Estudos de validade, precisão e normas têm prazo até 31 de dezembro de 2021

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) ampliou para dia 31 de dezembro de 2021 o prazo dos estudos de validade, precisão e normas dos testes psicológicos, estabelecido pelo art. 14 da Resolução CFP nº 9, de 25 de abril de 2018. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (14) por Retificação.

O prazo anterior era 1º de abril de 2021, conforme publicado no mesmo DOU em 22 de dezembro do ano passado.

A Resolução dispõe sobre alterações administrativas temporárias na Resolução CFP nº 13, de 14 de setembro de 2007, e na Resolução CFP nº 9, de 25 de abril de 2018, e revoga a Resolução CFP nº 09, de 15 de julho de 2020, que previa as medidas administrativas temporárias em função da pandemia da Covid-19.

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Conheça também as Resoluções CFP 13/2007 e 09/2018.

Em 2020, Podcast do CFP alcançou mais de 21 mil reproduções nas plataformas digitais

No dia 19 de março, o CFPCAST, Podcast do Conselho Federal de Psicologia (CFP) completa um ano de existência. Até o dia 7 de janeiro deste ano, data do último programa veiculado, intitulado “CFP Debate #EP14 – Debate em defesa do Conanda” foram produzidos 44 conteúdos em formato de áudio para que profissionais da Psicologia fiquem por dentro dos assuntos discutidos pelo CFP com diversos setores da sociedade.

No período veiculado até o momento, foram mais de 20 mil reproduções nas plataformas digitais de áudio. E o episódio mais ouvido foi o segundo CFP Debate, intitulado “Como a pandemia do Coronavírus pode afetar a saúde mental da população”.

“A gente fica muito feliz com o fato da categoria ter aceitado e ter acolhido o podcast de uma forma muito positiva. Temos trabalhado diuturnamente para ampliar cada vez mais os mecanismos de comunicação, para que a categoria possa cada vez mais se sentir mais próxima do seu Conselho”, afirma a presidente do CFP, a psicóloga Ana Sandra Fernandes.

Para a presidente do Conselho Federal de Psicologia, o Podcast do CFP é um canal de comunicação e de informação muito importante. “Especialmente neste momento de pandemia tem tido uma importância e uma relevância muito grande para que a gente consiga acessar a nossa categoria de psicólogas e psicólogos de uma forma muito mais orientativa, interativa, fazendo com que os conteúdos produzidos, as informações importantes para o exercício profissional, as orientações que são relevantes, que cheguem de forma muito mais acessível, muito mais rápida para toda a categoria”, completou.

A maioria do público que ouve o “CFPCast” é composta por mulheres (73%), com faixa etária de 23 a 34 anos. Além disso, as(os) ouvintes do podcast estão espalhadas(os) por 23 países. A plataforma mais utilizada é o Spotify, porém, nossos episódios estão disponíveis também nas plataformas Apple Podcast, CastBox, Anchor e Deezer.
No início de fevereiro, o Podcast do CFP lançará a sua segunda temporada, com novos conteúdos, locutores e áudios mais atrativos para a categoria. Sugestões de programas devem ser enviados para o e-mail: comunica@cfp.org.br

Acesse todos os programa do CFP CAST

Em apoio ao CONANDA

O Sistema Conselhos de Psicologia, o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) e as entidades de Psicologia vêm manifestar apoio ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA), que no dia 17/12/2020 aprovou a Resolução que estabelece diretrizes para o atendimento socioeducativo às adolescentes privadas de liberdade no Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), fundamentada nas missões em que o CONANDA participou, em 2017, junto com o CNPCT e MNPCT, além dos relatórios do mecanismo. O conjunto de diretrizes elencadas na Resolução reafirma a Proteção Integral para o adequado processo de responsabilização socioeducativa às adolescentes privadas de liberdade.

