Participe de pesquisa para conhecer a realidade de profissionais da Psicologia que atuam em Instituições de Ensino Superior no país

Participe da pesquisa que visa mapear a realidade das(os) profissionais da Psicologia atuantes em Instituições de Ensino Superior (IES) públicas brasileiras. A iniciativa é promovida pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP).

O levantamento se destina exclusivamente a profissionais que desempenham suas funções em IES, com o objetivo de identificar e entender a atuação das(os) psicólogas(os) que trabalham como técnicos em saúde mental nessas instituições.

O projeto busca não apenas caracterizar o perfil desses profissionais, mas também analisar a população atendida, sistematizando referências e modelos de atuação das(os) psicólogas(os) na área de saúde mental em IES. A metodologia empregada envolve a coleta e análise de dados quantitativos, utilizando um questionário disponibilizado e gerenciado pelo instituto.

Para participar e obter mais informações sobre a pesquisa, acesse o questionário.

Sua participação é fundamental para a construção de um panorama abrangente e preciso sobre a atuação desses profissionais em IES públicas brasileiras.

“Precisamos ser radicalmente antimanicomiais”, defende presidente do CFP na 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental

Brasília (DF) sediou, entre 11 e 14 de dezembro, a 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental. Nesta edição, o evento teve como tema “A política de Saúde Mental como Direito: pela defesa do cuidado em liberdade, rumo a avanços e garantia dos serviços de atenção psicossocial no SUS”, com o objetivo de debater propostas para a formulação da Política Nacional de Saúde Mental e o fortalecimento dos programas e ações em todo o território nacional.

Representantes da sociedade civil, porta-vozes do governo e integrantes de diversas instituições que atuam no tema debateram os principais desafios no campo da saúde mental, tendo como foco modelos de internação e cuidado em liberdade e o fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (Raps). 

“Precisamos ser radicalmente antimanicomiais e não deixar passar nenhuma forma de manicômio”, afirmou o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Pedro Paulo Bicalho, ao ressaltar a especial necessidade de enfrentamento aos manicômios judiciários e ao financiamento público das comunidades terapêuticas. 

O presidente do CFP destacou a necessidade de reafirmar a liberdade como paradigma de toda e qualquer forma de cuidado, assim como incorporar a compreensão de que ser antimanicomial significa ser radicalmente antirracista, anticapacitista, antimisógino e anti LGBTQIA+fóbico, no sentido de combater as desigualdades que ainda marcam o país. “Sem cuidado em liberdade, não há política antimanicomial possível”, ressaltou.

Diálogos plurais

O Conselho Federal de Psicologia teve presença ativa no evento, contando com a participação dos seguintes conselheiras(os): Pedro Paulo Bicalho, Nita Tuxá, Gabriel Figueiredo, Fabiane Fonseca, Obadeyi Saraiva, Caroline Roseiro e Clarissa Guedes. 

Como parte da programação, o CFP conduziu importantes atividades, como a roda de conversa “Saúde Mental dos povos quilombolas e enfrentamento ao racismo”, coordenada pelas conselheiras Obadeyi Saraiva e Fabiane Fonseca; e o debate “O uso de psicodélicos e cannabis na psicoterapia e as estratégias de redução de danos na atenção psicossocial”, coordenado pela conselheira Carolina Roseiro.

O Conselho Federal de Psicologia também contou com um estande para distribuição aos participantes de diversas publicações da Autarquia acerca do cuidado em saúde mental e do papel de psicólogas e psicólogas nas políticas na área.

Sobre a 5ª CNSM

A 5ª Conferência Nacional de Saúde Mental (CNSM) contou com a participação de 1,3 mil delegadas e delegados eleitas(os) nas etapas estaduais e do Distrito Federal, além de 174 pessoas eleitas em conferências livres nacionais – incluindo dez representantes eleitos a partir da conferência livre promovida pelo CFP e a Fenapsi, em setembro deste ano.

