Avaliação Psicológica: comissão do CFP faz balanço das atividades no triênio 2020-2022

Atualizada em 31 de janeiro de 2023

A Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou, em 1º de dezembro, a última reunião da gestão 2020-2022. O colegiado fez um balanço das atividades realizadas nestes três últimos anos, em um cenário desafiador de pandemia da Covid-19. Os resultados podem ser conferidos neste link com relatório elaborado pelo colegiado.

Constituída pelo CFP em março de 2003, a Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica  tem por função discutir e propor diretrizes, normas e resoluções na área, além de conduzir o processo de avaliação dos instrumentos psicológicos submetidos ao Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI).

Para a conselheira Katya Luciane de Oliveira, coordenadora da CCAP na gestão do XVIII Plenário, as atividades do grupo foram positivas. “Ainda que tivéssemos os desafios da pandemia e, sequencialmente, a realidade da ADI (3481) que questionou a restrição à comercialização de testes psicológicos, a CCAP conseguiu atender todas as demandas emergentes da categoria e avançar em diversas ações – que estarão sintetizadas no relatório”, ressalta.

O novo coordenador da CCAP de 2023-2025, Evandro Morais Peixoto, avalia de forma positiva os trabalhos do colegiado, destacando a possibilidade da próxima gestão dar continuidade às iniciativas desenvolvidas. Peixoto destacou que também espera que na próxima composição do grupo haja abertura de novas frentes de trabalho, tendo em vista o aprimoramento das práticas avaliativas e a busca por práticas que respeitem a diversidade e visibilizam grupos minorizados. “A Avaliação Psicológica precisa trazer mais contribuições para esses grupos e que esse trabalho seja em consonância com o Código de Ética da Psicologia e suas diretrizes de proteção aos direitos humanos”, complementa.

Composição da CCAP 2020-2022

Katya Luciane de Oliveira – Coordenadora (Universidade Estadual de Londrina)

Ana Paula Porto Noronha (Universidade São Francisco)

Ana Cristina Resende (Pontifícia Universidade Católica de Goiás)

Caroline Tozzi Reppold (Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre)

Daniela Sacramento Zanini (Pontifícia Universidade Católica de Goiás)

Evandro Morais Peixoto (Universidade São Francisco)

Josemberg Moura de Andrade (Universidade de Brasília)

Lucila Moraes Cardoso (Universidade Estadual  do Ceará) 

Monalisa Muniz Nascimento (Universidade Federal de São Carlos).

Balanço dos trabalhos

Foram realizadas no período da gestão CCAP 2020-2022 um total de 42 reuniões, sendo sete na modalidade presencial e 26 de forma por meio de videoconferências, além de nove reuniões extraordinárias. Com o intuito de aproximar o diálogo e elucidar as principais dúvidas relativas à Avaliação Psicológica no contexto profissional e assuntos referentes ao SATEPSI, a CCAP também se reuniu com todos os CRPs ao longo de 2020, totalizando 27 reuniões com essas entidades.

Das ações frente à pandemia da Covid-19, a Comissão produziu oito documentos para a categoria:

  • Divulgação nas redes sociais do CFP de vídeo compilado das principais charges lançadas pela campanha dos 15 anos do Satepsi. A ação teve como objetivo orientar a categoria de forma mais pedagógica e dinâmica sobre o uso dos testes na prática profissional.
  • Resolução CFP nº 09 de 15 de Julho de 2020: buscou prorrogar os prazos de atualização de normas e de estudos de validade de testes psicológicos da Resolução CFP 09/2018, de testes que teriam estudos vencidos em 2020 e 2021, até que pudessem ser retomadas integralmente as atividades coletivas e as aplicações de testes presenciais.
  • Resolução CFP nº 03 de 31 de maio de 2021: dispõe sobre a prorrogação dos prazos dos vencimentos dos estudos normativos de testes psicológicos, considerando a continuidade da pandemia. 
  • Em 2021, foi publicado na revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP) o Dossiê – Avaliação Psicológica – (Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) nº 3481. A seção especial no site da PCP na plataforma da SciELO é composta por cinco textos abordando como  a liberação da comercialização dos testes psicológicos possui potencial de gerar prejuízos para o indivíduo e as(os) profissionais da área, bem como pode vir a desnaturar os resultados que levaram anos de estudos científicos para ser alcançados, impactando na produção de conhecimento psicológico, mas, sobretudo, na sociedade que, em última instância, é a beneficiária dos serviços prestados pela Psicologia.
  • Cartilha de Avaliação Psicológica, publicada em agosto de 2022, que traz às(aos) psicólogas(os) informações de natureza ética, teórica e metodológica sobre a avaliação psicológica, com objetivo de aprimorar a qualidade dos serviços psicológicos oferecidos à sociedade brasileira. A publicação contou com a colaboração da Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo); o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP); a Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT); a Associação Brasileira de Psicologia da Aviação (ABRAPAV) e a Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT).