Ressaltamos,
a) manutenção da saúde integral e da saúde mental de todas as as adolescentes e jovens em privação de liberdade. Assim, a regulamentação de espaços que tornem possível a manutenção e de laços e das relações já estabelecidas, são elementos fundamentais para o pleno cumprimento da MSE, como já estabelecido em muitas unidades;

b) a garantia dos princípios constitucionais da brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, devendo garantir a priorização das medidas em meio aberto às adolescentes e jovens gestantes e lactantes, além de considerar as melhores condições de manutenção à convivência familiar e comunitária, considerando inclusive a condição de adolescentes gestantes e lactantes;

c) o enfrentamento ao racismo institucional e a cultura machista, no âmbito do SINASE é diretriz de grande relevância na defesa de direitos humanas das adolescentes por reafirmar que nenhuma proposta político-pedagógica pode se constituir sem que haja explícitos postulados de enfrentamentos as práticas racistas e que venha a garantir a equidade de oportunidades educacionais, de aprendizagens, profissionalização, considerando as áreas de interesse e o enfrentamento a uma cultura machista estrutural. As unidades socioeducativas forjadas numa sociabilidade heteropatriarcal acabam por reproduzir a manutenção da hegemonia de compreensão burguesa machista e racista sobre os papéis sociais cabíveis às mulheres.

d) da garantia a expressão de afetos, afetividade, sexualidade e convivência, uma vez que todo o processo de desenvolvimento humano perpassa essas questões. Assim, proporcionar uma atenção e cuidados adequados às adolescentes e jovens privadas de liberdade, que considerem suas experiências e vivências afetivas e sexuais, poderá possibilitar melhor desenvolvimento psíquico, bem como a redução de vulnerabilidades que incidem em sofrimento e prejuízos à saúde mental.

e) da prevenção e combate à violência sexual, tortura e maus tratos, posto que os dados apontam que as ações socioeducativas ainda são fundamentadas em práticas punitivas, vexatórias e de exploração dos corpos das adolescentes e jovens privadas de liberdade.

Salientamos que esta importante resolução converge para diversas normativas que o Sistema Conselho de Psicologia vem orientando à categoria, como A Resolução 010/2005, que aprova o Código de Ética Profissional do Psicólogo; Resolução 08/2020, que estabelece normas de exercício profissional da psicologia em relação às violências de gênero; Resolução 018/2002 que estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial; Resolução 01/99, que estabelece normas de atuação para as psicólogas em relação à questão da Orientação Sexual; Resolução 01/2018, que estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis.

Neste sentido, as entidades da psicologia afirmam seu compromisso com todas as pautas que tem por finalidade garantir a dignidade da pessoa humana, reafirma apoio ao importante passo do CONANDA em reconhecer, que mesmo após trinta anos do Estatuto da Criança e do/a Adolescente ainda é necessário reafirmar os direitos, a equidade de oportunidades e o pleno desenvolvimento humano das adolescentes e jovens brasileiras que cumprem medidas socioeducativas de privação de liberdade.

 

Conselho Federal de Psicologia – CFP
Conselho Regional de Psicologia da 1ª Região – DF
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Conselho Regional de Psicologia da 10ª Região – PA/AP
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Conselho Regional de Psicologia da 12ª Região – SC
Conselho Regional de Psicologia da 13ª Região – PB
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Conselho Regional de Psicologia da 16ª Região – ES
Conselho Regional de Psicologia da 17ª Região – RN
Conselho Regional de Psicologia da 18ª Região – MT
Conselho Regional de Psicologia do 19ª Região – SE
Conselho Regional de Psicologia da 20ª Região – AM/RR
Conselho Regional de Psicologia da 21ª Região – PI
Conselho Regional de Psicologia da 22ª Região – MA
Conselho Regional de Psicologia da 23ª Região – TO
Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região – AC/RO
Federação Nacional dos Psicólogos – FENAPSI
Associação Brasileira de Neuropsicologia – ABRANEP
Associação Brasileira de Psicologia Política – ABPP
Federação Latino-Americana de Análise Bioenergética – FLAAB
Instituto Brasileiro de Neuropsicologia e Comportamento – IBNeC
Coordenação Nacional de Estudantes de Psicologia – CONEP
Associação Brasileira de Ensino de Psicologia – ABEP
Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia – ANPEPP
Associação Brasileira de Psicologia Jurídica – ABPJ
Associação Brasileira de Psicoterapia – ABRAP
Associação Brasileira de Psicologia da Saúde – ABPSA
Associação Brasileira de Psicologia do Esporte – ABRAPESP
Associação Brasileira de Psicologia da Aviação – ABRAPAV
Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar – SBPH
Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional – ABRAPEE
Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho – SBPOT
Associação Brasileira de Orientação Profissional – ABOP
Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego – ABRAPSIT
Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica – IBAP
Associação Brasileira de Psicologia Positiva – ABP+

BOAS FESTAS

Enfrentar uma pandemia sem precedentes certamente tornou o ano de 2020 o mais desafiador das últimas décadas. Foi preciso reinventar maneiras de trabalhar, de conviver, de se expressar e de compreender a vida.

