Conselho Federal de Psicologia manifesta apoio à Política Antimanicomial do Poder Judiciário

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) – autarquia pública responsável por regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional de psicólogas e psicólogos e que tem, dentre suas atribuições institucionais, o papel de servir como órgão consultivo em matérias afetas à Psicologia – publicou posicionamento acerca da Resolução CNJ n° 487/2023, do Conselho Nacional de Justiça, que institui a Política Antimanicomial do Poder Judiciário.

A normativa estabelece os procedimentos e as diretrizes para implementar a Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216/2001) e a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência no âmbito do processo penal e da execução das medidas de segurança.

Para o Conselho Federal de Psicologia, a Resolução CNJ n° 487/2023 adequa a atuação da Justiça às normas nacionais e internacionais já vigentes no país relativas aos direitos das pessoas em sofrimento mental em conflito com a lei – convergindo com a estratégia de desinstitucionalização fundante da Reforma Psiquiátrica brasileira.

O movimento da Reforma Psiquiátrica, pontua o CFP, produziu importantes avanços em direção a um cuidado humanizado, com apoio da rede comunitária e guiado pela lógica da inclusão e da reinserção social.

Para o Conselho de Psicologia, ao estabelecer prazos para interdição parcial e total de Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico no Brasil – acionando para isso os dispositivos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) –, a normativa reforça a estrutura da saúde pública no marco das diretrizes da política antimanicomial.

Desinstitucionalização e fortalecimento da Rede

Em seu posicionamento, o Conselho Federal de Psicologia destaca a inspeção nacional realizada pela autarquia em 2015 junto a manicômios judiciários, hospitais de custódia, alas psiquiátricas e similares.

O levantamento identificou graves violações, como desrespeito a direitos humanos, péssimas condições físicas e infra-estruturais, ineficácia do dispositivo hospitalar/manicomial e o instituto da medida de segurança enquanto mecanismo de pena perpétua – demonstrando descompasso desses espaços quanto às formas de abordagem, tratamento e responsabilização segundo os pressupostos da Reforma Psiquiátrica e da luta antimanicomial.

O CFP também ressalta que contraposições aos manicômios judiciários já vêm sendo implementadas com sucesso no Brasil, mesmo antes da promulgação da Resolução CNJ 487/2023.

Entre os exemplos está o Programa de Atenção Integral ao Paciente Judiciário (PAI-PJ), do Tribunal de Justiça de Minas Gerais; e o Programa de Atenção Integral ao Louco Infrator (PAILI), em Goiás; além da Portaria n° 94 do Ministério da Saúde, que institui o Serviço de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis à Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAP), no âmbito do SUS.

Para o Conselho Federal de Psicologia, ao estender os efeitos humanizantes e garantidores de direitos às pessoas com transtorno mental também no âmbito da jurisdição penal, a Resolução CNJ 487/2023 oportuniza ainda a qualificação da Rede de Atenção Psicossocial no país.

“Compreendemos que o Sistema Único de Saúde é capaz de lidar com aumento da demanda e a necessidade de regulação dos serviços para acolhimento das pessoas em cumprimento de medida de segurança e que vivem com transtornos mentais. Para isso, consideramos fundamental ampliar o financiamento das políticas públicas de saúde mental, redirecionando para as estratégias de desinstitucionalização o investimento outrora aplicado em equipamentos estranhos à lógica da Reforma Psiquiátrica”, reforça o CFP.

Acesse a íntegra da nota do Conselho Federal de Psicologia.

CFP toma posse no Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+

Na quarta-feira (17), no marco do Dia Internacional de Luta contra a LGBTfobia, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) tomou posse no Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+. 

Órgão de natureza consultiva e deliberativa, o Conselho tem por finalidade colaborar na formulação e no estabelecimento de ações, diretrizes e medidas governamentais referentes às pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queers, intersexos, assexuais e outras (LGBTQIA+). Instituído no âmbito do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania pelo Decreto nº 11.471, de 6 de abril de 2023, o coletivo substitui o Conselho Nacional de Combate à Discriminação (CNCD).

Em cerimônia que reuniu ministros de Estado, parlamentares, membros do Ministério Público Federal, artistas e porta-vozes de organismos internacionais – além de representantes da sociedade civil e do governo com assento no colegiado – as(os) participantes destacaram a importância do Conselho LGBTQIA+ diante de um cenário de reconstrução das políticas setoriais frente a um quadro recente de desmonte que impactou segmentos populacionais mais vulnerabilizados. 

“Estar neste momento no Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ como entidade permanente é fundamental para que a Psicologia retome esse lugar de formuladora de políticas públicas em articulação com o governo”, afirmou o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, ao mencionar que a Psicologia brasileira, como ciência e profissão, possui um acúmulo histórico na construção de saberes que enfrentam a LGBTQIA+fobia.

