Seminário conclui ciclo de celebrações aos 25 anos da Resolução CFP 01/99

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) encerrou, com a realização de um seminário, as celebrações pelos 25 anos de publicação da Resolução CFP 01/1999. Promovido nos dias 31/10 e 1º/11, em Brasília/DF, o seminário “Resolução 01/1999 – 25 anos despatologizando a vida no Brasil e no mundo” reuniu especialistas para debater as conquistas e as lutas da Psicologia neste quarto de século de vigência da normativa.

“São 25 anos de Resolução e 25 anos transformando a vida da população LGBTQIA+. É uma normativa do CFP que orgulha a Psicologia brasileira e orgulha a Psicologia mundial. E, mais importante do que isso, temos uma norma jurídica que faz diferença na vida da população brasileira”, destacou o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

Bicalho pontuou ainda que 2024 foi um período potente para a incidência política em torno da Resolução CFP 01/99, com importante visibilidade ao tema em territórios onde o documento ainda não era conhecido.
Para a conselheira federal Isadora Canto, referência no Plenário CFP para a temática das sexualidades, a realização do seminário proporcionou importante espaço de reflexões e análises.

“A Psicologia conclui esse ciclo de celebrações à Resolução CFP 01/1999 com muitas reflexões importantes para levarmos para nossos territórios e que a gente possa, a partir disso, desenvolver novas estratégias para essa caminhada, pois o compromisso da Psicologia brasileira não para aqui. Isso foi só a demarcação dos 25 anos da Resolução, mas ainda há muito a caminhar”, avaliou a conselheira.

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O seminário “Resolução 01/1999 – 25 anos despatologizando a vida no Brasil e no mundo” reuniu em sua programação conselheiras federais, pesquisadoras e pesquisadores, parlamentares, profissionais, ativistas da área e representantes do Poder Público e da sociedade civil.

O evento foi aberto pelo psicólogo e autor chileno Miguel Roselló-Peñaloza, que falou sobre a conjuntura da temática das sexualidades no Chile e em outros países. Coordenador da Comissão de Gênero e Sexualidades do Colégio de Psicólogas e Psicólogos do Chile (Colpsi) entre os anos de 2021 e 2024, Roselló-Peñaloza apontou que a despatologização não só é um processo de eliminar diagnósticos, mas também de repensar a forma como a Psicologia participa na construção das normas que regulam a vida das pessoas.

Para ele, esse processo é um projeto profundamente político que tem como objetivo observar as outras formas de vida. “A patologia é um dispositivo que atravessa todas as esferas da vida social e nós, profissionais da Psicologia, devemos desarticulá-lo e as nossas instituições devem trabalhar para desmantelar as estruturas do poder que seguem botando normas aos corpos”, apontou.

Para o autor dos livros “Sem Corpo: Construção Clínica do Gênero e da Transexualidade – Patologização, Violência e Desconstrução” e “Na Jaula Do Monstro: A Prejudicial Produção Clínica do (Não) Corpo Trans”, a despatologização é um ato de reparação histórica, uma forma de conhecer o dano causado e de comprometimento onde as pessoas possam construir um futuro sem medo ou vergonha. Para honrar essa mudança é necessário um compromisso junto a discursos e práticas.

“A despatologização requer uma autocrítica, humildade e compromisso com a justiça social. A saúde mental não pode seguir um espaço de exclusão, mas deve converter-se em um espaço de liderança e dignidade onde as pessoas possam encontrar apoio e reconhecimento”, afirmou.

Resolução CFP 01/1999 e suas contribuições
A Resolução CFP 01/99 formalizou a compreensão de que, para a Psicologia, a sexualidade é constituinte da identidade de cada sujeito e, por isso, as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão.

Suas diretrizes também contribuíram para a publicação de outras normativas voltadas à atuação profissional de psicólogas e psicólogos em temas relacionados à sexualidade.

A regulamentação da prática profissional psicológica em relação à orientação sexual repercutiu em outros campos da garantia de direitos, tendo impacto em diferentes esferas, como o casamento igualitário, a adoção homoafetiva e direitos sucessórios.

Na esfera global, a experiência da Psicologia brasileira no campo de atuação profissional junto às sexualidades é conhecida no mundo inteiro, mais notadamente, quanto à proibição das terapias de conversão.

Em 2021, quando era conselheiro presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro, Pedro Paulo Bicalho participou de uma reunião organizada pela equipe do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para apresentação de experiências exitosas de regulação sobre as denominadas “terapias de reversão sexual”.

O evento, organizado em Washington, contou com representantes de diversos países, com a presença de Kamala Harris, vice-presidenta do país, e integrantes do secretariado da atual gestão presidencial.

Em 2023, a experiência regulatória do Conselho Federal de Psicologia para a erradicação das chamadas terapias de conversão sexual também foi tema do Congresso Centroamericano de Psicologia, realizado em Tegucigalpa, capital de Honduras.

Em 2024, no 33º Congresso Internacional de Psicologia, na República Tcheca, o CFP fez a conferência de abertura do evento com o tema da proibição das terapias de conversão no Brasil. Na atividade, foi destacado o protagonismo na trajetória de enfrentamento às terapias de reversão por meio da Resolução CFP nº 01/1999.

Todo o evento foi transmitido ao vivo e em tempo real e pode ser revisitado no canal do CFP no YouTube.

