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Dois filmes em cartaz abordam loucura e saúde mental

Dois filmes nacionais recém-lançados tratam sobre o tema da loucura e da saúde mental. “A Loucura entre Nós” participa, neste fim de semana, de mostra de cinema em Brasília e “Nise – O Coração da Loucura” está em cartaz em todo o país.

O primeiro aproxima sua câmera de personagens e suas histórias em um hospital psiquiátrico e lança um olhar sobre o limiar do que é considerado sanidade e loucura. Já o segundo apresenta a história da médica Nise da Silveira (1905-1999), que impôs uma visão humanista nos hospícios brasileiros.

A diretora de “A Loucura entre Nós”, Fernanda Vareille, e sua equipe tiveram como ponto de partida a Criamundo, ONG de reinserção no mercado de trabalho de pacientes psiquiátricos, sediada no Hospital Juliano Moreira, em Salvador. O documentário é livremente inspirado no livro homônimo do médico psiquiatra Marcelo Veras.

Em entrevista ao Conselho Federal de Psicologia (CFP), Vareille conta que a primeira impressão ao entrar em um hospital psiquiátrico a levou a uma visão ingênua sobre loucura e liberdade diante das amarras sociais. “O processo longo de filmagem me permitiu amadurecer o olhar”, diz a cineasta, formada em Cinema pela Sorbonne Nouvelle e em Jornalismo de TV pela Universidade de Londres. “Nesse primeiro momento eu associei a loucura com a liberdade. No início eu romantizava, via até poesia no hospital. Isso desapareceu quando amadureci o meu olhar, e esse tempo de três anos foi fundamental para esse processo.”

Lembrando frase da personagem principal, Leonor – “A loucura é uma coisa tão louca, tão louca que nem parece loucura” –, a diretora destaca que o filme demonstra que o limite da normalidade não é tão claro e que ela também não se habilita em delimitar conceitos.

Além de buscar desmistificar o conceito, a produção mostra o cotidiano de um hospital psiquiátrico e o trabalho com os pacientes feito pela Criamundo. “O filme é sobre as pessoas, mas eu precisava mostrar o universo daquelas pessoas envolvidas, e isso incluía o hospital”, explica Vareille.

Apesar de não ser uma especialista na temática, ela afirma que tem identificação direta com o Movimento Nacional de Luta Antimanicomial, que acaba de completar 15 anos. “Acredito que a sociedade brasileira ainda precisa conquistar muito mais espaço para a adoção real de modelos de atenção alternativos”, observa.

 Nise

“Nise – O Coração da Loucura” traz à tela críticas relacionadas ao tratamento psiquiátrico com excesso de medicamentos, eletrochoques, lobotomia e o uso de coerção e violência física.

A médica Nise da Silveira buscou terapias alternativas para o tratamento dos pacientes como o convívio com animais domésticos e ateliês de pintura.

Estrelado por Glória Pires e dirigido por Roberto Berliner, o longa-metragem estreou no dia 21 de abril nos cinemas de todo o Brasil.

Nise – O Coração da Loucura (108 min)
Data de lançamento: 21 de abril de 2016
Direção: Roberto Berliner
Elenco: Glória Pires, Simone Mazzer, Julio Adrião
Gêneros: Drama, Biografia
Página oficial: https://www.facebook.com/niseocoracaodaloucura/

A Loucura entre Nós (76 min)
Apresentação na Mostra do Filme Livre
Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília
Dia 01/05, 19h30
Gênero: Documentário
Direção: Fernanda Vareille
Página oficial: https://www.facebook.com/A-loucura-entre-nós-983160775029069/

Nota do CFP sobre as afirmações de Dunga durante a “Semana da Evolução do Futebol Brasileiro”

A respeito das declarações dadas pelo técnico da Seleção Brasileira de Futebol (Masc.), Dunga, e pelo técnico do Fluminense Football Club, Levir Culpi, sobre a “inviabilidade” do trabalho da Psicologia na seleção brasileira, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) esclarece e contextualiza que a Psicologia do Esporte é uma ciência que desenvolveu, ao longo dos anos, um vasto e denso conjunto de conhecimentos que subsidiam o fortalecimento emocional de atletas e demais profissionais envolvidos no desempenho esportivo, segmento profissional do esporte de alto rendimento.

