CFP lança Manual de Orientação de Registro e Elaboração de Documentos Psicológicos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) disponibiliza  a toda a categoria o Manual de Orientação de Registro e Elaboração de Documentos Psicológicos, lançado durante o 7º Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (CBP).

A produção de registros e documentos constitui uma das atividades centrais da atuação de psicólogas e psicólogos em diferentes contextos. Trata-se de  instrumentos que materializam o trabalho desenvolvido, comunicam processos de cuidado e subsidiam decisões institucionais, jurídicas e sociais. “Essa tarefa exige rigor técnico, objetividade na linguagem, responsabilidade ética e atenção permanente aos direitos humanos e à legislação vigente”, ponderam as(os) autoras(es) na publicação.

O Manual, além de orientar quanto à obrigatoriedade e às finalidades dos registros documentais e prontuários, aprofunda-se nas diferentes modalidades de documentos psicológicos – declaração, atestado, relatório, relatório multiprofissional, laudo e parecer –, descrevendo suas características, finalidades e estruturas. 

São apresentados ao longo dos capítulos quadros comparativos, exemplos e recomendações sobre linguagem, validade, guarda, descarte e contextos específicos de produção, como nos serviços-escola, estágios, sistema de justiça, políticas públicas, entre outros. 

Importância para a categoria

Para a vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia, Izabel Hazin, o manual surge da constatação da pesquisa feita pela Secretaria de Orientação e Ética (SOE) e a Ouvidoria do CFP, das queixas e dos processos éticos relacionados à elaboração de documentos. “Vimos a necessidade de compilar as duas resoluções que tratam da elaboração de documentos escritos, os relatórios, prontuários e os documentos escritos, declaração, atestado, parecer e laudo,trazendo um documento de orientação, com exemplos  e, também, reflexões e orientações sobre documentos que são escritos em contextos específicos, como a questão da justiça, como a questão escolar, como a questão de estágios”, explica.

A conselheira federal ressalta ainda que o manual é importante para enfrentar as fragilidades identificadas nos processos disciplinares éticos, uma vez que os documentos escritos constituem uma materialidade do exercício profissional de psicólogas e psicólogos, e de orientação para que a categoria produza materiais e seus documentos escritos com  excelência e rigor técnico e ético.

Além de Izabel Hazin, participaram da construção do documento as pesquisadoras Ediana Gomes e Patrícia Souza, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).

Acesse aqui o Manual de Orientação de Registro e Elaboração de Documentos Psicológicos.

CFP lança referência técnica para atuação de psicólogas junto a pessoas idosas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou em novembro, durante a programação oficial do 7º Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão (CBP),  as Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) junto às pessoas idosas nas políticas públicas.

Produzido pelo Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) do CFP, o documento surge em um contexto de profundas transformações demográficas e sociais, tanto no Brasil quanto no mundo, exigindo da Psicologia um olhar ampliado para as questões que envolvem a saúde mental, o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas idosas.

De acordo com projeções do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se que até 2050 mais de 30% da população brasileira será composta por pessoas com 60 anos ou mais, impondo desafios significativos para as políticas públicas e para os profissionais que atuam diretamente com esse público.

Neste cenário, a publicação destaca como imprescindível  o papel da(o) psicóloga(o)  garantir intervenções qualificadas, humanizadas e pautadas em práticas exitosas. “A complexidade do envelhecimento demanda uma atuação que considere as múltiplas dimensões da velhice, integrando aspectos biopsicossociais, culturais e econômicos, com atenção especial para as intersecções de território, raça, etnia, classe, geração, deficiências, identidades e expressões de gênero, que são marcadores sociais de diferenças e impactam de forma distinta o processo de envelhecer”, ponderam as(os) autoras(es).

Marco na Referência

O documento é considerado um marco no reconhecimento do trabalho desenvolvido com pessoas idosas, ao destacar a importância do aprimoramento contínuo do conhecimento, da qualificação das práticas, da conscientização social e da efetivação de direitos. Esses elementos, segundo a publicação, são fundamentais para a implementação eficaz de  políticas públicas e para o enfrentamento dos desafios que ainda persistem nesse campo.