Testes psicológicos

A CCAP realizou 55 avaliações referentes a testes psicológicos e instrumentos, dos quais 23 receberam parecer favorável pelo SATEPSI e 11 receberam parecer desfavorável. Além disso, foram aprovados sete estudos de equivalência entre formato lápis e papel e online, bom como nove atualizações de normas. Também foram submetidos pelos CRPs para avaliação pela comissão, cinco instrumentos com o intuito de saber se estes seriam ou não testes psicológicos.

 

Da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 3481 dos testes psicológicos

Diante da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a ADI 3481 que culminou na liberação da comercialização de testes psicológicos, a CCAP realizou nove reuniões com as editoras que comercializam testes psicológicos e quatro reuniões com associações científicas para organizar encaminhamentos sobre o tema.

Também foram realizadas cinco lives, com tema “Você sabia que a Avaliação Psicológica faz parte da sua vida?”, abordando: Trânsito e Trabalho, contextos Clínico e de Justiça, Neuropsicologia, e Pacientes em final de vida e Suicídio.  A finalidade foi a sensibilização e orientação sobre a importância e o impacto da Avaliação Psicológica para a sociedade. As ações de comunicação foram elaboradas em interlocução com entidades do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) em Avaliação Psicológica e GTs da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP).

Leia o Relatório de Gestão da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) 2020-2022

Solenidade na Assembleia Legislativa de Rondônia celebra os 60 anos da Psicologia no Brasil

A Assembleia Legislativa de Rondônia realizou na quinta-feira (1) sessão solene em celebração aos 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil (CRP-24). Na solenidade, a assembleia outorgou Votos de Louvor aos servidores do Conselho Regional de Psicologia. O evento foi proposto pelo deputado estadual licenciado Eyder Brasil (PL) e presidida pelo deputado Alan Queiroz (Podemos).

Ao destacar a importância da(o) profissional psicóloga(o) para a sociedade, principalmente no contexto da pós-pandemia de Covid-19, o presidente do Conselho CRP-24, Cleibson André Torres, celebrou as conquistas da profissão. “É um momento de comemoração, de homenagem, de gratidão a todos nós que, a cada dia, nos dedicamos a nosso fazer profissional, sempre ético, sempre humano, sempre prezando pela qualificação e pelo bom atendimento da sociedade”, pontuou.

O deputado Eyder Brasil afirmou que a Psicologia sempre teve um papel muito importante na sociedade, mesmo antes da regulamentação da profissão, em 1962. “Desde os tempos antigos – talvez tivessem outro nome para esse profissional, mas sempre foi Psicologia. 60 anos de regulamentação apenas no Brasil, mas que não denotam toda a história da Psicologia na humanidade”, destacou.

Ao destacar a atuação na Psicologia de Rondônia, a psicóloga Patrícia Claro Cipriano, da Faculdade da Amazônia, se disse honrada pelo reconhecimento feito pela Assembleia. “Nós somos merecedores e merecedoras desse reconhecimento, pois o nosso trabalho é eterno, ele será sempre necessário e cada vez maior na nossa sociedade”.

A professora Angélica de Souza Lima, da Faculdade São Lucas, disse que a universidade vem se comprometendo com a formação acadêmica crítica, que pensa nas políticas públicas e que amplia a Psicologia para mais 60 anos. “Que a nossa Psicologia possa se desenvolver, crescer cada vez mais e que nós, juntas, juntos e juntes, possamos nesse processo de formação sermos psicólogos, psicólogas e psicóloges cada vez mais críticos, mais próximos dos povos das florestas, das águas, das nossas regionalidades”, pontuou.

Henrique Moreira, representando a Universidade Federal de Rondônia (UNIR), ressaltou a presença da Psicologia na sociedade. “Como ficaria a sociedade se a Psicologia fosse retirada? Qual o vácuo que ia se criar, principalmente, no mundo pós-pandêmico, caso essa profissão deixasse de existir?”, questionou.

A secretária estadual de Saúde, Semayra Moret, destacou a luta das(os) profissionais da Psicologia nos 60 anos da profissão e desafios para o futuro. “Muita construção a gente ainda tem pela frente na Psicologia, como ciência, no SUS, no SUAS, na gestão, na clínica, na escola e onde quer mais que precisem de humanidade lá estaremos nós”, destacou ela, que é a primeira psicóloga a ocupar o cargo de secretária de Saúde do Estado.

Na solenidade, os Correios realizaram a emissão de um selo e de um carimbo comemorativos em celebração ao Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região (composto pelos estados de Rondônia e Acre), em alusão aos 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil. As peças filatélicas trazem a imagem e o destaque da logomarca do CRP-24.

Sessão Solene no Mato Grosso do Sul celebra os 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) celebrou, na noite de sexta-feira (25), os 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil. A solenidade foi realizada na capital Campo Grande a partir de uma proposição do deputado estadual Pedro Kemp (PT), que é psicólogo por formação. O evento condecorou 60 profissionais da Psicologia.

A presidente do Conselho Federal de Psicologia, Ana Sandra Fernandes, destacou que a profissão tem recebido reconhecimento em todos os estados do país por suas contribuições profissionais e científicas. Ela destacou o protagonismo da categoria em diversas lutas, como na implantação de políticas públicas e na defesa da democracia e dos direitos humanos.