A posição institucional da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) explicita que a filosofia gerencial está baseada na experiência vivida e no conhecimento adquirido por meio da prática, fato que permeia a contratação e a manutenção da equipe técnica responsável hoje pela coordenação das Seleções Brasileiras de Futebol Masculino.

As dimensões psicológicas da conduta humana (afetiva, cognitiva e comportamental) na preparação de um atleta fundamentam-se nos aspectos ligados às competências e habilidades da Psicologia do Esporte. Eles precisam estar integrados e se constituir mutuamente de forma a promover a saúde integral do ser humano. Para tanto, as competências e habilidades psicológicas necessárias em âmbito de alto rendimento são extremamente refinadas e precisam de preparação, acompanhamento e avaliação constantes. Isso se faz presente nas mais diferentes modalidades esportivas, tendo experiências de sucesso em Seleções Nacionais de Futebol como Alemanha e Inglaterra, coordenadas por ex-atletas.

Fundamentado nos aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais, contextualizados socialmente, o profissional da Psicologia do Esporte segue um protocolo de trabalho gerado especificamente para cada modalidade esportiva e população-alvo, considerando peculiaridades individuais. Tal profissional constrói esse protocolo por meio de seu conhecimento teórico e com o uso de testes e técnicas validadas cientificamente para lidar com determinadas situações, englobando elementos entre diferentes níveis de análise – que vão desde aspectos psicofisiológicos, características de personalidade até os mais determinantes fatores psicossociais.

Assim, busca-se alcançar equilíbrio emocional e nível de concentração ideal para bater um pênalti ou reagir a provocações do time adversário, responder a perguntas capciosas de jornalistas e distanciar-se de problemas pessoais e familiares que podem afetar seu desempenho, bem como lidar com a logística dos campeonatos, a hierarquia, a comunicação grupal, o período de pré-temporada, a fixação do período de férias, diferenças culturais, por exemplo.

Faz-se necessário distinguir que o entendimento explicitado pelos técnicos que participaram do debate revelou que muitos dirigentes e treinadores não apenas desconhecem a natureza do trabalho da Psicologia do Esporte como são capazes de comparar a atuação de profissionais qualificados, que levam em torno de 10 anos para se efetivar (entre graduação, especialização, mestrado e doutorado), a práticas de senso comum.

Deixar de considerar a preparação ou treinamento psicológico é ignorar a importância da relação entre os aspectos psicofísicos e psicossociais, determinantes para o alcance dos objetivos e dos resultados esperados pelo atleta ou pela equipe de alto rendimento.

Conselho Federal de Psicologia

Cadastro mapeia profissionais interessadas (os) na temática das relações raciais e de gênero

Está aberto um cadastramento nacional com o objetivo de mapear psicólogas (os), estudantes de psicologia e pesquisadoras (es) interessadas (os) na temática das relações raciais e de gênero e em seu enfrentamento.

A pesquisa é uma parceria da Articulação Nacional de Psicólogas (os) Negras (os) e Pesquisadoras (es) (Anpsinep) com o Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP). Foi lançada no evento “Sociedade, Racismo e Sofrimento Psíquico”, na sede do Conselho Regional de Psicologia do Distrito Federal (CRP-DF).

É possível participar por meio deste link.

Profissionais da Psicologia debatem atuação na Psicoterapia

A atuação e a inserção dos profissionais de Psicologia na Psicoterapia estarão em pauta nesta sexta-feira (29), no próximo bate-papo transmitido ao vivo pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). Você pode participar da atividade pela internet.

O debate online Psicoterapia e Formação pretende ampliar as discussões e problematizar as demandas relacionadas ao tema. É realizado pela Comissão Nacional de Formação (Confor) da autarquia.

As psicólogas Emília Afrange e Ângela Hiluey – respectivamente, presidente e vice-presidente da Associação Brasileira de Psicoterapia (Abrap) – são as convidadas da Confor para buscar reflexões e enriquecer o diálogo, com participação de Bárbara Conte, psicóloga e integrante da Comissão. A mediação será feita pela psicóloga Vera Morselli, também membro da instância.