Jornada de trabalho: Sistema Conselhos de Psicologia apoia o fim da escala 6×1

Os Conselhos Federal (CFP) e Regionais (CRPs), que integram o Sistema Conselhos de Psicologia, apoiam o fim da jornada de trabalho organizada na “escala 6×1”, defendendo assim a ampliação de direitos, como a jornada de 30 horas e a remuneração salarial digna a todas as trabalhadoras e trabalhadores.

O Sistema Conselhos compreende que a organização do trabalho deve garantir melhores condições no exercício laboral, possibilitando a plena realização social, econômica, comunitária e pessoal. Assim, reconhece profissionais da Psicologia como classe trabalhadora e tem dedicado elevados esforços para a ampliação de seus direitos sociais.

“Quando as condições, regras e leis relativas ao trabalhar não permitem, parcial ou totalmente, a dignidade do trabalho e um trabalho digno, elas não cumprem nem os princípios constitucionais brasileiros, nem estão em sintonia com os preceitos éticos da Psicologia”, ressaltam o CFP e os CRPs.

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“Trabalhar para viver, não viver para trabalhar”

Sistema Conselhos de Psicologia apoia o fim da escala 6×1 e mobiliza por ampliação de direitos trabalhistas como jornada de 30 horas e remuneração salarial digna

“Quero trabalhar para viver, não viver para trabalhar”. Sob este mote, o movimento social Vida Além do Trabalho (VAT) tem conseguido dialogar com o desejo de milhões de pessoas no Brasil que desejam trabalhar, mas também ter vida plena em outras dimensões para além do trabalho, como família, lazer, vida conjugal, comunidade, estudo, religião e se veem alijadas destas possibilidades por terem que dedicar 6 dias de suas semanas ao trabalho. Sobra apenas um dia para a dedicação às outras dimensões da vida, em um tempo compartilhado entre a tentativa de descanso e a necessidade de se organizar para mais uma semana extenuante. O fenômeno é ainda marcado por outros atravessamentos: muitas vezes, as trabalhadoras – especialmente as mulheres – precisam dar conta de outras jornadas de trabalho marcadas pelo trabalho de cuidado, em duplas ou triplas jornadas de trabalho. E pessoas periféricas, especialmente negras, precisam replicar ainda outras formas concomitantes de trabalho – muitas delas informais, para alcançar uma renda minimamente suficiente para a reprodução material de suas vidas.

O trabalho é central e organizador da sociedade, mas não pode ser a única dimensão do viver sob a justificativa de que a economia é o carro chefe de uma determinada concepção de desenvolvimento. É importante lembrar que o desenvolvimento econômico não se sustenta sem o desenvolvimento social e os trabalhadores e as trabalhadoras não podem ter seus direitos fundamentais sacrificados em prol de interesses econômicos, principalmente porque nesta sociedade, o produto do desenvolvimento econômico não retorna de maneira equitativa para todos e todas. As pessoas cujos regimes de trabalho são os mais precários são justamente as que sofrem por desigualdades históricas, especialmente sustentadas pelo racismo e pela misoginia e a redução de jornadas de trabalhos especialmente dirigidas a este segmento são muito importantes.

A organização do trabalho deve garantir tanto dignidade à trabalhadora, quanto condições dignas de trabalho, possibilitando a plena realização social, econômica, comunitária e pessoal. A Constituição Brasileira em seu Artigo 1º diz que nosso país é um Estado democrático de Direito fundamentado na dignidade humana e no valor social do trabalho e somos signatárias da agenda de trabalho decente que diz que um trabalho decente é um trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, equidade e segurança, capaz de garantir uma vida digna. Em seus Princípios Fundamentais, o Código de Ética Profissional da Psicóloga aponta que devemos promover a dignidade humana e a saúde e a qualidade de vida das pessoas. Quando as condições, regras e leis relativas ao trabalhar não permitem, parcial ou totalmente, a dignidade do trabalho e um trabalho digno, elas não cumprem nem os princípios constitucionais brasileiros, nem estão em sintonia com os preceitos éticos da Psicologia.

Neste sentido, o Sistema Conselhos de Psicologia reconhece a categoria de Psicólogas(os,es) como classe trabalhadora e tem dedicado elevados esforços para a ampliação de seus direitos sociais vinculados ao trabalho, como a redução da jornada de trabalho e a melhores remunerações, por exemplo através da instalação de um piso salarial digno. Entendemos que a redução da jornada de trabalho sem diminuição salarial é um imperativo nos tempos de aceleração da produção e precarização das condições de existência no trabalho e na vida, não apenas de Psicólogas, mas do conjunto das trabalhadoras.

Em nosso entendimento, a proposta de redução da jornada de trabalho organizada na “escala 6×1” a ser apresentada à Câmara de Deputados, representa um projeto de ampliação da dignidade do trabalho e um trabalho digno para todas as pessoas. A adoção de escalas de trabalho de cinco dias com dois de descanso (5×2) em países como Estados Unidos, Reino Unido, França e Japão traz vantagens tanto para os trabalhadores quanto para as empresas. Esse modelo contribui para a saúde mental e física dos funcionários, reduzindo o esgotamento e o absenteísmo. Profissionais mais descansados tendem a ser mais produtivos e engajados, o que melhora o desempenho e a competitividade das empresas. Além disso, a escala 5×2 promove uma força de trabalho mais estável e motivada, reduzindo custos com turnover e perdas de produtividade.

Diante de tudo disso, o Sistema Conselhos de Psicologia, representado pelo Conselho Federal de Psicologia e pelos Conselhos Regionais de Psicologia abaixo subscritos, em consonância aos princípios fundamentais da profissão e como órgão constituinte da nação brasileira e visando apoiar ações e projetos que promovam saúde, dignidade e realização plena do ser humano, se posiciona favoravelmente a proposta de emenda à Constituição (PEC), de autoria da Sra. Dep. Erika Hilton, que prevê o fim da ‘escala 6×1’.

