Retomada da Frente Nacional Drogas e Direitos Humanos

A Frente Nacional Drogas e Direitos Humanos decidiu retomar suas atividades, após reunião de nove entidades na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília, em abril de 2018. A proposta é rearticular entidades e movimentos sociais que lutam por políticas públicas de drogas baseadas nos direitos humanos e no respeito aos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), das diretrizes da IV Conferência de Saúde Mental Intersetorial e da XIV Conferência de Saúde.

Os fundamentos da frente também estão em consonância com o Decreto 7.053/2009, que institui a política nacional da população em situação de rua. É também objetivo reunir as frentes estaduais para a construção de estratégias de enfrentamentos dos desafios conjunturais.

Dentre as primeiras propostas da FNDDH, destacam-se o apoio a iniciativas públicas de tratamento baseado em redução de danos e manutenção da laicidade na política governamental; o fomento a organizações e articulações estaduais e locais sobre políticas de drogas; a produção de ações e audiências públicas sobre políticas de drogas; e a denúncia de violações aos direitos humanos.

Princípios

A frente defende uma política de segurança pública baseada na garantia dos direitos humanos e sociais, acima de tudo no direito à vida, e não na repressão policial ou em ações higienizadoras e criminalizadoras da pobreza. As entidades são contrárias à atual política de drogas, estabelecida pela Resolução Conad 01/2018. Assumem os princípios da luta antimanicomial e da redução de danos no acolhimento e no tratamento de pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, segundo os princípios da Lei 10.216/01 e do SUS.

As instituições que compõem a FNDDH são: Conselho Federal de Psicologia (CFP); Conselho Federal de Serviço Social (Cfess), Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas (Abramd); Iniciativa Negra para uma Nova Política de Drogas (INNPD); Associação Brasileira de Redução de Danos (Aborda); Associação Brasileira dos Terapeutas Ocupacionais (Abrato); Plataforma Brasileira de Política sobre Drogas; Programa Álcool e Outras Drogas (PACD/Fiocruz); e Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas (Renfa).

Os interessados em contatar a FNDDH devem telefonar para (61) 2109-0129. Para aderir, preencha este formulário.

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Nota em repúdio à condenação de 23 ativistas de direitos

NOTA PÚBLICA EM REPÚDIO À CONDENAÇÃO DE 23 ATIVISTAS DE DIREITOS EM 17 DE JULHO DE 2018

A Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia vem a público manifestar indignação frente à decisão do Juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª. Vara Criminal do Tribunal de Justiça, do Rio de Janeiro, no dia 17 de julho de 2018, em condenar à prisão 23 ativistas de direitos humanos, envolvidas e envolvidos nos protestos de 2013 e 2014, no Brasil.

As penas aplicadas foram graves, semelhantes às dirigidas ao crime de homicídio. As e os 23 ativistas foram condenadas e condenados ao regime fechado, com penas de 5 a 7 anos de prisão, atribuídas aos crimes de associação criminosa e corrupção de menores.

Os protestos foram e são expressões aceitáveis de um exercício pleno da liberdade de expressão e da cidadania ativa enquanto controle social da política pública e dos limites de regulação do poder da atuação do Estado Democrático de Direito.

Entre os elementos utilizados pelo Juiz para embasar a condenação das e dos ativistas, há a menção de um suposto diagnóstico denominado de “personalidade distorcida”, o qual designaria um sujeito com formação moralmente deficiente e, por esta condição, propenso a atos e comportamentos antissociais. “Tal posição remete ao período da Ditadura Civil-Militar, no qual, segundo a psicóloga Cecília M. B. Coimbra (2009), foi criado um projeto sobre o perfil psicológico dos que lutavam contra a Ditadura, classificando-os como pessoas desajustadas, desestruturadas.”

Outro argumento que causa estarrecimento é o de que as rés e os réus teriam conduta social reprovável e antissocial, segundo o Juiz. Ainda causa pavor o fato de que o Juiz expressou termos pejorativos e seletivos, no âmbito penal, ao destacar que as rés e os réus seriam brancos e de classe média, fato raro na opinião dele pelo fato de supostamente estes grupos não terem o que o Juiz denomina de propensão ao crime.