Para participar, envie suas perguntas e comentários para o e-mail eventos@cfp.org.br ou via redes sociais usando a hashtag #PapoPsi.

Conteúdo online

Seminário recente da Confor abordou a formação em Psicologia no Brasil. Foram debatidos os cursos de graduação e especialização e, ainda, a concessão do título de especialista. Com mais de oito horas de duração, Ser Psicóloga ou Psicólogo no Brasil: Que Profissional Queremos? está disponível na íntegra no canal do CFP no YouTube.

O Conselho dispõe ali o VT integral de cada discussão, logo após o encerramento. São bate-papos sobre os mais diversos temas da Psicologia. Já foram realizados cinco debates neste ano.

Debate online “Psicoterapia e Formação”

Sexta-feira (29), das 16h às 18h

Link da transmissão: http://bit.ly/231Jf5h

CFP disponibiliza vídeos de debates na íntegra

Você pode assistir no YouTube aos vídeos dos cinco debates online realizados neste ano pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), que já obtiveram mais de 11,3 mil visualizações do público.

A autarquia dispõe em seu canal o VT integral de cada discussão, logo após a transmissão ao vivo pela internet. São bate-papos sobre os mais diversos temas da Psicologia. O próximo, na sexta-feira (29), abordará “Psicoterapia e Formação”.

Os temas tratados em 2016, até o momento, foram: “Impacto da Psicologia Positiva na POT” (19/04), “O Trabalho do (a) Psicólogo (a) no Sistema Prisional” (12/04), “Proteção Social Básica” (08/04), “Aborto: Direitos, Políticas para Mulheres e o Papel da Psicologia” (08/03), “Psicologia e Serviço Social na Educação” (04/03), “Competências e Exercício Profissional em POT” (02/03) e “Gestão do Suas” (25/02).

Soma-se a essa lista o seminário “Ser Psicóloga ou Psicólogo no Brasil: Que Profissional Queremos?”, com mais de oito horas de discussão sobre questões de interesse da categoria, com ênfase em formação.

Conheça o canal do CFP no YouTube e fique atento às novidades!

Chamada pública contempla 93 eventos em Psicologia

Noventa e três eventos técnicos e/ou científicos receberão auxílio financeiro do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no segundo semestre. Eles foram contemplados no Edital de Chamada Pública nº 004/2015, cujo resultado final acaba de ser divulgado pela autarquia.

Congressos, mostras, colóquios, jornadas, ciclos de estudos, simpósios, encontros, debates e reuniões compõem o conjunto de atividades, que receberá ao todo R$ 150 mil. Trata-se de iniciativas provenientes de todo o país, com abrangência regional, nacional ou internacional, para realização entre 1º de julho e 20 de dezembro de 2016. Elas se somam às apoiadas neste semestre, no mesmo valor global.

O objetivo da Chamada é democratizar e dar transparência aos auxílios concedidos para eventos com o fim de desenvolver, consolidar e valorizar a Psicologia, bem como a classe profissional das (os) psicólogas (os), evidenciando à sociedade a relevância dessa ciência e das atividades técnico-profissionais da respectiva categoria.

O edital segue as normas estabelecidas pela Lei nº 8.666/93. O auxílio pode envolver passagens aéreas nacionais, hospedagem no território brasileiro e impressão de material gráfico.

 

Confira as apresentações dos resultados:

1° semestre  |  2° semestre

 

Nota técnica orienta sobre plataformas informatizadas de testes psicológicos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou a Nota Técnica nº 02/2016, referente a testes psicológicos em ambiente virtual. O documento visa orientar psicólogos (as), editoras e laboratórios responsáveis pelo uso e pela comercialização de serviços, recursos e produtos psicológicos em plataformas informatizadas.

O texto recomenda a adoção de cuidados referentes a integralidade, sigilo e atenção aos direitos do usuário na utilização de resultados dos testes. São estabelecidos critérios aos quais o projeto de pesquisa na plataforma informatizada deve atender após ter obtido autorização de Comitê de Ética em Pesquisa (Sistema CEP/Conep).