O conselheiro Roberto Chateaubriand Domingues, representante do CFP no Conselho Nacional LGBTQIA+, destacou que toda violação de direitos incide no enfraquecimento de toda a estrutura do tecido social brasileiro e, nesse sentido, a Psicologia pode contribuir auxiliando na criação de um ambiente favorável para que essas questões sejam enfrentadas de maneira estrutural e potente. “Eu acredito que a Psicologia possa fazer isso tanto pensando no sujeito quanto na coletividade – tendo em vista a lógica da nossa profissão como uma ferramenta para fazer valer direitos”, frisou.

Ao mencionar o arcabouço normativo do Conselho Federal de Psicologia em relação ao tema, a conselheira Carla Isadora Barbosa Canto, representante suplente do CFP no Conselho LGBTQIA+, ressaltou que a Psicologia já vem contribuindo com o cuidado dessa  população há mais de 20 anos. Para ela, é extremamente necessário que o CFP integre o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ para evitar a patologização das identidades de gênero: “nada mais importante que o CFP estar de mãos dadas com essas pessoas”.

O evento contou ainda com a presença de Silvio de Almeida, ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, que, ao salientar que o Conselho LGBTQIA+ enfrentará desafios relacionados a séculos de apagamento social, assumiu o compromisso de apoio irrestrito às políticas públicas de promoção aos direitos de pessoas LGBTQIA+. Na avaliação do ministro, os atos normativos, como o de criação do Conselho, institucionalizam lutas importantes do povo brasileiro. 

Uma das urgências, em seu entendimento, é proteger a sociedade de toda e qualquer forma de violência  – sobretudo, a institucional. Quanto à composição do colegiado, foi enfático: “Não é só questão de representatividade; é presença”, salientou ao chamar a atenção para o fato de que, no âmbito do Conselho, as decisões tomadas irão impactar não apenas a comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, queers, intersexos e assexuais, mas a sociedade brasileira como um todo.

Conheça a representação do CFP no Conselho Nacional LGBTQIA+

Roberto Chateaubriand Domingues: psicólogo clínico com atuação em serviços de referência de assistência às pessoas que vivem com HIV e Aids e seus familiares. Foi presidente do Conselho Regional de Psicologia da 4ª Região (Minas Gerais) no triênio 2012-2015. Atualmente, integra o XIX plenário do Conselho Federal de Psicologia.

Carla Isadora Barbosa Canto: psicóloga, especialista em Gênero e diversidade, mestre em Planejamento de Políticas Públicas. Atua em temas relacionados à saúde integral à população LGBTI, questões de gênero, saúde da mulher lésbica, politicas públicas e Psicologia Social, bem como saúde coletiva e atenção básica. Atualmente, integra o XIX plenário do Conselho Federal de Psicologia.

Confira as principais contribuições do CFP em relação ao tema

Resolução CFP nº 1/1999
“Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual”

Resolução CFP nº 1/2018
“Estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis”

Resolução CFP nº 8/2022
Estabelece normas de atuação para profissionais da psicologia em relação às bissexualidades e demais orientações não monossexuais.

Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs
Livro apresenta um mosaico de histórias de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais que retratam os intensos sofrimentos ético-políticos e os processos de resistência decorrentes de diversas formas de violências, preconceitos, injustiças e exclusão.

Revista Psicologia: Ciência e Profissão
Edição especial “O lugar da Psicologia frente às orientações sexuais e identidades de gênero”

Prêmio João W. Nery: Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans
Iniciativa pretende identificar, valorizar e divulgar a atuação de psicólogues(as)(os), coletivos, grupos e organizações que envolvam a Psicologia como prática profissional alinhada aos direitos dessa população.

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Conselho Federal de Psicologia terá assento permanente no Conselho Nacional para pessoas LGBTQIA+

CFP e Ministério da Saúde dialogam sobre nota técnica que trata da prática da Constelação Familiar por profissionais da Psicologia

Atento a sua missão institucional de atuar como órgão consultivo em matérias relacionadas à Psicologia, o Conselho Federal (CFP) esteve reunido na segunda-feira (15) com representantes do Ministério da Saúde para tratar do tema Constelação Familiar.

O encontro debateu a Nota Técnica CFP nº 1/2023, que busca orientar psicólogas e psicólogos sobre a prática, também denominada Constelações Familiares Sistêmicas. Lançado em março, o documento pontua que diversos pressupostos teóricos da Constelação Familiar mostram-se contrários a resoluções e outras normativas do Sistema Conselhos de Psicologia, além de leis que têm interface com o exercício da profissão.

