CFP participa de reunião descentralizada do Conselho Nacional de Saúde

A cidade de Salvador/BA recebeu em outubro mais uma reunião ordinária do Conselho Nacional de Saúde, colegiado o qual o Conselho Federal de Psicologia (CFP) integra. O encontro procurou descentralizar as discussões das reuniões ordinárias do CNS para além do Distrito Federal e chegar a outros estados brasileiros.

Na pauta da reunião, conselheiras e conselheiros do CNS dialogaram sobre racismo, saúde da população negra e a luta por um SUS antirracista sob a perspectiva do controle social. O CFP foi representado pela conselheira Marisa Helena Alves e pelo conselheiro Gabriel Henrique.

Dentre as atividades, ocorreu um ato público contra o racismo religioso, organizado pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro-BA). Na reunião do CNS também foram dados informes sobre a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental e os resultados do Projeto de Pesquisa da 17ª Conferência Nacional de Saúde. 

Conselho Nacional de Saúde

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS), integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde. Foi criado em 1937 para fiscalizar, acompanhar e monitorar as políticas públicas de saúde nas suas mais diferentes áreas, levando as demandas da população ao poder público.

O Conselho é composto por 48 conselheiros(as) titulares e seus respectivos primeiros e segundos suplentes, que são representantes dos segmentos de usuários, trabalhadores, gestores do SUS e prestadores de serviços em saúde. Além do Conselho Federal de Psicologia, fazem parte do CNS movimentos sociais, instituições governamentais e não-governamentais, entidades de profissionais de saúde, comunidade científica, entidades de prestadores de serviço e entidades empresariais da área da saúde.



CFP vai ao Senado para audiência pública sobre exame criminológico

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi convidado a participar de debate no Senado sobre o projeto de lei que prevê o estabelecimento da monitoração eletrônica e a realização de exames criminológicos para a progressão de regime, como também extingue o direito da saída temporária de pessoas privadas de liberdade. A conselheira do CFP, Alessandra Almeida, participou da Audiência Pública da Comissão de Segurança Pública que debateu o PL 2.253/2022, no dia 26 de setembro.

No evento, a conselheira destacou que o Conselho Federal é contrário ao exposto no projeto. Ela ponderou que o exame criminológico não é meio eficaz de avaliação psicossocial e que representa uma resposta simples para questões extremamente complexas.

“O exame criminológico está permeado pela crença por meio da qual se busca analisar o ser humano a fim de definir, a partir da verificação da sua essência como boa ou má, se estará apto ao convívio à sociedade – o que é um equívoco em termos técnicos e científicos”, apontou.

A Lei de Execuções Penais (LEP), de 1984, previa a obrigatoriedade dos exames criminológicos para fins de progressão de regime, mas essa obrigatoriedade foi extinta com a reforma da LEP de 2003. O que o Projeto de Lei propõe, portanto, é um retrocesso à própria LEP.

A Psicologia possui uma atuação consolidada no âmbito do Sistema Prisional, tanto nos processos de individualização da pena quanto na atenção em saúde prevista pela Política Nacional de Segurança Pública (PNAISP).

Em 2021, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou versão atualizada das Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) no Sistema Prisional. O material busca orientar o exercício profissional da Psicologia nessas instituições de privação de liberdade, traçando uma crítica e possibilidades de atuação. Confira.

Sobre o Projeto de Lei

Já aprovado pela Câmara dos Deputados, o projeto pretende proibir as saídas temporárias, além de alterar as normas para a progressão de regime, com exigência de exame criminológico.

O relator do projeto na Comissão, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), apresentou relatório pela aprovação da matéria. O senador acredita que o fim das saídas temporárias ajudará a diminuir a criminalidade.

A conselheira do CFP pontuou ainda que o exame criminológico, tal como realizado, é considerado uma prática desvinculada da ética e do compromisso social da Psicologia, na medida em que se apoia em um viés individualista e reducionista e sem a devida atenção às complexidades institucionais, sociais e culturais presentes.

