Psicóloga é eleita nova presidente do Conselho Nacional de Saúde

A psicóloga vice-presidente da FENAPSI, Fernanda Lou Sans Magano, foi eleita nova presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para o triênio 2024-2027. 

O CNS é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS), integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde. O órgão é responsável por fiscalizar, acompanhar e monitorar as políticas públicas de saúde nas suas mais diferentes áreas em todo o país, levando as demandas da população ao poder público.

Para o Conselho Federal de Psicologia, o protagonismo da profissão nesse espaço central de controle social denota a relevância da Psicologia e de seus profissionais para as políticas públicas de saúde. Nesse sentido, o CFP tem participação ativa em comissões e espaços estratégicos do CNS, inclusive na Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM), coordenada pelo conselheiro federal Gabriel Henrique Figueiredo e pela ex-conselheira Marisa Helena Alves.

“A nomeação de uma profissional da Psicologia para presidir o Conselho Nacional de Saúde reforça esse papel estratégico que nossa profissão historicamente ocupa nas ações de controle social e aprimoramento das políticas e serviços no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio do CNS. Ter a Psicologia à frente desse importante órgão de controle social marca esse reconhecimento à relevância e contribuições de nossa ciência e profissão”, destaca o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho. 

Fernanda Magano ressalta que essa é a primeira vez que a Psicologia, como representante do segmento de trabalhadoras e trabalhadores do SUS, alcança a possibilidade de estar na presidência do CNS e destaca esse  como resultado de uma construção coletiva junto às demais profissões regulamentadas da Saúde Coletiva.

“Alcançar hoje este espaço se deve à importância do posicionamento ético, político e científico da Psicologia, bem como da dedicação de entidades de representação, como a FENAPSI e o Conselho Federal de Psicologia, que ao longo dos anos têm preconizado uma formação e atuação crítica e contextualizada de seus profissionais voltada para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde”, explica a nova presidente do CNS.

Fernanda Magano e os demais integrantes da nova mesa diretora do CNS tomaram posse no dia 20 de dezembro de 2024, durante a 78° Reunião Ordinária do colegiado. 

Representatividade

A psicóloga é representante do segmento dos trabalhadores pela Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) e acumula uma trajetória no CNS. Atuou como conselheira desde 2018, integrou a mesa diretora do CNS de 2021 a 2024, sendo reconduzida agora à mesa diretora e à presidência, de 2024 até 2027.

Magano é a segunda mulher que assume a presidência do Conselho Nacional de Saúde desde a sua criação, há 87 anos. “Destacar a questão de gênero é importante, pois no curso da história brasileira as mulheres sempre tiveram que lutar para não serem deixadas às margens dos processos de elaboração das políticas públicas, o que resulta em enfraquecer a democracia”, explica a presidente do CNS.

Diversidade e  inclusão 

A nova presidente eleita do CNS afirma que o colegiado tem papel fundamental para garantir e assegurar o direito ao acesso à saúde pública para toda sociedade. “Seu funcionamento é importante para garantir que as diretrizes e normas estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde sejam cumpridas pelos governos”, explica. Ela ainda destaca a diversidade e a inclusão como pilares fundamentais do SUS, além da importância da representação de diferentes segmentos no conselho e o papel histórico de lideranças. 

A presidenta também celebra a nova composição da mesa diretora do CNS, que inclui representantes de diversos movimentos sociais e segmentos, como mulheres negras, trabalhadoras rurais e ativistas de saúdesimbolizando a pluralidade e o compromisso com os princípios do SUS. Além disso, reconhece o trabalho das equipes do CNS e das entidades parceiras, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que têm apoiado as iniciativas do conselho, o que reforça o papel do CNS como referência internacional em controle social, com destaque para o diálogo e a união na luta pela saúde pública, pela democracia e pelos direitos sociais no Brasil.

Psicologia na Saúde Pública

A inserção da Psicologia na Saúde Pública ocorreu em 1990 com a regulamentação do SUS pela Lei 8.080/1990, que estabelece os princípios da universalidade e integralidade. Para Fernanda Magano, a profissão tem papel importante na defesa do SUS, na luta pela mudança das políticas de saúde mental, com ênfase na Atenção Psicossocial e no respeito aos direitos humanos.