Como a Constelação Familiar consta na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), coordenada pelo Ministério da Saúde, o diálogo buscou o alinhamento para a devida observância por psicólogas e psicólogos aos princípios éticos da profissão.

Na reunião, o conselheiro do CFP Gabriel Henrique Figueiredo pontuou que a nota técnica não representa um posicionamento contrário às PICs, “mas que a construção da nota técnica sobre Constelação Familiar identificou que a prática distancia-se da noção de tradicionalidade e outros importantes conceitos que fundamentam as Práticas Integrativas”.

Também representando o Conselho Federal de Psicologia, a psicóloga Cecília Teixeira Soares – uma das especialistas convidadas que contribuíram com a construção da Nota Técnica nº 1/2023 – apresentou o histórico que deu origem ao documento do CFP, destacando os aspectos centrais da normativa e as principais reflexões expostas no texto. “Nas disputas judiciais, as mulheres são colocadas em lugar de inferioridade e desvantagem, o que as torna vítimas de sistemáticas decisões arbitrárias e violadoras de direitos”, exemplificou.

Na avaliação de Gabriel Henrique, a naturalização dos papéis atribuídos às mulheres e aos homens, perpetuando a desigualdade estrutural de gênero fortemente enraizada à ordem social patriarcal, está entre os aspectos mais sensíveis das Constelações Familiares Sistêmicas.

“É uma prática que reproduz conceitos patologizantes das identidades de gênero, das orientações sexuais, das masculinidades e feminilidades que fogem ao padrão hegemônico”, destacou o conselheiro.

A coordenadora-geral de Articulação do Cuidado Integral (CGACI), Grace Rosa, destacou que o Ministério da Saúde passa por um momento de qualificação de suas iniciativas e ações, dentre as quais, a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC). O processo tem envolvido diversos atores no sentido de garantir um olhar plural às normas revisitadas, e o posicionamento do Conselho Federal de Psicologia traz uma importante perspectiva para o tema. “As políticas públicas precisam proteger as pessoas contra todas as violências”, afirmou a coordenadora.

Daniel Amado, assessor técnico do Departamento de Gestão do Cuidado Integral (DGCI) destacou que, a partir de 2017, houve a ampliação das Práticas Integrativas e Complementares reconhecidas pelo Ministério da Saúde. A esse respeito, ressaltou que cabe aos conselhos profissionais orientar o exercício das(os) trabalhadoras(es) a partir de seus princípios e códigos de ética. “Essa nota técnica do CFP é fundamental para o diálogo que estamos construindo”, frisou ao afirmar que, para além do resultado que a revisão das políticas de saúde possam alcançar, uma compreensão que precisa ser amplamente defendida é a de que nenhuma prática de cuidado pode reforçar estereótipos e estigmas ou promover quaisquer tipos de discriminação, preconceito ou violência.

Para além do diálogo com o Ministério da Saúde, o Conselho Federal de Psicologia também buscará interlocução com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para tratar da Nota Técnica CFP nº 1/2023 e a prática de Constelação Familiar por psicólogas(os) no âmbito do sistema de justiça.

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Abertas novas vagas para a Conferência Livre “A Psicologia brasileira e sua contribuição para o SUS e a Saúde Mental”

Com o objetivo de ampliar a participação na conferência livre A Psicologia brasileira e sua contribuição para o SUS e a Saúde Mental que queremos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) abriram vagas também para estudantes do curso de Psicologia.

Graduandas(os) interessadas(os) devem realizar sua inscrição até às 14h do dia 18 de maio (quinta-feira), exclusivamente por formulário eletrônico.

Também serão aceitas, na condição de ouvinte, quaisquer pessoas interessadas no tema. Assim como no caso de estudantes, será concedido o certificado, desde que efetuem antecipadamente a inscrição e participem da atividade.

As vagas são limitadas e, por esse motivo, assim que o número de submissões atingir o limite, o formulário será encerrado.

Participação de profissionais

Em menos de 24 horas, foram totalmente preenchidas as vagas disponibilizadas a profissionais da Psicologia na conferência livre promovida pelo CFP e pela Fenapsi.

Entretanto, uma lista de espera será disponibilizada às psicólogas e aos psicólogos. O objetivo é contemplar aquelas pessoas que não conseguiram se inscrever a tempo. Assim, a cada desistência, uma pessoa da lista de espera será incluída na atividade, observando-se o critério de ordem de inscrição.

Como participar

– Estudantes e ouvintes:
Formulário de inscrição

– Profissionais da Psicologia:
Formulário de inscrição

Inscrições até 18/5 (quinta-feira). Limite de horário:14h.

Sobre a Conferência Livre

Como parte das etapas preparatórias da 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI) realizam no próximo dia 19/5 a conferência livre A Psicologia brasileira e sua contribuição para o SUS e a Saúde Mental que queremos.

