CFP publica resolução sobre laicidade no exercício da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou resolução para estabelecer as normas quanto ao caráter laico do exercício da Psicologia. A Resolução CFP 7/2023 reafirma as diretrizes e princípios instituídos no Código de Ética Profissional do Psicólogo (CEPP), bem como no que designa a legislação brasileira acerca do tema.

A Resolução orienta que psicólogas e psicólogos devem atuar segundo os princípios éticos da profissão, pautando seus serviços com base no respeito à singularidade e à diversidade de pensamentos, crenças e convicções dos indivíduos e grupos, de forma a considerar o caráter laico do Estado e da Psicologia como ciência e profissão.

O texto da Resolução foi aprovado em dezembro passado, por unanimidade, pela Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF) a maior instância deliberativa do Sistema Conselhos de Psicologia, formado pelo CFP e pelos 24 Conselhos Regionais de todo o país.

A normativa é resultado das análises e reflexões do Grupo de Trabalho Laicidade e Psicologia, instituído em 2014 pelo CFP e por Conselhos Regionais de Psicologia. O  colegiado contou ainda com a colaboração de profissionais da Psicologia pesquisadores na temática. O texto final  é resultado dos trabalhos que avançaram ao longo dos últimos quatro ciclos de gestões do Sistema Conselhos.

O que diz a normativa

De acordo com a Resolução, no exercício profissional, a(o) psicóloga(o) deve utilizar princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional, e considerar a laicidade como pressuposto do Estado Democrático de Direito, fundado no pluralismo e na garantia dos direitos fundamentais.

Em seu exercício profissional, psicólogas e psicólogos devem observar a dimensão da religiosidade e da espiritualidade como elemento formativo das subjetividades e das coletividades; bem como os contextos históricos e culturais dos saberes dos povos originários, comunidades tradicionais e demais racionalidades não-hegemônicas presentes nos contextos de inserção profissional.

No exercício da Psicologia, também devem ser respeitadas as vivências a-religiosas, agnósticas e ateístas de indivíduos e grupos.

A Resolução CFP 7/2023 instrui algumas vedações à prática profissional, em acordo com o Código de Ética Profissional. Fica vedado, por exemplo, praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão à crença religiosa. Também é desautorizada práticas que induzam a crenças religiosas ou a qualquer tipo de preconceito, no exercício profissional, dentre outras proibições.

Para aprofundar pontos específicos do texto, o Conselho Federal de Psicologia trabalha agora na elaboração de uma versão comentada da Resolução 07/2023. O objetivo é instrumentalizar os mecanismos de fiscalização por parte das Comissões de Orientação e Fiscalização (COFs) nos Conselhos Regionais de todo o país.

Ética e legislação

O Código de Ética da Psicologia, publicado em 2005, traz referências importantes sobre a laicidade. Os princípios fundamentais do CEPP destacam que o trabalho do profissional da Psicologia deve se basear no “respeito na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade”, bem como para a “eliminação de qualquer forma de discriminação”.

O Código de Ética também destaca que “Ao psicólogo é vedado: induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual, ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais”.

No âmbito legal, o respeito à lacidade e às diferentes crenças é um direito fundamental no Brasil e também está assegurado pela Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. A Constituição Federal de 1988 traz inúmeros dispositivos que caracterizam a laicidade do Estado brasileiro, especialmente em seu artigo 5º, que consagra, na condição de direito e garantia fundamental, a liberdade de consciência e crença, bem como a proteção ao seu livre exercício.

Confira na íntegra:

RESOLUÇÃO Nº 7, DE 06 DE ABRIL DE 2023

Conselho Federal de Psicologia sedia reunião da Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM)

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) sediou, nos dias 24 e 25 de abril, reunião da Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM). Vinculada ao Conselho Nacional de Saúde (CNS), o colegiado foi instituído em 1999 para acompanhar a Política Nacional de Saúde Mental, fornecendo subsídios ao CNS na área e, assim, contribuindo para o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS).