“Seguimos no projeto coletivo de um país justo, inclusivo e democrático, com a importante presença da Psicologia sendo referência para todas as esferas do controle social no mundo, especialmente a partir das contribuições da Resolução de participação social aprovada na 77º Assembleia Mundial da Saúde”, explica Magano.

CFP sedia reunião da CISM

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) sediou, entre os dias  26 e 27 de março, reunião da Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM) do Conselho Nacional de Saúde (CNS). 

O encontro foi o primeiro após a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM), realizada em dezembro de 2023, e teve como foco o planejamento de ações a serem realizadas ao longo deste ano tendo como referência os debates e diretrizes da 5a CNSM. 

A reunião também foi a primeira tendo o conselheiro do CFP  Gabriel Figueiredo à frente da coordenação da CISM. Figueiredo substitui a psicóloga e ex-conselheira do próprio CFP, Marisa Helena Alves.

Além de elaborar plano de trabalho para 2024 a partir das deliberações da 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental, bem como da Resolução CNS com diretrizes da própria conferência, a CISM também definiu calendário de ações temáticas.

Entre elas está a realização de atividade comemorativa aos 23 anos da lei que instituiu a Reforma Psiquiátrica no Brasil (Lei 10.216/2001) – celebrados em 18 de maio, Dia da Luta Antimanicomial.

“O objetivo é fazer um resgate do histórico da política de saúde mental desde a reforma psiquiátrica, refletindo sobre os desafios que a lei, os movimentos sociais e os usuários da rede têm vivenciado nesses 23 anos. É preciso fazer este resgate histórico e essa reflexão”, destaca o conselheiro do CFP e coordenador da CISM, Gabriel Figueiredo.

Sobre a CISM

A Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM) do Conselho Nacional de Saúde (CNS) foi instituída em 1999 para acompanhar a Política Nacional de Saúde Mental, fornecendo subsídios ao CNS e garantindo o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). As ações da CISM buscam garantir a continuidade do modelo de atenção em saúde mental (desinstitucionalização) e da reforma psiquiátrica.

A comissão acompanha a implementação da Lei nº 10.216/2001, que dispõe sobre a proteção e o direito das pessoas com transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental. A comissão também monitora as ações da Rede de Cuidados em Saúde Mental, Crack, Álcool e outras Drogas, que prevê os Centros de Atenção Psicossocial (CAPs), os Serviços Residenciais Terapêuticos, os Centros de Convivência e Cultura, as Unidades de Acolhimento e os leitos de atenção integral em Hospitais Gerais.

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CFP realiza conferência livre sobre Saúde Mental

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) convoca a categoria e movimentos de saúde mental a participarem, no dia 22 de maio, da Conferência Livre da 16ª CNS – Retrocessos da “Nova” Política de Saúde Mental: Resistir e Avançar. A atividade será realizada entre 8h30 e 16h e faz parte das etapas preparatórias para a 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8), a ser realizada de 4 a 7 agosto, em Brasília.

O tema da conferência livre sobre saúde mental está inserido em três eixos da Conferência Nacional de Saúde: saúde como direito, os princípios do Sistema Único de Saúde-SUS e financiamento. O evento terá uma mesa de abertura com o presidente do CFP, Rogério Giannini; o presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Fernando Pigatto; e o facilitador e militante do movimento pró-saúde mental, Kleidson de Oliveira Beserra. A deputada Erika Kokay também esteve presente durante a abertura da conferência.

Já a mesa de debate terá as participações da representante do CFP no CNS, a conselheira Marisa Helena Alves; do representante do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Leonardo Pinho; e o psiquiatra e doutorando em Psicologia Social pela UFRGS, Ricardo Lugon.

Conferências livres

As conferências livres, que podem ser propostas e organizadas por representantes de entidades e movimentos sociais, devem ocorrer até o dia 10 de junho.

A realização destas conferências deve ser comunicada à Comissão Organizadora com antecedência mínima de dez dias, pelo email 16cns@saude.gov.br, contendo tema da conferência, data e local de realização e organizadoras (es).

Conforme o regimento da 16ª Conferência, a etapa nacional contará com 104 participantes livres. Caso o número de inscrições seja superior às vagas disponíveis, caberá à comissão organizadora da 16ª Conferência selecionar as(os) participantes, levando em consideração a temática da conferência, as diversidades regionais e populacionais, gênero, identidade de gênero, diversidade sexual, representatividade rural e urbana, participação de entidades ou movimentos de jovens e idosos, pessoas com deficiência e com necessidades especiais, entre outros critérios. Quem participar das conferências livres pode ser indicada(o) para a etapa nacional como participante livre. As indicações devem ocorrer até o dia 15 de junho.