A votação do projeto está prevista para as próximas reuniões da Comissão de Segurança Pública, quando então, no curso de sua tramitação, será encaminhado à Comissão de Constituição e Justiça.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), órgão de controle social em que o CFP possui espaço de representação, publicou nota pela rejeição do projeto, expondo as formas pelas quais as medidas propostas violam direitos constitucionais e não enfrentam a realidade do sistema prisional brasileiro.

Com informações da Agência Senado.

Governo Federal lança consulta pública sobre uso consciente de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes

O Governo Federal lança nesta terça-feira (10) uma consulta pública com o objetivo de avaliar junto à sociedade estratégias para o uso consciente de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes.

Ao todo, a consulta ficará disponível por 45 dias na plataforma Participa + Brasil. A meta é que os subsídios coletados neste período contribuam para a construção de diretrizes visando o uso consciente de dispositivos digitais por crianças e adolescentes, levando em consideração a avaliação sobre o tema de pais, mães, familiares, responsáveis e educadores.

A cerimônia, com início às 16h, será realizada no Palácio do Planalto e contará com uma coletiva de imprensa. Na ocasião, estarão presentes João Brant, secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social (Secom); Ana Estela Haddad, secretária de Informação e Saúde Digital do Ministério da Saúde; Cláudio Augusto Vieira da Silva, secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC); Katia Helena Serafina Cruz Schweickardt, secretária de Educação Básica do Ministério da Educação (MEC); Wadih Nemer Damous Filho, secretário nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP); Laís Wendel Abramo, secretária nacional da Políticas de Cuidados e Família do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS) e Nésio Fernandes de Medeiros Junior, secretário de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde.

De acordo com orientações da Secretaria de Comunicação da Presidência República, jornalistas interessadas(os) na cobertura do lançamento devem fazer o credenciamento.

Serviço

Lançamento da consulta pública sobre uso consciente de telas e dispositivos digitais por crianças e adolescentes
Local: auditório do anexo I do Palácio do Planalto
Horário: 16h

*Com informações da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

CFP se reúne com ministra da Saúde para debater desafios no campo da formação profissional e assistência à população

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, esteve reunido na quinta-feira (5) com a ministra da Saúde, Nísia Trindade. O encontro teve como objetivo dialogar sobre temas importantes da Psicologia, desde a formação profissional até a assistência ofertada no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A reunião fez parte de uma agenda proposta pelo Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde (FCFAS) com o objetivo de fortalecer, ampliar e aprimorar o SUS com a participação ativa da sociedade civil nos espaços e mecanismos de controle social.

Na ocasião, as(os) representantes do FCFAS ressaltaram o fortalecimento da atenção básica à saúde fundamentada nos princípios da universalidade, da acessibilidade e da coordenação da assistência, respeitando o vínculo, a integralidade e a humanização do cuidado. Nessa perspectiva, defenderam a ampliação do acesso com qualidade aos serviços de baixa, média e alta complexidade a partir de ações que preservem a saúde e previnam doenças.

A saúde das(os) trabalhadoras(es) também foi discutida pelo coletivo, que ressaltou a necessidade de estratégias de prevenção de doenças, acidentes e agravos à saúde das(os) profissionais, frisando a redução dos riscos nos ambientes laborais, seja no campo público ou privado. O grupo destacou aspectos desde ferramentas, uniformes e equipamentos de proteção, até a importância da instituição de um plano de cargos, salários e carreiras para as equipes que compõem o SUS.

Para o presidente do CFP, o encontro foi essencial para demarcar o posicionamento do Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde em relação a questões ainda desafiadoras. “Considero essa abertura ao diálogo imprescindível para encontrarmos caminhos possíveis de atuação para fortalecer o acesso da população a um sistema público de saúde efetivo e resolutivo, assim como a proteção das(os) trabalhadoras(es) no exercício de suas funções”, afirmou Pedro Paulo Bicalho.

