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Conbipe discute cognição no futebol e preparação de atletas

O primeiro dia do IX Congresso Internacional e do XVI Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte e do Exercício (Conbipe) deu prosseguimento na tarde desta quinta-feira com discussões sobre cognição e futebol e sobre personalidade de atletas brasileiros, além de um workshop sobre a preparação de atletas e treinadores para as grandes competições. No início da noite, nove salas foram disponibilizadas para debates de temas livres.

A primeira mesa da tarde desta quinta-feira (14), sobre cognição, reuniu os professores Varley Teoldo da Costa, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Israel Teoldo da Costa, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), e Alcides Scaglia, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Varley Teoldo da Costa tratou sobre Neuropiscologia aplicada ao futebol. Ele abordou os modelos das funções executivas nas habilidades cognitivas e suas características. Destacou pesquisas segundo as quais há diferença nas capacidades cognitivas entre experts e não experts, mostrando vídeos de experimentos com profissionais e amadores do golfe e do futebol, citando o norte-americano Tiger Woods (golfe) e o brasileiro Neymar. Esses profissionais usam uma menor área do cérebro para o desenvolvimento de suas habilidades.

O pesquisador também apresentou projetos do Laboratório de Psicologia do Esporte da UFMG, entre eles Avaliação das Funções Executivas no Futebol Sub-20 e Funções Executivas no Futebol. Costa contou que esse último, realizado com 54 atletas de clubes de melhor estrutura e 50 atletas de clubes pequenos de Minas Gerais, verificou diferença significativas em aspectos como memória de trabalho, controle inibitório, flexibilidade cognitiva e processo de informações. Ele alertou que precisa haver um recorte para os clubes das demais regiões do país, embora ele diga que esses métodos são respaldados em outras pesquisas.

Ao final, avaliou que o psicólogo do Esporte no futebol brasileiro enfrenta obstáculos em níveis educacionais, capacidades comportamentais, físicas, metodologia de treino, capacidade técnica, capacidade tática.

Avaliações

Israel Teoldo da Costa discorreu sobre fatores que influenciam a formação de jogadores inteligentes e criativos. Em sua fala, o professor da UFV falou sobre a avaliação dos aspectos táticos e cognitivos no futebol. Ele fez uma analogia entre corpo e mente humanos e as partes física (hardware) e lógica (software) de uma máquina. Criticou a tradicional ênfase na parte física. “Por que estamos preocupados somente com hardware? Não é a quantidade de treino e força, mas a forma como você aplica. Aí entramos na questão do software”, disse.

O pesquisador da UFV lembrou defendeu que a liberdade e a criatividade devem obedecer a um mínimo de regras de ação e princípios de ação de jogo. “Como se avalia? Sem avaliação o resultado pode ser muito falho. Influência tanto na parte física quanto na sobrecarga cognitiva”, disse. Ele fez, ainda, considerações sobre o Sistema de Avaliação Tática no futebol (FUT-SAT).

Scaglia, por sua vez, versou sobre o tema “Processo organizacional e sistêmico dos jogos: um estudo aplicado sobre futebol”. Na sua palestra, abordou o contexto da Pedagogia da Rua e sua trajetória nessa pesquisa.  Nesse sentido, ele apontou a diferenças do treino tradicional no futebol para outros e cursos de Educação Física, que, segundo disse, reproduzem modelos cartesianos. Para o professor da Unicamp, a busca de modelo deve ser em processos criativos e não de automação, como tradicionalmente era feito.

Ele discorreu, ainda, sobre a metodologia de ensino/treinamento do futebol pautado na Pedagogia do Jogo, o caso do Paulínia FC, clube paulista de futebol no qual trabalhou por cinco anos capacitando os profissionais e categorias de base.  Ao final, apresentou exemplo dos jogadores Gabriel Jesus (Palmeiras) e Fabinho (Mônaco), que fizeram parte da equipe sub-20 do Paulínia.

