CFP lança orientações para atuação da categoria  na realização de exame criminológico

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou na quinta-feira (30/10), em Brasília/DF, a Nota Técnica nº 32/2025, que orienta a atuação ética e crítica de psicólogas e psicólogos na realização do exame criminológico. O evento, transmitido ao vivo pelo canal do CFP no YouTube, reuniu especialistas da área e promoveu debate sobre o papel da Psicologia no sistema de justiça criminal.

A Nota Técnica nº 32/2025 foi elaborada a partir das recentes mudanças na Lei de Execução Penal (Lei nº 14.843/2024), que tornou obrigatória a realização do exame criminológico para a progressão de regime. O texto apresenta diretrizes e reflexões sobre os limites da atuação psicológica, as condições mínimas para a realização do exame e a vedação de práticas que reforcem estigmas ou promovam exclusão.

A atividade contou com a abertura da presidenta do CFP, Alessandra Almeida, e foi coordenada pelo conselheiro federal Pedro Paulo Bicalho, com a participação das psicólogas convidadas Maynar Vorga, Valdirene Daufemback e Márcia Badaró. Todas(os) as(os) participantes  integram o Grupo de Trabalho Psicologia e Políticas Penais e contribuíram para a elaboração do material.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, abriu o seminário e ressaltou que a Psicologia deve sempre atuar em defesa da dignidade, da vida e da ética profissional, especialmente diante das recentes mudanças legais que tornam obrigatório o exame para progressão de pena. “Esse procedimento, que agora se estende a todos os tipos penais, cria uma nova etapa que pode atrasar significativamente a concessão de direitos, gerando um prolongamento indevido de permanência na prisão e, consequentemente, um aumento dos custos do sistema prisional, mas que pode também, evidentemente, significar violação de direitos”, afirmou.

O conselheiro Pedro Paulo Bicalho apresentou oficialmente a Nota Técnica nº 32/2025, documento que integra uma trajetória de mais de cinco décadas de produção normativa da autarquia. Bicalho contextualizou o papel histórico do CFP na regulação da profissão e destacou que a nova nota tem caráter orientativo, voltado à proteção do exercício profissional da Psicologia no sistema prisional.

O conselheiro federal  também lembrou que o exame criminológico é um tema historicamente controverso e que, diante da recente obrigatoriedade imposta por lei, o Conselho Federal precisa oferecer diretrizes éticas para a atuação das psicólogas e dos psicólogos nesse contexto. “ Exame criminológico não é decisão judicial. Ele subsidia, mas ele não é sentença”, enfatizou Bicalho.

A psicóloga Márcia Badaró fez um resgate histórico das discussões sobre o exame criminológico e destacou que o novo documento orientativo é resultado de um longo processo de debates e produções que buscam garantir uma atuação ética e qualificada de psicólogas e psicólogos no sistema prisional. “Quando a gente faz uma publicação, não é uma coisa da cabeça do Conselho Federal de Psicologia. Ela vem como uma consequência, como um amadurecimento de discussões profundas com a categoria”.

A psicóloga Valdirene Daufemback falou sobre os desafios estruturais enfrentados pelas(os)profissionais de Psicologia que atuam no sistema prisional. Para ela, a Nota Técnica evidencia as limitações e dilemas éticos dessa prática, marcada pela falta de equipes e de condições adequadas de trabalho, e reforçou que o exame criminológico obrigatório agrava um contexto já reconhecido como de violação de direitos humanos. “Este documento pode nos ajudar a fortalecer o posicionamento da dignidade das pessoas que estão privadas de liberdade e o que nos coloca nessa esteira de proteção e construção dos direitos humanos”, afirmou.