Sistema Conselhos de Psicologia

Neuropsicologia: CFP lança cartilha com orientações para atuação em casos de ‘síndrome pós-Covid’

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou na quinta-feira (31/10), durante o 23º Congresso Nacional e Internacional de Neuropsicologia, uma publicação com orientações para psicólogas e psicólogos que trabalham com crianças e adultos acometidos pela ‘síndrome pós-covid’.

A cartilha “Os desafios da Neuropsicologia nos cenários pós-Covid 19” foi elaborada pelo Grupo de Trabalho de Neuropsicologia do CFP e apresenta estratégias de avaliação e cuidado neuropsicológicos para as pessoas na condição pós-Covid. A conselheira federal e coordenadora do GT, Izabel Hazin, explica que, com o fim da situação de emergência da pandemia, a Psicologia vem identificando sequelas psicológicas em adultos e crianças em razão da Covid-19.

“Passou-se a identificar impactos significativos em aspectos psicológicos de contextos e de condições de saúde associadas à Covid-19. Nesse cenário que se apresenta, a cartilha do CFP é um instrumento para alertar a categoria para um problema de saúde pública, ao mesmo tempo que aponta caminhos de avaliação e de intervenção nas situações pós-Covid”, pontua a conselheira.

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A ‘síndrome pós-Covid’ é um conjunto de sinais e sintomas que se prolongam, sem causa aparente, em pessoas que tiveram Covid-19, mesmo nas formas leve ou assintomática.

Dentre as condições de saúde física e mental identificadas pela Neuropsicologia, constam dificuldades de memória e concentração; alteração cognitiva; cefaleia; perda de paladar e de olfato; vertigem; e sensação de formigamento.

No aspecto mental, foram identificados distúrbios de sono; depressão; ansiedade; transtornos de humor; bem como problemas de atenção sustentada e dividida.

Campo de atuação

Instituída como uma especialidade da Psicologia por meio da Resolução CFP nº 2/2004, a Neuropsicologia é hoje regulamentada pela Resolução CFP nº 23/2022, que delimita os objetivos da avaliação neuropsicológica, descreve as funções neuropsicológicas que devem ser identificadas e trabalhadas no processo de pesquisa, avaliação e intervenção/reabilitação psicológica.

O GT de Neuropsicologia do CFP é constituído por representantes do IBNeC, da Sociedade Brasileira de Neuropsicologia (SBN), da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (Anpepp) e da Associação Brasileira de Neuropsicologia (Abranep).

Acesse aqui a Cartilha “Os desafios da Neuropsicologia nos cenários pós-Covid 19”.

Práticas inovadoras: CFP realiza cerimônia para vencedores da segunda edição do Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou no dia 24 de outubro, durante o “Seminário Inteligência Artificial e Exercício Profissional da Psicologia”, a cerimônia de premiação dos vencedores da segunda edição do Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello. A congratulação ocorreu no dia 24 de outubro, na sede da Autarquia.

A iniciativa busca fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de modelos, procedimentos e técnicas da atuação profissional que possam indicar caminhos para o aprofundamento da construção de conhecimento científico inovador e do compromisso social da Psicologia.

Alessandra Almeida, vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia, conduziu a abertura da solenidade, ressaltando as contribuições dos trabalhos para a reflexão da prática profissional.

O conselheiro federal Virgílio Bastos destacou que há um grande esforço por parte da categoria em dar resposta aos novos desafios impostos pelo mundo do trabalho contemporâneo, o que impõe ao Conselho Federal de Psicologia o compromisso de visibilizar essas iniciativas inovadoras. “Nós nos preocupamos sempre para onde caminha a Psicologia como profissão e quais são as novidades que estão emergindo. A gente tem uma história de sessenta anos de profissão regulamentada e essa história mostra que a Psicologia mudou muito daquela com a qual nascemos”, frisou o conselheiro.

Bastos também ressalta que o seminário sobre IA deixou evidente que a Psicologia está em um limiar de transformações no exercício profissional, que sequer se pode antecipar com precisão. “Nesse sentido, o Prêmio Práticas Inovadoras é uma estratégia de estimular que nossos profissionais, nossos pesquisadores, nossos alunos de pós-graduação, se comprometam em divulgar os avanços obtidos com seus trabalhos, contribuindo para qualificar e ampliar a relevância social da nossa profissão” reforça.

Conheça as práticas vencedoras

Categoria:
Experiências ou produtos derivados do trabalho profissional:

1º Lugar
Título: Possibilidades da atuação da(o) psicóloga(o) no contexto pré-hospitalar
Autor principal: Luiz Gustavo Camilo (08/35096).
Autoras: Maria Eduarda da Rocha Camargo (08/38242) e Mariany Fernanda Ribeiro Zanchetta (08/35887).

2º Lugar
Título: Plataforma AVAX PSI: método inovador de avaliação psicológica aplicado em ambientes corporativos
Autora principal: Ana Carolina Wolf Baldino Peuker (07/11084).
Autoras: Sibele Faller (07/14360).

3º Lugar
Título: Centro de Referência em Saúde Mental da Criança e do Adolescente Brincando de Miriti.
Autora principal: Francineti Maria Rodrigues Carvalho (10/711).
Autora: Rachel de Siqueira Dias (10/02195).