Personalidade

A segunda mesa da tarde teve como tema “Personalidade de Atletas Brasileiros”. Os debatedores foram a professora da Universidade de São Paulo (USP) Kátia Rúbio; a professora da Universidade Católica de Brasília (UCB) Gislane Ferreira Melo, representante da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp); e a representante do Coletivo Ampliado em Psicologia do Esporte do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Luciana Ferreira Ângelo, também do Instituto Sedes Sapientae. A mediação do debate foi realizada pela presidente do CFP, Mariza Borges.

Em sua palestra sobre “Mulheres olímpicas”, Gislane Melo apresentou dados de pesquisa desenvolvida, bem como histórias de dificuldades e superações. Conforme contabilizou, 444 atletas brasileiras participaram dos Jogos Olímpicos de 1932 até 2012. Apesar de iniciarem em 1932, ela cita que é nos anos 1980 que cresce o número expressivo de mulheres nas Olimpíadas, diante do empoderamento, do intercâmbio e do aprimoramento dos treinos.

Examinando a distribuição geográfica das esportistas, Gislane comentou sobre o êxodo delas para grandes centros internacionais, processo que, pontuou, começa a ser estabilizado. Ela mencionou a condição das praticantes de ginástica e do hipismo que começam muito cedo e tem suas infâncias privadas pela alta carga de treinamento. Por outro lado, a pesquisadora mostrou uma surpresa positiva em relação à escolaridade das atletas. “Várias mulheres com mestrado, administração e marketing esportivo. Arquitetura esportiva. Cinquenta e quatro por cento do atletismo e 25% de futebol. Setenta e dois por cento do judô são formadas em Educação Física e trabalham com judô. Poucas abandonaram o esporte para serem mães”, reforçou.

“O Pós-atleta: oportunidade para o campo de trabalho” foi o tema explanado por Luciana Ângelo. Ela sublinhou que é um grande desafio, pois, segundo disse, muitos não se preparam para o futuro após o esporte, e, mesmo aqueles que o fazem, seguem para áreas correlatas. “Há poucos programas na categoria de base para que eles possam escolher ou não serem profissionais, bem como há pouco na transição dos profissionais e pouquíssimos tem área de orientação profissional”, observou.

A representante do Coletivo Ampliado (Psicologia do Esporte) destacou a utilização do life design com possibilidade de adaptabilidade (enfrentamento), narrabilidade (temas de vida, fiel a si mesmo) e postura ativa (planos e projetos). Ela informou ainda que o Comitê Olímpico Internacional (COI) orientou um programa de intervenção nos dez anos finais de atletas e o estímulo ao que eles gostam de fazer e metas reais. “Por isso a educação, e o auxílio incentivaria uma qualidade nessa formação”, complementou.

Kátia Rúbio falou sobre a busca da pesquisa pelos temas de Psicologia do Esporte e as razões para focar nos atletas olímpicos. A pesquisadora passou por aspectos de anamnese, história oral, história de vida e narrativas bibliográficas. Ela citou os vários recortes que fez sobre atletas olímpicos, entre as quais a explicação para termos mulheres medalhistas apenas a partir de 1996, apesar de a participação feminina brasileira remontar a 1932.

Outro ponto lembrado foi a importância da humanização da abordagem na pesquisa. A palestrante mostrou o caso de um atleta olímpico que foi pego no antidoping e desistiu da natação. Ela recordou todo o procedimento que fez com esse ex-profissional em sua pesquisa. Ao final, criticou o fato de o COB não chamar 600 atletas do país para carregarem a tocha olímpica antes dos Jogos do Rio de Janeiro, ressaltando o aspecto humano. “Ser psicólogo do Esporte é isso, estar contato com a vida das pessoas, mais do que contribuir com resultados, vitórias ou medalhas”, concluiu.

O encerramento se deu com o worshop internacional “Continuing Education Workshop: Preparing athletes and coaches for major competitions”, com apresentações e painel dos pesquisadores Ernest Hung (Taiwan), Alecandre Garcia-Mas (Espanha) e Thomas Schack (Alemanha).

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Congressos de Psicologia do Esporte têm início

Impacto da Psicologia Positiva na POT é tema do próximo debate online

“O Movimento da Psicologia Positiva e seus Reflexos na Psicologia Organizacional e do Trabalho (POT)” é o tema do próximo debate online organizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP). A atividade, na terça-feira (19), aborda o que se pode esperar dessa interface em termos de produção de conhecimento e de atuação profissional em futuro breve.