A 5ª CNSM é realizada pelo Ministério da Saúde e organizada pelo Conselho Nacional de Saúde – por meio de sua Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM), composta por representantes da sociedade civil e do governo federal, e atualmente coordenada pelo Conselho Federal de Psicologia, por meio do conselheiro Gabriel Henrique Figueiredo e da ex-conselheira Marisa Helena Alves.

Além de coordenar as atividades no âmbito da CISM, o Conselho Federal de Psicologia teve ampla mobilização na realização da 5ª CNSM, com um conjunto de atividades impulsionadas desde 2019, incluindo a participação da Autarquia na 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8) e a promoção das conferências livres “Retrocessos na ‘Nova’ Política de Saúde Mental: Resistir e Avançar” e “a 1ª Conferência Nacional Livre de Saúde Mental da Psicologia: pelo cuidado em liberdade e fortalecimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)”. 

Confira a galeria de fotos no Flickr do CFP.

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CFP dialoga sobre reconstrução do SUAS durante a 13ª Conferência Nacional de Assistência Social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) marcou presença na 13a Conferência Nacional de Assistência Social, realizada entre os dias 5 e 8 de dezembro, em Brasília (DF), que teve como tema “Reconstrução do SUAS: O SUAS que temos e o SUAS que queremos”.Nesta edição, a Conferência contou também com a importante participação de Conselhos Regionais de Psicologia e de psicólogas(os) organizadas(os) em fóruns de trabalhadoras(es) do SUAS, além das(os) profissionais que ocupam cargos de gestoras(es) ou atuam em entidades socioassistenciais.

No primeiro dia do evento, o CFP promoveu atividade auto-organizada que colocou em debate a Assistência Social em interface com os direitos de crianças e adolescentes em situação de orfandade decorrente da pandemia de Covid-19 e dos feminicídios no Brasil. O diálogo foi coordenado pela conselheira Marina Poniwas que também representa o CFP na presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). 

Ao iniciar o diálogo, que contou ainda com a participação da conselheira Neuza Guareschi, a presidente do Conanda abordou a lacuna existente na legislação referente à orfandade e destacou a urgência de construir uma política específica que incorpore aspectos da atenção psicossocial nos territórios, atendendo às demandas desses grupos. “Historicamente, o problema da orfandade foi tratado no âmbito individual e familiar. Não encontramos referências diretas à orfandade em instrumentos como o Estatuto da Criança e do Adolescente, plano de convivência comunitária ou na lei de convivência familiar comunitária”, explicou.

Reconhecimento à atuação do CFP

Durante a 13a CNAS, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), representado pelo presidente Pedro Paulo Bicalho, recebeu o Prêmio Mérito SUAS Simone Albuquerque. O CFP foi reconhecido pela prática exitosa de integrar ações de mobilização de trabalhadoras psicólogas em espaços de controle e participação social do Sistema Único de Assistência Social (SUAS).

Ao receber a congratulação, o presidente do CFP expressou o orgulho da Psicologia brasileira no SUAS, ressaltando o empenho das psicólogas e dos psicólogos na construção e execução das políticas de assistência social. Pedro Paulo enfatizou a resistência contra o desmonte das políticas na área, salientando a importância da defesa intransigente das políticas públicas e da realização de conferências para consolidar a participação social no país.

“A Psicologia brasileira não somente tem orgulho de estar no SUAS. A Psicologia brasileira é grata ao modo como o SUAS nos transformou. Portanto, viva o SUAS. Simone Albuquerque presente hoje e sempre”, referenciou o presidente do CFP.

Pedro Paulo Bicalho lembrou ainda que, no Brasil, a Política Nacional de Participação Social e o SUAS representam um verdadeiro enfrentamento à desigualdade social, resultante de um histórico violento de colonização e escravização.