O material, seguindo a metodologia dos relatórios técnicos desenvolvidos pelo Crepop, organiza-se em quatro eixos temáticos, que buscam orientar a atuação das(os) psicólogas(os) no campo das políticas públicas. Nesse sentido, essa estrutura tem como objetivo sistematizar os principais desafios e diretrizes para a prática profissional, considerando a interface entre os marcos legais, os princípios ético-políticos da Psicologia e as especificidades do envelhecimento humano. 

O documento ainda destaca, no entanto, que a Psicogerontologia é um campo  interdisciplinar e multifacetado, cujas bases teóricas e práticas ultrapassam os eixos citados.

A conselheira do CFP Rosana Figueiredo aponta que a publicação fornece diretrizes à categoria que vem desenvolvendo ações junto às pessoas idosas em diferentes contextos e segmentos. “O material fornece subsídios para a formação de novos profissionais e indica caminhos para a construção de novas políticas públicas para as pessoas idosas.Fundamentalmente, contempla todas as orientações pautadas na Declaração dos Direitos Humanos, complementa. 

Acesse aqui a íntegra da publicação.

Sobre o Crepop

O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Política Pública (Crepop) integra a experiência prática de psicólogas(os) à revisão da literatura científica, abordando questões fundamentais para a prática profissional.

Nos últimos anos, o CREPOP passou por um processo de revisão e publicação de Referências Técnicas, com o número de títulos disponíveis saltando de 13, em 2013, para 26, em 2025, inclusive com edições traduzidas para o espanhol, como forma de disseminar o conhecimento produzido pela Psicologia Brasileira.

CFP lança edição especial da Revista PCP sobre Formação e Internacionalização da Psicologia

Quais são os desafios enfrentados por instituições e pesquisadoras(es) do Sul Global no processo de internacionalização? Como a Psicologia pode internacionalizar-se mantendo sensibilidade e respeito às realidades locais? Essas e outras questões são discutidas na edição especial da Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP) do CFP, lançada durante o XI Congresso da Associação Latinoamericana para a Formação e o Ensino da Psicologia (ALFEPSI). O material coloca em evidência os diferentes contextos na América Latina, Caribe e países de língua portuguesa.

A edição eletrônica do periódico já está disponível (confira aqui) na plataforma da SciELO para acesso.

A conselheira-tesoureira do CFP e editora da Revista PCP, Neuza Guareschi, explica que o fascículo foi pensado a partir das  ações estratégicas do XIX plenário do Conselho Federal de Psicologia. Dentre elas, a conselheira federal destaca o movimento de internacionalização da Psicologia brasileira e as incidências no campo da formação profissional.

De acordo com Neuza Guareschi, em encontros do CFP com colégios de psicólogos e psicólogas de vários países da América Latina, ficou evidenciada uma série de desafios relacionados à formação e ao exercício profissional. “Assim como no Brasil, outras nações também têm enfrentado diferentes circunstâncias que preocupam a formação. Então, o que a gente pensou, foi esse número especial da Revista Psicologia: Ciência e Profissão sobre formação e internacionalização. Esse número tem início com uma entrevista concedida pelo presidente da IUPSIM, o psicólogo German Gutierrez, e depois a gente passa a debater e refletir  sobre a formação na América Latina”, relata.

Também compõem o material questões relacionadas a práticas profissionais, ao estágio, à avaliação psicológica e à Neuropsicologia. “Outras questões importantes da formação estão presentes nesse número, principalmente a defesa da formação  presencial e os desafios associados à inteligência artificial”, destaca a editora da Revista PCP.

Sobre a PCP

Criada por meio da Resolução CFP 26/1979, a Revista Psicologia: Ciência e Profissão é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.

Sua principal missão é contribuir para a formação profissional da(o) psicóloga(o) brasileira(o), assim como disseminar  o conhecimento produzido por aquelas(es) que pesquisam e/ou atuam na área da Psicologia.

Saiba mais:

Leia a edição especial da Revista PCP sobre Formação e Internacionalização da Psicologia

Leia os artigos da Revista PCP publicados este ano.

Saiba como publicar na Revista PCP.