Participam da discussão as psicólogas Ana Cláudia Vasquez, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA); Maria Cristina Ferreira, da Universidade Salgado de Oliveira (Universo); e Maria do Carmo Fernandes Martins, da Universidade Metodista de São Paulo. O mediador é Magno Macambira, da Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT).

“A Psicologia Organizacional e do Trabalho, como a Psicologia, dedicou-se predominantemente a estudar os aspectos negativos que afetam trabalhadores e organizações”, explica Maria do Carmo. “Há mais de 50 anos, já havia críticas a esse foco exagerado. A reação veio com o surgimento da Psicologia Positiva, há pouco mais de 15 anos, que produziu e produz impactos na POT.”

Uma influência direta foi o surgimento da abordagem do Comportamento Organizacional Positivo, que defende um enfoque em características que se possa desenvolver, avaliar e gerenciar. A Psicologia Positiva também propõe focar fenômenos anteriormente investigados em POT, como engajamento, satisfação no trabalho, bem-estar, suporte, vínculos com trabalho e florescimento, na tentativa de destacar forças e virtudes humanas que impactem variáveis da área. Sem negar o papel dos aspectos positivos, busca-se identificar como as qualidades podem colaborar para evitar problemas e contribuir com resultados para o indivíduo e a organização.

Você pode acompanhar o debate ao vivo pelo nosso canal de vídeo e participar via redes sociais enviando perguntas pelo e-mail eventos@cfp.org.br ou usando a hashtag #PapoPsi.

Congressos de Psicologia do Esporte têm início

A contribuição da Psicologia do Esporte para o rendimento olímpico e paralímpico. Com esse tema, foram abertos nesta quinta-feira (14), no Centro de Atividades Acadêmicas (CAD-1) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte, o IX Congresso Internacional e o XVI Congresso Brasileiro de Psicologia do Esporte e do Exercício (Conbipe).

Nos próximos três dias, mais de 400 profissionais e estudantes de todo o Brasil e de outros países discutirão pesquisas, tendências e práticas aplicadas à área. O evento é organizado pela UFMG e conta com o Conselho Federal de Psicologia (CFP) como um dos apoiadores.

A cerimônia inicial prestou homenagem aos professores Dietmar Samulski (póstuma) e Luis Carlos Moraes (homenagem aos 25 anos do Laboratório de Psicologia do Esporte da UFMG). Participaram a pró-reitora da UFMG Adelina Reis, a presidente do CFP, Mariza Borges, o presidente da comissão organizadora do evento, Franco Noce, a professora Maria Regina Brandão (Programa de Mestrado e Doutorado em Educação Física e do curso de Psicologia da Universidade São Judas Tadeu/SP) e os presidentes dos conselhos Federal e Regional de Minas Gerais de Educação Física, Jorge Steinhilber e Claudio Boschi.

Noce apontou a importância do evento e do crescimento da Psicologia do Esporte. O professor também ressaltou a importância da reunião entre os presidentes dos Conselhos Federais de Educação Física e de Psicologia na busca de projetos e parcerias.

Equipes multiprofissionais

Mariza destacou que o CFP acompanha e deve incorporar e aprender com os profissionais da Psicologia do Esporte conhecimento científico e técnico para que a Autarquia possa legislar e fiscalizar o exercício. Ela constatou que os profissionais da área conseguiram edificar um campo de trabalho e pesquisa que era incipiente. “Portanto, é importante sabermos onde estão, o que fazem os psicólogos e as psicólogas do Esporte para buscarmos as melhores relações de trabalho e eles possam continuar avançando”, reforçou. A autarquia tem pesquisa sobre a área em andamento em seu site – clique para participar.

Falta de planejamento e de legados das Olímpiadas para o Esporte brasileiro foram alvo de crítica de Steinhilber, que defendeu a criação de equipes multiprofissionais para um bom desenvolvimento da área. O dirigente reforçou a importância dos conselhos profissionais não apenas para as respectivas categorias, mas para a sociedade. “Não é o esporte que promove integração e tira a criança da rua. Isso é um erro na mídia. Não basta praticar esportes para resolver a educação. Tenhamos visão de que esporte é um meio e não fim”, disse.