A psicóloga Maynar Vorga compartilhou reflexões a partir de sua experiência cotidiana no sistema prisional, na qual psicólogas e psicólogos devem atuar com base em princípios éticos e científicos, sem ceder a práticas que violem direitos. Ela defendeu a importância de relatórios que considerem os contextos sociais, raciais e de gênero das pessoas presas e alertou para os limites da atuação profissional. “Nós não temos que tomar a decisão pelo Poder Judiciário. Nós nem queremos esse poder. A pergunta ética é sempre: para que eu estou fazendo o que eu estou fazendo?”, afirmou.

Mais do que um manual técnico, a Nota Técnica nº 32/2025 se consolida como um documento político e ético, alinhado ao compromisso da Psicologia com a justiça social, a defesa dos direitos humanos e a promoção da dignidade das pessoas em privação de liberdade.

Confira a íntegra da live do lançamento da Nota Técnica nº 32/2025, disponível no canal do CFP no YouTube.

Acesse a íntegra da Nota Técnica nº 32/2025.

Nota de pesar pelo falecimento de Julio César Penagos Corzo

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta profundo pesar pelo falecimento do psicólogo, professor e pesquisador Julio César Penagos Corzo, e presidente da Sociedade Interamericana de Psicologia (SIP) durante o triênio 2023–2025. Também foi membro fundador da Rede Latino-Americana de Ciências do Comportamento e integrante do Sistema Nacional de Pesquisadores da Secretaria de Ciência, Humanidades, Tecnologia e Inovação do México, reconhecimento de sua destacada trajetória acadêmica.

O professor Penagos manteve interlocução próxima com o Conselho Federal de Psicologia, integrando agendas e iniciativas voltadas à cooperação internacional e ao fortalecimento das entidades latino-americanas da área. Também colaborou com a União Latino-Americana de Entidades de Psicologia (ULAPSI) e com a Associação Latino-Americana para a Formação e o Ensino da Psicologia (ALFEPSI).

Penagos era doutor em Ciências da Linguagem pela Benemérita Universidad Autónoma de Puebla (BUAP), professor catedrático e investigador da Universidad de las Américas Puebla (UDLAP) e integrante do Sistema Nacional de Investigadores (SNI) do México.

Reconhecido por sua trajetória acadêmica e pelo compromisso com o fortalecimento da Psicologia na América Latina, Penagos dedicou-se ao ensino, à pesquisa e à formação de profissionais comprometidos com a ciência e com a transformação social. Atuou de forma significativa nas áreas de Psicologia experimental, cognição, criatividade e psicometria, contribuindo para o desenvolvimento de metodologias e instrumentos de avaliação mais adequados à realidade latino-americana.

Entre suas contribuições acadêmicas de destaque estão o estudo “Psychometric properties of the Work Preference Inventory (WPI) in a Mexican sample” (2017), que aprimorou a adaptação de instrumentos psicológicos ao contexto regional, e o artigo “Mirror neurons and empathy-related regions in psychopathy: Systematic review, meta-analysis, and a working model” (2022), que ampliou o diálogo entre Psicologia e neurociências ao investigar os processos relacionados à empatia e à cognição social.

O Conselho Federal de Psicologia expressa sua solidariedade à família, às amigas, aos amigos, às colegas e aos colegas do professor Julio César Penagos Corzo. Sua trajetória permanecerá como referência de dedicação, ética e compromisso social para a construção da Psicologia em nosso continente.

 

Visibilidade, respeito e direitos para as pessoas intersexo

O Dia da Visibilidade Intersexo marca a mobilização em defesa do respeito à diversidade de corpos e do combate a preconceitos e violências contra pessoas intersexo. A data convoca à defesa da autonomia, do direito ao consentimento informado e do fim de cirurgias e procedimentos normalizadores não emergenciais.

Neste 26 de outubro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) reafirma seu compromisso com a dignidade humana, com o respeito à diversidade e com a construção de uma Psicologia que escuta, acolhe e promove a garantia de direitos de todas as pessoas.