“É importante valorizar a dedicação das psicólogas, psicóloges e psicólogos, que é o maior legado destes 60 anos. A atuação individual e coletiva das profissionais é exatamente o que constitui o nosso patrimônio científico e ético”, pontuou.

Durante a cerimônia, o deputado Pedro Kemp (PT), psicólogo e proponente da atividade, ressaltou a importância de haver uma política de saúde mental acessível a todas as pessoas. “Ela não pode ser privilégio de poucas pessoas. Precisa estar presente em todos os segmentos da nossa sociedade e precisa chegar a todos os lares, a todas as famílias e a todas as pessoas”, defendeu.

O presidente do Conselho Regional de Psicologia do MS (CRP 14), Walkes Jacques Vargas, contou como o seu estado fez parte da construção da história do sexagenário da profissão. “Nesse período, transformamos a Psicologia, que estava única e exclusivamente a serviço das elites, para uma Psicologia que coloca os pés no chão da realidade e se volta para toda a população brasileira. Desenvolvemos o nosso saber e fazer clínico e rompemos as quatro paredes dos consultórios”, destacou.

Também presente ao evento, a ex-presidente do Conselho Regional de Psicologia do MS (CRP-14) e representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na Mesa de Honra, Mariana Kowalski, destacou que a Psicologia brasileira está em festa e que a profissão evoluiu nessas seis décadas desde a sua regulamentação. “Muito foi feito nesse período e a Psicologia cresceu e se estruturou. E hoje tem uma identidade como ciência e profissão”, ressaltou.

Glace do Carmo Freitas, representante da Federação Nacional de Psicólogos (FENAPSI) e presidente do Sindicato dos Psicólogos do Mato Grosso do Sul (SinPsi MS) afirmou que o propósito da Psicologia, enquanto ciência e profissão, é seguir reafirmando o cuidado com as pessoas, independentemente do momento do país. “Em todos os momentos históricos políticos do Brasil a Psicologia enfrentou, enfrenta e enfrentará as desigualdades sociais”, pontuou.

Oriene de Moura, vice-presidente do Sindicato dos Psicólogos de Mato Grosso do Sul, disse que a Psicologia possui vários caminhos que levam a um trabalho junto a pessoas que sofrem e que precisam dessa profissão. “O exercício da profissão de psicóloga nos proporciona desempenhar o nosso lado humano não só de nós mesmos, mas do outro”, observou.

Representando a população brasileira de indígenas psicólogas(os), Vanessa Terena lamentou que o Mato Grosso do Sul seja a unidade da federação que mais mata indígenas no país e pede que a Psicologia fale sobre a luta da população indígena. Wanessa celebrou o lançamento de um instrumento de orientação para a categoria lidar com os povos originários brasileiros.

“Este ano de 2022 é o ano que nós comemoramos a regulamentação da Psicologia como ciência e profissão no Brasil e é o ano que nós lançamos, com muito trabalho e muito amor, a primeira referência técnica para atuação de psicólogas(os) junto aos povos indígenas, mesmo depois de 60 anos”, destacou.

Ao lembrar que o Brasil ocupa o primeiro lugar do ranking de assassinatos de pessoas trans no mundo, o conselheiro do CRP-14 e coordenador do Instituto Brasileiro de Transmasculinidades no MS, João Fernando dos Santos, destacou o papel da Psicologia nas lutas sociais. “Temos lutado e a Psicologia tem sido um braço direito nesta luta”, afirmou João Fernando, que é a primeira pessoa trans do Conselho Regional.

Na sequência, a Assembleia condecorou com diplomas 60 profissionais que contribuíram e contribuem, em suas atividades, na história da formação e consolidação da Psicologia em Mato Grosso do Sul. As(Os) condecoradas(os) são de Campo Grande e do interior do estado.

Celebrações pelo Brasil
A Psicologia chegou ao Brasil no início do século XX. No entanto, foi regulamentada como profissão a partir da publicação da Lei nº 4.119, em 27 de agosto de 1962, pelo presidente João Goulart. Em 1971, por meio da Lei nº 5.766, foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia – que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia.

Ao longo de 2022, casas legislativas das cinco regiões do país têm promovido sessões solenes para celebrar o sexagenário da Psicologia. As reuniões nas Assembleias e Câmaras Municipais realçam as contribuições da Psicologia à sociedade e seus desdobramentos históricos nas últimas seis décadas.

Na próxima quinta-feira, 1º de dezembro, a Assembleia Legislativa de Rondônia também vai realizar uma solenidade em celebração aos 60 Anos da Regulamentação da Psicologia no Brasil. A Sessão Solene terá início às 15h e vai condecorar psicólogas(os) que tiveram contribuições para a Psicologia no estado ao longo dos últimos 60 anos.




No Acre, presidente do CFP dialoga com estudantes sobre importância da regulamentação da Psicologia brasileira

Nas últimas seis décadas, a Psicologia brasileira passou por uma série de transformações que a moldaram em uma ciência e profissão cada vez mais orientada pelo cuidado à população e pela defesa intransigente dos direitos humanos.