Menção honrosa

Título: (Re)Construindo territórios existenciais na crise psíquica: a potência do cuidar através da ambiência no SUS
Autora principal: Danielle Alves Menezes (19/2233).
Autoras(es): Laís Arlene Moraes Donald e Alisson Tadeu Santana Moreira.

Menção honrosa

Título: Plano de segurança no contexto escolar: uma proposta para adolescentes em risco de suicídio
Autora: Mayara Moura dos Santos (11/11482).

Categoria:
Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de especialização ou de mestrado

1º Lugar
Título: Habilidades do século XXI em estudantes de um curso de formação em programação de computadores
Autora: Caroline Daronco Campos Romero Sanches (07/20076)

2º Lugar
Título: A Psicanálise no contexto da intubação: sonhos e estímulos externos
Autora: Tayane dos Santos Lage (05/56971)

Menção honrosa

Título: Estressores em unidade de terapia intensiva para o idoso: uma proposta de intervenção
Autora principal: Thalita Sacramento Almeida de Morais (03/9277)
Autoras(es): Gustavo Marcelino Siquara (03/8890) e Suzane Bandeira de Magalhães (03/1878)

Categoria:
Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de doutorado, pós-doutorado, ou projetos vinculados a grupos de pesquisa

1º Lugar
Tïtulo: Avaliação neuropsicológica na doença inflamatória intestinal: subsídios a programas interventivos
Autora: Sueli Terezinha Bobato (12/01546)

Menção honrosa
Título: Resgatando a memória da Psicologia latino-americana: nuestra américa e sua Psicologia em debate
Autor: Pedro Henrique Antunes da Costa (01/24513)
Confira aqui as fotos da cerimônia de premiação.

Lançamento

Além da premiação, o “Seminário Inteligência Artificial e Exercício Profissional da Psicologia” contou com o lançamento da publicação “A profissão em movimento: práticas inovadoras no exercício da Psicologia”.

O documento reúne artigos técnico-científicos vencedores da 1ª edição do Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello. As autoras e os autores dos trabalhos vencedores foram anunciados e premiados durante o 6º Congresso Brasileiro Psicologia: ciência e profissão, em 2022.

Acesse aqui a íntegra do documento.

CFP realiza encontro para debater os impactos da Inteligência Artificial no exercício profissional da Psicologia

As tecnologias digitais, especialmente as de Inteligência Artificial (IA), estão redefinindo de forma rápida os processos de produção do conhecimento em todas as áreas, incluindo a Psicologia. Ferramentas de IA estão sendo cada vez mais utilizadas para analisar grandes conjuntos de dados, identificar padrões comportamentais e prever tendências em saúde mental, comportamento humano e interações sociais.

Diante do desafio imposto por essa nova realidade, essas e outras questões foram debatidas no “Seminário: Inteligência Artificial e Exercício Profissional da Psicologia”, realizado no dia 24 de outubro em Brasília/DF, na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

O encontro buscou mapear a adoção de tecnologias baseadas em inteligência artificial, analisando suas implicações éticas, sociais e profissionais. A atividade teve como proposta a troca de experiências e conhecimentos no campo, de modo a fomentar o diálogo sobre os principais desafios emergentes nessa área.

O evento contou com a participação de conselheiras e conselheiros do XIX Plenário, representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e de instituições que integram o Fórum das Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb) – além de pesquisadoras e pesquisadores da área.

Diálogos

Durante diálogo sobre o uso do Chat GPT, o psicólogo e pesquisador Ricardo Primi, da Universidade São Francisco (USF), destacou as possibilidades de uso da inteligência artificial relacionada à psicometria, frisando a análise de conteúdo, a avaliação da personalidade a partir de entrevistas, a análise fatorial de itens usando embeddings e a correção automática de testes com respostas construídas, entre outros pontos. Para ele, a Psicometria com o uso da Inteligência Artificial pode representar o futuro da da Avaliação Psicológica na era marcada pela inteligência artificial.

O psicólogo Thiago Pavin abordou as tendências da indústria de IA para a saúde mental e o campo da regulação, realçando que muitos estudos sobre o tema estão sendo conduzidos e, nesse sentido, todas essas tecnologias deverão, em breve, tornar-se melhores. O psicólogo pontuou ainda que as profissões serão fortemente impactadas pela Inteligência Artificial, exigindo que as(os) profissionais aprendam a operar essas ferramentas, e que o mau uso da IA tende a ser combatido por governos e pelo mercado.

Thiago Pavin elencou ainda sugestões ao Sistema Conselhos de Psicologia. Entre elas, criar um Grupo de Trabalho para debater e propor resoluções sobre o tema; fomentar pesquisas e a organização de bancos de dados nacionais para treinos e validação de modelos; inspirar-se na experiência do Satepsi para testes psicológicos; estabelecer os padrões de qualidade e catalogar as soluções recomendadas para divulgar à sociedade.

Leonardo Fernandes Martins, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), ressaltou que os agentes conversacionais (sistema guiados por IA) precisam servir de apoio ao processo de cuidado e de modelo de suporte ao terapeuta, auxiliando em questões como transcrição, prontuários, triagem inicial, visão ampliada dos processos de saúde e adoecimento, dentre outros.