Como essência de seu papel de orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício profissional da categoria, o CFP publicou a Resolução nº 16/2024, que estabelece diretrizes e para a atuação de psicólogas e psicólogos em relação às pessoas intersexo e ao acompanhamento de familiares ou responsáveis. A normativa representa um marco no cuidado ético, técnico e de respeito da Psicologia junto a essa população.

Outro importante documento é o manual orientativo derivado da Resolução CFP 16/2024, que será lançado ainda neste ano. O material oferecerá suporte às(aos) profissionais de Psicologia para uma atuação que garanta acolhimento, proteção de direitos, autonomia e escuta qualificada.

Também como parte das mobilizações neste importante tema, nesta semana o CFP também marcou presença na 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA +, realizada entre 21 e 25 de outubro. O encontro mobilizou a Psicologia brasileira em um espaço estratégico de incidência para a construção e controle social das políticas públicas direcionadas a essa população.

CFP participa do IX Seminário Novos Horizontes da Pós-Graduação em Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, nos dias 13 e 14 de outubro de 2025, do IX Seminário Novos Horizontes da Pós-Graduação em Psicologia, realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa/PB.

O evento foi promovido pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), em parceria com a Coordenação de Área de Psicologia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e contou com o apoio do CFP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Ao reunir coordenadores e representantes de programas de pós-graduação em Psicologia de todas as regiões do país, o seminário teve como foco o aperfeiçoamento do sistema nacional de pós-graduação, a qualificação das pesquisas científicas e a construção de estratégias para o fortalecimento da área em nível nacional e internacional.

Representando o CFP, o conselheiro federal Virgílio Bastos participou da conferência de encerramento, com a palestra “Que profissionais estamos formando? Formação do docente-pesquisador”, apresentando uma análise detalhada da produção científica da pós-graduação em Psicologia no Brasil.

Baseado em dados da avaliação quadrienal da CAPES de 2021, o estudo apresentado por Virgílio Bastos revelou a distribuição dos projetos de pesquisa em diferentes níveis de complexidade e aplicabilidade, desde produções teóricas até intervenções práticas. O conselheiro destacou a importância de preservar a diversidade de enfoques nos programas acadêmicos e profissionais, equilibrando a produção científica com o impacto social.

“A diversidade de projetos demonstra a riqueza da pós-graduação em Psicologia no Brasil. Precisamos avançar em modelos de avaliação que reconheçam a pluralidade de perfis e as contribuições dos programas para a sociedade”, afirmou Virgílio Bastos.

Painéis e conferências

A programação oficial contemplou debates sobre política científica, inovação social, ações afirmativas, avaliação da pós-graduação e formação docente, entre outros temas relacionados ao desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão.

Além da participação do CFP, a programação contou com conferências e painéis com especialistas da CAPES, do CNPq, de instituições de ensino superior e de fóruns permanentes da ANPEPP. Os debates abordaram temas como avaliação da pós-graduação no quadriênio 2025-2028; desafios das políticas científicas para as ciências humanas e sociais; perspectivas para doutorados profissionais na área da Psicologia; políticas de ações afirmativas na pós-graduação; e publicação científica e ética em pesquisa e impacto social.

O evento foi encerrado com a Assembleia Geral Ordinária da ANPEPP, que deliberou sobre encaminhamentos institucionais e reforçou a importância da articulação entre programas de pós-graduação, entidades científicas e órgãos de fomento.

CFP lança nova edição do livro As Raízes Italianas do Movimento Antimanicomial

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou no dia 24 de setembro em Campo Grande/MS, durante o IX Congresso Brasileiro de História da Psicologia (IX CBHP), a nova edição  do livro As Raízes Italianas do Movimento Antimanicomial, de Maria Stella Brandão Goulart.

A obra, disponível no site do CFP, compõe uma coleção que relançará importantes temas no âmbito do projeto  Memórias da Psicologia Brasileira.