A construção dessa trajetória foi destacada pela presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, em reunião realizada na sexta-feira (2), em Rio Branco (AC), com profissionais e estudantes de Psicologia. O encontro foi promovido pela Seção Acre do Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região (CRP-24).

Durante o diálogo, a presidente do CFP destacou os principais momentos históricos que marcaram a Psicologia no Brasil, pontuando a importância da atuação de psicólogas e psicólogos em marcos para a consolidação da democracia no país. Acerca desse aspecto, destacou as diretrizes contidas no Código de Ética Profissional da categoria, comprometido com uma atuação de respeito às diversidades e de promoção da inclusão social, rechaçando quaisquer atitudes que gerem ou reforcem preconceitos e violências.

No encontro, a presidente do CFP também reafirmou que a formação em Psicologia se faz com presença: “a Psicologia se edifica nas relações humanas, na intersubjetividade e no encontro com o outro, exigindo vivência acadêmica na sala de aula e fora dela, de forma a gerar reflexão, confronto de ideias e o desenvolvimento de uma postura ética e de respeito à diversidade”. 

Os processos de ensino-aprendizagem, pontuou, pressupõem uma formação que se realiza na troca de experiências, implicando convivência e diálogo, além de práticas colaborativas fundamentalmente presenciais. “Esse conjunto de requisitos que formam a identidade profissional não se adquire por meio de ensino à distância. Isso exige convivência, contato com as diferenças culturais, teórico-metodológicas, experienciais, entre docentes, estudantes e a comunidade”, argumentou. 

A presidente do Conselho Federal de Psicologia elucidou ainda o papel do Sistema Conselhos de Psicologia, constituído pelo CFP e os 24 Conselhos Regionais, em sua função precípua de regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional em todas as regiões do país. 

“A Psicologia está inserida em diversas áreas saúde, educação, trabalho, esporte, tráfego, justiça, segurança pública, assistência social, avaliação psicológica, entre outros – e a fiscalização da atuação de psicólogas e psicólogos é fundamental para proteger a sociedade de profissionais sem preparo, o que poderia gerar uma série de impactos negativos à sociedade”, destacou a presidente do CFP ao convocar as(os) estudantes a conhecerem o Sistema Conselhos de Psicologia e a estar mais próximos de suas ações, estreitando, desde a formação, o contato com seu conselho profissional.

Nasce uma profissão

A Psicologia chegou ao Brasil no início do século XX. No entanto, foi regulamentada como profissão a partir da Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Em 1971, por meio da Lei nº 5.766, foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia – que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia.

Em 2021, para celebrar seus 60 anos, o Conselho Federal de Psicologia iniciou uma contagem regressiva que culminou em 27 de agosto deste ano. A celebração reúne uma série de atividades, desde o lançamento de estudos e publicações, à realização de sessões solenes e diversos eventos temáticos. 

Entre as sessões solenes, está a realizada no dia 1º de setembro pela Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC). A íntegra pode ser assistida pelo YouTube do CFP.

Campina Grande/PB: compromisso ético-político da Psicologia é destaque em sessão em homenagem aos 60 anos da profissão

A Câmara Municipal de Campina Grande (PB) realizou sessão solene em homenagem aos 60 anos de regulamentação da Psicologia no Brasil, na última terça-feira (6). A presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, que mora há mais de 20 anos no estado, foi homenageada durante a cerimônia.

“Tenho profunda admiração por este estado, especialmente pela população que enfrenta as adversidades de vida com humor e poesia. Minha grande inspiração são as mulheres, com suas trajetórias de resistência para defesa do bem viver e que me remetem à identidade que a Psicologia consolidou nesses 60 anos”, avalia Ana Sandra.

A presidente do CFP ressaltou que a Psicologia faz parte da vida de milhões de brasileiras e brasileiros mesmo sem que percebam. “Nosso compromisso com a diversidade e pluralidade, com a equidade e com o respeito às diferenças e aos diferentes, são valores dos quais não abrimos mão. Por isso, em nosso fazer diário expressamos o compromisso ético-político pela eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão”.

Ainda segundo Ana Sandra Fernandes, a Psicologia brasileira vem se ressignificando desde seu reconhecimento como profissão. “Passando de uma perspectiva elitista para transformar-se numa profissão que tem radical compromisso com as camadas populares deste país”.

A proponente da Sessão Especial, vereadora Jô Oliveira, também ressaltou a importância da Psicologia em todos os segmentos da sociedade. “Estamos aqui para colocar a Psicologia enquanto ciência, dentro dos compromissos que assume do ponto de vista histórico, ético e político. Comprometida com o cuidar das pessoas, mas não o cuidar pelo cuidar, porque a gente sabe o quanto as pessoas resistem ainda a esse diálogo profissional, a essa escuta qualificada”, avalia.

Paraíba

Segundo a presidente do Conselho Regional de Psicologia da Paraíba (CRP-13), Silvana Barbosa Mendes Lacerda, o estado tem mais de 7 mil psicólogas e psicólogos, a grande maioria mulheres.