Composta por representantes da sociedade civil e do governo federal, atualmente a CISM é coordenada pelo CFP, representado pela ex-conselheira Marisa Helena Alves e pelo conselheiro Gabriel Henrique Figueiredo.

A reunião teve como foco o planejamento das atividades do colegiado, bem como estratégias para o andamento e conclusão das ações em curso. Entre as urgências, os riscos provenientes do uso de substâncias psicoativas por pessoas em situação de rua, assim como a importância do cuidado em liberdade e alinhado às práticas de desinstitucionalização e respeito às políticas de direitos humanos.

O coletivo destacou o momento delicado de reconstrução das políticas setoriais que sofreram desmontes ao longo dos últimos anos, convocando governo e sociedade civil a um debate capaz de encontrar caminhos de enfrentamento à crise instaurada no campo da saúde mental.

5ª Conferência Nacional de Saúde Mental

Entre as atribuições da Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM) está a organização da 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM), agendada para outubro – após mais de dez anos desde a última conferência na área, realizada em 2010.

Nesta edição, o encontro terá como tema “A Política de Saúde Mental como Direito: pela defesa do cuidado em liberdade, rumo a avanços e garantia dos serviços da atenção psicossocial no SUS”. As etapas municipais, macrorregionais e estaduais da 5ª CNSM foram concluídas em 2022. Já as etapas livres e preparatórias ocorreram até março deste ano.

Além de coordenar as atividades no âmbito da CISM, o Conselho Federal de Psicologia tem se mobilizado desde 2019 na realização da 5ª CNSM com um conjunto de atividades, incluindo a participação da Autarquia na 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) e a promoção da conferência livre “Retrocessos na ‘Nova’ Política de Saúde Mental: Resistir e Avançar”.

O objetivo é fortalecer a construção participativa da 5ª CNSM. “Muitas comissões organizadoras têm uma psicóloga ou psicólogo como coordenadores, demonstrando que a Psicologia está engajada na construção desse importante espaço de diálogo e construção das políticas de saúde mental no Brasil”, aponta a coordenadora da Comissão Organizadora da 5ª CNSM, a psicóloga Marisa Helena Alves.

É o que também reforça o conselheiro Gabriel Henrique: “a Conferência é o espaço responsável pela construção e atualização participativa das políticas públicas no campo da saúde mental – um tema central na atuação profissional de psicólogas e psicólogos”.

CFP retoma participação no Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas (Conad)

Neste 7 de maio, data que marca o Dia Internacional da Redução de Danos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) destaca a retomada de sua participação como componente do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas, o Conad.

O anúncio consta no Decreto Nº 11.480/2023, recém-publicado pelo Governo Federal e que reestrutura o Conselho de Políticas sobre Drogas.
Após quase quatro anos desde a desconfiguração de sua composição paritária, o Conad agora passa novamente ser integrado por representantes da sociedade civil e do poder público.

Além do CFP, terão assento instituições como Conselho Federal de Assistência Social, Conselho Federal de Medicina, Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, além de dez representantes de organizações da sociedade civil.

“Esperamos que a retomada da presença de entidades da sociedade civil, incluindo o Conselho Federal de Psicologia, marque o início de um amplo processo de reconstrução das políticas públicas na área, com a reformulação e a reestruturação de serviços e modalidades de prevenção e cuidado. É um importante passo e a Psicologia, mais uma vez, se soma na oferta de sua experiência técnica e científica na área”, destaca o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

Incidência e controle social

Criado no âmbito da Lei 11.343/2006, o Conad tem dentre suas atribuições a aprovação, reformulação e acompanhamento do Plano Nacional de Políticas sobre Drogas, além de monitorar o cumprimento das diretrizes nacionais para a prevenção, a atenção e o cuidado a usuários, entre outros aspectos.

O anúncio da presença do Conselho Federal de Psicologia para integrar o Conad se dá quatro anos a após a publicação do Decreto presidencial Nº 9.926/2019, que retirou os conselhos profissionais e a sociedade civil da composição do Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas – que passou a ser integrado majoritariamente por representantes governamentais.