Formação presencial

Durante o encontro com a ministra da Saúde também foi destacada a importância da presencialidade na graduação dos cursos na área da saúde. De acordo com as(os) representantes do FCFAS, há questões essenciais que apenas o contato direto durante a formação é capaz de suprir em termos de aprendizagem. Assim, uma formação à distância não prejudica apenas o processo ensino-aprendizagem, mas também toda a assistência prestada à população.

Especificamente no campo da Psicologia, pontuou Pedro Bicalho, o desenvolvimento de habilidades, valores, atitudes e de inúmeras competências complexas extrapola a dimensão cognitiva e envolve experiências imprescindíveis a uma profissão de caráter intrinsecamente relacional. “Acolhimento, empatia, comunicação apropriada em diferentes linguagens, compreensão geral do contexto, entre outras especificidades, só se desenvolvem a partir de uma interação direta, de um contato real com o outro”, defendeu o presidente do Conselho Federal de Psicologia.

O encontro foi marcado ainda com a entrega de uma carta à ministra Nísia Trindade com essas e outras reflexões realizadas pelo Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde.

CFP sedia lançamento de relatório que investigou situação de pessoas LGBTQIA+ privadas de liberdade

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) sediou em 19 de setembro, com a participação do presidente da entidade, Pedro Paulo Bicalho, o lançamento do Relatório Nacional de Inspeções População LGBTI+ Privada de Liberdade no Brasil.

Fruto de colaboração entre o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e a organização não-governamental Somos – Comunicação, Saúde e Sexualidade, com o apoio de organizações da sociedade civil de referência na defesa dos direitos de pessoas LGBTIQIA+ e de pessoas privadas de liberdade, o documento apresenta o diagnóstico sobre a situação da população de lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais e intersexuais encarcerada no Brasil.

“A violência e morte da população LGBTQIA+ não é  diferente no cárcere, ao contrário, as pessoas privadas de liberdade sofrem um processo ainda mais  doloroso e de vulnerabilidade quando aprisionadas.  Por isso, o MNPCT verificou a necessidade de uma  inspeção nacional com foco nessa população, pois  é preciso considerar que estamos tratando, aqui,  da interseção entre duas questões fortemente atacadas pelo pensamento conservador e pela agenda necropolítica brasileira: a questão prisional e a questão das dissidências sexuais e de gênero”, aponta o relatório. 

Segundo o presidente do CFP, o levantamento dialoga concretamente com as reais necessidades de se evidenciar a tortura que cotidianamente vitima a população LGBTQIA+ do país. Além disso, ao destacar os horrores das condições a que estão submetidas as pessoas LGBTQIA+ sob privação de liberdade, é possível dialogar e enfrentar as políticas que, por vezes, pretendem mais aprisionamentos que liberdade. “Essas políticas estavam presentes em muitas outras formas desde a construção desse país, e evidenciar isso nesse relatório é da mais profunda importância”, frisou Pedro Paulo. 

Bárbara Coloniese, integrante do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura e coordenadora nacional da inspeção, pontuou que o levantamento foi fruto de ampla articulação com a sociedade civil. “Eu gostaria muito de agradecer a todas as pessoas privadas de liberdade pela coragem do enfrentamento de tanta violência dentro e fora do cárcere e, ainda assim, terem forças para lutar por um mundo sem violência”, salientou.

Ao explicar o processo de organização das inspeções, Caio Klein, da organização Somos, pontuou que o relatório “revela, a partir de uma amostragem, as tendências daquilo que mais se repete quando a gente fala do aprisionamento dessa população”.

Representando a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), entidade que integrou a inspeção em diversas unidades federativas, Bruna Benevides chamou atenção para o desmonte das políticas direcionadas à população LGBTQIA+, frisando a importância do relatório para dar visibilidade às questões que permeiam o cotidiano dessas pessoas no contexto do sistema prisional. “Os dados denunciam que nós temos uma maioria de população [encarcerada] por crimes de menor potencial ofensivo, por crimes que, sequer, foram julgados e que poderiam ser responsabilizados por meio de outros regimes”, acrescentou.