Para o XVIII Plenário do Conselho Federal de Psicologia, que iniciou sua gestão em 2020, foi um desafio a mais: gerir a maior entidade da Psicologia brasileira com o zelo e o cuidado que a categoria e a sociedade pedem, especialmente em um contexto da crise sanitária da Covid-19, tão complexa e profunda, e que tanto demanda ações e respostas da Psicologia.

Desde o começo, o CFP buscou construir, de forma conjunta e dialogada, os caminhos para a superação dos desafios postos pela conjuntura, na compreensão de que a Psicologia – enquanto ciência, profissão e atuação política – está à serviço da promoção da saúde, do enfrentamento das desigualdades, da defesa dos direitos humanos e da construção de uma sociedade fraterna.

Mantivemos diálogos com psicólogas e psicólogos de todo país, com os Conselhos Regionais, com outras categorias profissionais e também com diversos conselhos de direitos e espaços de participação e construção coletiva. Com muita união, muito diálogo, compromisso e trabalho, reafirmamos as bandeiras históricas da Psicologia sem esquecer nosso papel de regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional.

O Conselho Federal de Psicologia deseja a toda a categoria e a toda a sociedade que 2021 seja o ano do cuidado e da preservação das vidas. Seguiremos construindo a Psicologia brasileira cada vez mais diversa e inclusiva, com ética profissional e comprometida com a garantia de direitos. E que nossa vontade de transformar a sociedade nunca esmoreça.

Dia D da Saúde Mental

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e todos os 24 Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), além de entidades da Psicologia brasileira, convidam para ato virtual, na próxima segunda-feira (14), às 16h, em defesa de uma política de saúde mental baseada no cuidado em liberdade e em uma sociedade sem manicômios.

A vigília virtual acontece como forma de denúncia aos retrocessos presentes no documento intitulado “Diretrizes para um modelo de atenção integral em saúde mental no Brasil”, da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e outras entidades. Esta proposta é dissonante do que é proposto pela Lei nº 8080/90, pela Lei nº 10.216/2001, pela Constituição Federal (no que tange a liberdade individual e o direito à saúde), pela Portaria nº 3.088/2011 e pelos movimentos de Reforma Sanitária e Psiquiátrica brasileira.

 

Adolescentes tomam posse no Conanda pela primeira vez

Pela primeira vez, o Conanda terá adolescentes na sua composição. É que nesta quinta-feira (10), 47 adolescentes serão empossadas(os) no Comitê de Participação de Adolescentes do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CPA-Conanda) para compor o colegiado no biênio 2021-2022. A posse ocorrerá durante a cerimônia de encerramento da XI Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

Este marco acontece no ano em que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) preside o Conanda. A presidente do Conanda, psicóloga e ex-conselheira do CFP, Iolete Ribeiro, explica que essa é uma demanda antiga do Conanda, debatida desde a aprovação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e da Convenção sobre os Direitos da Criança da ONU. “Como o Conanda delibera políticas para a infância e a adolescência no Brasil, é importante que as próprias crianças e adolescentes sejam protagonistas nas discussões ao que lhes diz respeito. Aprovamos em 2017 a Resolução Nº 197, criando o Comitê de Participação de Adolescentes, houve uma primeira seleção mas não houve posse, então efetivamente esse Comitê só começou a funcionar em 2020”.

Os novos membros do Conanda foram escolhidos em processos seletivos pelos Conselhos Estaduais dos Direitos da Criança e do Adolescente, por entidades e por meio do ambiente virtual de participação de adolescentes.