A medida restringiu gravemente a discussão democrática, base para o funcionamento de todo e qualquer conselho de direitos. Durante o período, o funcionamento do Conad aproximou-se ao de um grupo interministerial, sem contraponto às ações e propostas apresentadas pelo Governo Federal – facilitando a aprovação de projetos sem diálogo com a sociedade, princípio essencial de um processo democrático.

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Governo Federal retira a Psicologia dos debates sobre drogas no país

Em audiência no Senado, CFP defende implantação da Lei 13.935 para alcançar a cultura de paz nas escolas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi convidado a contribuir com mais um debate no Congresso Nacional sobre as políticas necessárias para a prevenção da violência nas escolas. Desta vez, o debate foi no Senado, em audiência pública conjunta realizada na terça-feira (2) pelas Comissões de Constituição e Justiça (CCJ), de Segurança Pública (CSP), de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) e de Educação (CE).

No debate, o representante do CFP, o doutor em Psicologia e ex-conselheiro federal Celso Tondin, defendeu o desenvolvimento de um trabalho educacional visando à cultura de paz, com a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas escolas.

Tondin destacou a necessidade de implantação da Lei 13.935/2019, que obriga a constituição de equipes multiprofissionais de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de Educação Básica de todo o país. Para ele, psicólogas(os) e assistentes sociais podem contribuir na melhoria do processo de aprendizagem ao trabalhar a subjetividade de estudantes, docentes e demais componentes da comunidade escolar na mediação das relações sociais institucionais. 

“Nós (Psicologia e Serviço Social) temos recursos para o trabalho no enfrentamento dos preconceitos e das desigualdades que são fomentadores dos processos de violência. Nós vamos trabalhar a assistente social, com a questão social; e a psicóloga com a dimensão da subjetividade; e contribuir nesses processos de mediação das situações de dificuldades, de conflito e mesmo de potencialização do que a escola tem feito”, ressaltou o representante do CFP.

Tondin explica que a Psicologia, desde sua criação como ciência e profissão, sempre se dedicou aos estudos dos processos de aprendizagem e desenvolvimento humano. “Sempre estivemos ligados aos processos educacionais. Do mesmo modo, a educação também reconhece a participação da Psicologia na constituição do trabalho escolar e pedagógico”, pontuou.

Tondin defendeu a alteração da LDB, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996), para que psicólogas e psicólogos sejam reconhecidos como profissionais da educação e os problemas de financiamento para a implantação da Lei 13.935/2019 possam ser solucionados.

Debate

Para o senador Fabiano Contarato (PT/ES) a escola é para ser um ambiente de paz e disse ser impossível não fazer conexão entre o discurso de ódio dos anos mais recentes com a escalada da violência contra escolas, estudantes e educadores. Ele defende que sejam encontradas soluções no âmbito da educação, e não somente da segurança pública.

“Tenho certeza de que soluções virão a contento para proteger o ambiente escolar de forma pacífica e de forma a entender que a escola é um ambiente que deve ser protegido, mas não utilizando de instrumento de violência, mas sim de pacificação social”.

O senador Paulo Paim (PT/RS), que preside a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa, pontuou que diversos fatores contribuem para a ocorrência de violência nas escolas, incluindo problemas sociais e econômicos, desigualdade, falta de investimento e de orçamento, bem como a ausência de políticas públicas efetivas para prevenir e combater a violência nas escolas.

“A violência nas escolas é uma questão complexa, que envolve vários fatores e que requer um tratamento amplo e integrado por parte do Estado brasileiro e da sociedade como um todo. O fato é que o Brasil precisa investir na educação de forma mais ampla e promover a conscientização sobre os efeitos negativos da violência”, afirmou o senador.

O senador Esperidião Amin (PP/SC) defendeu a busca de empatia, fraternidade e solidariedade, acima de diferenças e disputas, para que seja alcançada a paz nas escolas. “Terá que ser dentro de um espírito de fraternidade, serenidade, de desarmamento de espírito que nós poderemos evoluir”, afirmou.

Também presente à audiência, a senadora Teresa Leitão (PT/PE) afirmou ser importante a escola dialogar com a sociedade. Para ela, o ambiente escolar não é imune aos acontecimentos da coletividade.