Contribuições da Psicologia

O Relatório Nacional de Inspeções População LGBTQIA+ Privada de Liberdade no Brasil conta com um capítulo escrito pelo presidente do CFP. No texto “A tortura como política de ordem a corpos LGBTQIA+”, Pedro Paulo Bicalho destaca que, em nome “da ordem”, que se apresenta como uma entidade necessária à proteção social, mata-se e, também, obriga-se a viver de maneiras muito específicas. 

“A conquista da cidadania plena das pessoas LGBTQIA+ pode significar outros projetos de humanidade em que as orientações sexuais não-heteros-sexuais e as identidades de gênero não-cisgênero sejam de fato reconhecidas. Uma efetiva política de  enfrentamento à tortura precisa produzir mundos capazes de escutar e respeitar demandas coletivas  e singulares, não impondo formas únicas de vida”, afirma.

Metodologia e principais situações identificadas

O Relatório Nacional de Inspeções População LGBTI+ Privada de Liberdade no Brasil realizou visitas a 12 estados brasileiros: Santa Catarina, Sergipe, Alagoas, Bahia, Espírito Santo, Rondônia, Goiás, São Paulo, Pará, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. 

O levantamento contou com a parceria da Associação de Prevenção à Tortura (APT), do Colégio Nacional dos Defensores Gerais (CONDEGE) e de um conselho consultivo formado por  organizações da sociedade civil de referência na  defesa dos direitos de pessoas LGBTQIA+ e de pessoas privadas de liberdade.

O estudo investiga questões relacionadas à estrutura física; respeito às dissidências sexuais e de gênero; acesso à alimentação adequada, à água e a insumos de higiene; acesso à saúde; acesso à educação, ao trabalho e ao atendimento jurídico; acesso à visitação; contato externo e relações afetivas internas; maus tratos, tratamentos cruéis, desumanos, degradantes e tortura.

Entre os achados, uma grave constatação: em todas as unidades inspecionadas, sem exceção, foram relatados episódios relacionados a preconceito e discriminação. Outro dado alarmante é que as pessoas LGBTQIA+ nunca são completamente respeitadas pelos profissionais da equipe técnica e pelos policiais penais ou agentes penitenciários. Também foi verificado que as pessoas LGBTQIA+ nunca possuem todos os atendimentos técnicos de que gostariam, incluindo não terem atendimento de saúde para necessidades imediatas.

Acesse a íntegra da publicação.

Confira aqui as fotos do lançamento do relatório. 

CFP realiza live com orientações a profissionais da Psicologia sobre a prevenção ao suicídio

Na próxima quarta-feira (27), às 16h, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai realizar uma live sobre orientações para a atuação profissional frente a situações de suicídio.

O diálogo virtual será mediado pela conselheira federal Carolina Roseiro, que vai receber a presidenta do Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03), Catiana Nogueira dos Santos; e o psicólogo Paulo Navasconi. A transmissão será feita pelo canal oficial do CFP no YouTube.

Na live serão abordados temas importantes para orientar a atuação profissional frente a demandas de prevenção, cuidado e notificação de situações que envolvam risco de suicídio, com base nos princípios éticos e normativos da Psicologia e na legislação brasileira.

A conselheira Carolina Roseiro, que integra a Secretaria de Orientação e Ética do CFP, explica que a proposta da live atende a uma demanda da categoria sobre a atuação clínica em casos de pessoas com ideação suicida ou ideação auto lesiva. O diálogo também abordará os limites de fiscalização e orientação para a atuação dos Conselhos Regionais sobre a temática.

“Na prática profissional, esse é um tema cada vez mais debatido. Não importa se a psicóloga ou o psicólogo atua na área da saúde, da assistência social ou da clínica: a Psicologia tem sido cada vez mais requisitada a tratar da prevenção ao suicídio, a falar sobre essa questão em todos os espaços de atuação”, aponta a conselheira.

Conheça a mesa de debates
A psicóloga Catiana Nogueira dos Santos é mestre em Educação pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e, atualmente, é a conselheira-presidenta do Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região (CRP/BA).