Psicologia reafirma compromisso com os direitos das mulheres e a democracia na 5ª CNPM

A delegação do Conselho Federal de Psicologia (CFP) marcou presença ativa e plural na 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM), realizada entre 29 de setembro e 1º de outubro de 2025, em Brasília/DF. Convidadas e delegadas eleitas na conferência livre promovida em agosto pela Autarquia representaram a Psicologia contribuindo com propostas, moções e ações que reafirmam o compromisso da categoria com os direitos das mulheres, da infância e com a democracia.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destacou a importância da participação da Psicologia em um espaço considerado histórico e plural, que reuniu a potência das mulheres brasileiras em suas diversidades — negras, indígenas, quilombolas, com deficiência, LGBTQIA+, ciganas, infantojuvenis, idosas, do campo, das cidades e das águas.

“Nossa participação na 5ª Conferência representa o compromisso ético com a vida das mulheres, com a proteção das infâncias e com a construção de políticas públicas que enfrentem, de forma estruturante, as violências e desigualdades que atravessam o cotidiano feminino”, ressaltou Alessandra Almeida.

Durante a plenária, a presidenta do CFP propôs uma moção de apoio ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) e à Resolução nº 258/2024 — conhecida como “Criança Não é Mãe”. A moção foi aprovada e será publicada integralmente no relatório final da 5ª CNPM. O texto reafirma que a maternidade compulsória de meninas vítimas de violência sexual constitui tortura e que nenhuma criança pode ser invisibilizada ou obrigada a gestar.

“Rechaçamos toda iniciativa de ataque ou retrocesso que vise barrar a vigência dessa normativa. Criança não é mãe, e essa é uma responsabilidade ética e coletiva do Estado e da sociedade”, afirma o documento.

Na plenária final, a conselheira do CFP Marina Poniwas, vice-presidenta do CONANDA, assinou ao lado da ministra das Mulheres e da presidenta do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) uma Resolução conjunta sobre violência vicária — a que ocorre por substituição, ou seja, contra outras pessoas, mas com a intenção de atingir a mulher.

“Estamos aqui para afirmar que essa Resolução é um marco de proteção à vida e à dignidade de crianças, adolescentes e de suas mães. Nenhuma criança deve ser usada como instrumento de vingança ou controle. Nenhuma mãe deve ser punida por proteger seus filhos e filhas”, pontuou Marina Poniwas.

Orientação profissional

Além de contribuir com propostas e moções, o Conselho Federal de Psicologia também distribuiu uma série de publicações às delegadas da 5ª Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres (5ª CNPM). Entre elas, destacam-se as Referências Técnicas voltadas à atuação de psicólogas(os) junto a diversos grupos sociais, como povos quilombolas, população LGBTQIA+, povos indígenas, mulheres em situação de violência, pessoas idosas e povos tradicionais. Também foram entregues referências técnicas sobre a atuação profissional em Políticas Públicas de Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, bem como nos Programas e Serviços de IST/HIV/aids.

Obras como os livros Psicologia Brasileira na Luta Antirracista (volume 1), I Germinário Mulheres, Psicologia e Enfrentamento às Violências, e a Nota Técnica nº 25 sobre a atuação profissional da Psicóloga com mulheres em situação de violências também compuseram a ação de mobilização.

Democracia e participação social

A atuação da Psicologia na 5ª CNPM teve como base a Conferência livre: saúde integral de todas as mulheres, pelo direito ao bem-viver, realizada em setembro pelo CFP em parceria com o Conselho Nacional de Saúde (CNS). O encontro credenciou mais de 230 participantes e debateu temas como saúde mental, saúde sexual e reprodutiva e assédio no trabalho. Ao final, foram eleitas três delegadas titulares e três delegadas  suplentes, bem como elaboradas propostas que foram incorporadas à etapa nacional.

Organizada pelo Ministério das Mulheres e pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, com apoio da Fiocruz, a 5ª Conferência Nacional de Políticas para Mulheres reuniu mais de 3.800 mulheres credenciadas. Segundo a organização, desde abril, mais de 156 mil mulheres participaram das etapas preparatórias — municipais, regionais, estaduais, distrital e livres.