Escola como espaço de proteção

A especialista em Educação e Proteção do UNICEF no Brasil, Ana Carolina Fonseca, afirmou que esses recentes casos de violência nas escolas convocam a sociedade a reiterar a importância do direito de estudantes a estarem protegidas e protegidos nos ambientes escolares. “Escola precisa ser um espaço de proteção de crianças e adolescentes, não pode ser um espaço em que haja medo”, destacou.

A assessora política do Instituto de Estudos Sócio Econômicos (INESC) Thallita de Oliveira destacou a necessidade de promover a participação política de estudantes para que participem dos processos decisórios na escola e em espaços da sociedade para que não sejam cooptados por grupos extremistas das redes sociais. “A gente precisa tomar esse espaço de acolhimento e dar importância para esse sujeito”, afirmou.

Para a chefe da Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, Anna Karla da Silva Pereira, as ações emergenciais e reativas são necessárias, mas estas intervenções têm poder limitado. “É preciso uma construção de médio e longo prazo em relação a escolas. Mas que sejam sustentadas em princípios de justiça restaurativa, e não punitivista. Esses adolescentes precisam também de acolhimento”, pontuou.

Falando em nome da Consultoria Vozes da Educação, Carolina Campos defendeu a adoção de um protocolo nacional de segurança nas escolas para guiar estudantes, educadoras(es) e funcionárias(os) em casos de emergência. A consultora disse que estes protocolos devem envolver questões de saúde mental e de violências como racismo, xenofobia e LGBTfobia. “Os protocolos funcionam, sim. Eles são uma alternativa para que a gente não precise se desesperar e agir de uma forma atabalhoada, sem orientações muito específicas”, apontou a consultora.

Por sua vez, Suely Menezes, vice-presidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, também defendeu a cultura da paz nas escolas. “É importante considerarmos que a escola é um espaço multicultural e que pode criativamente trabalhar de muitas formas para desenvolver a cultura da paz”, reforçou.

Foto: Agência Senado

CFP e entidades da Psicologia intensificam articulação no Congresso Nacional por projetos de interesse da categoria

Uma semana de intensas articulações pelos corredores do Congresso Nacional para a aprovação de projetos prioritários da Psicologia. Assim foi a mobilização do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na Câmara dos Deputados e no Senado ao longo dos últimos dias, com boas notícias para a categoria.

Entre os diálogos estabelecidos, esteve a articulação para indicação de novo relator do PL das 30 horas (PL 1.214/2019), que atualmente tramita na Comissão de Finanças e Tributação (CFT) da Câmara dos Deputados. A relatoria do projeto caberá ao deputado Lindbergh Farias (PT/RJ), que já declarou apoio à pauta para que a proposição continue a avançar na Casa.

A coordenação dos trabalhos pelos corredores das duas casas legislativas ficou a cargo da conselheira-tesoureira do Conselho Federal de Psicologia, Célia Mazza. Ela explica como a Diretoria da Autarquia realiza as articulações no Congresso Nacional pela aprovação das pautas de valorização profissional da categoria.

“O Conselho Federal está monitorando de perto a movimentação no Congresso, com um suporte de uma equipe especializada no assessoramento parlamentar. Essas reivindicações da categoria vêm muito antes da regulamentação da Psicologia como ciência e profissão, principalmente a questão de piso salarial e da jornada de trabalho de até 30 horas semanais. Acredito que estamos na reta final e esperamos que nessa legislatura possamos aprovar estas pautas importantes para a Psicologia brasileira”, destacou a conselheira federal.

A conselheira do CFP visitou os gabinetes da Câmara e do Senado em conjunto com representantes do Conselho Regional de Psicologia da 1ª Região (CRP/DF); da Federação Nacional de Psicólogos (Fenapsi); do Sindicato das Psicólogas e Psicólogos do Distrito Federal (SindiPsiDF); e de estudantes da graduação.