A pesquisadora e professora Laisa Marcorela Andreoli Sartes,do Centro de Referência em Pesquisa, Intervenção e Avaliação em Álcool e Outras Drogas (Crepeia), apresentou o painel “Inteligência Artificial nas intervenções digitais: impactos nos treinamentos do terapeuta e no engajamento às intervenções”. Para ela, figuram como desafios a garantia de que as respostas automáticas não substituam a intervenção humana em situações complexas, assim como o fato de que a personalização do uso dessas ferramentas não tornea interação impessoal ou mecanizada. Outro fator destacado pela pesquisadora foi o tratamento dos dados sensíveis dos pacientes em cumprimento da Lei Geral de Proteção de Dados. Em sua avaliação, a IA pode ser muito útil e facilitar o acesso ao atendimento psicológico efetivo, mas a Inteligência Artificial em Psicologia precisa de validação humana.

Bruno Grossmann, pesquisador da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (da PUC-Rio), abordou o potencial de persuasão em larga escala habilitada por Inteligência Artificial. Em sua avaliação, a IA proporcionará um futuro no qual exista a perspectiva de que cada pessoa terá um assistente de IA pessoal, com uso de voz e vídeo em tempo real, capacidade de criar relações íntimas em massa e algoritmos simulando intimidade para influenciar opiniões, votos, decisões de compras e crenças – acarretando impacto à saúde das pessoas e um desafio ao campo da Psicologia em lidar com essas questões.

No último painel do encontro, a pesquisadora Laura Soares chamou atenção para os impactos da Inteligência Artificial no Sistema de Justiça, levantando questões sobre o uso da IA nessa área e de que forma a Psicologia deverá atuar frente aos desafios. Para ela, a tecnologia pode promover celeridade, mas há preocupações éticas e com relação à garantia dos direitos humanos que precisam orientar os debates sobre o tema. Nesse sentido, a Psicologia brasileira precisa assumir protagonismo nos debates que irão afetar suas práticas junto ao Sistema de Justiça.

Confira aqui as fotos do evento.

CDH/CFP destaca que elucidação do crime que vitimou Marielle Franco é “etapa necessária para avançar a democracia no Brasil”

Teve início na quarta-feira (30) o julgamento dos réus confessos pelo duplo homicídio que, há mais de seis anos, vitimou no Rio de Janeiro a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes – um crime com graves dimensões sociais e políticas e que mobilizou a sociedade.

A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) destaca que os impactos subjetivos e emocionais do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes atingiram não apenas os familiares das vítimas, mas também todo o conjunto da sociedade. “A elucidação desse crime hediondo é uma etapa necessária para avançar a democracia no Brasil”, defende a Comissão.

Saiba mais:

Nota da Comissão de Direitos Humanos do CFP sobre o júri popular do caso Marielle e Anderson

A Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) expressa sua solidariedade às famílias de Marielle Franco e Anderson Gomes, bem como à Fernanda Chaves, única sobrevivente do atentado acontecido em março de 2018, no Rio de Janeiro-RJ. No esteio do julgamento dos envolvidos neste crime, a CDH CFP reconhece os impactos subjetivos e emocionais especialmente vividos pelos familiares das vítimas, mas também pela sociedade brasileira e internacional.

A tentativa de calar a voz de Marielle teve, como consequência em contradição, a reverberação de novas vozes-sementes de mulheres negras, LBTI e periféricas. Essas vozes também ressoam na Psicologia brasileira e nos movem à construção de práticas antirracistas e feministas, alinhadas ao compromisso ético e político da profissão.

Ao reconhecer a dimensão racista, lesbofóbica e misógina do assassinato da ex-vereadora Marielle Franco, renovamos o compromisso com o enfrentamento ao feminicídio, ao genocídio da população negra e à violência política de gênero no Brasil. É inaceitável que defensoras e defensores de Direitos Humanos – corpos-territórios em luta por emancipação e liberdade coletiva – sigam sendo tombados.

O Conselho Federal de Psicologia acompanha atentamente o julgamento dos acusados pelo assassinato de Marielle e Anderson e entende que a elucidação desse crime hediondo é uma etapa necessária para avançar a democracia no Brasil.

Neste momento tão significativo, renovamos nossa solidariedade e compromisso com a memória de Marielle e Anderson, confiantes de que o seu legado de Defensora de Direitos Humanos e pela justiça social permanece vivo e potente em cada movimento de resistência e transformação social.

Brasília, 31 de outubro de 2024.

Campanha “Descolonizar corpos-territórios: reconstruindo existências-Brasis
Comissão de Direitos Humanos – Conselho Federal de Psicologia

CFP lança relatório com artigos vencedores da 1ª edição do Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello e destaca práticas inovadoras para a Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou nesta  quinta-feira (24), em Brasília/DF, a publicação A profissão em movimento: práticas inovadoras no exercício da Psicologia, que contempla artigos técnico-científicos vencedores da 1ª edição do “Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas inovadoras para o exercício profissional”. As autoras e os autores dos trabalhos vencedores foram anunciados e premiados durante o 6º Congresso Brasileiro Psicologia: ciência e profissão, em 2022.

A publicação busca fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de modelos, técnicas e procedimentos na atuação científica e profissional, capazes de indicar caminhos para o aprofundamento na construção e renovação do conhecimento e do compromisso social da Psicologia.

O artigo introdutório, de autoria do conselheiro do CFP e organizador do Prêmio, Virgílio Bastos, e do membro da comissão avaliadora Adriano Peixoto, aborda a construção de um quadro de referência para práticas inovadoras dos trabalhos premiados, com foco na compreensão e avaliação crítica dessas práticas, enfatizando a reconfiguração do mundo do trabalho devido aos avanços tecnológicos.

Organizados em três categorias, os 17 artigos seguintes tratam de experiências ou produtos provenientes do trabalho profissional individual ou coletivo da psicóloga e do psicólogo; de trabalhos realizados em cursos de especialização ou de mestrado; e de trabalhos em cursos de doutorado, pós-doutorado, bem como de projetos de pesquisa vinculados a grupos de pesquisa.