Tanto a acusação quanto o ato de condenação foram atitudes arbitrárias no campo da segurança e da justiça, e ocorreram a partir de elementos que não configuram provas concretas. A politização do Direito e a lógica punitivista operam, nesta condenação, como uma ameaça à democracia e ao direito de protesto de qualquer cidadã e cidadão. É de gerar questionamentos a afirmação do Juiz de que os réus e as rés desejavam levar o terror à sociedade e produzirem o caos social. A utilização do Direito Penal do autor, baseado nas características das rés e dos réus exclui da decisão as garantias constitucionais e instala o punitivismo fora de uma perspectiva constitucional de julgamento e defesa, na democracia plena.

Condenar pessoas por características de personalidade é injusto, preconceituoso, racista e eugenista, deixa patente a fragilidade do julgamento e da sentença decretada.
Publicamente, manifestamos nossa indignação e solidariedade aos ativistas condenados e condenadas.

Comissão de Direitos Humanos do CFP

Alfepsi recebe inscrições de trabalhos até 20 de julho

As inscrições de trabalhos para o VII Congresso da Alfepsi terminam dia 20 de julho. Para submissão de trabalhos livres, diálogos com autores latino-americanos e apresentação de livros, é preciso escolher o eixo temático e a modalidade de participação.

São sete eixos temáticos: Formação, pesquisa e desenvolvimento profissional em Psicologia; Psicologia, Direitos Humanos e desigualdades sociais; Psicologia e processos políticos na América Latina; Processos de trabalho e inserção da Psicologia; Psicologias e produção de saberes descolonizados; Psicologia e Formação Humana em diversos contextos; e Aportes da Psicologia para a compreensão e atenção de problemáticas psicossociais críticas. Confira as normas de apresentação de trabalho.

O encontro ocorrerá no Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), de 5 a 8 de setembro.

Esta é a primeira vez que o Congresso da Associação Latino-Americana para a Formação e Ensino da Psicologia (Alfepsi) é promovido no Brasil. A organização é da Alfepsi, do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep).

Você pode entrar em contato com a organização pelo site.

A Alfepsi

Fundada em maio de 2011 em Cajamarca, no Peru, a Alfepsi atua para contribuir na formação e no desenvolvimento de profissionais de Psicologia sensíveis à história e às culturas dos povos da América Latina. O propósito é produzir diálogos, articulações, pesquisas conjuntas e ações voltadas à promoção da formação em Psicologia de e para América Latina, descolonizada, comprometida com nossas realidades e nossos povos.

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VII Congresso da Alfepsi está com inscrições abertas

Anpepp comemora 35 anos com 17º Simpósio

A Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (Anpepp) completa 35 anos, celebrados em seu 17º Simpósio, de 15 a 18 de julho, em Brasília (DF). O Conselho Federal de Psicologia (CFP) esteve presente à solenidade de abertura do Simpósio da Anpepp, na noite deste domingo (15), no Museu Nacional.

O presidente do CFP, Rogério Giannini, falou na mesa de abertura representando o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), e destacou a importância de celebrar os 35 anos da Anpepp, entidade que nasceu no bojo da redemocratização no Brasil. Para Giannini, a Anpepp esteve presente nas transformações da Psicologia brasileira ao longo desse período, consolidando a pesquisa e os programas de pós-graduação, e ajudando a construir novas referências para a prática profissional coerentes com a ética profissional e comprometida com a transformação social.

Giannini lembrou que o país vive um novo período de rupturas democráticas, que têm imposto uma política de austeridade com corte de direitos e de recursos em áreas estratégicas para uma nação soberana, como sua produção de conhecimento.

“Diante deste cenário, mais uma vez a Psicologia e suas entidades são chamadas à ação. A Psicologia, enquanto ciência que produz saberes e fazeres, deve se posicionar diante disso, na perspectiva do cuidado e da promoção dos direitos. Cabe-nos também, de maneira enfática, reconhecer, denunciar e combater a violência como método político, a linguagem de ódio e o fascismo”, afirmou.

Na mesma linha, a presidenta da Anpepp, Magda Diniz Bezerra Dimenstein, enfatizou em seu discurso a pertinência do tema deste 17º Simpósio no momento pelo qual passa o país: “Ciência, Cotidiano e Democracia: desafios para a produção do conhecimento e a pós-graduação em Psicologia”.