Além de integrar o Fórum Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (FNTSUAS), o CFP compõe a gestão 2022-2024 do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS). Desde 2015, o Conselho Federal de Psicologia mantém a Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS), regulamentada pela Resolução CFP nº 7/2020. Entre outras atribuições, a CONPAS sugere estratégias de consolidação da Política Nacional de Assistência Social, executa deliberações do CFP sobre Assistência Social e fomenta a participação da Psicologia em comissões, fóruns e conselhos de Assistência Social.

A edição 2023 do Prêmio Mérito CNAS homenageia postumamente a assistente social Simone Albuquerque, que foi vice-presidente do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), destacando sua contribuição às políticas públicas no Brasil.

Mobilização da categoria

Segundo o Censo SUAS 2019, quase 25 mil psicólogas e psicólogos atuam na Política de Assistência Social em todo o Brasil. A relevância dessa presença convoca a categoria a contribuir nas reflexões e proposições para aprimorar as ações e projetos dessa política de Estado.

Como parte da mobilização para a 13a Conferência, o CFP promoveu ao longo de 2023 uma série de atividades. Em março, foi realizado o I Seminário Nacional Psicologia e Controle Social no SUAS, como parte da mobilização para as etapas preparatórias. Em julho, foram conduzidos cinco webinários regionais como parte da mobilização de profissionais da Psicologia atuantes no SUAS. Já em setembro, ocorreu a live “Assistência Social, política de drogas e direitos humanos: diálogos para o cuidado no SUS e no SUAS que queremos”.

Mulheres em situação de violência: CREPOP lança consulta pública para subsidiar elaboração de referências técnicas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), abriu consulta pública para que as(os) psicólogas(os) de todo o país possam contribuir com a futura publicação “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) no Atendimento às Mulheres em Situação de Violência”.

Trata-se de uma edição revisada do documento originalmente lançado em 2013 e que busca atualizar a abordagem da atuação profissional de psicólogas e psicólogos na área.

A consulta pública tem como objetivo colher junto à categoria sugestões que permitam aprimorar o documento, tornando o processo mais democrático e participativo. As contribuições podem se dar de forma individual ou coletiva – sendo que, nessa segunda modalidade, é necessário informar  data, município, unidade da federação, instituição ou pessoa(s) responsável pela organização da atividade, bem como a quantidade de participantes e o número de estudantes (se aplicável).

Como participar

  1. Leia a íntegra das Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) no Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, disponível neste link;
  1. Acesse o formulário eletrônico. Será necessário informar dados pessoais e de contato;
  1. No formulário, apresente suas ponderações levando em consideração cada eixo que organiza a referência técnica sob consulta;

A consulta pública ficará disponível até 29 de fevereiro de 2024 no site do CREPOP e do Conselho Federal de Psicologia. Após o término do prazo, todas as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, responsável por apresentar a versão final do documento.

Saiba mais:

Acesse a íntegra da consulta pública do CREPOP;

Acesse o formulário eletrônico para contribuir para a consulta pública.

Solenidade destaca contribuições do CFP à Psicologia e à sociedade ao longo de suas cinco décadas

Uma noite de celebração marcou a comemoração ao cinquentenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), realizada em Brasília/DF e que reuniu autoridades, representantes de entidades e Conselhos de Psicologia de todo o país.

Há cinco décadas, em 20 de dezembro de 1973, foram realizadas a primeira eleição do Conselho Federal, a definição de sua mesa diretora e a reunião plenária inaugural da Autarquia. Desde então, além do aumento expressivo da categoria que hoje chega a mais de 450 mil profissionais em todo o país , o CFP vem imprimindo importantes contribuições não apenas ao exercício profissional, mas também no protagonismo da Psicologia diante das transformações e desafios na sociedade.

“Ao longo dessas cinco décadas, o CFP tem demonstrado sua relevância e potência, posicionando o Brasil como o país com o maior número de psicólogas e psicólogos no mundo. É um Conselho atento às transformações do país e às transformações do fazer da profissão”, destacou o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

É o que também pontuou a vice-presidenta do CFP, Ivani Oliveira que, em conjunto com Pedro Paulo, conduziu a solenidade: “a criação do Conselho Federal de Psicologia é a culminância de muita luta pelo reconhecimento da profissão. Nesses 50 anos, o CFP foi fundamental para transformar o modelo de Psicologia criado em 1962, constituindo compromissos éticos, científicos e políticos que hoje orientam a Psicologia brasileira”.