A atividade busca fortalecer a participação da Psicologia brasileira nos processos de controle social no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), problematizando as especificidades da saúde mental e a contribuição desta ciência e profissão no campo da saúde pública.

O objetivo é engajar psicólogas e psicólogos de todo o país com atuação nas políticas públicas na área para a participação nos debates da 17ª Conferência Nacional de Saúde. Assim, a conferência livre pretende ser o espaço de construção e apresentação de propostas, além da eleição de pessoas delegadas para a 17ª CNS, que será realizada entre 2 e 5 de julho.

Durante a conferência as(os) participantes debaterão o tema central da 17ª CNS, “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã Vai Ser Outro Dia” alinhado a dois eixos centrais: (II) O papel do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas e (IV) Amanhã vai ser outro dia para todas as pessoas.

Às pessoas inscritas: orientações para o dia do evento

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17ª CNS: CFP e FENAPSI realizam conferência livre para discutir papel da Psicologia nas políticas de saúde

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Como parte das etapas preparatórias da 17ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI) realizam no próximo dia 19/5 a conferência livre A Psicologia brasileira e sua contribuição para o SUS e a Saúde Mental que queremos.

A atividade busca fortalecer a participação da Psicologia brasileira nos processos de controle social no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), problematizando as especificidades da saúde mental e a contribuição desta ciência e profissão no campo da saúde pública.

O objetivo é engajar psicólogas e psicólogos de todo o país com atuação nas políticas públicas na área para a participação nos debates da 17ª Conferência Nacional de Saúde. Assim, a conferência livre pretende ser o espaço de construção e apresentação de propostas, além da eleição de pessoas delegadas para a 17ª CNS, que será realizada entre 2 e 5 de julho.

Durante a conferência proposta pelo Conselho Federal de Psicologia e a FENAPSI, as(os) participantes debaterão o tema central da 17ª CNS, “Garantir Direitos e Defender o SUS, a Vida e a Democracia – Amanhã Vai Ser Outro Dia”, alinhado a dois eixos centrais: (II) O papel do controle social e dos movimentos sociais para salvar vidas e (IV) Amanhã vai ser outro dia para todas as pessoas.

Realizada de forma híbrida, a conferência livre permitirá a participação de profissionais da Psicologia de todo o país, incluindo representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRP), sindicatos de Psicologia do Brasil e de entidades nacionais representativas da profissão.

Diante da quantidade limitada de vagas, a participação exige inscrição prévia – que deverá ser feita exclusivamente de forma on-line, via formulário eletrônico. A participação garante direito a certificado. Pessoas interessadas devem realizar as inscrições até a próxima quarta-feira (17), até às 19h.

Conferências livres

As conferências livres estão previstas no regimento da 17ª Conferência Nacional de Saúde. Elas não competem ou substituem as etapas municipal, estadual/distrital e nacional, mas, podem integrar essas fases. A atividade tem caráter deliberativo e faz parte dos mecanismos de participação social em saúde.

A 17ª CNS é organizada pelo Conselho Nacional de Saúde e representa um dos mais importantes espaços de diálogo entre governo e sociedade para a construção das políticas públicas do Sistema Único de Saúde (SUS). Tradicionalmente, acontece a cada quatro anos. Mas, de forma excepcional, esta será a primeira edição em dez anos, após longo período de tratativas em relação à data.

Ao final do processo conferencial em todos os níveis federativos, as deliberações aprovadas na 17ª Conferência Nacional de Saúde deverão subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Saúde e Plano Plurianual de 2024- 2027.

Serviço

Conferência livre “A Psicologia brasileira e sua contribuição para o SUS e a Saúde Mental que queremos”
19 de maio
14h – 18h
Inscrições via formulário eletrônico até 17 de maio (limite de horário: 19h)

Entidades da Psicologia reafirmam defesa da presencialidade em cursos de graduação

Nesta sexta-feira (12), o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI) – em conjunto com dezenas de entidades nacionais representativas desta ciência e profissão, incluindo todos os Conselhos Regionais de Psicologia no país  – reforçaram em nota pública a condição essencial da presencialidade nos cursos de graduação em Psicologia para a formação ética e técnica das(os) profissionais.

A iniciativa é uma resposta à Portaria MEC nº 668/2022, recentemente alterada pela Portaria MEC nº 398/2023, que institui Grupo de Trabalho para apresentar subsídios com vistas à regulamentação de oferta de vários cursos de graduação à distância – entre eles, o de Psicologia.

Em posicionamento conjunto, as entidades destacam que as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em Psicologia foram elaboradas em um processo amplo, democrático e participativo, sendo aprovadas pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e debatidas com o Conselho Nacional de Educação, que também aprovou, em dezembro de 2019, tais diretrizes.