Segundo Adelina, o momento é delicado não apenas no que diz respeito à política, mas também à escassez de recursos para apoio. Segundo ela, o brasileiro tem capacidade de sobreviver às situações mais complicadas. Para a pró-reitora, o evento é realizado em um evento crucial e de grande repercussão para o Brasil com a realização das Olimpíadas e Paralimpíadas do Rio de Janeiro. “Eventos e oportunidades que a Psicologia do Esporte precisa aproveitar”, pontuou, citando ainda os congressos como momentos de debate.

Conferência

Após a cerimônia inicial, a conferência de abertura contou com a presidente da Abepeex, Maria Regina Ferreira Brandão, o treinador de voleibol do Montes Claros e campeão olímpico Talmo Curto e o representante do Comitê Paralímpico Brasileiro, Edilson Alves da Rocha.

Maria Regina remeteu à composição da mesa, que reuniu um gestor, um atleta e uma psicóloga. Segundo ela, é importante compreender a pirâmide do esporte olímpico e isso é iniciado nas escolas, a exemplo de Cuba. A psicóloga fez um paralelo entre a preparação dos atletas olímpicos e a dos paralímpicos, dando ênfase a estes.  Apresentou os desafios e riscos que o atleta paralímpico passa como propósito de vida, recursos, vulnerabilidade e possíveis problemas.

Por sua vez, Talmo Curto iniciou mostrando sua trajetória de vida e no vôlei, contando a relação com a família, bem como a influência psicológica nos Jogos Olímpicos de 1992, em que foi medalha de ouro com a seleção brasileira. O técnico lembrou uma pesquisa feita com os colegas de equipe e mostrou alguns obstáculos que podem atrapalhar e contribuir para um campeão.

De acordo com Edilson Alves, o esporte paralímpico vem da academia e, por meio dela, o Comitê Paralímpico Brasileiro é estruturado em equipe multiprofissional de apoio e aprimoramento dos atletas, com a Psicologia do Esporte como elemento importante.

Com esse planejamento, Alves mostrou a evolução da delegação brasileira de Barcelona 1992 para Londres de 2012, quando saiu do 37º para o sétimo lugar no quadro geral de medalhas. Segundo ele, o objetivo é chegar em quinto no Rio 2016 e manter o Brasil no grupo de países que estão entre os dez primeiros.

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CFP participa de seminário sobre o Sistema Único de Assistência Social

Participação política e controle democrático são os temas centrais do IV Seminário Nacional do Fórum Nacional de Trabalhadores e Trabalhadoras do Sistema Único de Assistência Social (FNTSUAS), que será realizado nesta sexta-feira (15) e no sábado (16) em Florianópolis (SC). O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participará do evento.

Os debates do Seminário pretendem qualificar e fomentar a participação de usuários (as) e trabalhadores (as) do Sistema Único de Assistência Social (Suas) no fortalecimento do poder popular frente ao avanço do conservadorismo no Brasil.

O CFP será representado na atividade pelos membros do coletivo ampliado do autarquia, Enrico Braga e Leovane Gregório, integrantes da coordenação executiva da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (Conpas).

“A proposta do Seminário é mobilizadora no sentido de que sugere estratégias conjuntas e almeja estabelecer uma aliança estratégica na luta pela manutenção dos direitos socioassistenciais e no avanço na qualidade da oferta de serviços, projetos, programas e benefícios”, avalia Braga. “O CFP, como entidade nacional participante e representativa no FNTSUAS, entende que é fundamental, para a categoria e para agenda da sociedade,  posicionar-se ao lado de trabalhadores e usuários-cidadãos para qualificar o campo da participação popular e representação nos espaços de controle democrático.”

O Seminário acontece na Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e as inscrições podem ser feitas online ou presencialmente no link 

Saiba mais sobre o evento.