A cerimônia dos 50 anos do CFP reuniu de ex-presidentas(es) do Conselho Federal, representantes dos 24 Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), de conselhos federais de diversas profissões, de  conselhos de controle social de políticas públicas e, ainda, de diversas instituições representativas da Psicologia nacional, entre outros.

Trajetória de cinco décadas

A celebração apresentou ao público uma retrospectiva dos principais fatos que marcaram a trajetória do Conselho Federal de Psicologia ao longo de suas cinco décadas. Desde os avanços na estrutura e gestão administrativa às mudanças que deram os contornos à Psicologia como ciência e profissão.

Em seus cinquenta anos de funcionamento, o Conselho Federal de Psicologia publicou mais de 2 mil normativas de orientação à atuação profissional. Dentre elas, as notórias Resolução CFP nº 01/1974, que criou os sete primeiros Conselhos Regionais de Psicologia, com abrangência em todas as unidades da federação; e a Resolução CFP nº 01/1999, que estabelece normas de atuação para profissionais da Psicologia relacionadas à questão da orientação sexual, e que foi pioneira na garantia de direitos dessa população. 

A solenidade também destacou a participação do Conselho Federal de Psicologia nos processos de construção democrática, de formação profissional, assim como de estruturação de grandes projetos e ações que moldaram o fazer da profissão. Entre eles,  a criação das Comissões de Direitos Humanos, do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP), do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) e do Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas Aluízio Lopes de Brito (SAPP), entre outros.

Revista Diálogos

Durante a cerimônia foi realizado o pré-lançamento da Revista Diálogos, que nesta edição traz como tema os 50 Anos do Conselho Federal de Psicologia. Elaborado em conjunto com os Conselhos Regionais, o periódico revisita a trajetória do CFP percorrendo conquistas fundamentais, como: a regulamentação, as memórias históricas e sua luta democrática; a atuação da Psicologia no SUS e SUAS; os desafios da luta antimanicomial e a busca pela manutenção dos direitos humanos; as lutas pelos direitos da população LGBTQIA+; a importância dos profissionais de Psicologia e do Serviço Social na educaçao básica; os avanços e desafios da avaliação psicológica; o fortalecimento das políticas de mobilidade humana; as referências técnicas para a atuação profissional em políticas públicas; as especialidades profissionais da Psicologia; o reconhecimento e acolhimento da diversidade no Sistema Conselhos de Psicologia; a avaliação de práticas profissionais e qualificação do exercício profissional; as produções técnicas e científicas do CFP; entre outros debates.

Projeto Memórias da Psicologia

A celebração do primeiro cinquentenário do CFP marca também o lançamento das ações do projeto Memórias da Psicologia. Instituído pela Resolução CFP nº 01/2023, a iniciativa busca promover o resgate histórico e o devido registro do legado da Psicologia como ciência e profissão no Brasil. O projeto tem caráter permanente e prevê ações que buscam identificar, catalogar e preservar os arquivos existentes no campo da Psicologia. O objetivo é fomentar a divulgação da história do Conselho Federal e da própria Psicologia brasileira.

Entre as ações que integram a estratégia está o registro historiográfico e audiovisual desse acervo, além da fundação de museu dedicado à Memória da Psicologia Brasileira. Para apoiar na coleta desse material, o CFP vai promover a indução de uma grande articulação nacional para a captação de conteúdo histórico,  que contribua com o registro dessa trajetória, mobilizando a categoria profissional, instituições e Conselhos Regionais de Psicologia de todo o país.

A íntegra do evento pode ser assistida pelo YouTube do CFP.