A iniciativa faz parte das ações permanentes do CFP para a preservação e divulgação do legado histórico da Psicologia no Brasil, conforme previsto na Resolução CFP nº 1, de 25 de janeiro de 2023, que instituiu a política de Memória da Psicologia Brasileira. A normativa estabelece que o CFP identifique, catalogue e preserve acervos históricos, organize e digitalize seu acervo e fomente a divulgação da história da Psicologia e do Conselho.

Nesse contexto, o CFP dialogou com autoras, autores e editoras(es) das obras da Coleção Histórias da Psicologia no Brasil para obter os direitos autorais dos títulos, com o objetivo de disponibilizá-las gratuitamente à categoria e à sociedade.

“A adesão das pessoas autoras foi recebida com entusiasmo e tornou possível avançar nessa importante iniciativa para preservar a memória e o acesso democrático ao conhecimento histórico da Psicologia, assegurando que gerações futuras possam compreender, de forma reflexiva e crítica, os processos pelos quais a Psicologia brasileira passou ao longo das últimas décadas”, destaca a presidenta do CFP, Alessandra Almeida.

Sobre o livro

O livro As Raízes Italianas do Movimento Antimanicomial, de Maria Stella Brandão Goulart, apresenta um estudo sobre como as experiências e as teorias desenvolvidas na Itália, especialmente por Franco e Franca Basaglia, influenciaram a construção do Movimento Antimanicomial no Brasil. Trata-se de uma ponte entre história, política, direitos humanos e práticas de cuidado em saúde mental.

A autora retoma documentos, correspondências, discursos e relatos que evidenciam o percurso de ideias e mobilizações que, vindas da Itália, foram repensadas e adaptadas no contexto brasileiro. A edição traz capítulos inéditos, notas críticas atualizadas e contextualizações que dialogam com os desafios contemporâneos da política antimanicomial.

Merece destaque na obra reeditada o resgate da presença e do papel das mulheres nesse percurso e  na luta pelos direitos humanos, pela promoção de justiça e pela emancipação das pessoas, apresentando contribuições essenciais na interface da Psicologia com as questões de gênero e raça. “Não é apenas uma história de instituições ou de leis. É uma história de corpos que se recusaram a ser silenciados, de vozes que exigiram espaço, de mulheres e homens que desafiaram a ideia de que a loucura deveria ser escondida”, destaca o prefácio à segunda edição assinado pela presidenta do CFP, Alessandra Almeida.

Essa publicação se soma a outras cinco obras que compõem a Coleção Histórias da Psicologia no Brasil, originalmente publicada nos anos 2000, fruto da parceria entre o CFP e o Grupo de Trabalho em História da Psicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), com coedição da editora Casa do Psicólogo.


Psicólogas(os), estudantes, pesquisadoras(es) e todas as pessoas interessadas estão convidadas a conhecer a obra e compartilhar seu conteúdo.

Psicologia e Inteligência Artificial: CFP participa do I Simpósio de Pesquisa em Ciberpsicologia e Interações Sociais

Diante dos desafios impostos pela era digital, e com o intuito de acompanhar e compreender os avanços das tecnologias baseadas em Inteligência Artificial (IA), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do I Simpósio de pesquisa em ciberpsicologia e interações sociais, realizado em Maceió/AL entre  2 e 5 de setembro. 

Organizado pelo GT em Ciberpsicologia e Interações Sociais da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), o evento teve como tema Interfaces multidisciplinares da ciberpsicologia: educação, saúde e tecnologia nas interações sociais contemporâneas, reunindo pesquisadoras(es),  e profissionais interessadas(os) nos efeitos das tecnologias digitais nas experiências humanas e nas dinâmicas sociais atuais.

O Conselho Federal de Psicologia foi representado por Carolina Roseiro e Virgílio Bastos, conselheiros federais, que  participaram do debate sobre a inteligência artificial no redesenho das profissões e ocupações, bem como seus impactos para  a Psicologia e o exercício profissional. 