O psicólogo Paulo Navasconi é mestre e doutor em Subjetividade e Práticas Sociais na Contemporaneidade pela Universidade Estadual de Maringá. Ele é professor assistente doutor no Departamento de Psicologia Clínica da Universidade Estadual Paulista (UNESP Assis) e escreveu o livro “Vida, Adoecimento e Suicídio: Racismo na produção do conhecimento sobre jovens negros LGBTTIs”, publicado no ano de 2019.

Suicídio e os desafios para a Psicologia
Em 2013 o Conselho Federal de Psicologia lançou o livro “Suicídio e os Desafios para a Psicologia”, após a realização de dois debates on-line.

A publicação busca servir como referência para as(os) psicólogas(os) que atuam na área. A obra também auxilia na formulação de políticas públicas que busquem dar assistência à questão do suicídio e traz análises sociais e psicológicas aprofundadas.

Serviço
Live Orientações às Psicólogas sobre Prevenção ao Suicídio
Dia: 27/9/2023, às 16h
Acesse pelo canal do CFP no YouTube: https://www.youtube.com/@conselhofederaldepsicologia

SAPP: CFP divulga resultado da seleção para pareceristas do Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas

Nesta sexta-feira (22), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou a lista com o resultado da seleção que teve como objetivo compor o primeiro banco de pareceristas ad hoc do SAPP – Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito.

Durante o período de inscrições, compreendido entre 10 de julho e 28 de agosto, 109 pessoas submeteram suas candidaturas. Destas, 101 atenderam aos critérios estabelecidos no Edital 03/2023 de chamada pública e foram selecionadas para compor o SAPP. Entre as(os) integrantes, estão psicólogas(os) com inscrição regular e ativa no Conselho Regional de Psicologia (CRP) com, pelo menos, 10 anos de atuação comprovada e, também, pesquisadoras(es) graduadas(os) em Psicologia com título de doutorado.

O grupo selecionado atuará no SAPP por, no máximo, três anos, até a primeira plenária do XX Plenário em 2026, quando serão definidos novos critérios para o próximo edital.

Confira o resultado final publicado no Diário Oficial da União.

Iniciativa inovadora

Inovador em todo o mundo, o Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito (SAPP) pretende se tornar um dispositivo de orientação, qualificação e indutor na produção de conhecimento em relação às práticas que envolvem a Psicologia.

A iniciativa tem como objetivo avaliar se as práticas submetidas à avaliação cumprem os princípios científicos e éticos da Psicologia brasileira, qualificando o exercício profissional dessa ciência e profissão.

O Sistema será composto por uma comissão consultiva, integrantes do plenário do CFP e as(os) pareceristas ad hoc selecionadas(os).

Confira no vídeo abaixo mais informações sobre o SAPP:

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CFP envia ao Senado subsídios para embasar projetos pelo fim de cursos EaD na área da Saúde

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) enviou à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado um conjunto de documentos para embasar as(os) senadoras(es) a votarem pelo fim do Ensino a Distância (EaD) para cursos da área da saúde, incluindo a Psicologia.

O material tem como objetivo subsidiar a análise dos parlamentares quanto à Sugestão Legislativa 21/2019, que propõe encerrar esta modalidade de cursos de graduação. Caso seja aprovada pela comissão, a Sugestão será transformada em Projeto de Lei do Senado e passa a tramitar na Casa.

Dentre os conteúdos elaborados pelo CFP está um parecer produzido pela área técnica da Autarquia e uma nota pública assinada em conjunto com o Fórum dos Conselhos Federais da Área de Saúde, a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) e a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi).

Nos documentos, o Conselho Federal de Psicologia alerta que o Ensino a Distância nos cursos da saúde representa um grave retrocesso, com precarização da qualidade da formação e, consequentemente, da assistência ofertada à população.

“Seria muitíssimo salutar uma lei aprovada pelo Congresso Nacional para impedir a célere fragilização da formação profissional nas áreas da saúde, que atende apenas aos interesses mercadológicos, e não ao contínuo pleito de qualidade de estudantes e professores. Isto posto, entendemos que os cursos de graduação em Psicologia serão prejudicados em aspectos essenciais se fossem na modalidade EaD”, pontua o CFP no documento entregue.