Segundo a conselheira do CFP, Marina Del Poniwas, a participação de adolescentes na formulação, deliberação, monitoramento e avaliação das políticas públicas é um direito e um avanço para a promoção, defesa e garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes. “O direito dos adolescentes de expressar livremente sua opinião e serem ouvidos, de acordo com sua fase do desenvolvimento, conforme previsão do ECA, é um desafio para a sociedade, em geral, que ainda compreende crianças e adolescentes como objetos, conforme o paradigma do código de menores. Precisamos superar este paradigma, pois temos muito a aprender com os adolescentes, com a sua forma de compreender a realidade, com o seu senso crítico, com suas formas de interação, com a sua criatividade e é fundamental que expressem seus desejos e opiniões, ainda mais quando se trata do desenvolvimento de políticas, programas e projetos que dizem respeito a suas vidas”, avalia.

Iolete Ribeiro complementa que é preciso construir uma cultura de participação adolescente. “Porque muitas conselheiras e conselheiros adultos ainda não estão habituados a esse trabalho conjunto, de várias gerações. Será uma etapa muito importante, que vai qualificar as decisões, porque os adolescentes fazem análises muito importantes, trazem as perspectivas deles, que nós adultos muitas vezes não enxergamos e quando estamos no diálogo plural o resultado é bastante rico”, explica a presidente do Conanda.

Conanda

Criado em 1991 pela Lei nº 8.242, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) foi previsto pelo Estatuto da Criança e do Adolescente como o principal órgão do sistema de garantia de direitos. Por meio da gestão compartilhada, governo e sociedade civil definem, no âmbito do Conselho, as diretrizes para a Política Nacional de Promoção, Proteção e Defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes.

Além da definição das políticas para a área da infância e da adolescência, o Conanda também fiscaliza as ações executadas pelo poder público no que diz respeito ao atendimento da população infanto-juvenil.

A gestão do Fundo Nacional da Criança e do Adolescente (FNCA) é também outra importante atribuição do Conselho. É ele o responsável pela regulamentação sobre a criação e a utilização desses recursos, garantindo que sejam destinados às ações de promoção e defesa dos direitos de crianças e adolescentes, conforme estabelece o Estatuto.

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7º Congresso Brasileiro de Saúde Mental começa nesta terça (08)

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participa, a partir desta terça-feira (8), do 7º Congresso Brasileiro de Saúde Mental “Desorganizando posso me organizar: Lutas, afetos e resistências antimanicomiais”. Organizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), o Congresso é realizado de forma virtual e vai até o dia 11 de dezembro.

O objetivo é debater experiências de resistências dos saberes e práticas do cotidiano dos territórios no contexto da crise da democracia e da Reforma Psiquiátrica brasileira.

Atividades do CFP no Congresso

Representantes do CFP estarão presentes em oficinas, minicursos, passeata virtual e mesas redondas.

Na terça-feira (8), às 10h, será lançada no Congresso a Campanha Nacional de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia “Racismo é coisa da minha cabeça ou da sua?“. A campanha tem o objetivo de contribuir para o aprimoramento do exercício profissional da categoria em seus mais diversos campos, considerando os temas do racismo, da branquitude e da interseccionalidade de raça, etnia, classe, gênero e deficiência.

Na quarta-feira (9), o CFP participa das oficinas “Corpo Negro nos espaços: um direito corrompido?” e “Entre Telas e Aflições: a experiência das pessoas com a pandemia da COVID-19”.

Já na quinta-feira (10), às 13h, CFP e Abrasme realizam a passeata virtual “Pela Vida: em defesa do SUS e da Reforma Psiquiátrica”. Na sequência, às 14h, a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, participa juntamente com as conselheiras Marisa Helena Alves e Tahiná Khan da mesa redonda “O Conselho Federal de Psicologia na pandemia de Covid-19: atuação em rede e junto à categoria na atenção à saúde mental”. O presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto, será o mediador do debate.

No último dia, às 10h15, acontecem as mesas redondas “Intersexualidade e população LGBTQI+” e “Políticas antirracistas e resistência antimanicomial”.

Confira a programação completa.

Psicologia e Serviço Social na educação básica: Regulamenta já!