O lançamento da publicação ocorreu durante o seminário “Inteligência Artificial e Exercício Profissional da Psicologia”, que reuniu nesta quinta-feira (24), em Brasília/DF, profissionais, pesquisadoras e pesquisadores, bem como representantes de entidades, para diálogos sobre o impacto da inteligência artificial (IA) no exercício profissional da categoria. Questões como a aplicação das tecnologias de IA na saúde mental e os desafios éticos que surgem nesse contexto estiveram entre os temas do encontro.

Acesse neste link a íntegra da publicação e confira as práticas selecionadas.

Percursos da inovação

Ao instituir o Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas inovadoras para o exercício profissional, por meio da Resolução nº 32/2022, o Conselho Federal de Psicologia oficializou o reconhecimento dos esforços da comunidade de pesquisadoras e pesquisadores, estudantes de pós-graduação e profissionais na construção de inovações nas práticas profissionais da Psicologia.

O objetivo é atentar aos movimentos que desafiam e transformam a categoria profissional em relação aos processos de transformação da sociedade, bem como acompanhar e visibilizar os empreendimentos técnico-científicos, políticos e éticos daquelas e daqueles que fazem a Psicologia brasileira. 

Após a 1ª edição do Prêmio, o CFP lançou, em 2023, o edital para a inscrição de novos trabalhos. Os resultados da 2ª edição foram divulgados em julho deste ano e premiados no seminário Inteligência Artificial e Exercício Profissional da Psicologia.

Homenagem

Sylvia Leser de Mello viveu até janeiro de 2021. Ela foi uma renomada intelectual e docente, dedicando grande parte de sua vida ao desenvolvimento da Psicologia Social. Professora do Departamento de Psicologia Social do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, Sylvia integrou em suas pesquisas Filosofia, Literatura e Psicologia, abordando temas como interação social, o homem no trabalho e economia solidária.

Em 2003, recebeu reconhecimento do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP) por sua dedicação à Psicologia no Brasil. Em 2011, a Revista Ciência e Profissão publicou um artigo em sua homenagem.

Como reconhecimento ao seu legado e contribuições na área, o Conselho Federal de Psicologia instituiu a 1ª edição do Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello em 2022, no qual foram inscritos 160 trabalhos inéditos. Em dezembro do mesmo ano, o CFP tornou anual a periodicidade da premiação, por meio da Resolução nº 32/2022.

Ao nomear a premiação em referência à Sylvia Leser de Mello, o CFP reconhece a enorme contribuição da professora e pesquisadora à Psicologia Social e do Trabalho no Brasil.

Congresso de Psicologia aborda uso terapêutico de maconha e psicodélicos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Distrito Federal e o Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe/UFRN), realizou entre 17 e 19 de outubro, em Brasília/DF, o “Congresso Brasileiro de Psicologia, Maconha e Psicodélicos: Ética, Saberes Ancestrais e os Caminhos para Atuação”.

Por iniciativa do grupo de trabalho para debater o papel da Psicologia no uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico, constituído no ano passado pela Assembleia de Políticas da Administração e das Finanças (APAF), o evento abordou o papel ético da Psicologia no uso de maconha e substâncias psicodélicas no contexto de atendimento psicoterapêutico. O foco esteve na perspectiva ampliada de saúde, com atenção aos marcos legais e políticas públicas que orientam o tema, bem como à cultura de povos tradicionais, com ênfase na atuação psicoterapêutica, acesso, reparação social e inclusão.

“O encontro buscou promover o diálogo entre diferentes saberes, tendo como base estudos científicos, respeito à laicidade e às cosmopercepções. A proposta é situar o Sistema Conselhos de Psicologia em um debate que já vem ocorrendo no âmbito de outras profissões da saúde, a fim de constituir um posicionamento ético, profissional e científico da Psicologia nesse campo”, ressaltou a conselheira Carolina Roseiro, coordenadora do GT APAF responsável pela organização do evento.

Para o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, o encontro possibilitou promover o debate acerca de um importante campo de exercício profissional, “com um olhar atento às diferentes dimensões que envolvem a temática, a fim de situar a Psicologia brasileira em uma área cuja pesquisa e uso terapêutico tem avançado em diferentes países e que dialoga diretamente com um conjunto de políticas públicas na esfera da saúde e da justiça”.

As mesas de diálogo contaram com a participação de profissionais da Psicologia, povos tradicionais, cientistas, especialistas, pesquisadoras, pesquisadores e representantes de diversas entidades, como a Plataforma Brasileira de Políticas sobre Drogas, além de núcleos e laboratórios de pesquisa.

Também contou com a participação da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do CFP, representada pela vice-presidente Alessandra Almeida, a conselheira Nita Tuxá, a coordenadora da CDH/CFP, Andreza Costa e Alexander Oliveira.

Como público, o evento recebeu psicólogas e psicólogos, representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia, estudantes e profissionais de outras áreas de interesse.

“As reflexões desenvolvidas foram amplas e multifacetadas, abarcando não só a ciência psicológica, mas também os saberes ancestrais, o papel das práticas tradicionais de cura e as implicações éticas envolvidas na utilização dessas substâncias”, destacou Helena Rodrigues, biomédica e integrante do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas da Fiocruz Brasília.

Dráulio Araújo, físico e neurocientista do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (ICe/UFRN), pontuou que os psicodélicos podem abrir possibilidades para tratamentos psicossociais ainda mais individualizados, levando em conta as especificidades humanas. “A ciência é feita por pessoas e deve abordar o uso de psicodélicos com profundo respeito às comunidades envolvidas, reconhecendo o potencial transformador dessas substâncias,” afirmou.