Psicologia se faz com presença
Em maio, o Conselho Federal de Psicologia, a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI) – em conjunto com dezenas de entidades nacionais representativas desta ciência e profissão, incluindo todos os Conselhos Regionais de Psicologia no país – reforçaram em nota pública a condição essencial da presencialidade nos cursos de graduação em Psicologia para a formação ética e técnica das(os) profissionais.

A iniciativa é uma resposta à Portaria MEC nº 668/2022, recentemente alterada pela Portaria MEC nº 398/2023, que institui Grupo de Trabalho para apresentar subsídios com vistas à regulamentação de oferta de vários cursos de graduação à distância – entre eles, o de Psicologia.

No posicionamento as entidades destacam que as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em Psicologia foram elaboradas em um processo amplo, democrático e participativo, sendo aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e debatidas com o Conselho Nacional de Educação, que também aprovou, em dezembro de 2019, tais diretrizes.

As entidades da Psicologia ressaltam que o desenvolvimento de habilidades, valores, atitudes e de inúmeras competências complexas, dentro de uma diversidade de orientações teórico-metodológicas, de práticas e de contextos de inserção profissional, extrapola a dimensão cognitiva e envolve experiências imprescindíveis a uma profissão de caráter intrinsecamente relacional.

Audiência pública
Em junho, a oferta de cursos de graduação na área da saúde na modalidade EaD foi tema de diálogo em audiência pública realizada pela Comissão de Educação da Câmara dos Deputados. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do debate representado pelo conselheiro Jefferson Bernardes – que reforçou a importância da presencialidade no ensino da Psicologia.

O conselheiro federal destacou dados dos estudos que indicam que a EaD não representa a democratização no acesso da oferta de ensino, pois impede a aprendizagem presencial de determinados corpos que não “podem ser vistos”, além de impedir a convivência participativa na diversidade e de homogeneizar as vivências – empobrecendo a experiência formativa, principalmente da juventude. “Regra básica da Pedagogia: só se aprende na diferença, por meio da criação de vínculos e de laços sociais”, reforçou.

CFP participa de diversas atividades durante o 6º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental

Entre os dias 7 e 9 de setembro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do 6º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental. Realizado desde 2013 pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), o Fórum vem se consolidando como importante espaço de interlocução sobre o tema. 

Neste ano, o evento reuniu no Rio de Janeiro (RJ) profissionais que atuam junto aos serviços de saúde mental, pesquisadoras(es), estudantes e autoridades para dialogar sobre as experiências de protagonismo pela democracia e direitos humanos, além de palestrantes e conferencistas referências na área de assistência, gestão e pesquisa.

Durante a solenidade de abertura, a vice-presidente do CFP, Ivani Oliveira, destacou a importância de agregar em um mesmo espaço diversas entidades e usuárias(os) dos serviços da saúde mental e da luta antimanicomial. “Nós sabemos muito bem que os manicômios são muito mais do que prédios, instituições e  hospitais psiquiátricos. Os manicômios se concretizam na lógica da violação e da precariedade das relações humanas. E é exatamente por isso que esse Fórum tem uma tarefa coletiva de transformar essas relações. Que nós possamos nos lembrar que a luta antimanicomial tem que ser decolonial e antirracista; ela é anticapacistista por si só”, frisou.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, também participou do evento integrando a programação do último dia de atividades. No debate sobre expressões da liberdade, cidadania e direitos humanos, Pedro Bicalho pontuou a necessidade de garantir que as vidas sejam despatologizadas, salientando o cuidado em liberdade como marcador da garantia de direitos.

Ao mencionar a Resolução CNJ n° 487/2023 do Conselho Nacional de Justiça, que institui a Política Antimanicomial do Poder Judiciário, o presidente do CFP alertou sobre a relevância de se compreender que o medo se constrói como um operador político. “Elaborar políticas antimanicomiais representa a compreensão de como esse medo se forma e age na sociedade e a necessidade de enfrentar esse desafio”, afirmou o presidente da Autarquia.