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Direitos da infância e da adolescência: CFP é eleito para assumir a presidência do Conanda até 2024

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi eleito, por unanimidade, para assumir a presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) – instância máxima de formulação, deliberação e controle das políticas públicas voltadas à infância e à adolescência. 

A eleição ocorreu nesta quinta-feira (14), durante a 321ª assembleia ordinária do colegiado. A eleição atende o critério de alternância entre governo e sociedade civil na presidência do colegiado. O CFP seguirá representado pela conselheira Marina Poniwas que, desde fevereiro, já atuava na condição de vice-presidente do Conanda.

Marina Poniwas reforçou o compromisso da Psicologia brasileira com a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes, destacando que 2023 foi um período marcado pela reconstrução das políticas públicas. “Nós estamos trabalhando para fortalecer o Conanda cada vez mais. É esse o nosso objetivo. Que a gente possa ampliar os nossos espaços de diálogo com as outras organizações, movimentos, redes e coalizões. E que a gente também possa seguir nessa construção coletiva com os Conselhos Estaduais”, afirmou.

A conselheira apontou ainda algumas ações consideradas estratégicas, como a revisão do Plano Decenal dos Direitos da Criança e do Adolescente, a realização das caravanas temáticas, o fortalecimento das Escolas de Conselhos e a execução dos planos de metas das comissões do Conanda. “Além disso, estejamos sempre firmes na luta e no enfrentamento ao racismo, ao machismo e à LGBTfobia”, complementou.

A próxima reunião do Conanda está prevista para fevereiro de 2024.

12ª Conferência Nacional

Além da eleição para a presidência e a vice-presidência do Conanda, o colegiado também deliberou questões para os preparativos da 12ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que será realizada entre 2 e 4 de abril de 2024, em Brasília (DF).

Inicialmente prevista para ocorrer em novembro de 2023, o adiamento foi necessário em virtude dos trâmites administrativos para a realização do evento, incluindo questões relacionadas ao deslocamento das delegações estaduais. Nessa direção, a mudança de data foi fundamental para garantir a ampla participação na etapa nacional da conferência.

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CFP participa de audiência pública para debater a situação de orfandade de crianças e adolescentes em virtude da pandemia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), representado pela conselheira Marina Poniwas, participou de audiência pública na Câmara dos Deputados que colocou em debate a situação de orfandade de crianças e adolescentes em virtude da pandemia da Covid-19.

Promovida no dia 22 de novembro pela Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial, a atividade teve como objetivo problematizar a falta de políticas públicas relacionadas à proteção de crianças e adolescentes no contexto da crise sanitária.

Um estudo conduzido por pesquisadoras(es) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) apontou que, nos dois primeiros anos da pandemia, cerca de 40.830 crianças e adolescentes perderam suas mães por Covid-19 no Brasil.

Durante o debate, proposto pela deputada Luizianne Lins (PT-CE), a conselheira Marina Poniwas, também representando o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) na condição de vice-presidente, destacou que o assunto já causava preocupações desde o início da pandemia uma vez que já havia a perspectiva de que crianças e adolescentes não seriam, necessariamente, apenas vítimas diretas da letalidade da Covid-19, mas também das consequências da pandemia.

Nessa direção, a vice-presidente do Conanda salientou que o problema extrapola a questão meramente biológica e passa a ser, também, de ordem social. Segundo ela, diversas famílias tiveram que acolher crianças e adolescentes em contexto de orfandade sem qualquer tipo de amparo. Agora, precisam da atenção do Estado brasileiro para promover o cuidado adequado dessa população.

Ainda conforme Marina Poniwas, embora algumas unidades federativas tenham alguma ação de acompanhamento psicossocial em curso, não existe uma estratégia nacional estabelecida. Assim, o desafio está posto tanto no campo jurídico, na medida em que são necessárias decisões sobre guarda e tutela, quanto em termos de ordem social. “É fundamental a construção de uma Política Nacional de Cuidado à Orfandade que abarque a dimensão da memória, justiça e reparação social”, frisou.