Além de Giannini, os conselheiros do CFP Pedro Paulo Bicalho, Celia Zenaide, Sandra Sposito e Regina Pedroza também prestigiaram a abertura. A vice-presidente da Fenapsi, Fernanda Magano, também esteve presente. O 17º Simpósio da Anpepp segue até o dia 18 e conselheiros do CFP participarão do evento em diversos Grupos de Trabalho.

Fundada em 1983 durante a XXXV Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Belém do Pará, a Anpepp tem por objetivo congregar programas de pós-graduação vinculados a instituições de ensino superior para fomentar e estimular a formação de profissionais para pesquisa e pós-graduação em Psicologia.

CRP Santa Catarina recebe visita itinerante do CFP

Em mais uma visita itinerante, a diretoria do Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi a Santa Catarina reunir-se com o Conselho Regional de Psicologia da 12ª Região, no dia 22 de junho.

Além de estreitar os canais de diálogo e aproximar as instituições, durante o encontro o CRP de Santa Catarina sugeriu que o CFP organize um encontro com profissionais da Psicologia que são candidatas e candidatos nas eleições 2018, para discutir e construir as pautas e projetos comuns, considerando as contribuições da Psicologia na consolidação da democracia e na efetivação de direitos.

“Vivemos um momento da recente história política do país marcado por intensa desigualdade social, visível déficit democrático e crise ética que se impõe às mais variadas instâncias. Reunir candidatas e candidatos que no plano comum possuem a formação em Psicologia para construirmos pautas e posicionamentos é de suma importância para o Conselho Federal de Psicologia. Muito bem-vinda a sugestão do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina”, afirmou o conselheiro do CFP Pedro Paulo Bicalho, presente ao encontro.

Visita itinerante

Desde 2017, já foram realizadas visitas itinerantes nos CRPs do Ceará, da Paraíba, de Alagoas, de Pernambuco, da Bahia, de Sergipe, do Espírito Santo, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul, de Tocantins, do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, do Distrito Federal, além do Amazonas, sede do CRP-20, e das seções Acre e Rondônia. O objetivo das visitas é aproximar as instituições, criar canais de diálogo cada vez mais próximos, conhecer as realidades locais e ajustar diretrizes de âmbito nacional.

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CFP faz visita itinerante ao CRP do Rio Grande do Sul

Psicologia na defesa dos direitos da população em situação de rua

Frente às diferentes violações de direitos da população em situação de rua, agora evidenciada pela retirada de filhos das mulheres que vivem nessa condição, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (CRP/RN) e o Movimento Nacional da População de Rua iniciaram, no dia 12 de julho, em Natal (RN), o planejamento de estratégias de intervenção que possam contribuir para dar visibilidade ao problema e buscar soluções. Com essa ação, a Psicologia mostra seu compromisso na defesa dos direitos da população em situação de rua.

CFP faz visita itinerante ao CRP do Rio Grande do Sul

Dando continuidade às visitas itinerantes, a diretoria do Conselho Federal de Psicologia (CFP) reuniu-se com o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP-RS/7ª Região), no dia 27 de junho. No encontro, as diretorias conversaram sobre a necessidade de realização de seminários para construir as memórias do Sistema Conselhos, explicitando as boas práticas implantadas em cada Regional.

Outros pontos de pauta foram a criação de instrumentos para preparar as novas gestões do Sistema Conselhos, assim como a necessidade de realizar inspeções nas Associações de Proteção e Assistência aos Condenados (Apacs). Também foram discutidos o Encontro das Comissões de Orientação e Ética (COE) e das Comissões de Orientação e Fiscalização (COF) de julho, além da possibilidade de formulação de Resolução do CFP sobre a necessidade de inscrição no CRP de docentes que atuam na extensão universitária e em estágios supervisionados em clínicas-escola com intervenção psicológica.

Visita itinerante

Desde 2017, já foram realizadas visitas itinerantes nos CRPs do Ceará, da Paraíba, de Alagoas, de Pernambuco, da Bahia, de Sergipe, do Espírito Santo, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul, de Tocantins, do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais, de Santa Catarina, do Distrito Federal, além do Amazonas, sede do CRP-20, e das seções Acre e Rondônia. O objetivo das visitas é aproximar as instituições, criar canais de diálogo cada vez mais próximos, conhecer as realidades locais e ajustar diretrizes de âmbito nacional.