Integraram ainda mesa voltada à discussão sobre inteligência artificial no contexto da Psicologia, com a participação de dois integrantes do Grupo de Trabalho (GT) do CFP sobre IA: os professores Adriano Peixoto e Leonardo Martins. Durante o debate, abordaram o uso das novas tecnologias, com foco na aplicação na saúde e nas implicações teóricas da inteligência artificial em conceitos centrais da Psicologia, como consciência, subjetividade, alteridade e toda a complexa dinâmica da relação entre humanos e máquinas.

“Foi uma oportunidade importante para o CFP estabelecer contato com uma comunidade de pesquisadores que vêm discutindo temáticas relevantes, como os avanços tecnológicos, seus impactos na Psicologia e a influência das redes sociais na configuração dos processos e fenômenos psicológicos”, enfatizou o conselheiro Virgílio Bastos.

Durante o simpósio, foram apresentadas também as ações que o CFP tem realizado nessa área, como a criação do GT sobre Inteligência Artificial, a elaboração de nota técnica e a divulgação de conteúdos pelas redes sociais do Conselho Federal de Psicologia sobre o uso responsável e ético da inteligência artificial. “Hoje as IAs são acessíveis para qualquer uso. Já existem IAs programadas para uso terapêutico no mundo, mas o problema é que essas ferramentas têm limitações técnicas e éticas para uma abordagem adequada de contextos, o que é um risco para a saúde mental”, pontuou a conselheira federal, Carolina Roseiro.

Ações do CFP

Desde abril de 2024, o CFP vem aprofundando o debate sobre os impactos da IA na Psicologia, promovendo oficinas, encontros com Conselhos Regionais de Psicologia de todo o país e seminários nacionais, com foco em aspectos éticos, técnicos e políticos. Em outubro do mesmo ano, foi criado um GT sobre Inteligência Artificial, responsável por elaborar diretrizes que assegurem o uso ético e responsável da IA no exercício profissional. 

Em 2025, o tema segue central nas pautas da Assembleia das Políticas, da Administração e das Finança (APAF) e ganhou força institucional com a entrada do CFP no Conselho Consultivo da Frente Parlamentar Mista da Saúde, onde atua na construção de propostas para a regulamentação do uso de IA na área da saúde, em defesa de práticas que valorizem o trabalho humano e garantam segurança ética e técnica à população. Em julho, o CFP publicou uma Nota de Posicionamento reforçando que, apesar dos avanços tecnológicos, a atuação da(o) psicóloga(o) permanece insubstituível, especialmente na escuta clínica e na compreensão do sofrimento psíquico.

A realização do I Simpósio de Pesquisa em Ciberpsicologia e Interações Sociais contou com apoio institucional do Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Política de Patrocínio e Apoio Institucional (PPAI-CFP). Essa política, estabelecida pela Resolução CFP 20/2023, tem como objetivo apoiar a disseminação da produção científica, fortalecer a Psicologia como prática profissional e contribuir para o alcance da categoria, estimulando atividades e eventos com relevância científica, profissional e social, em consonância com a defesa e garantia dos direitos humanos.

Para mais informações sobre esse tema, acesse os canais oficiais do CFP.

Dia Internacional do Aborto Seguro

O Dia Internacional do Aborto Seguro marca a luta pelos direitos sexuais e reprodutivos e pela garantia do cuidado integral à saúde da mulher. A data chama atenção para importância da descriminalização do aborto, uma questão de saúde pública que afeta cotidianamente mulheres, pessoas com capacidade de gestar (pessoas trans e não-binários) e diversos perfis de vítimas.


No Brasil, embora o aborto seja permitido por lei em três situações – como risco à vida da gestante, casos de anencefalia fetal e gravidez resultante de estupro –, o acesso aos serviços é frequentemente dificultado por estigmas, desinformação e barreiras institucionais. Em um país onde mulheres são frequentemente expostas à violência sexual, a proteção legal é indispensável para garantir os direitos e a saúde dessas vítimas. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2024 registrou o maior número de estupro e estupro de vulnerável da história do país, com um total de 87.545 vítimas registradas naquele ano.