As indicações devem ser proporcionais ao número de participantes das conferências livres, sendo:

  • Até 50 participantes: nenhuma indicação;
  • De 51 a 100 participantes: uma indicação;
  • De 101 a 200 participantes: duas indicações;
  • A partir de 201 participantes: três indicações

16ª Conferência Nacional de Saúde

Encerradas as conferências municipais, os estados têm até dia 15 de junho para realizar as Conferências Estaduais de Saúde. No site da 16ª Conferência Nacional de Saúde estão disponíveis todas as informações que as(os) participantes necessitam buscar.

O tema da 16ª Conferência, organizada pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), será “Democracia e Saúde”, com os eixos temáticos “Saúde como direito”, “Consolidação dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS)” e “Financiamento do Sistema Único de Saúde (SUS)”. O objetivo do evento é traçar, de forma democrática, as diretrizes para as políticas públicas de saúde no país.

Para a Conferência Nacional, as(os) delegadas(os) são eleitas(os) em etapas municipais, estaduais, territoriais e livres, obedecendo a uma série de regras regimentais que garantam a diversidade da população brasileira. Além da sociedade em geral, as etapas da conferência devem contar com participação de conselheiras(os) de saúde municipais, estaduais e nacionais, representantes de movimentos sociais e entidades do Brasil.

Serviço
Conferência Livre da 16ª CNS
Data: 22 de maio
Horário: das 8h30 às 16h
Local: Conselho Federal de Psicologia. SAF SUL (Setor de Administração Federal Sul), Q. 2, Bl. B, Edifício Via Office, Sala 104 – Brasília-DF.
O credenciamento será realizado no mesmo dia e local do evento, das 8h30 às 9h. Informações pelo telefone (61) 2109-0125 e e-mail relacoesinstitucionais@cfp.org.br

Confira o regulamento para as conferências livres

Confira onde ocorrem as conferências estaduais

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CFP assume representação no Conselho Nacional de Saúde

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) assume a representação como entidade de profissionais de saúde no Conselho Nacional de Saúde (CNS). A conselheira do CFP Marisa Helena Alves é a nova titular para a gestão 2018-2021. A cerimônia de posse ocorreu na última sexta-feira (14). Ao todo, assumem 143 conselheiros e conselheiras, entre titulares e suplentes. Desses, 48 são novas(os) titulares que vão ter a importante função de deliberar e fiscalizar as políticas de saúde no Brasil.

“A categoria dos psicólogos está muito presente na política pública de saúde, então é de uma importância muito grande fazer parte do CNS, participar dos debates e discussões sobre as políticas de saúde para o Brasil, principalmente nesse lugar de controle social”, afirma Marisa Helena Alves.

Ainda de acordo com a conselheira, a atual conjuntura de desmonte e retrocessos nas Políticas Públicas – principalmente no que tange a Saúde Mental – torna ainda mais relevante a participação do CFP nessa representação. “Foram modificadas várias conquistas relacionadas à política para a saúde mental que já estavam sedimentadas, consolidadas, como, por exemplo, a volta dos manicômios, a internação das pessoas sem direito garantido de ir e vir, que já estava garantido pelas políticas da Rede de Atenção Psicossocial (Raps)”, explica Marisa Helena.

A conselheira ainda lembra que é importante fazer resistência junto a outros segmentos sociais, a outras categorias e espaços coletivos para garantir que o conquistado permaneça e avance na medida do possível. “Embora a gente não tenha consideráveis avanços nesse momento, não devemos perder a esperança. A luta continua exatamente para garantir que avance e não retroceda mais”, completa.

CNS

O Conselho Nacional de Saúde é formado por 48 conselheiras(as) titulares e suas(seus) respectivas(os) primeira(o) e segunda(o) suplentes, 50% de representantes de entidades e dos movimentos sociais de usuárias(os) do SUS; e 50% de representantes de entidades de profissionais de saúde, de representantes de governo, incluída a comunidade cientifica da área da saúde, de entidades de prestadores de serviço de saúde, do Conselho Nacional de Secretários de Saúde – Conass, do Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde – Conasems e de entidades empresariais com atividade na área da saúde.