A medida atende à Resolução Conep nº 466/2012, que trata das diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos, respondendo também às novas necessidades de atendimento à sociedade impostas pelo desenvolvimento científico e tecnológico. A Nota parte da constatação de que o registro documental, além de valioso para o psicólogo, para quem recebe atendimento e para as instituições envolvidas, é um importante instrumento para a produção e o acúmulo de conhecimento científico, a pesquisa e o ensino. Por outro lado, reitera a necessidade de preservar o sigilo na prestação de serviços psicológicos, tendo em vista as Resoluções CFP nos 001/2009 e 007/2003 e o Código de Ética Profissional do Psicólogo.

Também está disponível online o termo de compromisso que o (a) profissional deve assinar como garantia do sigilo dos dados.

Consulta pública

Ainda no campo dos testes psicológicos, será aberta em breve consulta pública para a revisão da Resolução CFP nº 002/2003.

Proposta para mediação em processos será levada a assembleia em maio

Proposta para a implantação de meios de solução consensual, como a mediação, nos processos disciplinares éticos será apreciada na próxima Assembleia de Políticas Administrativas e Financeiras do Sistema Conselhos de Psicologia (Apaf), em maio.

O grupo de trabalho (GT) que trata desse tipo de procedimento sistematizou as sugestões encaminhadas pelos conselhos na segunda rodada realizada para aprimorar o documento. Além do Conselho Federal de Psicologia (CFP), integram o grupo representantes dos CRPs 06 (São Paulo), 08 (Paraná), 12 (Santa Catarina) e 14 (Mato Grosso do Sul).

A resolução que está em processo de construção visa instituir e normatizar meios de solução consensual de conflitos, regulamentando a criação da Câmara de Mediação no âmbito das Comissões de Ética e alterando a Resolução CFP nº 006/2007, que institui o Código de Processamento Disciplinar.

“Estudos preliminares apontam que um número razoável de queixas ou denúncias nos Conselhos Regionais de Psicologia se refere a infrações consideradas de menor gravidade”, comenta a coordenadora do GT, a conselheira do CFP Nádia Rocha, citando como exemplos casos relativos a dificuldade no agendamento de consultas, definição de honorários ou devolução de relatórios. “Desta forma, a implementação do procedimento de mediação, já amplamente utilizado no âmbito do Judiciário, parece-nos uma medida acertada no sentido de dar agilidade à resolução dos conflitos.

Formulada com base em debates e consultas realizados desde 2013, a proposta inclui o Código de Ética dos Mediadores do Sistema Conselhos de Psicologia.

Pelo texto em discussão, a prioridade em todas as etapas do processo disciplinar-ético será a reparação dos danos causados pelas infrações e a reconstrução dos laços sociais por meio da busca de uma solução consensual e do restabelecimento do diálogo entre as partes envolvidas. O ponto de partida será a verificação do interesse de ambas as partes em que ocorra a mediação.

A Câmara de Mediação poderá conduzir outros meios de resolução de conflitos, como conciliação e processos restaurativos, conforme a necessidade de cada caso.

Reflexão e coesão

A proposta destaca “o empenho crescente do Estado brasileiro em disseminar uma cultura social de autocomposição dos conflitos”. Lista, nessa frente, o Código de Processo Penal, a Lei nº 9.099/95, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Resolução nº 125/10 do Conselho Nacional de Justiça, o Código de Processo Civil e a Lei nº 13.140/15. Também lembra que o Código de Ética Profissional do Psicólogo se propõe a fomentar a autorreflexão exigida de cada indivíduo acerca de suas práxis, de modo a responsabilizá-lo por ações e suas consequências no exercício profissional.

O texto cita recomendação das Nações Unidas pela abordagem restaurativa, como processo que respeita a dignidade e a igualdade das pessoas, constrói entendimento e promove o sentimento de coesão social. É lembrada, ainda, deliberação do VIII Congresso Nacional de Psicologia nesse sentido.