A Psicologia entende como prioridades a escuta, o acolhimento e o cuidado ético a essas vítimas. Psicólogas(os) integram equipes multiprofissionais de atendimento no SUS e podem apoiar na disponibilização de informação e aconselhamento para o melhor cuidado.

Além disso, a incidência da Psicologia nas políticas públicas torna-se fundamental. Nesse sentido, entre 26 e 28 de setembro, o CFP participou do 5° Encontro Nacional de Pesquisa e Ativismo sobre Aborto, que ocorre bienalmente na UFMG. E também irá participar, entre 29 de setembro a 1º de outubro, da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, colocando em diálogo importantes aspectos das políticas públicas voltadas às mulheres. Importante destacar ainda que o CFP integra a Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto.

Conheça algumas normativas sobre esse assunto:

– Código de Ética Profissional
– Resolução CFP nº 008/2010
– Nota Técnica CFP nº 01/2023
– Referências Técnicas em Direitos Sexuais e Reprodutivos
– Referências Técnicas para atendimento a mulheres em situação de violência
– Resolução CONANDA nº 113/2006

Confira esses e outros documentos em cfp.org.br

Dia Nacional do Trânsito: a Psicologia atenta à preservação de vidas

Neste 25 de setembro, Dia Nacional do Trânsito, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) destaca a data como importante convite à reflexão sobre a segurança, a convivência e a importância de cada pessoa no tráfego.

Uma das treze especialidades da nossa ciência e profissão, a Psicologia do Tráfego estuda o comportamento humano no contexto da mobilidade, buscando compreender atitudes, emoções e decisões que impactam a segurança da sociedade.

A Psicologia contribui para um trânsito mais seguro ao promover a conscientização sobre comportamentos de risco, a importância da empatia e a promoção da saúde e respeito neste complexo contexto.

O CFP desempenha um papel fundamental nessa área, regulamentando a atuação profissional e estabelecendo diretrizes éticas e técnicas para a perícia psicológica no trânsito.

Também promove ações para subsidiar políticas públicas no tema da mobilidade humana, como é o caso do PL 4.111/2023, que está nas etapas finais de tramitação no Congresso Nacional antes de se tornar lei federal.

Restando apenas uma votação para sua aprovação final, o projeto visa estabelecer a Avaliação Psicológica em todas as renovações da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), não só na primeira obtenção do documento.

Pauta fundamental para a Psicologia e para a sociedade, a aprovação dessa legislação tem contado com importante incidência do CFP e da Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT), fornecendo dados e evidências científicas para a construção de uma lei para trazer diretrizes na área.

Acompanhe os canais oficiais do CFP para mais informações sobre o PL 4.111/2023 e demais ações relacionadas à Psicologia do Tráfego.

PSICOLOGIA E VISIBILIDADE BISSEXUAL: Respeito à dignidade e à diversidade

O Dia Internacional da Visibilidade Bissexual, celebrado em 23 de setembro, é uma data que busca afirmar as diferentes existências e a reflexão sobre os impactos da invisibilização e da violência na vida de pessoas bissexuais e de outras orientações não monossexuais.

A visibilidade bissexual é uma estratégia política e social para combater discriminações, fortalecer a luta por igualdade e defender a vida em suas mais amplas formas de existir. Por isso, a Psicologia entende a legitimidade do movimento e reafirma seu compromisso ético com a promoção da vida, da pluralidade e da dignidade de todas as pessoas.

Neste contexto, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) destaca a Resolução CFP nº 8/2022, que orienta a atuação profissional da categoria com base no respeito à autodeterminação, à dignidade e aos direitos dessas populações.