“Comemoramos também os 27 anos de criação do Conselho Regional de Psicologia da Paraíba. Aqui nós temos 12 universidades que oferecem o curso de Psicologia, em média são 300 formandos por período”, detalha.

Silvana diz que a categoria luta pela dignidade da profissão, pela carga horária humanizada e piso salarial e que a Psicologia tem que caber nos objetivos do estado e do município “Mas os limites de nossa Autarquia não diminuem a nossa potência e a nossa vontade de um trabalho para uma sociedade mais humanizada e fraterna”, conclui.

Para Thiago de Souza Santos, coordenador da comissão gestora da subsede
de Campina Grande do CRP-13, a categoria conseguiu olhar criticamente ao longo desses 60 anos e construir uma Psicologia como ciência e profissão. “Que pode se firmar em solo brasileiro sem negar o seu compromisso social”.

Thiago relembrou a figura de Maria Margarida Alves, mulher sindicalista e defensora intransigente dos direitos humanos e que sofreu a consequência do assassinato, por acreditar e defender uma sociedade livre.

Primeiro representante da subsede de Campina Grande do CRP-13, Israel do Nascimento Silva Filho contou que em 1980 trouxe a Psicologia de forma oficial para a cidade, sendo em sua própria casa a primeira sede do CRP.

Homenageadas(os)

Representando o Conselho Regional da Paraíba, Clarissa Paranhos Guedes, que também foi conselheira do CFP, entregou homenagens à vereadora Jô Oliveira, à presidente Ana Sandra Fernandes, à presidente do CRP 13, Silvana Barbosa, a Angelita Rodrigues (in memorian), a Ivânia Rodrigues Silva Santos, ao professor José Pereira em nome de Railda Alves, a Israel do Nascimento, a Georgina Borges e a Edmarta Porto.

Assembleia Legislativa de Sergipe agracia CFP com Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar

Na quinta-feira (25), a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) celebrou os 60 anos da regulamentação da Psicologia no país com uma sessão solene, em Aracaju. Na ocasião, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi agraciado com a outorga da Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar, a maior honraria do Poder Legislativo sergipano. A presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, recebeu a comenda em nome da autarquia.

A honraria é concedida a pessoas físicas ou jurídicas que contribuem para o engrandecimento do estado de Sergipe e do Poder Legislativo ou Mérito Excepcional. A comenda é aprovada pelo Conselho da Ordem do Mérito Parlamentar, composto por deputadas(os), membros da Mesa Diretora, líderes da bancada dos partidos que tenham representantes na Assembleia Legislativa e pelo último ex-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe.

Ana Sandra destacou as transformações pelas quais a Psicologia passou em 60 anos e analisou que, atualmente, a profissão encontra-se em situação diferente à da época de sua regulamentação.

“A Psicologia brasileira, no seu surgimento, é muito diferente da Psicologia como nós conhecemos hoje. Ela surgiu numa perspectiva bastante elitista, mas a história do nosso país a transformou numa profissão que tem radical compromisso com as camadas populares desse país, com enfrentamento ao racismo, machismo, sexismo, à homotransfobia, bem como o enfrentamento a todas as formas de opressão, preconceito e discriminação, que causam tanto sofrimento psíquico quanto sofrimento físico”, apontou.

O deputado estadual Iran Barbosa (PSOL) congratulou a Psicologia pelas seis décadas de regulamentação e destacou a importância e o trabalho das(os) profissionais. ”Por mais homenagens que façamos, no cenário que nós estamos vivendo, é muito pouco para reconhecer a contribuição que a Psicologia tem dado nos mais variados setores da nossa história”, destacou.

O presidente do Conselho Regional de Psicologia de Sergipe (CRP-19), Naldson Melo Santos, também destacou a importância da Psicologia para a sociedade brasileira. “Já tínhamos essa convicção. No entanto, na pandemia da Covid-19, essa convicção ficou evidenciada”, pontuou. Naldo também citou que a categoria vai continuar lutando pela pauta antimanicomial e pela implantação da Lei 13.935/2019, que estabelece a inclusão de profissionais da Psicologia e do Serviço Social na rede pública de educação básica.

Para a psicóloga, ativista dos direitos humanos e representante da Psicologia Preta em Sergipe, Eleonora Vaccarezza, a profissão tem atuado sob uma perspectiva mais abrangente, com maior diversidade e com aproximação das pautas sociais. “Que bom poder hoje estar contando essa história da Psicologia a partir de uma outra perspectiva, que não necessariamente a que vem sendo difundida tão largamente: a perspectiva branca, europeia e ocidental”, afirmou.

Sessão Solene no Acre destaca compromissos da Psicologia com os direitos humanos e com a saúde mental no país

Os compromissos da Psicologia com os direitos humanos e com a saúde mental foram destacados na Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC) em sessão solene que celebrou os 60 anos de regulamentação da profissão, promovida na quinta-feira (1º). A solenidade foi realizada a partir de sugestão do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e da Seção Acre do Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região (CRP-24), e contou com a presença de conselheiros federais e regionais, profissionais e universitários de Psicologia e membros do Ministério Público estadual.