A Psicologia e o Serviço Social seguem empenhados na mobilização para regulamentar a Lei 13.935/2019, que prevê a presença das duas profissões nas redes públicas de educação básica. Para falar do processo de regulamentação, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) e a Associação Brasileira de Municípios (ABM) promovem, na próxima quarta-feira (02), às 10h, um debate ao vivo pelas redes sociais do CFP, CFESS e ABM.

A atuação de psicólogas(os) e assistentes sociais na rede básica de ensino representa um salto qualitativo no processo de aprendizado e formação social de estudantes, além de trabalho direto da equipe multidisciplinar junto à família, gestoras(res), funcionárias(os) e corpo docente. Contribui, ainda, para a consolidação do ensino público inclusivo, de qualidade, garantidor de direitos.

Histórico

Após 20 anos de tramitação no Congresso Nacional, entrou em vigor, em 12 de dezembro de de 2019, a Lei nº 13.935/2019, que dispõe sobre a prestação de serviços de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de educação básica. A Lei é resultado de intensa mobilização e luta de diversas entidades da Psicologia e do Serviço Social ao longo dos anos. Em 2019, as mobilizações se intensificaram, com constantes audiências e conversas junto a congressistas para sensibilizar da importância das duas profissões no contexto da educação básica, assim como para pressionar pela aprovação da Lei. O esforço garantiu a aprovação no Congresso Nacional e, depois, a derrubada do veto integral da Presidência da República ao PL nº 3.688/2000.

Com a promulgação, iniciou-se um novo ciclo de luta pela garantia da regulamentação e da implementação da nova Lei. Para isso, as entidades começaram uma série de visitas e diálogos com gestores e entidades federais, municipais e estaduais ligados à educação, como o secretário nacional de educação básica do Ministério da Educação; a Casa Civil da Presidência da República, a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME); o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed); a Frente Nacional dos Prefeitos (FNP); e a Associação Brasileira de Municípios (ABM).
Para garantir que esta mobilização se estenda aos estados e municípios de todo o Brasil, o CFP e o CFESS organizaram uma oficina para formação de multiplicadoras(es), junto aos Conselhos Regionais das duas categorias bem como demais entidades da Psicologia e do Serviço Social. O intuito é que as entidades locais possam se articular para pressionar governos locais a efetivarem dispositivos da nova legislação.

Além disso, foi lançado o guia “Psicólogas(os) e assistentes sociais na rede pública de educação básica: orientações para a regulamentação da Lei 13.935, de 2019”, material produzido de maneira colaborativa entre CFP, CFESS, ABRAPEE, ABEP, ABEPSS e FENAPSI com o objetivo de fornecer orientações e subsídios de forma ágil para adensar a mobilização em todos os estados e municípios. O manual apresenta sugestão de atividades e modelos de documentos que devem ser encaminhados às autoridades locais, bem como diversos marcos legais acerca do tema.

Fundeb

A aprovação do novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) – que passou a ser instrumento permanente de financiamento da educação básica pública -, contribui para consolidar a Lei 13.935/2019, de 11 de dezembro de 2019, que insere nas redes públicas de educação básica os serviços de Psicologia e de Serviço Social para atender as necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação, por meio de equipes multiprofissionais. Com a aprovação do Fundeb, estados e municípios poderão pagar profissionais da Psicologia e do Serviço Social com os 70% destinados ao pagamento de profissionais da educação básica.

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CFP discute impactos da nova política de educação especial no fazer da Psicologia

As implicações do Decreto 10.502/2020 – que institui a Política Nacional de Educação Especial: Equitativa, Inclusiva e com Aprendizado ao Longo da Vida – serão tema de live, no dia 30 de outubro, do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Na prática, o decreto altera a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, vigente no país desde 2008. De acordo com posicionamento emitido pelo CFP, o Decreto 10.502/2020 foi construído pelo Ministério da Educação (MEC) sem qualquer participação e consulta às entidades representativas do movimento das pessoas com deficiência, aos setores da sociedade civil, às pessoas com deficiência, seus familiares e às(aos) pesquisadoras(es) do tema.

Além disso, a nova política instituída pelo decreto apresenta-se contrária às políticas educacionais que asseguram a diversidade social e a igualdade de oportunidade no ambiente escolar, pois ao estabelecer a educação especializada como uma modalidade escolar fragiliza os direitos das pessoas com deficiência e consolida a discriminação com o retorno de espaços segregados de educação. Nesse sentido, a live tem como objetivo também discutir os retrocessos que a medida acarreta, bem como a atuação de profissionais da Psicologia mediante as alterações na área.