Orientações éticas

A sistematização dos diálogos do “Congresso Brasileiro de Psicologia, Maconha e Psicodélicos: Ética, Saberes Ancestrais e os Caminhos para Atuação” irá subsidiar a elaboração de posicionamento sobre o uso de maconha e substâncias psicodélicas nos atendimentos psicoterapêuticos.

O documento, a ser apresentado pelo Conselho Federal de Psicologia, fundamentará o papel do Sistema Conselhos de Psicologia em relação ao tema, dentro de suas competências legais e políticas. O objetivo é elaborar orientações éticas que articulem técnicas e práticas à incidência social de acesso às terapias e psicoterapias como direito à saúde e dever do Estado brasileiro.

A atuação na área atende demanda estabelecida em maio de 2023 pela APAF, que reúne Conselhos de Psicologia de todo o país. Na ocasião foi deliberada a criação de grupo de trabalho para debater o papel da Psicologia no uso de maconha e psicodélicos em contexto terapêutico.

Participação

As inscrições para o Congresso Brasileiro de Psicologia, Maconha e Psicodélicos receberam mais de 1.800 interessados. Cerca de 800 pessoas participaram do encontro presencialmente, além de mais de 13 mil visualizações às transmissões online do evento – cujo acesso segue disponível no canal do CFP no YouTube.

Acesse aqui a galeria de fotos do evento. 

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PL das 30 Horas avança na Câmara

A Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (16) o parecer ao projeto de lei que estabelece a jornada semanal de até 30 horas para profissionais da Psicologia (PL 1.214/2019). Com esse aval, a matéria seguirá para análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), antes de seguir para o Senado.

As deputadas e os deputados da CFT aprovaram o parecer favorável apresentado pelo deputado Lindbergh Farias (PT/RJ). Durante a votação, o parlamentar realizou uma complementação de voto pela não implicação da matéria em aumento da despesa.

Segundo o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), a aprovação do parecer do PL 1.214/2019 na CFT significa uma importante vitória na luta para esta conquista da categoria.

“Nós nunca estivemos tão perto da vitória da aprovação deste projeto. O dia de hoje é, sem dúvida alguma, para ser comemorado por nós, psicólogas e psicólogos do Brasil”, celebrou.

Presente à votação, a conselheira do CFP e coordenadora do GT 30h, Ivani Oliveira, também destacou a importância da aprovação do PL 1.214/2019.

“É um grande avanço para a valorização da categoria profissional e uma contribuição para a saúde mental do povo brasileiro”, celebrou a conselheira.

Valorização da Psicologia
Coautora do projeto, a deputada Erika Kokay (PT-DF) disse que havia uma expectativa muito grande de toda a categoria pela aprovação do parecer. Ela pontuou que psicólogas e psicólogos são profissionais que são absolutamente fundamentais para a sociedade.

“Nós precisamos de psicólogos e psicólogas trabalhando em condições para poder atender bem a nossa população e em todas as políticas públicas. A redução da jornada vem na perspectiva da valorização da atuação profissional das psicólogas e psicólogos”, pontuou a parlamentar.

O PL 1.214/2019 propõe alterar a Lei nº 4.119/1962 para fixar em até 30 horas semanais a jornada de trabalho de profissionais da Psicologia. Atualmente, esta lei, que dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão, não estabelece regras sobre o expediente profissional.

O projeto tem regime de tramitação conclusiva pelas comissões. Em novembro de 2021, o texto foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF), pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) e pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Em caso de aprovação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), será enviado para análise do Senado.

De autoria das deputadas Erika Kokay (PT/DF) e Natália Bonavides (PT/RN), o PL 1.214/2019 tramita sob a forma de apreciação conclusiva nas comissões da Câmara dos Deputados, ou seja, sem precisar ser votado pelo Plenário da Casa. Em caso de aprovação pelas quatro comissões da Câmara, a matéria segue para votação pelo Senado e, de lá, para sanção da Presidência da República.

GT 30h
Para elaborar estratégias de diálogo com a categoria e com o Legislativo para os projetos que dispõem sobre a jornada de até 30 horas semanais, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) criou um Grupo de Trabalho (GT) composto pelo próprio CFP e representantes da Federação Nacional das(os) Psicólogas(os) (FENAPSI) e da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT).

Chamado de GT 30h, o grupo elencou uma série de ações estratégicas e metas para avançar na tramitação dos projetos. As articulações também envolvem os Conselhos Regionais de Psicologia e os Sindicatos de Psicólogas e de Psicólogos nos estados. Em julho, o CFP organizou a primeira reunião de alinhamento do GT com a participação de 81 representantes dos CRPs e dos sindicatos.

Projetos de Lei
Tramitam no Congresso Nacional três proposições legislativas que pretendem modificar a lei que regulamenta a profissão de psicóloga(o) para estabelecer a jornada semanal de até 30 horas.

O projeto mais avançado está no Senado (PLS 511/2017), já na pauta de votações do Plenário para então seguir à tramitação na Câmara dos Deputados. De igual teor, tramita na Câmara o PL 1.214/2019, que também pretende fixar a duração do trabalho da psicóloga em até 30 horas semanais.

Mais recentemente foi também aprovada pelo Senado a SUGESTÃO 13/2022, que propõe fixar a jornada de trabalho de até 30 horas e o piso salarial de R$ 4.750. Aprovada pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH), a SUG 13 foi transformada no PL 3.086/2024 e aguarda despacho da Mesa Diretora do Senado Federal para seguir tramitação.