Participaram da reunião de sistematização representantes do CRP 06, Ana Lúcia Catão e Gabriela Gramkov, do CRP 12, Anderson Schuck, e do 14, Fernando Faleiros; e, pelo CFP, os conselheiros João Baptista Fortes e Além de Nádia Rocha, o assessor jurídico Vitor Neiva e o analista Vinicius Lima.

Simpósios intensificam debate sobre Psicologia do Esporte

Os simpósios foram os destaques da tarde de segundo dia de IX Congresso Internacional e o XVI Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte e do Exercício (Conbipe). Ao todo, mais três eventos desta natureza e uma mesa-redonda tiveram participações de psicólogos (as) do Esporte de várias partes do planeta.  A conclusão se deu com mais um Continuing Education Workshop, cujo tema foi “Jogos Olímpicos e Paraolímpicos: a contribuição da Psicologia do Esporte para o desempenho esportivo”. Os organizadores foram Gangyan Si (China), Robert J.Schinkle (Canadá) e Lauren A. Loberg (Estados Unidos).

O primeiro simpósio da tarde teve como tema “Da pesquisa para a intervenção em Psicologia do Esporte para atletas olímpicos”. Os palestrantes foram os professores Artur Poczwardoski (EUA) e Robert J.Schinkle (Canadá).

Poczwardoski abordou “Conexões interdisciplinares no serviço de Psicologia do Esporte da teoria/pesquisa à prática”. Delimitou termos da área (Psicologia do Esporte) e o contexto como é realizado o trabalho, e a interdisciplinaridade. O norte-americano explanou sobre sua especialidade, Psicologia do Esporte e do Desempenho.

Ele apontou os desafios na perspectiva humanística com atletas paralímpicos, com treinamento de mente, bem como as aflições dos atletas e suas limitações, sob o aspecto do comportamento. Contou que usa a intervenção comportamental como forma de estimular a motivação e trabalhar a transição de carreira.

Schinkle discorreu sobre a questão “Da pesquisa para a intervenção em Psicologia do Esporte para atletas olímpicos”.  Em sua fala, o canadense descreveu o trabalho com desportistas de elite imigrantes em seu país e a problematização em sua aculturação.

Ele elencou três elementos em sua pesquisa: contexto do ambiente dos atletas (aculturação, citando seu trabalho com indígenas canadenses), treino baseado em evidências (como foi a adaptação ao país, por exemplo) e racismo dirigido a minorias étnicas.

Novas tendências

O terceiro simpósio do dia foi sobre “Novas tendências de investigação relacionadas à melhoria de desempenho”. Sobre esse tema, os participantes foram os professores Ernest Tsung-Min Hung (Taiwan), Thomas Schack (Alemanha) e Natalia B. Stambulova (Suécia).

Hung falou sobre a aplicação do eletroencefalograma no estudo do esporte de rendimento. O psicólogo de Taiwan iniciou sua explanação pela psicofisiologia, que busca diferentes tipos de resposta do sistema nervoso central, ressaltando que pouco se sabe sobre o cérebro, apesar do avanço do conhecimento nos últimos anos.

O palestrante apresentou o conceito da eficiência psicomotora, mostrando exemplos de atletas profissionais que concentram mais atividades no lado esquerdo do cérebro. Ele comparou a atividade cerebral de atiradores amadores e profissionais, sendo que estes usam menos áreas do cérebro.  Em sua pesquisa, Huang  destaca o incentivo ao ritmo sensorial motor (RSM), atividade que leva a melhor habilidade motora.

“Representação Mental e Desempenho: Novas Abordagens para um Coaching Inteligente” foi o tema de Schack. O alemão tratou sobre os diferentes níveis de controle mental, representações sensoriais motoras e controle sensorial motor. Para ilustrar sobre a análise da tarefa, o pesquisador fez uma apresentação tocando violão e gaita ao mesmo tempo. Ele demonstrou conceitos básicos de memória usando pesquisa com postura de movimentos de atletas. Ele mostrou que os atletas profissionais têm um tempo de reação mais rápido do que os iniciantes.