As entidades da Psicologia ressaltam que o desenvolvimento de habilidades, valores, atitudes e de inúmeras competências complexas, dentro de uma diversidade de orientações teórico-metodológicas, de práticas e de contextos de inserção profissional, extrapola a dimensão cognitiva e envolve experiências imprescindíveis a uma profissão de caráter intrinsecamente relacional.

A nota pública também problematiza a oferta de 40% da carga horária total dos cursos na modalidade de ensino a distância para cursos de graduação presenciais, proposta pela Portaria MEC nº 2.117 de 6 de dezembro de 2019. Na avaliação do coletivo, não há possibilidade de se atender às exigências das DCN nessa condição. Nesse sentido, ressaltam que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) devem ser utilizadas como complemento ao ensino presencial, de forma crítica, reflexiva e ética.

“Não podemos formar psicólogos/as sem levar em conta os conhecimentos científicos da própria Psicologia, entre eles o de que habilidades básicas na área, como as de acolhimento e empatia, de comunicar-se de forma eficaz e apropriada em diferentes linguagens – visual, sonora, corporal –, entre outras, só se desenvolvem a partir das repercussões emocionais provocadas pela presença real do outro”, destaca o texto.

As entidades seguem mobilizadas em relação ao tema e já estão trabalhando em uma nova proposta de incidência junto ao Ministério da Educação, reforçando a importância de se manter a presencialidade no ensino da Psicologia para garantir tanto a formação adequada das(os) psicólogas(os) quanto o cuidado qualificado à sociedade.

Acesse a íntegra da nota pública.

Mobilização em defesa da presencialidade

Essa não é a primeira vez que as entidades saem em defesa da formação em caráter presencial. Recentemente, posicionaram-se contrárias à Portaria MEC 749/2022, que autorizava a abertura de curso de graduação em Psicologia na modalidade de Ensino a Distância (EaD). A normativa permitia a uma universidade privada a oferta dessa modalidade de curso, com 2.000 vagas anuais. A medida foi revogada pelo próprio Ministério da Educação, que alegou erro material em seu ato normativo.

Em julho de 2022, representantes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), da Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (ABEP), do Fórum de Conselhos Federais da Área da Saúde (FCFAS), de todos os 24 Conselhos Regionais (CRPs) e de entidades representativas da categoria realizaram uma reunião ampliada sobre o tema. Na ocasião, foram debatidos os impactos decorrentes desse tipo de modalidade na formação de psicólogas e psicólogos, além de propostas estratégias de mobilização e incidência acerca do assunto.

Outra importante ação, no início da pandemia da Covid-19, foi promovida pelo CFP, os 24 Conselhos Regionais de Psicologia e a ABEP: uma série de seminários virtuais colocou em diálogo a flexibilização da prática de estágio durante a crise sanitária. À época, as proponentes já alegavam que os processos de ensino-aprendizagem pressupõem uma formação que se realiza na troca de experiências, implicando convivência e diálogo, além de práticas colaborativas fundamentalmente presenciais. Além disso, o conjunto de requisitos que formam a identidade profissional não se adquire por meio de ensino a distância, uma vez que essa dinâmica exige convivência, contato com as diferenças culturais, teórico-metodológicas e experienciais entre docentes, estudantes e a comunidade. O trabalho resultou na publicação de um documento com recomendações sobre a temática.

CFP é convidado a integrar instância do Ministério da Saúde sobre regulação do trabalho no âmbito do SUS

O dimensionamento do número de profissionais na área da saúde, bem como as relações de trabalho e cuidado a esses trabalhadores e trabalhadoras, foi tema de reunião realizada entre o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Ministério da Saúde.

O diálogo teve como objetivo aproximar as instituições para a construção colaborativa de estratégias em torno da demografia dessas profissões – com o convite ao CFP para integrar oficialmente a instância do Ministério que discute a regulação do trabalho no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

De acordo com a pasta, os esforços têm como objetivo dimensionar e compreender essa força de trabalho, salientando ainda desafios relacionados aos sistemas de informação, à retenção e fixação de profissionais em regiões diversas do país, à segurança das(os) profissionais, aos planos de carreiras e ao cuidado à saúde mental dessas(es) trabalhadoras(es).

Segundo a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/MS), Isabela Cardoso de Matos Pinto, o Ministério tem dialogado com conselhos profissionais no intuito de conhecer os cenários das diferentes categorias que atuam nos serviços da saúde.