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Nesta semana, entre os dias 17 e 19, o Conselho Federal de Psicologia realiza o “Congresso Brasileiro de Psicologia, Maconha e Psicodélicos: ética, saberes ancestrais e os caminhos para atuação”.

A iniciativa conta com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e do Instituto do Cérebro da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e reunirá, em Brasília/DF, especialistas na área para dialogar sobre o uso terapêutico de maconha e psicodélicos, especialmente em contexto psicoterapêutico, destacando aspectos éticos, técnicos e científicos, bem como as possibilidades e os principais desafios para o exercício profissional frente à temática.

Em virtude da importância do tema, do limite de vagas presenciais e do grande interesse de participação no evento, o comitê organizador aprovou a transmissão de atividades do Congresso, em busca da inclusão do maior número possível de pessoas. Ressalta-se que terão direito ao certificado apenas as pessoas que participarem presencialmente do evento.

Confira abaixo a programação completa e as atividades com transmissão prevista.

17/10/2024

16h às 18h
Credenciamento 

18h
Abertura Oficial
(Transmissão ao vivo)
– Alessandra Almeida (Vice Presidente do CFP)
– Carolina Roseiro (Conselheira do CFP e coordenadora do comitê organizador)
– Fábio Lopes (Conselheiro do CRP-08)
– André Guerrero (Fiocruz-DF)
– Dráulio Araújo (ICe/UFRN)
– Francisco Netto (Fiocruz-RJ) 

19h30 às 21h30
Colóquio de abertura
(Transmissão ao vivo)
– Carolina Roseiro (Conselheira do CFP)
– Fernanda Jófej Kaingáng (Museu Nacional dos Povos Indígenas)
– Yara Nico (Psicóloga)
– Sandro Rodrigues (Associação Psicodélica do Brasil)
– Sidarta Ribeiro (ICe/UFRN)

18/10/2024

8h30 às 10h30
Mesa Marcos legais e políticas públicas
(Transmissão ao vivo)
– Alexander Morais de Oliveira (CDH/CFP)
– Bruna Imani (Iniciativa Negra)
– Edinaldo Rodrigues Xukuru (psicólogo de saúde indígena)
– Fernando Beserra (Psicólogo – Associação Psicodélica do Brasil)
– Emílio Figueiredo (Advogado com atuação no campo das políticas sobre drogas, cannabis e psicodélicos)

10h30 às 13h
Mesa Psicoterapias e outras clínicas: dimensão ético-política/ psicodélicos
(Transmissão ao vivo)
– Carolina Roseiro (Conselheira do CFP)
– Sophie Laborde (Psicóloga)
– Paula Siqueira (Psicóloga)
– Bruno Ramos Gomes (Psicólogo – Chacruna Institute)
– Luis Fernando Tófoli (ICARO / Unicamp)

13h às 14h30
Intervalo – almoço

14h30 às 16h30
Mesa Psicoterapias e outras clínicas: dimensão ético-política/cannabis
(Transmissão ao vivo)
– Anderson Matos (Conselheiro do CRP-04)
– Maria Angélica Comis (Rede Brasileira de Redução de Danos e Direitos Humanos)
– Cauê Pinheiro (Psicólogo – ACAFLOR/ABIPSI)
– Paulo R Morais (LEP-UNIR)
– Claudio Queiroz (ICe-UFRN)

16h30 às 18h
Fórum Temático 1 – Marcos Legais e Políticas Públicas

16h30 às 18h
Fórum Temático 2 – Dimensão ético-política/ psicodélicos 

16h30 às 18h
Fórum Temático 3 – Dimensão ético-política/cannabis 

19/10/2024

9h às 11h
Mesa Cultura, povos tradicionais e reparação social
(Transmissão ao vivo)
– Andreza Costa (CDH/CFP)
– Nita Tuxá (Conselheira do CFP)
– Bunke Inani Huni Kuin (Associação de mulheres huni kuin do jordao – ainbu daya)
– Dandara Rudsan (Iniciativa Negra)
– Adriano de Camargo (Instituto Nhaderu)
– Renata Monteiro (Instituto Jurema)

11h30 às 13h
Fórum Temático 4 – Cultura, povos tradicionais e reparação social 

11h30 às 13h
Fórum Temático 5 – Marcos Legais e Políticas Públicas

11h30 às 13h
Fórum Temático 6 – Psicoterapias e outras clínicas: dimensão ético-política/cannabis e psicodélicos

13h às 15h
Intervalo – almoço

15h às 17h
Mesa Encerramento
(Transmissão ao vivo)
– Helena Rodrigues (Fiocruz-DF)
– Ivanildes Kerexu (Liderança da aldeia Rio Bonito e do movimento FCT)
– Dráulio Araújo (ICe/ UFRN)
– Lauro Pontes (Psicólogo)
– Luciana Boiteux (Vereadora/Câmara Legislativa do RJ)
– Pedro Paulo Bicalho (Presidente do CFP)

Saiba mais

Congresso Brasileiro de Psicologia, Maconha e Psicodélicos: ética, saberes ancestrais e os caminhos para atuação

Data: 17 a 19 de outubro
Horário: 9h às 18h
Local: Hotel San Marco
           Endereço: Setor Hoteleiro Sul, Qd. 5, Bloco C. Asa Sul
           Brasília/DF

As mesas com transmissão poderão ser acompanhadas em tempo real pelo canal do CFP no YouTube