A conselheira do CFP Losiley Alves Pinheiro destacou a importância da Psicologia, ao longo de seis décadas, em áreas diversas de atuação, como
educação, esporte, tráfego, justiça, segurança pública, assistência social e saúde. “Ao longo de 60 anos, a Psicologia tem contribuído para a promoção da saúde e da qualidade de vida das pessoas, das famílias, de grupos e de instituições, se fazendo presente nos mais variados espaços”, destacou.

A conselheira federal também analisou a transformação da Psicologia nos primeiros 60 anos de sua regulamentação. “A Psicologia se inicia como uma profissão elitista, positivista e punitivista. E, hoje, se constitui como uma profissão comprometida com os direitos humanos e com toda a sociedade brasileira, com todas as pessoas, independente de sua condição econômica e social”, pontuou.

Debates
A deputada Meire Serafim (União Brasil) apontou que as(os) profissionais da Psicologia têm um papel relevante na vida das pessoas. Para a parlamentar, psicólogas e psicólogos são essenciais na busca do acolhimento do ser humano. “Dos anos 1960 até 2022, a área da Psicologia cresceu muito no país e tem ganhado cada vez mais destaque, visto que nunca se falou tanto sobre saúde mental”, afirmou.

A vice-presidente do CRP-24, Luciana de Carvalho Rocha, defendeu que a categoria no Acre tenha o seu próprio conselho regional como forma de garantir a identidade da Psicologia acreana. Ela afirmou que a criação do CRP-24 trouxe muitos avanços para a profissão no estado, mas argumentou que, embora sejam muito próximos, Acre e Rondônia têm as suas diferenças. “O Acre tem uma forma muito específica de fazer Psicologia e a gente merece ter também o nosso conselho”, defendeu.

A estudante do curso de Psicologia da Universidade Federal do Acre (UFAC) Kassia Geovana Ferreira Costa, analisou que, no passado, a Psicologia se colocou como instrumento de opressão e de reprodução de violências e de discriminações diversas. Ela pontua que, atualmente, a categoria busca contribuir para a construção de uma Psicologia acessível e que promova a saúde mental e o bem-estar da sociedade. “E é por isso que hoje defendemos e prezamos tanto pela formação ética e comprometida com a defesa irrestrita dos direitos humanos”, defendeu.

O membro da Comissão Gestora do CRP-24 Deandrison de Oliveira Amaral destacou a atuação da Seção Acre do Conselho Regional, desde o desmembramento realizado em 2019. Ele informa que a seccional visitou todos os municípios acreanos para orientar sobre a atuação profissional e como as publicações do CFP e do CRP podem auxiliar as(os) psicólogas(os). “Demonstrarmos, dentro dos parâmetros legais que nos compete, que desejamos ser parceiros das psicólogas, apresentando nossos canais de comunicação e atendimento para que a categoria se sinta acolhida quando tiverem suas dúvidas”, explicou.

Para a presidente da Comissão de Direitos Humanos do CRP-24, Márcia Aurélia dos Santos, a Psicologia assumiu um compromisso ético-político, apesar de ter sido atravessada por uma ditadura militar e tantos outros movimentos que trouxeram mais dor e sofrimento à população numa tentativa de aniquilação da subjetividade. “Nosso compromisso como psicólogas, psicóloges e psicólogos é com a dignidade da vida e os direitos humanos, sendo necessário denunciar as negligências sociais e contribuir para o enfrentamento de qualquer prática que diga o contrário”, apontou.

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Acre, Danilo Lovisaro, que é filho de psicóloga, prestou homenagem à categoria. “Tenho uma admiração tremenda pela Psicologia, inclusive porque é uma questão afetiva. Não é somente uma questão de reconhecer, de fato, a importância da Psicologia, que todos nós obviamente reconhecemos. A Psicologia faz parte do nosso dia a dia, inclusive dos profissionais do Direito”, reconheceu.

A procuradora da Justiça do Ministério Público do Acre, Patrícia Rêgo, destacou que a saúde mental é o tema da sociedade da pós-modernidade assolada por crises sobrepostas. “Uma crise sanitária, uma crise de direitos humanos, uma emergência climática global, uma crise econômica que afeta todos e todas nós. Daí, a relevância absoluta do profissional de saúde mental, do profissional da Psicologia”, apontou.

No fim da solenidade, profissionais foram reverenciados com certificados pelos relevantes trabalhos realizados na Psicologia no estado.

O CRP-24
O Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região (CRP-24) foi criado em 2019 para abranger os estados do Acre e de Rondônia. Estes estados, anteriormente, faziam parte do CRP-20, juntamente com os estados do Amazonas e Roraima. A sede do novo CRP-24 fica em Porto Velho (RO), com uma seção no Acre, na capital Rio Branco.