Saúde mental e garantia de direitos

O Conselho Federal de Psicologia também integrou a programação do evento representado pelas  conselheiras Marina Poniwas, Fabiane Fonseca, Nita Tuxá e Isadora Canto, dialogando sobre temas como: orfandade, impactos da violência para crianças e adolescentes, tradições quilombolas e questões relacionadas ao racismo ambiental, bem como os direitos das pessoas LGBTQIA+. 

“Que a gente possa construir um debate sobre o papel da Psicologia no processo de reparação de Estado a todas as situações de pandemia que produziram sofrimento para crianças e adolescentes no nosso país”, afirmou a conselheira Marina Poniwas.

“O meu quilombo é o meu lugar”, frisou a conselheira Fabiane Fonseca durante a mesa que discutiu “Culturas, tradições, aquilombamentos: produção de vida e saúde”. Já a conselheira Nita Tuxá, em debate sobre “Racismo ambiental e povos originários e tradicionais: direitos humanos e crise climática”, abordou sobre o processo de apagamento dos povos originários e de que forma o sistema capitalista se reflete nas questões ambientais.

Representando o CFP na mesa “Direitos das pessoas LGBTQIA+, saúde mental e interseccionalidades”, a conselheira Isadora Canto ressaltou a atuação do Conselho de Psicologia no enfrentamento ao racismo, à misoginia, ao machismo, ao capacitismo e a outras formas de violação de direitos. Destacou ainda as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas, Psicólogos e Psicólogues em Políticas Públicas para População LGBTQIA+, documento recém lançado e que representa importante instrumento de auxílio ao exercício profissional da categoria.

Além das participações das(os) conselheiras(os) nos diversos debates, o CFP realizou a distribuição de publicações para orientação da categoria, ação recorrente nos eventos dos quais organiza e participa.  Entre elas, o Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas.

CFP se solidariza com famílias atingidas por enchentes no RS e destaca papel da Psicologia em situações de emergências e desastres

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público se solidarizar com as vítimas afetadas pelas intensas chuvas e enchentes decorrentes da passagem de ciclone extratropical no estado do Rio Grande do Sul desde o início de setembro.

Mais de 354 mil pessoas já foram impactadas pelo desastre, que atingiu cerca de 100 municípios rio-grandenses – totalizando 47 óbitos, 9 desaparecimentos, 940 feridos e 20.963 desalojamentos.

Atento à sua função precípua de orientar e disciplinar o exercício profissional de psicólogas e psicólogos em todo o país, o CFP ressalta o compromisso da Psicologia diante de situações de emergências e desastres. Cada vez mais recorrentes, as calamidades públicas no Brasil reforçam o papel do Sistema Conselhos de Psicologia de promover junto à categoria estratégias de atuação para acolhimento e saúde mental das populações impactadas.

Para apoiar esse desafio, o CFP lançou em 2021 as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres, documento que apresenta uma reflexão crítica e histórica sobre a inserção da Psicologia neste campo. O objetivo é orientar psicólogas(os) quanto a protocolos de atuação, fortalecendo estratégias de ação da Psicologia para o acolhimento de pessoas afetadas. 

Também é papel da Psicologia dialogar sobre os impactos ambientais e de que forma se relacionam com a saúde mental. Nessa perspectiva, o CFP criou em 2021 o Grupo de Trabalho Psicologia Ambiental, que conta com a parceria da Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente e do GT de Psicologia Ambiental da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP).

O Conselho Federal de Psicologia ressalta a importância de acompanhar as orientações das autoridades competentes para que todos os esforços sejam empenhados de maneira estratégica e colocando sob segurança não apenas as pessoas diretamente afetadas, mas também a vida de profissionais que atuam na linha de frente em ocasiões de risco.

Confira abaixo algumas contribuições do CFP na área:

Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres

Catálogo de Práticas em Psicologia Ambiental

Live Atuação da Psicologia em Emergências e Desastres na América Latina