Piso salarial

Sobre o piso salarial da categoria, a comitiva da Psicologia trabalhou para que a deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) seja indicada a relatora do PL 2.079/2019 no âmbito da Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados. A parlamentar já se comprometeu com as entidades da Psicologia a trabalhar pela aprovação do seu relatório na Comissão. A relatoria do projeto estava com o deputado Luiz Ovando (PP/MS), que declinou da tarefa a partir da articulação do CFP.

Também sobre o piso salarial da categoria, a caravana de psicólogas e psicólogos no Congresso também realizou visita ao gabinete da senadora Mara Gabrilli (PSD/SP) para tratar da Sugestão nº 13/2022. A parlamentar assumiu, no âmbito da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, a relatoria da Sugestão que propõe um Piso Salarial no valor de R$ 5 mil.

Mara Gabrilli já declarou seu apoio pelo prosseguimento da Sugestão. Caso seja aprovada pela CDH, a SUG 13/2022 será transformada em Projeto de Lei do Senado (PLS) e passará a tramitar na Casa de forma normal, com numeração própria.

Desarquivamento de projetos

No mês passado, o CFP conseguiu reunir o apoio de 27 senadoras e senadores para desarquivar o PLS 511/2017, que trata da jornada semanal de trabalho de até 30 horas para profissionais da Psicologia. Após um intenso trabalho de articulação do CFP pelos gabinetes parlamentares, o requerimento para o desarquivamento do projeto foi aprovado pelo Senado no dia 25 e, agora, a proposta voltará a tramitar.

As psicólogas e psicólogos foram recebidas(os) pela senadora Teresa Leitão (PT/PE), autora do requerimento para desarquivar o PLS, e pelo senador Paulo Paim (PT/RS), autor da proposição, para tratar das estratégias pós-desarquivamento do projeto.

Também de interesse das(os) psicólogas(os), o PLS 98/2015 – que exige a avaliação psicológica de todas(os) as(os) motoristas em todas as emissões da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) – foi desarquivado. O projeto, de autoria do senador Davi Alcolumbre (União/AP), já voltou à tramitação ordinária e está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.

Atuação Legislativa

Desde a volta dos trabalhos legislativos, em fevereiro de 2023, a equipe especializada em processo legislativo do Conselho Federal de Psicologia está em articulação permanente com as(os) parlamentares da Câmara dos Deputados e do Senado.

A iniciativa tem como foco a articulação para aprovação das pautas de valorização das(os) trabalhadoras(es) da Psicologia – especialmente o PL 1.214/2019, que estabelece jornada de 30 horas semanais; e o PL 2.079/2019, que versa sobre o piso da categoria.

Além dos PLs que tratam do piso salarial e da jornada de até 30 horas, há proposições relacionadas ao Sistema Conselhos de Psicologia, Regulamentação da Psicoterapia, Educação, Saúde, Avaliação Psicológica e Direitos Humanos.

CFP participa de audiência no Senado sobre violência nas escolas

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, participou nesta quarta-feira (19), no Senado Federal, de audiência pública que debateu a crescente onda de violência nas escolas. Promovido pela Comissão de Segurança Pública, o diálogo reuniu representantes do Parlamento, do Executivo Federal, docentes, especialistas e empresas de plataformas nas redes sociais.

O presidente do CFP abriu os debates destacando que a Psicologia está presente em diversas políticas públicas, dentre elas, a educação. Ele pontuou que a violência é um tema complexo e que precisa ser enfrentado por vários campos de conhecimento.

Pedro Paulo Bicalho informou que, dos 23 ataques a escolas nos últimos 20 anos, nove foram executados somente nos últimos oito meses. O presidente do CFP destacou que o enfrentamento da violência na escola é prioridade, sendo necessária uma cultura de paz e de políticas públicas perenes na educação básica.

“Para que uma política pública seja efetivamente construída, nós precisamos de custeio. E esse custeio garante exatamente que uma lei arduamente acompanhada por mais de vinte anos, seja implementada. O que estamos denunciando é que estados e municípios não estão cumprindo a lei ao não garantir a presença de psicólogos e de assistentes sociais na educação básica brasileira”, destacou o presidente do CFP ao citar a Lei 13.935/2019, que garante a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas escolas da educação básica de todo o país.