O encontro reafirmou o compromisso do Estado com a cidadania, a democracia participativa e a construção coletiva de políticas públicas para as mulheres. A ministra das Mulheres, Márcia Lopes, destacou: “Somos mais de 110 milhões de mulheres no Brasil, e queremos protagonismo, liberdade, respeito e dignidade. Queremos estar livres de qualquer forma de violência. A 5ª CNPM é o espaço para reafirmar essa luta”.

As propostas aprovadas vão compor as diretrizes do novo Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, fortalecendo o protagonismo feminino e o enfrentamento às violências e desigualdades.

Confira aqui a galeria de imagens.

Nota de Pesar – Maria da Conceição Diniz Pereira de Lyra

É com pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebeu a notícia do falecimento da psicóloga Maria da Conceição Diniz Pereira de Lyra, carinhosamente conhecida como Maninha. Renomada pesquisadora em Psicologia cultural e desenvolvimento humano, Lyra dedicou sua vida a promover o conhecimento e  inspirar alunos e colegas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). 

Maria da Conceição era psicóloga formada pela Universidade Católica de Pernambuco (1972). Obteve ao longo de sua carreira Mestrado em Psicologia no ano de 1975 (Cornell University) e doutorado em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo (1988), além de concluir Pós-doutorado na North Carolina University e na Utah University – Visiting Scholar (pesquisadora sênior CNPq).

A pesquisadora criou, em 1989, o Laboratório de Comunicação e Linguagem na Primeira Infância (LabCom), na Universidade Federal de Pernambuco, voltado para estudos sobre processos/aspectos dinâmicos do desenvolvimento no início da vida e mantendo, sobre este tema, diversas interações. Desde então, merecem destaque as cooperações com Jaan Valsiner, Cynthia Lightfoot e Alan Fogel. 

A psicóloga desenvolveu também o modelo teórico e metodológico EEA,  que estuda a emergência e o desenvolvimento da comunicação mãe-bebê, considerando-a como um sistema dinâmico auto-organizado para descrever e compreender essa comunicação.

Desde 2011, Maria da Conceição ampliou os estudos do desenvolvimento inserido na cultura, o que transformou o LabCom da UFPE no Laboratório de Estudos do Desenvolvimento na Cultura: Comunicação e Práticas Sociais. 

A Professora Maninha deixou um importante legado para a Psicologia cultural, tendo contribuído tanto nacional quanto internacionalmente. 

À família, amigas, amigos e à comunidade acadêmica, o Conselho Federal de Psicologia expressa suas mais sinceras condolências.

Nota de Pesar – Daniela Bezerra Rodrigues 

É com profundo pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) lamenta o falecimento da psicóloga Daniela Bezerra Rodrigues.

 Daniela foi conselheira-presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (CRP-RN – 17ª Região) no período de 2016 a 2019.

Também foi coordenadora estadual do Programa Fazendo Justiça do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ONU) no Rio Grande do Norte e Paraíba, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A ex-presidente do CRP-RN era graduada em Psicologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (1999). Mestre em Psicologia no Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFRN. Membro do Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do RN (2017 a 2019). Membro do Grupo de Pesquisa Marxismo & Educação e do do Observatório da População Infantojuvenil em Contextos de Violência da UFRN (OBIJUV).

Em sua trajetória, Daniela dedicou-se ao fazer da Psicologia em contextos de atendimento à vítima de violência e violação de direitos; Justiça Juvenil e sistema Prisional; metodologias participativas de diagnóstico comunitário; geração de renda em comunidades urbana e rural.

O CFP expressa suas condolências à família, colegas de trabalho e amigas(os), reafirmando o legado e as contribuições de Daniela Bezerra Rodrigues à Psicologia brasileira.

Nota de Pesar: Maritza Montero

É com pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebeu a notícia do falecimento da psicóloga venezuelana Maritza Montero, uma das mais notáveis referências da Psicologia na América Latina. Sua trajetória intelectual e humana deixa um legado imensurável para a Psicologia Social, Comunitária e Política, marcado por um compromisso ético e transformador com a justiça social e a libertação dos povos oprimidos.