Natalia, por sua vez, ressaltou que tem trabalhado em diferentes tópicos ajudando atletas dentro e fora da carreira. Passou pela performance atlética e pelo contexto profissional, citando exemplos de transição de carreira, destacando os Jogos Olímpicos como nova tendência e como uma forma de não separar carreira com a vida pessoal.

Como ilustração, a pesquisadora mostrou um estudo da primeira competição de que alguns atletas russos participaram e quais as suas motivações, lembrando também o medo por falta de suporte dos treinadores.  Ela mostrou estudos de atletas de países como Bélgica, Holanda, Canadá e Islândia, especificando os ciclos e os impactos dos Jogos Olímpicos nas vidas dos participantes. Em uma de suas conclusões, a russa aponta que a performance atlética e o contexto da carreira são inter-relacionadas e o desenvolvimento/perspectiva da carreira em performance é uma área promissora na pesquisa.

Juventude

Com participação do espanhol Jaume Cruz e do italiano Fábio Lucidi, o quarto simpósio do dia foi sobre “Juventude saudável e esporte de elite”.

Cruz ressaltou que os agentes de mudança são constituídos como uma “pirâmide” – pais, treinadores, colegas, árbitros. Segundo ele, o psicólogo do Esporte precisa analisar a atuação dos treinadores e o ambiente das crianças.

O espanhol ressaltou a importância do Esporte na formação da criança, mas também apontou pontos negativos como excessivo foco na vitória, sobretreino e estresse. Ele relatou um congresso em Barcelona em 1998 com a campanha “Conte até três”, seis anos depois dos Jogos Olímpicos. O evento fazia interface com a área educacional.

Também citou uma ferramenta chamada PsyTool como forma de prevenção a acidentes em esportes de gramado. O objetivo geral era mostrar a Psicologia do Esporte como ferramenta para prevenção de violência e intolerância, promovendo o fair play e a integridade na prática esportiva.

Lucidi discorreu sobre doping. O italiano mostrou dados de dopagens, programas de pesquisa nacionais e internacionais sobre uso de drogas proibidas por jovens e adultos que praticam esporte. Segundo informou, 1 a 7% dos atletas jovens e adultos recorrem à prática e o uso é mais acentuado e permissivo nos jovens homens. Ele apresentou a Teoria Social Cognitiva para justificar essa problemática.

O pesquisador apresentou estudos psicométricos sobre o uso de drogas em atletas amadores. Esses estudos têm ajudado a confirmar a integração de Comportamento Planejado com Teoria Social Cognitiva para o desenvolvimento de ações contra a prática. Ele citou programas de intervenções realizados para minimizar esses problemas, com ação integrada de professores, treinadores e psicólogos.

Mesa-redonda

Antes do workshop internacional, os palestrantes Gangyan Si (China) e Franco Noce (Brasil) participaram de mesa sobre os Jogos Olímpicos do Rio 2016, que encerrou a Conferência Regional.

Censo sobre a área da Psicologia do Esporte está em andamento no site do CFP. Clique para participar.

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O segundo dia de IX Congresso Internacional e XVI Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte e do Exercício (Conbipe) iniciou, nesta sexta-feira (15), com o painel de abertura da Conferência Regional. A atividade foi ministrada pelo presidente da Sociedade Internacional de Psicologia do Esporte(ISSP, na sigla em inglês), Gangyan Si.

Si abordou sobre o significado para o programa de educação continuada no uso da Psicologia do Esporte para as atividades. O professor convocou os (as) psicólogos (as) desse campo a entrar no cadastro internacional da ISSP, bem como a participar do Congresso Mundial, a ser realizado em julho em Valência, na Espanha.

Ele ressaltou que o atual Congresso é uma oportunidade de aprendizado e aprimoramento das habilidades para prestação de melhores serviços em Psicologia do Esporte para o país.

Workshop

A manhã continuou com um workshop sobre intervenções psicológicas para a melhoria do desempenho de equipes esportivas. A atividade foi ministrada pelos professores Alexandre Garcia-Mas (Espanha), Jaume Cruz (Espanha) e Franco Noce (Brasil).