A íntegra da audiência pública pode ser acessada no portal da Câmara dos Deputados.

CFP participa de reunião com autoridades do Mercosul para tratar sobre os desafios na defesa dos direitos humanos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, entre os dias 21 e 24 de novembro, da 42ª Reunião de Altas Autoridades de Direitos Humanos do Mercosul (RAADH). Pelo CFP, esteve presente a conselheira Marina Poniwas, que também representa a Autarquia na vice-presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda).

A presença do Conselho Federal nessa agenda está alinhada ao objetivo de ampliar a articulação e o diálogo com instituições e coletivos sociais que atuam em áreas relacionadas à Psicologia. A RAADH funciona como uma instância especializada do Mercosul. Esta foi a segunda reunião de 2023. A primeira ocorreu em maio, na Argentina.

O evento, promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania do Brasil, ocorreu na Escola Nacional da Administração Pública (ENAP), figurando espaço de coordenação intergovernamental para a troca de experiências e promoção de políticas públicas de direitos humanos nos países membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela) e associados (Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname).

No primeiro dia, pela manhã, a conselheira Marina Poniwas participou da mesa de abertura, dialogando sobre as diretrizes para a garantia e o fortalecimento do direito de crianças e adolescentes a viver em família e aos cuidados alternativos nos países do Mercosul.

À tarde, a conselheira integrou a mesa que apresentou a experiência do Brasil por meio do Comitê de Participação de Adolescentes no Conanda. Ela abordou os desafios enfrentados pelo Conselho Nacional para a efetiva participação de adolescentes, ressaltando ainda que o Conanda tem buscado dialogar com os conselhos estaduais e municipais sobre a necessidade de construir a cultura de participação de crianças e adolescentes, uma responsabilidade conjunta entre Estado, sociedade e família. Ela lamentou que, infelizmente, essas questões ainda são frequentemente tratadas de maneira hierárquica e autoritária, semelhante a situações de opressão de gênero, raça, etnia e outras violações de direitos.

“Precisamos superar o adultocentrismo e compreender verdadeiramente crianças e adolescentes como sujeitos de direitos”, destacou Poniwas, apontando este como um dos desafios mais marcantes do Conanda.

Mercosul e Sociedade Civil

Na quinta-feira (23), durante a RAADH, a conselheira participou do “Conversatório de altas autoridades sobre direitos humanos do Mercosul com a sociedade civil”, que teve como tema o combate ao discurso de ódio e o fortalecimento democrático no Mercosul.

Outras temáticas incluíram diferentes tratados internacionais no campo dos direitos humanos, estabelecendo obrigações relacionadas ao enfrentamento de diferentes formas de discriminação e limites à liberdade de expressão sempre que esta implica apologia ao ódio, incitamento à discriminação e à violência.

Reunião Plenária

Como parte da programação, no dia 24,Marina Poniwas participou da Reunião Plenária que lembrou os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, realizada no Palácio do Itamaraty. O evento contou com a presença do Ministro dos Direitos Humanos e Cidadania do Brasil, Silvio Almeida, e do embaixador secretário de assuntos multilaterais políticos do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey, com a participação de organizações da sociedade civil.

Além de celebrar os 75 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a atividade teve como objetivo aprovar uma agenda conjunta de trabalho.

Psicologia no Conanda

Criado pela Lei nº 8.242/1991, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) está previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei nº 8.069/1990) como o principal órgão do sistema de garantia de direitos para esta população.

O Conselho Federal de Psicologia foi eleito para a composição do órgão para o biênio 2023/2025, ocupando a vice-presidência do colegiado – instância máxima de formulação, deliberação e controle das políticas públicas para a infância e a adolescência.

Desafios da Psicologia na luta anticapacitista marcam encontro do Sistema Conselhos

Representantes do Sistema Conselhos de Psicologia reuniram-se em Brasília (DF) nos dias 17 e 18 de novembro para a “Plenária de psicólogas com deficiência: por uma Psicologia anticapacitista que acolha a diversidade que nos une”.