Na ocasião, o CFP apresentou dados quanto ao número de profissionais inscritas(os) nos Conselhos Regionais de Psicologia de todo o país e destacou informações coletadas pelo Censo Brasileiro da Psicologia. Publicado pelo CFP em 2022, o CensoPsi traz um levantamento nacional inédito quanto à formação e inserção no mundo do trabalho, bem como as condições e fazeres profissionais de psicólogas e psicólogos.

“Ao reunir mais de 440 mil profissionais, a Psicologia brasileira é a maior do mundo. Uma profissão que, ao longo de suas seis décadas desde que foi regulamentada no Brasil, tem passado por importantes transformações – inclusive quanto à esfera de atuação: é cada vez mais presente em políticas públicas na área da saúde, da educação, da segurança pública, do trânsito e da justiça”, pontuou o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

Também presente ao encontro, o conselheiro do CFP Gabriel Henrique destacou outra importante questão relacionada às condições de trabalho de psicólogas e psicólogos. Conselhos de Psicologia de todo o país têm recebido denúncias sobre os estágios em pós-graduação, “modalidade que tem sido empregada como forma recorrente de contratação, precarizando vínculos laborais”, alertou.

A Psicologia nos diferentes níveis de atenção à saúde

Durante o diálogo, o Conselho Federal destacou a Resolução CFP nº 17/2022, que trata sobre os parâmetros para o exercício profissional de Psicologia em contextos de atenção básica, secundária e terciária de saúde.

A normativa apresenta diretrizes técnicas mínimas para orientar profissionais, responsáveis técnicos e gestores nos serviços de saúde no planejamento de atribuições e o quantitativo de profissionais necessários para execução das atividades de Psicologia em estabelecimentos de saúde, públicos e privados.

Além da secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Isabela Cardoso de Matos Pinto, também participaram do diálogo o coordenador-geral de Planejamento da Força de Trabalho na Saúde, Gustavo Hoff; e o diretor Departamento de Gestão e Regulação do Trabalho na Saúde (DEGERTS), Bruno Guimarães de Almeida.

Prêmio João W. Nery: Conselho Federal de Psicologia inicia período de inscrições

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebe a partir desta segunda-feira (8) as inscrições de pessoas interessadas em participar do Prêmio João W. Nery: Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans.

A iniciativa, lançada no Dia Nacional da Visibilidade Trans, pretende identificar, valorizar e divulgar a atuação de psicólogues(as)(os), coletivos, grupos e organizações que envolvam a Psicologia como prática profissional alinhada aos direitos dessa população.

De acordo com as orientações estabelecidas pelo edital, as(os) proponentes devem apresentar experiências que dialoguem com o tema central do prêmio. É imprescindível que as(os) profissionais estejam em situação cadastral regular e adimplentes junto ao seu respectivo Conselho Regional de Psicologia (CRP).

A submissão dos trabalhos deverá ocorrer exclusivamente pelo formulário eletrônico até o dia 30 de junho em uma das categorias: “Transafirmative”, “Individuais” e “Coletivas”. Além disso, as iniciativas precisam se relacionar a um dos eixos orientadores: Práticas acadêmicas (relatos de pesquisa, ensino ou extensão); Práticas de cuidado (relatos de experiência); ou Práticas artístico-culturais (poesias, vídeos, crônicas e demais manifestações artístico-culturais).

Serão selecionadas, ao todo, nove experiências com premiação no valor de R$ 2.000 (dois mil reais) cada – independentemente da categoria/eixo orientador.

Serviço

Prêmio João W. Nery – “Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans”
Inscrições: 8 de maio a 30 de junho de 2023
Exclusivamente on-line
Formulário eletrônico para a submissão dos trabalhos
Acesse a íntegra do edital e retificação.

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Integrantes da nova Comissão de Direitos Humanos do CFP tomam posse para gestão 2023-2025

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou na quinta-feira (27) a cerimônia de assinatura do termo de compromisso das(os) novas(os) integrantes da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Autarquia. A atividade ocorreu em Brasília/DF, na sede do Conselho.

Ao todo, o coletivo reúne 12 especialistas, indicadas(os) pelo XIX Plenário do CFP, com mandato para o período 2023-2025. Marcado pela diversidade, o grupo é formado por psicólogas e psicólogos de todas as regiões do país, agregando profissionais indígenas, pessoas negras, trans e com deficiência. “É uma Comissão muito diversa porque compreendemos a importância dessa multiplicidade para a própria constituição da Psicologia como ciência e profissão”, enalteceu o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho. 

De acordo com o presidente da Autarquia, em um país tão desigual e marcado por um processo colonizador violento, a existência da Comissão de Direitos Humanos é essencial para reafirmar o compromisso da Psicologia de enfrentar todas as forças de violência que se constroem em nossa sociedade. “Reconhecemos a Comissão de Direitos Humanos como parte da nossa própria gestão. A CDH não é um órgão à parte”, defendeu.