A resolução reconhece a bissexualidade como uma orientação legítima, que não deve ser patologizada, deslegitimada ou associada a “fase” ou “confusão”. Também veda práticas discriminatórias, como “terapias de conversão”, e discursos que tratam essas orientações como imorais ou desviantes.

Quando a bissexualidade é questionada, reduzida a estereótipos ou tratada como indecisão, ela está sendo invisibilizada. Esse apagamento gera discriminações específicas em espaços sociais e institucionais.

A bifobia, portanto, é uma forma de violência que nega a existência ou desqualifica a legitimidade das orientações não monossexuais. Cabe à Psicologia, como ciência e profissão, contribuir para seu enfrentamento, com práticas fundamentadas nos direitos humanos e no respeito à diversidade.

No dia de hoje, o Conselho Federal de Psicologia convida toda a categoria a revisitar a Resolução CFP nº 8/2022 e demais conteúdos que tratam da diversidade sexual e de gênero, como forma de assegurar o cuidado psicológico alinhado aos direitos humanos e às diversidades que conformam nossa existência.

CFP participa de XV Encontro Nacional da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, entre 12 e 14 de setembro, do XV Encontro Nacional da ABEP (Associação Brasileira de Ensino de Psicologia). O evento debateu temas fundamentais para a formação profissional em Psicologia no país, abordando questões como as transformações no ensino superior, o desafio do EaD e o impacto da inteligência artificial – assuntos que têm gerado reflexões e preocupações no cenário educacional.

A participação do CFP na atividade – representado pelas(os) conselheiras(os) federais Neuza Guareschi, Rodrigo Acioli, Pedro Paulo Bicalho e Virgílio Bastos –  reforça o compromisso da autarquia com a qualidade ética, técnica e científica da formação de psicólogas e psicólogos, ao abordar questões contemporâneas que impactam diretamente a educação e a prática profissional em todo o território nacional.

Durante a solenidade de abertura, a conselheira-tesoureira Neuza Guareschi reafirmou a importância do diálogo entre as instâncias formadoras e os órgãos reguladores da profissão. “Nos últimos anos, o Conselho Federal de Psicologia tem atuado em conjunto com a ABEP e outras entidades parceiras para garantir avanços fundamentais no campo da formação, como a construção da resolução de estágio e a nota técnica sobre preceptoria, que reafirmam a importância da prática psicológica”, destacou Guareschi.

Durante o evento, o CFP apresentou o Documento de Orientação sobre Estágios de Graduação e a Resolução CFP nº 5/2025, ambos com a finalidade de aprimorar a supervisão e a orientação de estágio, pilares para a formação de psicólogas e psicólogos alinhados aos princípios da ética e da responsabilidade social. 

Além disso, para contribuir com o aprimoramento da prática profissional e a formação ética e técnica de estudantes, o CFP disponibilizou no evento um estande com distribuição de publicações, como o Caderno de Estágios, o Código de Ética Profissional e outros materiais relacionados à formação em Psicologia, como diretrizes, cadernos temáticos, cartilhas e outros conteúdos relevantes à área.

O XV Encontro Nacional da ABEP contou com a participação de representantes de diversas instituições da Psicologia e evidenciou a importância da colaboração contínua para garantir uma formação sólida, crítica e alinhada com as demandas sociais contemporâneas. O evento também trouxe temas como diversidade, inclusão e o compromisso com as questões socioambientais, os quais o CFP tem integrado em suas diretrizes. 

A realização dessa atividade contou com apoio institucional do Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Política de Patrocínio e Apoio Institucional (PPAI-CFP). Essa política, estabelecida pela Resolução CFP 20/2023, tem como objetivo apoiar a disseminação da produção científica, fortalecer a Psicologia como prática profissional e contribuir para o alcance da categoria, estimulando atividades e eventos com relevância científica, profissional e social, em consonância com a defesa e garantia dos direitos humanos.