Pedro Paulo Bicalho informou que dos 5.570 municípios brasileiros, atualmente somente 85 estão cumprindo a Lei 13.935/2019 a partir da contratação de psicólogas(os) e assistentes sociais para a educação básica.

Plataformas de redes sociais

As plataformas de redes sociais também foram convidadas a participarem do debate. Compareceram representantes da Meta e do Google. Não se fizeram presentes representantes do Twitter e do Telegram.

Falando pelo Instagram, Facebook e WhatsApp, a diretora de Políticas Públicas para Integridade da Meta, Monica Steffen Guise, disse ser mentira que a empresa não se importaria com os casos de violência ou que lucre com a disseminação desse tipo de informação.

Ela afirmou que a empresa proíbe a divulgação de violência e que remove conteúdo dos perfis propagadores. “Treinamos autoridades no Brasil para obter dados juntos à Meta o mais rápido possível: polícias estaduais e a Federal, secretarias de Segurança Pública, magistratura e Procuradoria Geral da República”, informou.

Já Marcelo Lacerda, diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, afirmou que a empresa colabora com o combate à violência nas redes e que conta com equipes para identificação, remoção e denúncia de publicações inadequadas. “Com foco na cooperação, a gente entende que a educação ativa e constante é fundamental para que as pessoas que utilizam as nossas plataformas, para compartilhar conteúdos, os façam de maneira segura. Por isso, a gente trabalha em parceria com entidades da sociedade civil”, apontou.

Confira a participação do CFP na audiência:

Com informações da Agência Senado

CFP marca presença no 75º Encontro Nacional dos Detrans

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do 75º Encontro Nacional dos Detrans (END), em Brasília/DF. Promovido pela Associação Nacional dos Detrans (AND), o evento reuniu os dirigentes dos 27 órgãos estaduais de trânsito do Brasil, as diversas entidades do Sistema Nacional de Trânsito (SNT), Organizações vinculadas a defesa de um trânsito seguro e o CFP esteve presente como entidade convidada.

A atividade discutiu o cenário regulatório do setor e perspectivas futuras, com a pauta de diversos temas de relevância para os órgãos e apresentação de painéis com assuntos relacionados às políticas públicas de trânsito.

Nesta edição do END, o Conselho Federal de Psicologia foi representado pela conselheira Juliana Guimarães, psicóloga especialista em psicologia do trânsito/tráfego. “A participação do CFP neste evento foi primordial para que possamos ter incidência institucional nos espaços que gerenciam as modalidades de processos, de credenciamentos e de serviços que são executados nos estados. Deste modo, teremos voz para destacar e implementar as ações do Sistema Conselhos de Psicologia na temática do trânsito e mobilidade humana”, aponta a conselheira.

Psicologia no Trânsito/Tráfego

A Psicologia do Trânsito/Tráfego é uma das 13 especialidades profissionais reconhecidas pelo Conselho Federal de Psicologia, desde a criação das especialidades profissionais da Psicologia e, atualmente, por meio da Resolução 3/2022 e surgiu tendo surgido antes mesmo da regulamentação da profissão de psicóloga(o).

A especialidade dialoga tanto com outras áreas da Psicologia como também nas reflexões sobre comportamento, promoção da saúde, espaço urbano, mobilidade humana, educação, autocuidado, o cuidado com o próximo e com a cidadania, bem como o próprio conceito de sujeito situado.

Além de contribuir na atuação profissional da psicóloga(o), a Psicologia do Trânsito/Tráfego também subsidia debates e reflexões sobre a proteção de direitos em sua interface com a mobilidade humana.

No ano passado, o CFP foi selecionado para compor duas câmaras temáticas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Câmaras de Saúde no Trânsito (CTST) e de Gestão e Coordenação do PNATRANS (CTPNAT) para mandato no biênio 2022/2024.

Publicações sobre trânsito/tráfego

Ao longo dos últimos anos, o Conselho Federal de Psicologia tem publicado diversas orientações que reforçam o papel da Psicologia para o comportamento no trânsito e cuidados básicos com a proteção da vida.