O debate será mediado por Ana Sandra Fernandes, presidente do CFP, e contará com a participação de Biancha Angelucci, psicóloga e docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP); Mariana Rosa, jornalista, pessoa com deficiência e integrante do Coletivo Feminista Helen Keller; e Sonia Mari Shima Barroco, psicóloga, professora, com pós-doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP) e Coordenadora da representação da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) no Paraná.

A atividade será transmitida ao vivo, a partir das 10h, pelas redes sociais do CFP.

Conheça as participantes:

Ana Sandra Fernandes
(CRP 13/5496)
Atual presidente do CFP, foi vice-presidente do Conselho na gestão 2016/2019. É psicóloga clínica e professora do curso de Psicologia do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ).

Biancha Angelucci
(CRP 06/57074)
Psicóloga, doutora em Psicologia Social pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), docente da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP) e militante pelos direitos das pessoas com deficiência.

Mariana Rosa
Jornalista, integrante do Coletivo Feminista Helen Keller, pessoa com deficiência e ativista pelos direitos das pessoas com deficiência, consultora em educação inclusiva, educadora e mãe de criança com deficiência.

Sonia Mari Shima Barroco
(CRP 08/02852)
Psicóloga com pós-doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, da Universidade de São Paulo (USP). É professora voluntária do Programa de Pós-Graduação em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (PPI/UEM-PR). Coordena a representação da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) no Paraná. Pesquisa o desenvolvimento humano à luz da Psicologia Histórico-Cultural nos âmbitos da Educação Especial, Psicologia Escolar/Educacional, Políticas Públicas, Psicologia e Arte, Psicologia e Violência.

Serviço:

Live “Educação Inclusiva: Implicações do Decreto 10.502 no fazer da Psicologia”
Data: 30 de outubro
Horário: 10h
Transmissão ao vivo pelos canais do CFP no Youtube e Facebook.

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Contra os Retrocessos da Política Nacional de Saúde Mental

Nota de Posicionamento do Sistema Conselhos de Psicologia frente aos Retrocessos da Política Nacional de Saúde Mental

Desde a década de 1980, a Psicologia tem participado ativamente dos movimentos de Reforma Sanitária e de Reforma Psiquiátrica Antimanicomial que possibilitaram a criação do Sistema Único de Saúde (SUS) e a implantação de uma Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), comprometidos com a produção do cuidado em liberdade, da cidadania e da saúde das pessoas com sofrimento mental. Ao longo deste tempo, a Psicologia tem lutado e reafirmado o seu compromisso com estas políticas públicas de saúde em seus esforços de promoção de justiça social e de afirmação dos direitos humanos.

Sem esquecer dos efeitos nefastos do abandono, da violação de direitos e dos maus tratos nas vidas das pessoas internadas em hospitais psiquiátricos e atentos às formas contemporâneas de segregação, psicólogos e psicólogas, aliados a outras trabalhadoras da saúde mental, familiares e usuárias dos serviços de saúde mental, têm contribuído para a sustentação de um modo de atenção em saúde mental na RAPS capaz de proporcionar o cuidado necessário e o respeito às diferentes e singulares experiências da loucura, do sofrimento psíquico e dos sofrimentos decorrentes do uso problemático de drogas. No campo acadêmico, psicólogas e psicólogos têm produzido conhecimentos comprometidos com ampliação da compreensão da loucura e do sofrimento psíquico. Na arena política, psicólogas e psicólogos têm se alinhado a diferentes lutas sociais que buscam assegurar a liberdade, a dignidade, a cidadania e a vida das pessoas com sofrimento mental.