Cerimônia na Assembleia Legislativa do Piauí marca 60 anos da Psicologia no Brasil

A Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), em Teresina, realizou no dia 18 de agosto, uma sessão solene em comemoração aos 60 anos da regulamentação profissional da Psicologia no Brasil. A vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Anna Carolina Lo Bianco, participou da solenidade em que o Conselho Regional de Psicologia do Piauí (CRP-21) reconheceu a atuação de psicólogas e psicólogos com a honraria Psicóloga Monise Gomes Serpa.

Citando a história e as questões de territorialidade, Anna Carolina destacou que só a partir do contexto histórico é possível compreender os desafios da Psicologia no estado.

“Essas questões nos mostram como demandas pontuais e localizadas, envolvendo as reivindicações da categoria, têm que ser postas em contexto para entendermos que os nossos desafios ultrapassam o objetivo mais imediato e estarão sempre voltados para uma sociedade mais ampla, que é extremamente sofrida e crivada pelas desigualdades”, avaliou.

A vice-presidente do CFP falou também sobre o compromisso da entidade com a profissão. “O que nos faz estar frente ao fato crucial de que há conquistas a serem feitas e é responsabilidade do Conselho Federal de Psicologia oferecer um suporte ético, científico e profissional para que o exercício da Psicologia seja o exercício da justiça social”, pontuou Anna Carolina.

Debates

Já a presidente do CRP-21, Juliana Barbosa Dias Maia, falou sobre o histórico da profissão no estado, ressaltando fatos como a implantação de cursos de graduação e o aumento do número de psicólogas e de psicólogos em atividade.

“Na medida em que a profissão ganhou espaço, houve também uma descentralização dos cursos de graduação. Porém, há a oferta de apenas dois cursos em instituições públicas no estado”, contextualizou.

Juliana destacou a importância do CRP nos debates sobre conquistas profissionais. “O Conselho se engaja nas lutas por melhorias para a categoria, como a situação da carga horária no estado. Estamos em busca de outras demandas, como o piso salarial e a luta por espaço nos concursos públicos. O Poder Legislativo tem sido um importante aliado nas lutas da Psicologia”, disse.

Proponente da sessão, o deputado estadual Fábio Novo (PT) falou sobre a importância do cuidado com a saúde mental no período da pandemia da Covid-19. “A volta à normalidade só será possível com políticas públicas, tanto no âmbito federal, quanto estadual e municipal. Essas políticas devem ser fortalecidas. Fortalecer a Psicologia, sem sombra de dúvidas, é fortalecer também a nossa sociedade”, destacou o parlamentar.

O presidente da Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh), Ítalo Rodrigues, representando a governadora Regina Sousa, também ressaltou a relevância do trabalho das(os) psicólogas(os) durante a pandemia, dizendo que o Governo do Piauí reconhece e valoriza o trabalho das(os) profissionais da Psicologia.

Reconhecimento

Ainda durante a sessão, o CRP-21 agraciou psicólogas(os) e personalidades que deixaram suas marcas na história da Psicologia piauiense com a medalha “Psicóloga Monise Gomes Serpa”.

A honraria reconhece as(os) profissionais que contribuíram para a Psicologia nos aspectos do crescimento, destaque, conquistas de espaços, aprimoramento, aquisição de direitos, valorização profissional, cientificidade da prática, bem como as(os) que tenham se destacado nos campos assistenciais e acadêmicos.

A comenda leva o nome de Monise Gomes Serpa, psicóloga que desempenhou um importante papel em prol da expansão e visibilidade da Psicologia no Piauí. Monise foi coordenadora da seção piauiense do CRP-11, que abrangia os estados do Ceará, Maranhão e Piauí; antes da criação do CRP-21, em 2013, com desmembramento do regional.

Com informações da Assembleia Legislativa do Piauí e do CRP 21.

Revista PCP: edição especial destaca os 60 anos da Psicologia no Brasil 

Um convite à reflexão quanto às práticas e saberes da Psicologia brasileira ao longo dos últimos 60 anos, articulando uma análise das produções, reflexões e experiências com as perspectivas futuras da profissão no Brasil. Essa é a abordagem da edição especial da Revista Psicologia: Ciência e Profissão – Psicologia 60 Anos: Trajetórias e Perspectivas. O fascículo completo já pode ser acessado aqui pela plataforma da SciELO.

Esta edição especial reúne 15 artigos, selecionados dentre mais de 80 textos apresentados no edital de chamamento. A Revista PCP sobre os 60 anos da Psicologia é dividida em dois eixos de trabalhos. O primeiro parte de uma análise mais focada na organização do marco histórico e identitário da profissão, com textos que discutem a história, a crítica à própria profissão e formação, além de reflexões sobre campos estratégicos dos fazeres da Psicologia na sociedade brasileira, como a clínica, a avaliação psicológica e as análises institucionais.

O segundo eixo de artigos é dedicado à construção da relação da Psicologia com a sociedade brasileira. Os textos refletem o posicionamento da profissão frente a temas como a defesa dos direitos humanos – com ênfase na análise da implicação nas políticas públicas, notadamente nas da infância e juventude, de assistência social, de gênero, sexualidade e saúde reprodutiva, de educação inclusiva e de direitos dos povos indígenas e outros povos tradicionais. 