Em novembro de 2018, lançou para a categoria as Referências Técnicas para Atuação em Políticas Públicas de Mobilidade Humana e Trânsito. Mais recentemente, em 2019, publicou a Resolução CFP 01/2019, que institui normas e procedimentos para a perícia psicológica no contexto do trânsito, ainda no mesmo ano, tivemos a publicação da Revista Diálogos, Nº 10, Avaliação Psicológica, com encarte especial sobre as avaliações psicológicas compulsórias, como o caso do trânsito.

Confira a galeria de fotos do evento

75º Encontro Nacional dos Detrans

 

CFP assume a Secretaria de Articulação do Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi eleito para ocupar a Secretaria de Articulação do Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA). A psicóloga Ana Luiza Castro foi indicada pelo CFP para representar a autarquia no colegiado para o biênio 2023-2025.

A indicação do CFP para o Fórum Nacional DCA ocorreu durante sua assembleia geral ordinária, em 18 de março, com a presença de entidades filiadas e dos fóruns DCA estaduais e do DF.

O FNDCA​ é uma articulação de instituições da sociedade civil, que tem como missão garantir a efetivação dos direitos da criança e do adolescente por meio da proposição, articulação e monitoramento das políticas públicas e da mobilização social. O coletivo é composto por instituições filiadas e efetivas, além de colaboradores com atuação na temática de direitos humanos de crianças e adolescentes.

No comando da Secretaria de Articulação, o CFP vai coordenar as atividades de representação e articulação política do Fórum. Entre suas atribuições, o Conselho Federal de Psicologia também poderá propor e coordenar as estratégias de comunicação e mobilização do Fórum.

Marina Poniwas, conselheira do CFP, avalia que, neste espaço de incidência, o Conselho Federal de Psicologia pode contribuir com ações de mobilização da categoria e de entidades da sociedade civil na construção de uma agenda de ações em defesa da proteção integral de crianças e adolescentes no país.

“Estar na Secretaria de Articulação do FNDCA, que congrega as entidades da sociedade civil que integram o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e outras entidades aliadas, é um importante espaço de articulação nacional para a Psicologia, que mais uma vez assume seu compromisso histórico de contribuir com a luta dos direitos das crianças e dos adolescentes”, destaca a conselheira federal.

Contribuição da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia tem um compromisso histórico com a proteção integral de crianças e adolescentes. Em fevereiro, o CFP foi eleito para ocupar a vice-presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) – instância máxima de formulação, deliberação e controle das políticas públicas para a infância e a adolescência. Na ocasião, a conselheira Marina Poniwas tomou posse para o biênio 2023-2024.

Em 2022, o Conselho Federal de Psicologia publicou a Resolução CFP nº 15/2022, com normas para atuação de psicólogas e psicólogos no sistema socioeducativo. No âmbito do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), o CFP publicou as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Medidas Socioeducativas.

Também merece destaque a publicação Nordeste criança: Olhares das infâncias, lançada em 2021. Fruto de parceria entre o CFP e a Frente Nordeste Criança, a obra reúne os desenhos de 40 crianças que vivem nos mais diversos contextos – aldeia, assentamento, campo, cidade, favela, quilombo, litoral e sertão. Com o objetivo de ilustrar o protagonismo dessas crianças e dar visibilidade às plurais infâncias nordestinas, o livro também apresenta a percepção desse grupo sobre a pandemia da Covid-19 e seus respectivos impactos em seu cotidiano.

Em 2020, no marco dos 30 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Conselho Federal de Psicologia  lançou um caderno de artigos reunindo importantes reflexões sobre os avanços e desafios no campo da infância e adolescência brasileiras.

Amazonas e Roraima: Diretoria do Conselho Federal de Psicologia visita CRP da 20ª Região

A diretoria do Conselho Federal de Psicologia (CFP) esteve em Manaus (AM) e em Boa Vista (RR) para uma série de visitas institucionais ao Conselho Regional de Psicologia da 20ª Região (CRP AM-RR). Além de estreitar os canais de diálogo e aproximar as instituições, o encontro tratou da implantação de melhorias tecnológicas e de infraestrutura no Conselho Regional. Esta foi a primeira visita institucional do XIX Plenário do CFP aos conselhos de Psicologia.