Maritza Montero foi pioneira na construção de uma Psicologia genuinamente latino-americana, crítica e comprometida com a realidade de nossas comunidades. Sua obra, profundamente influenciada por autores como Paulo Freire, Ignacio Martín-Baró e Orlando Fals Borda, inspirou gerações de pesquisadoras e pesquisadores a “fazer para transformar”. A práxis psicopolítica e comunitária que desenvolveu rompeu com modelos dominantes, ao colocar o conhecimento a serviço da emancipação e da participação ativa das populações em seus processos de mudança.

Sua contribuição à sistematização teórica e metodológica da Psicologia Comunitária foi fundamental para a consolidação do campo em toda a América Latina e além. Maritza foi também uma voz crítica e ativa na Psicologia Política, destacando-se por propor uma psicologia voltada à denúncia da opressão, à construção de cidadania e ao fortalecimento da democracia.

Sua partida representa uma perda irreparável, mas seu legado seguirá vivo nas práticas, pesquisas e sonhos daqueles que lutam por uma Psicologia comprometida com a transformação social, com a equidade e com a dignidade humana.

À família, amigas, amigos e à comunidade acadêmica latino-americana, nossa solidariedade neste momento de luto.

CREPOP disponibiliza para consulta pública Referências Técnicas para atuação junto às pessoas idosas nas Políticas Públicas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), inicia nesta segunda-feira (9) a consulta pública para que psicólogas e psicólogos de todo o país possam contribuir para a futura publicação que irá abordar a atuação da categoria junto às pessoas idosas no âmbito das políticas públicas.

Essa é uma das etapas que antecedem o lançamento de uma referência técnica para orientar profissionais da Psicologia em todo o território nacional e tem como  objetivo consultar psicólogas(os) de todo o país para aprimorar o documento, tornando o processo de elaboração mais democrático e participativo. 

Passo a passo da Consulta Pública

Para participar da consulta pública é preciso seguir as seguintes orientações:

Acesse aqui e confira a versão preliminar do texto destinado à consulta pública – acesse aqui o documento.

Em seguida, acesse o link do formulário aqui e faça suas contribuições, considerando cada eixo que organiza a Referência Técnica.

Atente-se ao prazo: a consulta pública ficará disponível até 13 de julho de 2025. Após o término desse período, as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, que trabalhará para a construção da versão final para publicação.

Para mais informações, acesse crepop.cfp.org.br. Participe! 

Sobre o Crepop

O Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) é uma iniciativa do Sistema Conselhos de Psicologia voltada à promoção da qualificação da atuação profissional de psicólogas e psicólogos que atuam nas diversas políticas públicas.

Além de um papel técnico, o CREPOP tem um importante papel ético e político. Ético no que tange à qualificação profissional, orientando um fazer alinhado com a garantia de direitos e a transformação de vidas. Político por se tratar de um espaço que demarca as contribuições da Psicologia para o campo das políticas públicas, voltadas para a transformação social.

Confira as Referências Técnicas já lançadas.

CFP leva debate sobre agenda 2030 e compromisso com a luta antirracista aos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, no dia 27 de maio, de reunião do Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas. 

O encontro destacou o compromisso das entidades pelo cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sobretudo, o ODS 18, que trata da promoção da igualdade étnico-racial. O objetivo central foi ressaltar o compromisso do sistema de fiscalização profissional com as possibilidades de cooperação internacional alinhadas ao desenvolvimento sustentável.

Pedro Paulo Bicalho, presidente do CFP, explica que a ação dá continuidade aos debates do 8° Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorrido em abril na cidade de Santiago, Chile – que também contou com a participação do Conselho Federal de Psicologia. Na ocasião, após a apresentação de seu legado de inserção nas políticas públicas sociais e de ações concretas em diversas frentes pela promoção de direitos, o CFP passou a integrar o mapeamento oficial da ONU que lista as entidades que colaboram para o atingimento das metas dos ODS na América Latina. 

Na avaliação do presidente do CFP, o Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas  é um espaço estratégico para a troca de experiências entre as entidades e possibilita a criação de incidência junto aos mais de 10 milhões de profissionais registrados nos 31 conselhos federais de profissões. 

“A Psicologia brasileira tem um histórico de atuação na defesa de direitos e na incidência em espaços de controle social, com foco na promoção de políticas públicas que possam promover a saúde mental da população, considerando as condições multifatoriais que impactam a vida de todas as pessoas”, afirmou Bicalho.