Transcorridos aproximadamente 30 anos de implantação de uma Política Nacional de Saúde Mental, construída de forma coletiva e participativa, graves retrocessos têm se apresentado em portarias do Ministério da Saúde, especialmente a Portaria nº3588 /2017, que propõe o retorno de uma política centrada nos saberes, poderes e práticas psiquiátricas. Reafirmando o hospital psiquiátrico como o território principal de tratamento e valorizando as práticas ambulatoriais que reforçam os saberes dos especialistas, estas portarias favorecem o modo de atenção com características excludentes, com práticas médico-centradas, que fragilizam o cuidado integral, em rede, em equipe e produzido com a participação de familiares e de pessoas com sofrimento mental. A complexidade do fenômeno da loucura exige uma abordagem psicossocial que considere a existência concreta dos sujeitos e seus sofrimentos.

Além disso, há retrocessos inquestionáveis na Política Nacional sobre Drogas no Brasil. Sintetizada pela Resolução 01/2018 do Conselho Nacional de Políticas Sobre Drogas (CONAD), há uma “guinada à abstinência”, que reconstrói o estigma de que todo e qualquer uso de substância psicoativa causa sofrimento psíquico e social e consequentemente precisa ser medicado e ter tratamento segregado nos hospitais psiquiátricos ou ambulatórios especializados. O proibicionismo, sustentado pela racista e genocida guerra às drogas (e aos pobres), tem se fortalecido em contraposição da Política de Redução de Danos: é preciso fortalecer a lógica da autonomia do sujeito em seu uso e, se necessário, do cuidado no território e em liberdade.

O Sistema Conselhos de Psicologia tem, portanto, atuado em defesa da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial desde os seus primórdios, tornando-se um ator relevante nesse processo; fundamentado em referenciais científicos e orientado por uma ética inclusiva, respeita e reconhece as pessoas com sofrimento mental como cidadãs e cidadãos. Recusa referenciais que reduzem o sujeito à condição de objeto bem como a primazia de saberes que desconsideram os direitos das pessoas com transtornos mentais e das pessoas que fazem uso problemático de álcool e outras drogas. O projeto ético da Psicologia se orienta pelo reconhecimento da diversidade das subjetividades, pela possibilidade da convivência entre diferentes. Reivindicamos a atualidade e a potência da luta Antimanicomial na construção de um outro modelo de sociedade, que rompa com o modo de produção de desigualdades sociais. A luta por uma sociedade sem manicômios compreende a radicalização da democracia e da liberdade de todas as pessoas, sem deixar ninguém para trás!

A partir destas considerações, o Sistema Conselhos de Psicologia, declara:

Reconhecer que o debate sobre modos de atenção em saúde mental não envolve aspectos exclusivamente técnicos, é também um debate ético que deve considerar o ser humano na centralidade.

Compreender que uma sociedade democrática prescinde de manicômios, reconhecendo a legitimidade do outro como fundamento da liberdade para todos e todas.

Repudiar o ataque corporativista e conservador a uma das mais potentes políticas e lutas – a Luta Antimanicomial; como aconteceu no lançamento do Programa Mentalize do Ministério da Saúde, que uma corporação da Psiquiatria – ABP falou em nome de uma profissão regulamentada há 58 anos. A Psicologia fala por si mesma e rejeita que qualquer outro saber, disciplina ou instituição assuma esse lugar.

Não concordar que as práticas de atenção em saúde mental do SUS sejam definidas por uma única categoria profissional e por seu campo de conhecimento. Isso é um retrocesso para as políticas públicas e um enorme prejuízo para a população atendida.
Comprometer-se com a defesa da RAPS e com o enfrentamento cotidiano do manicômio, enquanto lógica, em suas várias formas – do hospital psiquiátrico, ao manicômio judiciário e à comunidade terapêutica.

Não aceitar os ataques às conquistas da Reforma Sanitária e da Reforma Psiquiátrica e às lutas que realizaram e realizam em defesa dos direitos, da democracia e do respeito e dignidade das pessoas.

A defesa da política de Redução de Danos, como tecnologia crítica de cuidado a pessoas que sofrem em decorrência do uso de substâncias psicoativas.

A defesa do antiproibicionismo, porque a criminalização dos usuários de drogas já se mostrou ineficaz em seu papel de controlar o uso de substâncias e plantas ilícitas. É preciso dar fim a militarização da saúde e da segurança pública no contexto das drogas, porque convergem para um processo de extermínio de pessoas que vivem em periferias, especialmente pobres, jovens e negros.

Comprometer-se, de modo inalienável, com a Reforma Psiquiátrica Antimanicomial!