Garcia-Mas apontou problemas que os treinadores e os psicólogos (as) precisam enfrentar com os grupos: estruturas psicológicas complexas, dificuldade em integrar as características psicológicas no dia a dia de trabalho em equipes e o estigma da abordagem clínica. Ao fim de sua apresentação, o espanhol disse que psicólogos (as) têm cometidos erros em relação aos treinadores (as), pois, segundo ele, não se colocaram junto deles em elementos de observação e trabalho da equipe.

Em sua fala, Cruz pontuou que psicólogos (as) têm trabalhado obsessivamente com jogadores (as), destacando que esse foco tem de ser estendido às famílias e aos treinadores. O espanhol destacou uma pesquisa realizada com treinadores e jogadores sobre a abordagem do técnico na atividade esportiva. Segundo ele, as condutas dependem de valores, formação e situações.  Ele apresentou a proposta de Programa de Assessoramento Personalizado para Treinadores, no qual faz trabalhos individualizados e indica questões que podem ser aprimoradas.

Por sua vez, Noce ressaltou a importância do trabalho multidisciplinar entre treinadores e profissionais do Esporte. Ele defendeu que o (a) psicólogo (a) deve interagir com a parte técnica ou administrativa do clube, além da área de saúde, como ocorria tradicionalmente. O brasileiro apontou o planejamento para usar as melhores ferramentas psicométricas para um bom trabalho, bem como utilização de testes informatizados e cuidado nas interpretações dos resultados. O pesquisador listou ainda algumas ferramentas como biofeedback, eye tracking, simi scout e o gerenciador de projetos.

Franco Noce alertou para a não diferenciação, por alguns profissionais, entre a Psicologia Clínica e a Psicologia do Esporte.  Concluiu a apresentação destacando a criação de um site de memória do Laboratório de Psicologia do Esporte da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Desempenho de excelência

As atividades nesse turno foram concluídas com o simpósio Múltiplos Caminhos para um Desempenho de Excelência: o que Funciona e o que Não Funciona. O primeiro da série de simpósios que darão prosseguimento à tarde foi ministrado por Gangyan Si (Hong Kong), Athanasuis Nwanegbo Amasiatu (Nigéria) e Hiroshi Sekiya (Japão).

Sekiya tratou do tema a influência da pressão no desempenho olímpico. O japonês, que dá aulas a treinamentos psicológicos a jogadores de futebol, apresentou ferramentas realizadas em seu trabalho como as técnicas biomecânicas para combater a pressão psicológica.

Durante sua apresentação, o pesquisador explanou como a pressão e a cognição contribuem para o bom ou mau desempenho, citando exemplos de pesquisas realizadas em campeonatos de futebol (Liga dos Campeões da Uefa), beisebol (Major League) e finais de basquete (NBA). Sekiya mostrou como a pressão em jogos decisivos pode diminuir os percentuais de vitória e como as técnicas e pesquisas em Psicologia do Esporte podem contribuir para diminuir esses problemas. Sob o aspecto da cognição, remeteu a pesquisas que demonstram que o ser humano reage em uma proporção muito maior às perdas e danos do que aos ganhos e conquistas.

Confiança

Amasiatu discorreu sobre habilidades mentais para excelência esportiva. O nigeriano destacou como objetivo a construção da confiança dos atletas, alertando para um equilíbrio entre o desenvolvimento das capacidades físicas e o exercício da mente para a melhora no desempenho. O nigeriano afirmou que, na África, ainda não avançou muito o desenvolvimento cognitivo para a melhora de desempenho dos atletas.

Para o pesquisador, é importante a aplicação de objetivos mensuráveis, atingíveis, específicos, realistas e possíveis. Ele destacou que a preparação mental é fundamental para a diminuição da frustração do atleta e uma preparação melhor para competições futuras. Para tanto, afirmou que é importante a atuação conjunta do psicólogo do esporte, do atleta e do treinador.

Treinamento de atenção plena foi o foco da participação do presidente do ISSP. Gangyan Si frisou a diferença entre essa linha e outros treinos psicológicos prévios. Além de citar exemplos de trabalhos realizados com atletas da China, o pesquisador destacou que esse tipo de técnica visa o momento presente, não a tentativa de eliminar um momento passado.

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