Realizado pelo Conselho Federal de Psicologia, o evento destacou o compromisso da Autarquia em ações afirmativas inclusivas e reparatórias, com o objetivo de combater violências institucionais e estruturais, como racismo, sexismo, capacitismo e LGBTQIA+fobia, conforme prevê o programa aprovado no âmbito da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF).

Na solenidade de abertura, a vice-presidenta do CFP, Ivani Oliveira, enfatizou a importância da plenária como a primeira realizada “efetivamente com o acolhimento e a inserção de pessoas com deficiência no Sistema Conselhos”, reflexo do último processo eleitoral que instituiu uma política de reserva de vagas, ponderou a vice-presidenta.

Além disso, Ivani Oliveira reforçou o compromisso ético-político da atual gestão em debater estratégias conjuntas para enfrentar o capacitismo. Destacou que a inclusão é uma certeza definitiva de que cada pessoa tem muito a contribuir, ensinar e fazer. “Somos diversas e diversos e essa é a beleza da nossa existência”, concluiu.

Durante a solenidade, o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, que não pôde estar presente em virtude de outras agendas da Autarquia, enviou uma mensagem destacando a importância do evento, valorizando esse momento para a Psicologia brasileira. “Certamente, ninguém melhor do que vocês para nos ajudar a construir não somente políticas mais acolhedoras, mas, principalmente, pensar que podemos construir uma Psicologia que efetivamente possa ser constituída a partir do anticapacitismo”.

A conselheira Rosana Éleres, integrante do GT sobre o tema, chamou a atenção para o caráter histórico do momento, prevendo desdobramentos contributivos para os GTs e diretrizes regionais e federais. ”É assim que a gente constrói de forma coletiva: observando as nossas dificuldades e as dos outros, contribuindo para que possamos chegar em muitos lugares. É isso que a gente quer”, concluiu.

Para a conselheira-tesoureira Célia Mazza, é necessário que a Psicologia seja verdadeiramente diversa e promova a inclusão e o acolhimento. ”Que a gente possa ampliar cada vez mais a participação das pessoas com deficiência ao construir políticas públicas de verdade para todas nós, não só porque existe um regimento que diz que tem que ter uma reserva de vagas. Que isso valha não só para o Conselho Federal, mas para todos os Regionais.”

Conduzindo a mediação do diálogo, o representante da Comissão de Direitos Humanos do CFP, Rafael Ribeiro Filho (psicólogo com deficiência visual) destacou que a Psicologia tem muito a contribuir com esse tema, com seus instrumentais teóricos, técnicos e respaldo ético, simbolizado pelo código de ética profissional. Além disso, ele compreende que os movimentos de direitos das pessoas com deficiência devem ter sua luta integrada a de outros movimentos, como das mulheres, pessoas LGBTQIA+, população negra, quilombola e indígena. “Essas lutas precisam estar interligadas. Seu horizonte deve ser comum, pela construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva”, pontuou.

Ao tratar sobre a luta anticapacitista e sua interface com a Psicologia, a secretária Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, Anna Paula Feminella, ressaltou a necessidade de promover a saúde mental das pessoas com deficiência. Ela destacou o papel da Psicologia na construção de uma nova identidade, contrapondo-se ao epistemicídio que as invisibiliza como sujeitos de direitos.

Anna Paula frisou também sobre o esforço do governo atual em promover uma gestão inclusiva e de participação social, voltada à acessibilidade e às tecnologias assistivas; aos direitos econômicos, sociais e culturais; e ao enfrentamento à violência e ao capacitismo.

“Não dá mais para a gente ter uma sociedade tão negligente com as questões das deficiências, com cidades que não pensam em pessoas e que não prezam pela mobilidade, sendo necessário considerar a diversidade e a necessidade das pessoas”, pontuou Marisa Helena Alves, representante do CFP na coordenação adjunta da Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde das Pessoas com Deficiência. Ainda de acordo com a psicóloga, é nos espaços de controle social e de participação coletiva que efetivamente ocorre a possibilidade de mudança dos cenários. “Não são lutas fáceis, mas é preciso dar os primeiros passos”, concluiu.

Reparação

Atualmente, a pauta das pessoas com deficiência está sendo trabalhada pelo Sistema Conselhos de Psicologia em dois Grupos de Trabalho que foram instituídos pela Assembleia de Políticas da Administração e das Finanças (Apaf) em 2021. Além disso, o CFP está em processo de construção de referência técnica acerca da temática.

Na avaliação de Rafael Ribeiro Filho, é fundamental que as(os) psicólogas(os) repensem e reflitam práticas para gerar mudanças de atitude e enfrentamento ao capacitismo. “Nós estamos em pleno processo de construção de várias frentes de saberes, fazeres, técnicas e metodologias para o atendimento em relação às pessoas com deficiência, além de contribuirmos para o debate sobre o que é ser psicóloga e psicólogo com deficiência na nossa sociedade”, frisou.

Justiça social

Durante o segundo dia de atividades, o grupo refletiu sobre o capacitismo, compartilhando experiências e problematizando maneiras de enfrentar essa realidade.

Pela manhã, a coordenadora da Comissão Intersetorial de Atenção à Saúde das Pessoas com Deficiência – CIASPD/CNS, Vitória Bernardes Ferreira, integrou a mesa sobre Representatividades das pessoas com deficiência: incidência nas políticas anticapacitistas, com a participação de Rafael Filho e Marisa Alves.

A partir de reflexões de uma mulher com deficiência, Vitória Bernardes falou sobre a importância de políticas anticapacitistas, questionando onde estão essas pessoas com deficiência e se a diversidade funcional deve ser celebrada. “Temos a dificuldade no processo de reconhecimento, de perceber a deficiência como marcador social. Precisamos ir além”.

Em seguida, o grupo se manifestou em memória à psicóloga Laureane Lima Costa, falecida recentemente. Ela atuou em defesa de mulheres, como ativista e pesquisadora no campo da deficiência.

Foram debatidas durante a atividade, ainda, as limitações que o Sistema Conselhos possui em relação à acessibilidade de pessoas com deficiência, com indicação de ações para superá-las. Tais indicativos resultarão em uma carta a ser entregue ao CFP, objetivando avançar na implementação dessas estratégias nos conselhos Federal e Regionais de Psicologia.

Confira as fotos da atividade no Flickr do CFP.

Nota de Pesar: Alessandra Guató

É com profundo pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebe a notícia do falecimento de Alessandra Alves de Arruda Guató, presidente da organização de mulheres indígenas Takiná, no estado do Mato Grosso.

Alessandra Guató desempenhou um papel de liderança na Terra Indígena Baía dos Guató/MT e destacou-se por suas contribuições à Psicologia como integrante do Grupo de Trabalho sobre Psicologia e Povos Indígenas do Conselho Regional de Mato Grosso (CRP-18).

Originária da aldeia Aterradinho, localizada em Barão de Melgaço (MT), Alessandra Guató, além de possuir graduação em Psicologia, era enfermeira e mestranda em antropologia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A vida de Alessandra foi dedicada ao serviço em prol dos povos indígenas. Sua atuação em diversas instâncias de representação foi marcante, contribuindo de maneira significativa para a defesa dos direitos dos povos originários, com especial ênfase nas mulheres indígenas.

Alessandra participou ativamente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI), integrou o Conselho Estadual de Educação Indígena e sua influência se estendeu até a Comissão Nacional de Educação Indígena, onde desempenhou um papel relevante no Ministério da Educação (MEC).

O CFP expressa suas condolências aos familiares, amigos e à comunidade indígena neste momento de luto. Alessandra Guató deixa um legado de luta e perseverança ancestral, que continuará a inspirar a todos nós.

Foto: reprodução