Os diálogos contaram também com a participação de Tatiana Dias Silva, diretora de Avaliação, Monitoramento e Gestão da Informação, do Ministério da Igualdade Racial. “O Forúm dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas é um espaço potente, que reúne representação de milhões de profissionais. Promover sinergia com os propósitos do MIR e do ODS 18 é essencial para alcançar, por meio dos profissionais, políticas públicas e atuação profissional alinhada com a promoção da igualdade étnico-racial”, destacou a representante do MIR. 

Lavito Person Motta Bacarissa, secretário-executivo da Comissão Nacional para os ODS (CNODS), da Presidência da República, também esteve presente e destacou a importância de poder falar das ações da CNODS para um fórum extremamente qualificado. “A agenda de desenvolvimento sustentável apenas alcançará êxito, se houver o compromisso de todos”, ponderou.

Protagonismo brasileiro na luta antirracista

A proposta de um ODS específico para a promoção da igualdade étnico-racial foi anunciada em setembro de 2023, pela Presidência da República do Brasil, durante a abertura da 78ª Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU).

Pedro Paulo Bicalho destaca que a Psicologia brasileira tem estado atenta aos desafios nesse campo, mencionando a elaboração de importantes instrumentos normativos para apoio à categoria, como a Resolução CFP nº 18/2002, que estabelece normas de atuação para psicólogas e psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial. “Os conselhos profissionais regulamentados têm um importante papel na luta antirracista. Reafirmar seu compromisso junto ao ODS 18 é imperativo para avançarmos nesse enfrentamento”, ressaltou Bicalho.

Além das ações de orientação à categoria, que impactam nos serviços oferecidos a toda a sociedade, o Conselho Federal de Psicologia tem atuado na construção de bases metodológicas para o fortalecimento institucional e permanência saudável de grupos minoritários nas autarquias que compõem o Sistema Conselhos de Psicologia. Este é um dos objetivos centrais do Programa de Ações Afirmativas, Reparatórias e Inclusivas do Sistema Conselhos de Psicologia, que está sendo estruturado em parceria com o Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA). Uma das ações concretas é o estabelecimento de cotas raciais para que pessoas negras e indígenas ocupem, pelo menos, 20% das gestões dos Conselhos de Psicologia no Brasil.

Saiba mais

O Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas foi criado em 1999, destacando o fomento ao relacionamento institucional com os Três Poderes para buscar a valorização das profissões regulamentadas como foco de sua atuação. 

Atualmente, o colegiado é composto por 31 conselhos federais de fiscalização profissional legalmente constituídos com a finalidade de discutir e deliberar sobre assuntos institucionais de interesse das profissões regulamentadas no Brasil. 

Estima-se que, juntos, o Fórum dos Conselhos represente mais de 10 milhões de profissionais registrados em todo o território nacional.

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Nota de Pesar – Mara Coelho de Souza Lago

É com pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebe a notícia sobre o falecimento de Mara Coelho de Souza Lago. 

Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc),com mestrado em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutorado em Psicologia da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), teve importante atuação enquanto pesquisadora. Seus trabalhos tiveram como foco prioritário a psicologia social nos temas gênero, gerações, subjetividades e modos de vida, conectando interdisciplinaridades. 

Também foi uma das criadoras do curso de Psicologia da UFSC, onde atuou por 41 anos, entre 1969 e 2010. O título de professora emérita foi conquistado no ano seguinte a sua aposentadoria, em 2011. Ainda na UFSC, participou da criação do Instituto de Estudos de Gênero (IEG), do Serviço de Atenção Psicológica da UFSC (Sapsi) e do Laboratório de Psicologia Experimental. Ela também foi uma das fundadoras e primeira coordenadora do mestrado em Psicologia, do qual foi a primeira coordenadora, e colaborou na constituição do doutorado interdisciplinar em Ciências Humanas. Mara atuou ainda como professora voluntária nos programas de pós-graduação em Psicologia (PPGP) e Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH).

Neste momento de luto, o Conselho Federal de Psicologia manifesta suas sinceras condolências à família, amigos e a todas as pessoas que foram impactadas pela vida e obra da professora Mara Coelho de Souza Lago.