Participaram da visita, representando o CFP, o presidente da Autarquia, Pedro Paulo Bicalho; a vice-presidenta, Ivani de Oliveira; a conselheira-secretária, Izabel Hazin; a conselheira-tesoureira, Célia Mazza de Souza; e as secretárias para a Região Norte, Isabela Canto e Fabiane Rodrigues Fonseca. A Diretoria foi recebida pela psicóloga Lígia Maria Duque, que preside o CRP da 20ª Região; e pelo coordenador da Seção Roraima do CRP, Francisco de Assis Lima Carvalho.

O presidente do CFP ressaltou que o encontro foi motivado pela necessidade de atuar no desenvolvimento institucional do Conselho Regional, com destaque para o papel colaborativo junto ao CR.

“A ideia da gestão do XIX Plenário é intensificar a relação com os Conselhos Regionais de Psicologia. Por meio de visitas institucionais, como a que fizemos em Manaus e em Boa Vista, pretendemos estreitar as relações entre o CFP e os Regionais, além de aproximar o diálogo e conhecer de perto a conjuntura dos CRs”, destaca Pedro Paulo Bicalho.

CRP-AM/RR (20ª Região)

Por meio da Resolução CFP nº 5/2011, o CRP da 20ª Região (AM/RR) foi criado para integrar as seções dos estados do Amazonas, Roraima, Acre e Rondônia. Essa composição do Regional permaneceu até 2019, quando, por meio da Resolução CFP nº 3/2019, o Conselho Federal de Psicologia criou o Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região (CRP-24), para abranger os estados de Rondônia e do Acre.

Desde então, o CRP-20 passou a ser integrado somente pelas regionais de Amazonas e de Roraima, com sede em Manaus e subsede em Boa Vista.

CFP, CFESS e entidades divulgam Nota conjunta sobre modalidade de estágio em pós-graduação em Psicologia e em Serviço Social

Em nota conjunta, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) divulgaram o posicionamento das autarquias sobre estágio em pós-graduação em Serviço Social e Psicologia.

Para os Conselhos, a contratação de estagiárias(os) já graduadas(os) para desempenho de funções de servidoras(es) concursadas(os) representa precarização do trabalho profissional. Na prática, esta modalidade de treinamento substitui ou atrasa a contratação de profissionais por meio de concursos públicos.

Na nota, as entidades destacam que estagiárias(os) desempenham as atividades recebendo menor remuneração, com fragilidade na proteção dos direitos trabalhistas e do vínculo empregatício. Estagiárias e estagiários também encontram menor engajamento institucional diante de contratos por tempo determinado.

“Essas condições foram evidenciadas no estudo dos editais e nas fiscalizações realizadas pelos Conselhos Regionais de Serviço Social em alguns estados da federação no período de 2018 a 2019”, informa o texto.

Desde 2018, tem sido crescente a oferta da modalidade denominada de estágio em pós-graduação, com a publicação de editais de seleção de órgãos do Sistema de Justiça (Tribunais de Justiça e Ministérios Públicos dos estados), para a contratação de pós-graduandas(os) nas áreas da Psicologia e do Serviço Social.

Diante desse cenário, diversas entidades das duas categorias reuniram-se para discutir e propor ações em relação ao tema. Além dos conselhos de classe, participaram a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) e a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (Abepss).

Mediante Acordo de Cooperação Técnica firmado entre o Ministério Público do Trabalho e os Conselhos Federais da Psicologia e do Serviço Social, foi articulada ação com o propósito de identificar situações irregulares e práticas trabalhistas indevidas em relação à realização de estágios. Ademais, a partir do posicionamento consolidado, a nota elenca propostas de ações estratégicas de enfrentamento a serem desenvolvidas junto à categoria.

Leia a íntegra da Nota sobre estágio em pós-graduação