiátrica Brasileira.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) destaca as contribuições e o valoroso legado de Franco Rotelli para a promoção de um cuidado em saúde mental pautado pela liberdade, pela integração comunitária e pelo respeito à dignidade humana.

Franco Rotelli, presente.