Ao traçar o histórico e legado da Comissão ao longo de seus 25 anos, a vice-presidenta do Conselho Federal de Psicologia, Ivani Oliveira, também destacou o papel essencial do colegiado para transformar a Psicologia: “A diversidade deste coletivo preza o histórico do que já foi feito, ao tempo em que contribui para alcançar outros lugares, fazendo enfrentamentos e discussões que a Psicologia ainda precisa estabelecer”, pontuou.

O grupo inclui as conselheiras Nita Tuxá e Alessandra Almeida – que serão as responsáveis por realizar a interlocução entre a Comissão de Direitos Humanos e o plenário do CFP, contribuindo para a apreciação de estratégias propostas pela CDH ao longo do triênio.

Acesse a galeria de fotos.

Psicologia pintada de jenipapo e urucum

No contexto das mobilizações do Abril Indígena, uma comitiva composta por conselheiras(os) do CFP e as(os) novas(os) integrantes da CDH participou das atividades do Acampamento Terra Livre, maior assembleia dos povos indígenas brasileiros, realizado em Brasília/DF.

O espaço foi palco de assinatura da portaria que deu posse às(aos) novas(os) integrantes da Comissão de Direitos Humanos do CFP na gestão 2022-2025. “A Psicologia brasileira precisa estar representada por suas cores, diversidades e sons. A construção dessa CDH foi feita de forma muito cuidadosa pelo plenário. Vocês são valiosas e importantes para nós”, destacou Pedro Paulo Bicalho ao pontuar que a história da Psicologia nem sempre foi articulada com a defesa dos direitos humanos, exigindo uma construção de caminhos e possibilidades no transcorrer dos 60 anos dessa ciência e profissão. 

A conselheira do CFP Alessandra Almeida destacou a relevância de demarcar a posse da CDH no Acampamento Terra Livre. “Que a Psicologia seja o território de justiça para todos nós”, pontuou.

Foi o que também ressaltou a conselheira Nita Tuxá: “o indígena não é um só: são muitos. E, dentro desse ‘muitos’, há muita pulsão de vida e pluralidade – e a Psicologia tem muito a aprender”, acrescentou  

Ainda durante o Acampamento Terra Livre, Nita Tuxá participou de um diálogo sobre a saúde indígena, enfatizando o papel da Psicologia em um cuidado aos povos originários orientado pela multiplicidade étnica. “Que a gente entenda que o indígena é um ser subjetivo, um sujeito de direitos, de vontades, um sujeito diverso”, concluiu.

Confira a participação do CFP no Acampamento Terra Livre.

Primeira reunião

Na primeira reunião do coletivo, as(os) especialistas destacaram campos de atuação constantemente desafiadores e que precisam de atenção por parte da CDH – como direitos sexuais e reprodutivos, feminicídio, orfandade, migração, territorialidades, pessoas privadas de liberdade, comunidades terapêuticas, impactos da pandemia da Covid-19, violência contra a população LGBTI+ e preconceito contra os povos indígenas, ressaltando as interseccionalidades entre esses e outros assuntos de interesse para a Psicologia.

Outra ponderação feita pelo grupo foi a necessidade de estabelecer diálogo junto a órgãos do governo e da sociedade civil no sentido de fortalecer a defesa dos direitos e intensificar o enfrentamento às violações cometidas contra a sociedade. Nessa direção, alertaram sobre a urgência em desenvolver mais ações de apoio à atuação de psicólogas e psicólogos.

Saiba mais

A Comissão de Direitos Humanos foi criada pelo Conselho Federal de Psicologia em 1997 e tem como objetivo mobilizar profissionais da Psicologia de todo o país na defesa dos direitos humanos como um desafio permanente da categoria. 

Inspirados na experiência do CFP, a partir de 1998 todos os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) passaram a contar com suas próprias Comissões de Direitos Humanos, fortalecendo no âmbito do Sistema Conselhos a atuação da Psicologia em temas essenciais na proteção e garantia desses direitos. Mais informações: site.cfp.org.br/cfp/comissao-de-direitos-humanos 

Conheça as(os) integrantes da CDH/CFP

Alessandra Santos de Almeida – conselheira (CRP 03/003642)
Nita Tuxá – conselheira (CRP 03/25213)
Andreza Cristina da Silva Costa – coordenadora (CRP 20/07987)
Alexander Morais de Oliveira (CRP 10/07974)
Ana Luiza de Souza Castro (CRP 07/03718)
Deivison Warla Miranda Sales (CRP 03/13271)
Emilly Mel Fernandes de Souza (CRP 17/4471)
Geni Daniela Nuñez Longhini (CRP 12/21795)
Giulia Natália Santos Mendonça (CRP 01/19100)
Marcelo Afonso Ribeiro (CRP 06/41667)
Mônica Valéria Affonso Sampaio (CRP 05/44523)
Paula Rita Bacellar Gonzaga (CRP 04/64619)
Rafael Ribeiro Filho (CRP 17/3227)
Rogério Giannini (CRP 06/53926)