“A proposta deste número especial é, sobretudo, fazer uma reflexão sobre as práticas e saberes da Psicologia durante esses 60 anos de regulamentação. Uma reflexão sobre os seus campos temáticos, produções e suas experiências profissionais, mostrando, principalmente, que práticas foram produzidas durante esse período, as trajetórias dentro da profissão e quais desafios há para o futuro”, destaca a conselheira do CFP e editora da PCP, Neuza Guareschi.

Análise e perspectivas

A conselheira Neuza Guareschi ressalta o interesse de pesquisadores e profissionais em refletir sobre a trajetória de transformações e avanços da Psicologia. “Gostaríamos de agradecer às excelentes respostas que tivemos ao nosso editorial para a elaboração deste número especial. Foram mais de 80 submissões, trazendo reflexões e experiências sobre a nossa profissão, sobre os nossos campos profissionais, sobre nosso campo teórico, analisando as nossas experiências e implicações com essa profissão e como construímos a nossa ciência e nossa sociedade”. 

Nesses mais de quarenta anos de existência a Revista PCP tem se dedicado a propiciar aos profissionais da Psicologia uma reflexão contínua sobre suas práticas, com pesquisas, experiências e reflexões teóricas sobre todo o campo da Psicologia. “Queremos cada vez mais contribuir para que sejam publicados textos que reflitam as nossas práticas profissionais, sempre mostrando a pluralidade de conhecimentos dentro da Psicologia”, reforça Neuza Guareschi.

Editada desde 1979, a Revista PCP é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. Atualmente, a revista está indexada nas bases da SciELO; Lilacs (Bireme); Clase; Latinex; PsycINFO; Redalyc; Psicodoc e Google Scholar.

Saiba mais:

Leia a íntegra da edição especial da Revista Psicologia: Ciência e Profissão – Psicologia 60 Anos: Trajetórias e Perspectivas

Revista PCP abre seleção para edição especial sobre 60 anos da Psicologia no Brasil

Acesse o edital de chamamento público para a Edição Especial de 60 anos da Psicologia.

Confira todas as edições da PCP desde 1979 até os dias atuais.

Acesse a Edição Especial de 50 Anos da Psicologia.

 

Assembleia Legislativa do Ceará homenageia 60 anos de regulamentação da Psicologia no Brasil

Em mais um momento de reconhecimento da importância da Psicologia como profissão no Brasil, foi a vez de psicólogas e psicólogos do Ceará acompanharem a sessão solene alusiva aos 60 anos da regulamentação dessa ciência e profissão. A homenagem aconteceu na sexta-feira (19), na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), em Fortaleza.     

A presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, foi homenageada na solenidade e apontou que as mulheres representam cerca de 85% do total de profissionais inscritas nos Conselhos Regionais de Psicologia. Ana Sandra também destacou mulheres influentes da história do Ceará, entre elas, Maria da Penha, principal nome da luta contra a violência doméstica no Brasil.    

Nágela Evangelista, presidente do Conselho Regional de Psicologia do Ceará (CRP-11), assinalou que a profissão surgiu em uma época marcada pela violação de direitos e ataques à democracia. Ela ressaltou ainda a impossibilidade de dissociar a atuação profissional de uma atuação política, uma vez que a profissão deve contribuir para a eliminação de quaisquer formas de discriminação, exploração e violência.

O deputado estadual proponente da sessão, Renato Roseno (PSOL), falou que o cuidado na Psicologia encontra-se nos sistemas SUS e SUAS, no sistema educacional, no sistema de privação de liberdade e na psicologia organizacional, entre outros campos.  

Já o coordenador-geral do Sindicato das(os) Psicólogas(os) do Ceará (Psindce), Jheymison de Lima Silva, reiterou a importância de uma Psicologia politizada e atuante no combate a todas as formas de discriminação. 

Além da presidente do CFP, o evento homenageou também a psicóloga e governadora do estado do Ceará, Izolda Cela; as psicólogas Nágela Evangelista (presidente do CRP-CE), Wedja Josefa Granja da Costa, Teresa Cristina Monteiro de Holanda, Alana Mabda Leite Gomes, Rosa Maria Prudêncio, Ângela de Alencar Araripe Pinheiro; e o psicólogo Anderson Moraes Pires.  

Regulamentação da profissão

A Psicologia chegou ao Brasil no início do século XX. No entanto, foi regulamentada como profissão a partir da publicação da Lei nº 4.119, em 27 de agosto de 1962, pelo presidente João Goulart. Em 1971, por meio da Lei nº 5.766, foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia – que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia.

Celebrações pelo Brasil

Ao longo de todo este ano têm sido realizadas por casas legislativas nas cinco regiões do país sessões solenes para celebrar o sexagenário da Psicologia. As reuniões nas Assembleias e Câmaras Municipais realçam as contribuições da Psicologia à sociedade e seus desdobramentos históricos nas últimas seis décadas. 

Com Informações da Agência de Notícias da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará