CFP realiza atividade mobilizadora para a 13ª Conferência Nacional dos Direitos Humanos com foco nos direitos de crianças e adolescentes

Na próxima quinta-feira, 4 de dezembro, às 16h, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) promove a live A Psicologia na promoção dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes, com transmissão ao vivo pelo canal oficial do CFP no YouTube. A atividade integra as ações preparatórias da 13ª Conferência Nacional de Direitos Humanos (13ª ConDH), organizada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), que ocorrerá entre 10 e 12 de dezembro, em Brasília/DF.

O objetivo da iniciativa é mobilizar psicólogas e psicólogos delegados(as) eleitos para participar da Conferência nas etapas municipais, estaduais/distrital e livres e ampliar o engajamento da categoria e da sociedade no processo conferencial. 

A conselheira federal e representante do CFP no Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Nita Tuxá, destaca que a Psicologia tem papel fundamental na defesa dos direitos  de crianças e adolescentes. “Ao trazer para o debate questões como infâncias indígenas, uso de tecnologias e políticas públicas, reafirmamos o compromisso da categoria com a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva”, pontuou.

A programação da live contará com a participação de representantes do CFP em diferentes frentes de diálogo. A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, abrirá o evento com a fala sobre “Psicologia e os desafios da conjuntura social e política do Brasil”. Em seguida, a conselheira federal Marina Poniwas, também vice-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), irá abordar o tema “Criança não é mãe: PDL 3/2025 e Resolução 258/2024 do Conanda”.

Na sequência, a conselheira federal e integrante do CNDH, Nita Tuxá, trará reflexões sobre “Infâncias indígenas e interculturalidade”. Izabel Hazin, vice-presidente do CFP, apresentará o “Uso de dispositivos digitais por crianças e adolescentes”. Por fim, a conselheira federal Raquel Guzzo irá destacar a importância da Lei 13.935/2019 para o direito de crianças e adolescentes.

Serviço

Live: A Psicologia na promoção dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes
Data: 4/12 (quinta-feira)
Horário:16h 
Local: canal oficial do CFP no YouTube

Giros Descoloniais encerram ciclo com foco em migrações e direitos humanos

Uma Psicologia plural, inclusiva e conectada aos territórios: essa é a síntese do chamado feito pela Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP) à categoria profissional, aos movimentos sociais e à sociedade civil nos encontros promovidos pelo projeto Giros Descoloniais, parte da campanha nacional de direitos humanos do Sistema Conselhos de Psicologia para o triênio 2023–2025.

O Giro Descolonial Sul, realizado em 13 de setembro na Sociedade Beneficente Muçulmana do Paraná, em Curitiba/PR, marcou o encerramento do ciclo de mobilizações do projeto. Com o tema Migrações e direitos humanos, o encontro reuniu representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia do Paraná (CRP-08), do Rio Grande do Sul (CRP-07) e de Santa Catarina (CRP-12), além de convidados de outras nacionalidades e entidades atuantes na temática.

A psicóloga libanesa-brasileira Rima Zahra, representante do CFP na Frente Nacional pela Saúde de Migrantes (FENAMI), ressaltou a presença de migrantes, refugiados e apátridas de países como Haiti, Líbano, Palestina e Venezuela no Giro Descolonial Sul e valorizou a resistência das comunidades frente às violações de direitos humanos.

Rima Zahra enfatizou a escuta ativa e a abertura intelectual como pilares do acolhimento intercultural. “Falamos tanto em acolher e ter uma abertura para receber essas pessoas que vêm de tantos lugares diferentes, mas a abertura principal, eu entendo que ela é intelectual também”, pontuou.

A psicóloga e coordenadora da CDH/CFP, Andreza Costa, reforçou a importância de ampliar o campo de atuação da categoria profissional na compreensão das especificidades e garantia de direitos das pessoas migrantes, além de valorizar “outras cosmogonias e saberes, como forma de romper com o ‘status do suposto saber’ e construir práticas mais conectadas aos territórios e suas populações”, destacou.

Para a integrante da CDH, Mônica Sampaio, o encerramento dos Giros Descoloniais marcou a aproximação da Psicologia com os territórios sem imposição de saberes prontos. “Cada território tem um sujeito, e é com ele que aprendemos sobre a questão do cuidado”, completou.

Programação plural e representativa

A programação do Giro Descolonial Sul incluiu rodas de conversa sobre direitos, contextos migratórios e resistência da diáspora árabe. Participaram Clefaude Estimable (Haiti), psicólogo e mediador intercultural; Jihad Abu Ali (Líbano), organizador da repatriação de pessoas de Gaza e do Líbano; Rockmillys Basante Palomo (Venezuela), presidenta do Conselho Estadual de Refugiados, Migrantes e Apátridas; Marcia Terezinha Ponce, da Cáritas Curitiba; Francirosy Barbosa, antropóloga e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP); Hyatt Omar, psicóloga palestina-brasileira; Sheikh Mohammad Reza Rezaei, líder religioso; e Professor Kiko, do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (CEBRAPAZ).

Escuta ativa para troca de saberes e práticas

Os Giros Descoloniais integram a Campanha Nacional de Direitos Humanos do triênio 2023–2025, intitulada Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis.

A iniciativa revisita saberes afropindorâmicos, latino-americanos e em diáspora, promovendo uma Psicologia que reconhece a pluralidade de existências e territórios, comprometida com a justiça social e os direitos humanos. A campanha propôs ações em todas as regiões do país.

Entre essas ações está o podcast Prosas Descoloniais, com 10 episódios em que representantes da CDH/CFP dialogam com convidados sobre temas relacionados às práticas psicológicas alinhadas à perspectiva descolonial.

As iniciativas também dialogam com resoluções do CFP sobre orientação sexual, identidade de gênero, enfrentamento ao racismo e à violência de gênero, reafirmando o compromisso da Psicologia com a promoção dos direitos humanos.

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Psicologia brasileira debate crises globais e impactos locais, tema do 7º CBP

Teve início na quarta-feira (19), na Universidade de Brasília (UnB), a 7ª edição do Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (CBP). Realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em parceria com o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), o encontro reúne profissionais, estudantes e entidades da área para debater os desafios contemporâneos da ciência e da profissão. 

A cerimônia de abertura, transmitida ao vivo pelo canal oficial do CFP no YouTube, marcou o início de uma programação que se estende até sábado (22), com conferências, simpósios, mesas-redondas, minicursos, oficinas, rodas de conversa, comunicações orais e pôsteres. O CFP integra mais de 80 dessas atividades.

A solenidade contou com a conferência magna “Bem-Viver no caos”, conduzida por Débora Noal, que abordou a relação entre o fazer da Psicologia e a vida em um mundo de eventos extremos.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destacou que o 7º CBP é um dos mais importantes espaços de reafirmação do projeto ético-político da Psicologia no Brasil. “Este Congresso é um convite: que futuro queremos construir para a Psicologia brasileira e para o país que desejamos?”, pontou.

Alessandra Almeida ressaltou a necessidade de enfrentar os impactos das crises climáticas e socioambientais sobre a saúde mental e de fortalecer o diálogo com movimentos sociais, reafirmando o compromisso da categoria com a democracia, a dignidade humana e os direitos. 

A conselheira do CFP e presidenta da comissão organizadora do 7º CBP, Juliana Guimarães, enfatizou o caráter inclusivo do encontro, destacando a diversidade regional e internacional presente. “Receber participantes das cinco regiões do Brasil e de outros países da América Latina e da Europa nos enche de orgulho e reafirma o caráter plural, democrático e inclusivo deste encontro”, disse. 

Juliana Guimarães também ressaltou o papel das entidades, equipes técnicas e pessoas voluntárias na construção da sétima edição, além dos avanços em acessibilidade, como tradução em Libras, espaço família e ponto de cuidado, reafirmando o compromisso do Congresso com a inclusão. “Queremos que cada pessoa, seja estudante, docente ou profissional, se sinta acolhida e representada, porque a Psicologia só tem sentido quando é para todas as pessoas”, acrescentou. 

Representando o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), o conselheiro do CFP Antônio Virgílio Bastos destacou a importância da pluralidade e da ação conjunta das entidades. “O CBP materializa o esforço de uma Psicologia ética, crítica e socialmente referenciada, capaz de responder às complexas demandas da sociedade contemporânea”, afirmou. 

Resistência e transformação 

A mesa de abertura também ressaltou que o 7º CBP coincide com o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, reforçando a conexão entre ciência, cultura e justiça social. O evento dialoga com debates globais, como os da COP30 em Belém/PA, que destacam o protagonismo das comunidades tradicionais na luta contra a crise climática.

CFP protagoniza debates sobre ciência e profissão no 7º Congresso Brasileiro Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) realizam, de 19 a 22 de novembro, o 7º Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (CBP).

Com o tema “Crises globais e impactos locais: caminhos para a Psicologia como ciência e profissão”, o encontro será realizado pela primeira vez entre Brasília e Taguatinga, no Distrito Federal, com apoio da Universidade Católica de Brasília (UCB).

Para o Conselho Federal de Psicologia, o Congresso representa um espaço estratégico para o fortalecimento da atuação científica e profissional de psicólogas e psicólogos, marcado pela construção coletiva sempre reafirmando o compromisso da Psicologia com os direitos humanos e com a democracia em tempos de crise.

Além de coorganizar o evento, o CFP terá cinco salas temáticas e participação ativa com mais de 80 atividades conduzidas por integrantes do XIX Plenário, incluindo 35 mesas-redondas, 12 oficinas, 10 simpósios no campo da ciência e profissão, nove diálogos latino-americanos, três premiações, uma comunicação oral e um minicurso. Também estão previstos lançamentos de revistas e livros produzidos pela autarquia.

As cinco salas temáticas irão dialogar sobre os temas direitos Humanos e interseccionalidades, Lei 13.935/2019 – Prestação de serviços de Psicologia e de Serviço Social nas redes públicas de educação básica, Psicologia e políticas públicas, Revista Diálogos e Rede latinoamericana de Periódicos de Psicologia (PePsic). Ao menos 15 atividades estão previstas.

A programação é uma oportunidade para refletir sobre os desafios contemporâneos da profissão.

Transmissões abertas ao público

Embora a participação em toda a programação seja presencial e exija inscrição prévia no site oficial do CBP, as conferências magnas e premiações do CFP contarão com transmissões abertas ao público pelo canal oficial do CFP no YouTube.

Na quarta-feira (19), a partir das 17h, será iniciada a transmissão da cerimônia de abertura e, às 18h30, ocorrerá a conferência magna Bem-Viver no caos: qual Psicologia sustenta a vida em um mundo de eventos extremos?, conduzida por Débora Noal.

Na quinta-feira (20), das 18h às 19h30, acontecerá a transmissão da conferência magna Democracia e Justiça Social: os desafios da Psicologia na defesa dos direitos humanos, ministrada por Iolete Ribeiro, ocasião em que o CFP entregará a 3ª edição do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo: Práticas Para Uma Psicologia Antirracista.

Já na sexta-feira (21), das 18h às 19h30, será transmitida a conferência magna Avanços tecnológicos e digitalização da vida: transformações no trabalho e nas relações sociais, com Sigmar Malvezzi, seguida da entrega do Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia.

No sábado (22), último dia do evento, a transmissão aberta ao público terá início às 10h30 com a conferência magna Fazeres da Psicologia em um mundo em mudança: inovações e desafios para a formação e atuação profissional, conduzida por Luciana Mourão, acompanhada da premiação Avaliação Psicológica e Justiça Social.

Às 16h, será realizada a transmissão da conferência magna Crises ambientais e sustentabilidade: Psicologia e promoção da saúde e bem-viver, com Raquel Diniz, seguida do encerramento oficial do evento.

Percurso do 7º CBP

A cerimônia de abertura do 7º CBP: Ciência e Profissão acontece no dia 19, às 17h, no Centro Comunitário Athos Bulcão (CCAB) da Universidade de Brasília (UnB), com atividades culturais e a conferência “Bem-viver no caos: qual Psicologia sustenta a vida em um mundo de eventos extremos?”.

Nos dias seguintes, de 20 a 22 de novembro, a programação se concentra no campus da UCB, em Taguatinga/DF, com conferências, simpósios, diálogos, mesas redondas, oficinas, minicursos, rodas de conversa, comunicações orais e posters. O evento é voltado a psicólogas(os), estudantes, docentes, profissionais de áreas afins e usuárias(os) dos serviços de Psicologia, promovendo o intercâmbio de saberes e práticas que fortalecem a atuação científica e profissional da categoria no Brasil e em países latino-americanos e lusófonos.

O 7º CBP está estruturado em quatro eixos temáticos que orientam sua programação. O primeiro eixo aborda as crises ambientais e a sustentabilidade, com foco na Psicologia como promotora da saúde e do bem-viver. O segundo trata dos avanços tecnológicos e da digitalização da vida, explorando as transformações no trabalho e nas relações sociais.

O terceiro eixo discute a democracia e a justiça social, destacando os desafios da Psicologia na defesa dos direitos humanos. O quarto eixo contempla os fazeres da Psicologia em um mundo em constante mudança, refletindo sobre inovações e desafios para a formação e atuação profissional.

Confira as atividades do Conselho Federal de Psicologia no 7º CBP

 

Em colóquio inédito, CFP e CFMV dialogam sobre vínculos entre humanos e animais no cuidado em saúde mental

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, em 30 de outubro, do I Colóquio sobre Saúde Mental e Laços entre Pessoas e Animais, realizado na sede do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), em Brasília/DF. O encontro reuniu profissionais da Psicologia e da Medicina Veterinária para debater temas que envolvem o bem-estar humano e animal, com foco na saúde mental de profissionais e na relação afetiva entre pessoas e animais em contextos terapêuticos.

A iniciativa do CFMV surgiu diante do crescente número de casos de depressão, burnout e suicídio entre médicos-veterinários e zootecnistas, que motivou a criação da Comissão de Atenção à Saúde Mental do Médico-Veterinário e do Zootecnista (CASM). O convite ao CFP teve como objetivo fortalecer o diálogo interinstitucional e fomentar estratégias conjuntas para enfrentar os desafios que envolvem o cuidado em saúde.

Entre os temas abordados no colóquio estiveram o luto pela perda de animais de estimação, o uso de animais em práticas psicoterápicas e a ausência de regulamentação no Brasil sobre os chamados animais de suporte emocional.

Representando o CFP no colóquio, o conselheiro-secretário Rodrigo Acioli, psicoterapeuta cognitivo-comportamental e especialista em neuropsicoterapia, destacou a importância da parceria entre os conselhos e o impacto da atuação profissional sobre a saúde mental.

“Poucas pessoas sabem que médicos-veterinários e zootecnistas enfrentam altos índices de adoecimento psíquico. Essa interlocução entre as profissões é essencial para promover saúde mental e construir práticas mais éticas e sensíveis”, pontuou o conselheiro federal.

Rodrigo Acioli abordou os aspectos psicoemocionais de atletas que praticam esportes com animais, além de discutir o papel da categoria científica e profissional na mediação de vínculos entre humanos e animais em contextos terapêuticos.

A psicóloga e médica-veterinária Ingrid Atayde, chefe do Setor de Comissões do CFMV, reforçou a relevância do evento e a expectativa de avanços concretos. “Precisamos construir, de forma coletiva, um guia de boas práticas ou até mesmo propor uma legislação que contemple o uso responsável de animais em contextos terapêuticos. A regulamentação dos animais de suporte emocional é urgente e deve ser conduzida com respaldo técnico das e dos profissionais da saúde mental”, ressaltou.

 

CFP reafirma cuidado e proteção de direitos das pessoas LGBTQIA+ na 4ª Conferência Nacional

Após quase 10 anos de interrupção, a 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ (4ª CONLGBTQIA+) voltou a acontecer — e trouxe  uma perspectiva de reconstrução. Realizada entre 21 e 24 de outubro, em Brasília/DF, a conferência teve como tema Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ e contou com a participação ativa do Conselho Federal de Psicologia (CFP). O encontro reafirmou o compromisso com a democracia e com a construção de políticas públicas mais inclusivas para essa população.

A conselheira do CFP Isadora Canto — também conselheira suplente do Conselho Nacional LGBTQIA+ e delegada da 4ª CONLGBTQIA+ — ressaltou a importância da presença da Psicologia no evento e o papel da categoria na promoção do cuidado, dos direitos humanos e no enfrentamento aos estigmas em torno das identidades LGBTQIA+. “Estamos aqui reafirmando o compromisso da Psicologia brasileira com a dignidade, a despatologização das orientações e das identidades trans, e com a construção de políticas públicas que reverberem nos territórios onde atuamos”.

O CFP atuou ativamente no grupo de trabalho (GT) sobre políticas públicas de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de violência e violação de direitos. As propostas desse eixo — compiladas em um documento com 203 sugestões oriundas de 524 contribuições das etapas estaduais, distrital e livres — foram debatidas, aprimoradas e encaminhadas para a seleção final, que elegeu cinco propostas, sendo uma considerada prioritária.

A proposta central prevê a criação, ampliação e manutenção de centros de referência e casas de acolhimento com atendimento integral e equipes multiprofissionais, articuladas aos sistemas de assistência social, saúde, educação e justiça, além de sugerir que essas unidades ofereçam moradia temporária, apoio à inserção no mercado de trabalho e fortalecimento da autonomia, com atenção especial a pessoas trans, travestis e grupos em condições de maior vulnerabilidade.

As outras quatro propostas incluem a elaboração de planos de proteção à população LGBTQIA+ amazônida frente às violências socioambientais; a criação de um Programa Nacional de Acolhimento com cobertura nacional e articulação intersetorial; o fortalecimento de delegacias especializadas com núcleos de atendimento à comunidade LGBTQIA+; e a instituição de serviço específico no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), com foco em identidades de gênero e infâncias dissidentes.

“O conjunto de propostas selecionadas destacam a importância da acessibilidade, do atendimento humanizado e da inclusão de populações historicamente marginalizadas”, pontuou a conselheira federal.

Encaminhamentos

O documento final da 4ª CONLGBTQIA+ é composto por um conjunto de 80 propostas aprovadas — sendo 16 prioritárias, oriundas de 16 GTs — , apresentado e aprovado na plenária de encerramento, em 24 de outubro.

O documento servirá de base para a formulação da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, instituída na cerimônia de abertura, em 21 de outubro, quando a ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, Macaé Evaristo, assinou as portarias que oficializam essa política e também a de Trabalho Digno, Educação e Geração de Renda para a população LGBTQIA+.

Organizada pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, em parceria com o Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, a conferência reuniu cerca de 1.500 participantes e mobilizou mais de 21 mil pessoas nas etapas preparatórias. A programação contou com mesas temáticas, painéis e GTs sobre enfrentamento à violência, geração de renda, trabalho digno e formulação de políticas públicas inclusivas.

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Eleições 2025: Assembleia de Delegadas(os) Regionais ratifica consulta à categoria nas eleições para nova gestão do Conselho Federal de Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) concluiu na quarta-feira (5) a etapa final do seu processo eleitoral, por meio da Assembleia de Delegadas(os) Regionais. Realizada na sede do CFP, em Brasília/DF, a atividade oficializou a eleição da Chapa 21Psicologias em Confluência: construir equidade valorizando profissionais — para compor o XX Plenário do CFP, que exercerá o mandato de 2025 a 2028. A cerimônia de posse está marcada para 13 de dezembro, após a realização da Assembleia de Políticas da Administração e das Finanças (APAF).

A eleição das conselheiras e conselheiros federais foi precedida por uma ampla consulta nacional à categoria, realizada concomitante às eleições dos Conselhos Regionais, entre 23 e 27 de agosto de 2025, de acordo com o Regimento Eleitoral estabelecido pela Resolução Administrativa-Financeira nº 10/2024. Com 128.931 votos válidos, a consulta indicou preferência pela Chapa 21, que obteve 26,28% dos votos. Embora não tenha caráter deliberativo, esse rito ofereceu importante referência para a decisão final da Assembleia de Delegadas(os) Regionais, reforçando o compromisso democrático do processo.

A Assembleia de Delegadas(os) Regionais é instituída nos termos do artigo 21 da Lei Federal nº 5.766 de 1971, que dispõe sobre a criação e o funcionamento do Sistema Conselhos de Psicologia, sendo composta por duas(dois) representantes eleitoras(es) de cada Conselho Regional de Psicologia (CRP), totalizando 48 pessoas que contemplam os 24 conselhos regionais. Participaram da assembleia 46 conselheiras e conselheiros delegados, bem como a presidenta do CFP Alessandra Almeida e a Comissão Eleitoral Especial.

Para que uma chapa fosse eleita, era necessário o voto favorável de pelo menos dois terços das(os) delegadas(os) presentes. Com 40 votos, a Chapa 21 — Psicologias em Confluência: construir equidade valorizando profissionais foi confirmada como a nova composição do CFP, em consonância com a escolha da categoria na consulta nacional. A Chapa 23 — Avançar a Psicologia recebeu quatro votos, a Chapa 24 — Muda Psicologia obteve dois votos e a Chapa 22 — Frente em Defesa da Psicologia Brasileira não recebeu votos.

Diversidade e representatividade

Um dos destaques da assembleia foi a diversidade presente entre as pessoas representantes. Participaram pessoas pardas, negras, brancas, trans, com deficiência, indígenas e mulheres, reforçando o compromisso da Psicologia com a inclusão e a pluralidade de vozes.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, que conduziu os trabalhos da assembleia, destacou: “A diversidade que vemos aqui hoje é reflexo de uma Psicologia que se compromete com a transformação social e com a escuta de múltiplas realidades. É essa pluralidade que fortalece nossa atuação científica e profissional”.

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CFP lança edição especial da Revista PCP sobre Formação e Internacionalização da Psicologia

Quais são os desafios enfrentados por instituições e pesquisadoras(es) do Sul Global no processo de internacionalização? Como a Psicologia pode internacionalizar-se mantendo sensibilidade e respeito às realidades locais? Essas e outras questões são discutidas na edição especial da Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP) do CFP, lançada durante o XI Congresso da Associação Latinoamericana para a Formação e o Ensino da Psicologia (ALFEPSI). O material coloca em evidência os diferentes contextos na América Latina, Caribe e países de língua portuguesa.

A edição eletrônica do periódico já está disponível (confira aqui) na plataforma da SciELO para acesso.

A conselheira-tesoureira do CFP e editora da Revista PCP, Neuza Guareschi, explica que o fascículo foi pensado a partir das  ações estratégicas do XIX plenário do Conselho Federal de Psicologia. Dentre elas, a conselheira federal destaca o movimento de internacionalização da Psicologia brasileira e as incidências no campo da formação profissional.

De acordo com Neuza Guareschi, em encontros do CFP com colégios de psicólogos e psicólogas de vários países da América Latina, ficou evidenciada uma série de desafios relacionados à formação e ao exercício profissional. “Assim como no Brasil, outras nações também têm enfrentado diferentes circunstâncias que preocupam a formação. Então, o que a gente pensou, foi esse número especial da Revista Psicologia: Ciência e Profissão sobre formação e internacionalização. Esse número tem início com uma entrevista concedida pelo presidente da IUPSIM, o psicólogo German Gutierrez, e depois a gente passa a debater e refletir  sobre a formação na América Latina”, relata.

Também compõem o material questões relacionadas a práticas profissionais, ao estágio, à avaliação psicológica e à Neuropsicologia. “Outras questões importantes da formação estão presentes nesse número, principalmente a defesa da formação  presencial e os desafios associados à inteligência artificial”, destaca a editora da Revista PCP.

Sobre a PCP

Criada por meio da Resolução CFP 26/1979, a Revista Psicologia: Ciência e Profissão é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.

Sua principal missão é contribuir para a formação profissional da(o) psicóloga(o) brasileira(o), assim como disseminar  o conhecimento produzido por aquelas(es) que pesquisam e/ou atuam na área da Psicologia.

Saiba mais:

Leia a edição especial da Revista PCP sobre Formação e Internacionalização da Psicologia

Leia os artigos da Revista PCP publicados este ano.

Saiba como publicar na Revista PCP.

CFP reafirma compromisso com envelhecimento digno e participativo na conferência livre preparatória à 6ª CONADIPI

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou, em 19 de setembro, a conferência livre Psicologia e velhices plurais: proteção de direitos, enfrentamento às violências e fortalecimento dos conselhos de direitos, transmitida ao vivo pelo canal do CFP no YouTube.

O evento (disponível aqui e aqui) contou com a participação de 241 pessoas de diversas regiões do país, incluindo estudantes e profissionais da Psicologia, pesquisadoras(es), gestoras(es), representantes de conselhos e de entidades da sociedade civil. O objetivo foi contribuir com a elaboração de propostas para a 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (6ª CONADIPI), que ocorrerá de 16 a 19 de dezembro, em Brasília/DF.

A conferência livre buscou fortalecer a atuação da Psicologia nos debates sobre envelhecimento, enfrentamento às violências contra pessoas idosas e consolidação dos conselhos como instrumentos de controle social e formulação de políticas públicas. A metodologia adotada combinou mesa de abertura, falas temáticas organizadas em três dos cinco eixos da 6ª CONADIPI, grupos de trabalho e plenária final.

Ao todo, a atividade do CFP resultou em seis propostas, duas para cada eixo. No eixo sobre proteção à vida, saúde e cuidado integral, destacaram-se propostas como a ampliação da atenção psicológica no SUS e a implantação de centros de cuidado integral e convivência. No eixo voltado ao enfrentamento das violências contra pessoas idosas, os diálogos resultaram em proposições que incluem a qualificação de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), Sistema Único de Assistência Social (SUAS), sistemas de Justiça e Educação, além da intensificação da fiscalização das instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) e ações de vigilância da violência no contexto domiciliar.

Já no eixo sobre a consolidação dos Conselhos de Direitos da Pessoa Idosa como política de Estado, foram priorizadas propostas que buscam garantir orçamento próprio, formação continuada e a criação de um observatório nacional dos conselhos, bem como o fortalecimento da participação popular, com protagonismo das pessoas idosas e de suas famílias.

A conselheira federal Rosana Éleres de Figueiredo, representante do CFP no Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa e delegada para a 6ª CONADIPI, destacou a escuta qualificada das realidades locais e a capacidade de síntese coletiva como marcas da conferência livre. “Os debates evidenciaram a relevância de integrar as dimensões de saúde, cuidado, proteção social e participação política, sempre sob uma perspectiva interseccional, reafirmando o compromisso da Psicologia com um envelhecimento digno, protegido e participativo”, pontuou. 

A íntegra das propostas elaboradas na conferência livre já foi encaminhada à Comissão Organizadora da 6ª CONADIPI e está disponível para consulta.

Etapa nacional

A 6ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa é uma iniciativa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), por meio da Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (SNDPI) e do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDPI). 

O evento abordará o tema Envelhecimento multicultural e democracia: urgência por equidade, direitos e participação, reafirmando a importância de políticas públicas que considerem as múltiplas velhices e garantam o direito de envelhecer com dignidade.

O CFP Participa. O CFP Orienta. A Psicologia Transforma!

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CFP participa do IX Seminário Novos Horizontes da Pós-Graduação em Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, nos dias 13 e 14 de outubro de 2025, do IX Seminário Novos Horizontes da Pós-Graduação em Psicologia, realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa/PB.

O evento foi promovido pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), em parceria com a Coordenação de Área de Psicologia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e contou com o apoio do CFP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Ao reunir coordenadores e representantes de programas de pós-graduação em Psicologia de todas as regiões do país, o seminário teve como foco o aperfeiçoamento do sistema nacional de pós-graduação, a qualificação das pesquisas científicas e a construção de estratégias para o fortalecimento da área em nível nacional e internacional.

Representando o CFP, o conselheiro federal Virgílio Bastos participou da conferência de encerramento, com a palestra “Que profissionais estamos formando? Formação do docente-pesquisador”, apresentando uma análise detalhada da produção científica da pós-graduação em Psicologia no Brasil.

Baseado em dados da avaliação quadrienal da CAPES de 2021, o estudo apresentado por Virgílio Bastos revelou a distribuição dos projetos de pesquisa em diferentes níveis de complexidade e aplicabilidade, desde produções teóricas até intervenções práticas. O conselheiro destacou a importância de preservar a diversidade de enfoques nos programas acadêmicos e profissionais, equilibrando a produção científica com o impacto social.

“A diversidade de projetos demonstra a riqueza da pós-graduação em Psicologia no Brasil. Precisamos avançar em modelos de avaliação que reconheçam a pluralidade de perfis e as contribuições dos programas para a sociedade”, afirmou Virgílio Bastos.

Painéis e conferências

A programação oficial contemplou debates sobre política científica, inovação social, ações afirmativas, avaliação da pós-graduação e formação docente, entre outros temas relacionados ao desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão.

Além da participação do CFP, a programação contou com conferências e painéis com especialistas da CAPES, do CNPq, de instituições de ensino superior e de fóruns permanentes da ANPEPP. Os debates abordaram temas como avaliação da pós-graduação no quadriênio 2025-2028; desafios das políticas científicas para as ciências humanas e sociais; perspectivas para doutorados profissionais na área da Psicologia; políticas de ações afirmativas na pós-graduação; e publicação científica e ética em pesquisa e impacto social.

O evento foi encerrado com a Assembleia Geral Ordinária da ANPEPP, que deliberou sobre encaminhamentos institucionais e reforçou a importância da articulação entre programas de pós-graduação, entidades científicas e órgãos de fomento.