 

Em Plenária no CFP, indígenas psicólogas de todo o país destacam desafios no exercício e aprimoramento da profissão

No marco das mobilizações do Abril Indígena, psicólogas e psicólogos representantes de mais de 20 diferentes etnias estiveram reunidas(os) nesta segunda-feira (24), na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília/DF, em uma grande reunião plenária que debateu o fazer da Psicologia com e para essas populações.

“Neste momento, o Conselho Federal de Psicologia se constrói junto às indígenas psicólogas do país. Hoje é dia de celebração, de luta e de darmos importantes passos na história da nossa ciência e profissão”, frisou o presidente do CPF, Pedro Paulo Bicalho.

Inédito, o encontro reuniu indígenas psicólogas(os) integrantes dos Conselhos de Psicologia de todo o país e teve como objetivo reconhecer a importância e a necessidade de fortalecer a presença dos povos originários nas diversas áreas da Psicologia.

Histórias de luta e de resistência diante de violências, preconceitos e apagamentos de culturas e saberes foi a tônica do diálogo, que colocou em foco o compromisso da Psicologia no reconhecimento dessas subjetividades e de um fazer atento à promoção da saúde integral e para a eliminação de todas as formas de negligência e discriminação.

A conselheira Nita Tuxá, primeira indígena psicóloga a compor uma gestão do Conselho Federal de Psicologia, ressaltou que é preciso pensar uma Psicologia que não seja restrita às(os) próprias(os) profissionais, mas que alcance todas as diversidades e territorialidades. “Meu corpo todo está vibrando. E é uma vibração de amor, de pertencimento e de quem há muitos anos sonhou com este momento”, pontuou.

Nita Tuxá ressaltou que, por muito tempo, a voz indígena foi silenciada e, agora, é necessário ocupar os diferentes espaços institucionais e políticos. “Nosso compromisso aqui é pelo território: todos aqueles que quisermos ocupar enquanto indígenas”.

Abril indígena

A Plenária das(os) Indígenas Psicólogas(os) aconteceu concomitantemente às mobilizações do Acampamento Terra Livre (ATL), maior assembleia dos povos indígenas brasileiros com a presença de lideranças indígenas de todas as regiões brasileiras. Ao final do encontro, o coletivo fez uma caminhada partindo do Acampamento Terra Livre (ATL) em direção ao Congresso Nacional. Confira a galeria de imagens da Plenária.

Também como parte das mobilizações que marcam o Abril Indígena, o presidente do CFP participou do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas. O evento ocorreu no salão nobre da Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

“Quando neste país a coroa chegou, já existia o cocar. Por isso, é importante a defesa dos povos indígenas, é importante afirmarmos a Psicologia brasileira também em defesa dessas populações”, pontuou Pedro Paulo Bicalho.

O evento contou com a presença da ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara; do secretário especial de Saúde Indígena, Weibe Tapeba; da presidenta da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Joenia Wapichana; da liderança indígena Raoni Metuktire; e da presidente indígena do Parlamento da Noruega (Sami), Silje Karine Muotka.

Ainda na Câmara dos Deputados, o presidente do Conselho Federal de Psicologia participou de sessão solene em homenagem à 19ª edição do Acampamento Terra Livre. A atividade buscou chamar a atenção para as sistemáticas violações de direitos que atingem os povos indígenas, bem como celebrar a resistência e a diversidade dessas populações. A sessão foi fruto de requerimento proposto pela deputada Célia Xakriabá (Psol-MG).

Psicologia e povos indígenas

O fazer da Psicologia junto aos povos indígenas é tema que tem mobilizado cada vez mais atenção no Sistema Conselhos. Em 2022, o CFP lançou as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas junto aos Povos Indígenas, uma antiga demanda no âmbito da categoria e que foi elaborada com a metodologia do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop).

Também como parte dessa mobilização, em 2022, pela primeira vez, o processo eleitoral para os Conselhos Regionais de Psicologia e para a Consulta Nacional CFP passou a exigir nas candidaturas o cumprimento de percentual mínimo de cotas para pessoas com deficiência, pessoas negras, pessoas trans e povos tradicionais e indígenas. A medida é pioneira em processos eleitorais de conselhos de categoria no país.

Confira a galeria de imagens do evento (clique na imagem abaixo):

Plenária das(os) Indígenas Psicólogas(os)

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