Conselheiros debatem importância de efetivar comissões do CNS

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, nos dias 6 e 7, da 280ª Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Saúde (CNS), em Brasília, quando foram debatidos, dentre outros temas, a regionalização dos recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) como parâmetro na equidade no financiamento da saúde pública brasileira e a importância da recomposição das atividades das comissões que integram a instância. A plenária do CNS realizou, ainda, um ato de defesa ao SUS, em comemoração ao Dia Mundial da Saúde (7 de abril).

“Tivemos uma discussão importante sobre as comissões que compõem e prestam assessoria ao Pleno do CNS”, explica Semíramis Vedovatto, representante do CFP na instância e coordenadora da Comissão Intersetorial de Saúde Mental (Cism). “São mais de 20, mas nem todas estão funcionando. A discussão centrou-se na avaliação das comissões e na necessidade de otimizá-las (juntando temáticas).”

A Cism foi efetivada na reunião de março de 2016. Coordenada pelo CFP e a pela União Brasileira de Mulheres (UBM), tem como membros os conselhos federais de Farmácia e de Serviço Social, a Associação Brasileira de Terapeutas Ocupacionais, a Associação Brasileira de Autismo, a Federação Nacional de Pessoas com Anemia Falciforme, o Movimento Nacional da População de Rua, o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial (MNLA), o Conselho Federal de Fonoaudiologia e a Rede InterNúcleos da Luta Antimanicomial (Renila).

A Reunião Ordinária do CNS, que tinha como pauta o planejamento estratégico, abordou, também, a análise da situação das doenças dengue, zika vírus e sífilis, além da falta de medicamentos. O encontro contou, ainda, com a apresentação e a aprovação do terceiro trimestre das ações do Ministério da Saúde (MS), do Relatório Anual de Gestão, assim como das recomendações das diretrizes do SUS.

SUS e Reforma Psiquiátrica

A partir do lema “Defender o Sistema Único de Saúde (SUS) é defender a democracia”, conselheiros, secretários e o ministro da Saúde, Marcelo Castro, realizaram ato público para marcar o Dia Mundial da Saúde. Mais de duas centenas de pessoas realizaram um abraço simbólico no prédio do MS, na Esplanada dos Ministérios.

Já no Congresso Nacional, com o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Psiquiátrica, deputados, integrantes de órgãos governamentais e entidades e militantes enfatizaram a necessidade de manter as instituições mobilizadas pelas políticas de saúde contrárias à lógica manicomial e pelos direitos das pessoas que têm transtorno mental ou problemas com uso de álcool e outras drogas, em especial as crianças e adolescentes.

Frente reúne mais de 250 parlamentares pela reforma psiquiátrica

Foi lançada nesta quarta-feira (6), com a assinatura de cerca de 270 parlamentares, a Frente Parlamentar em Defesa da Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial na Câmara dos Deputados. A cerimônia fez parte das atividades para marcar os 15 anos da Lei nº 10.216.

A Frente tem como missão garantir os avanços, ampliar direitos e principalmente lutar contra os retrocessos, como a nomeação para cargos públicos de pessoas que não estejam alinhadas aos princípios da reforma.

O grupo será coordenado de forma colegiada pelos deputados e deputadas Erika Kokay (PT-DF), Adelmo Leão (PT-MG), Angelim (PT-AC), Chico D’angelo (PT-RJ), Margarida Salomão (PT-MG), Maria do Rosário (PT-RS), Odorico Monteiro (Pros-CE) e Edmilson Rodrigues (Psol-PA).

“A Frente veio em boa hora como forma de mobilização do Legislativo e como forma de alavancar os processos de mudanças necessários para que a reforma psiquiátrica se efetive realmente”, avalia a representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no Conselho Nacional de Saúde (CNS), Semíramis Vedovatto. “É uma boa novidade em meio a um cenário nebuloso e conservador, com uma série de ameaças de retrocessos na democracia e nas políticas de saúde, em especial a reforma psiquiátrica brasileira.” Ela coordena a Comissão Intersetorial de Saúde Mental (Cism) no CNS e também representa o CFP no Fórum das Entidades Nacionais dos Trabalhadores da Área de Saúde (Fentas).

Mais de 100 pessoas participaram do evento de lançamento. Deputados, integrantes de órgãos governamentais e entidades e militantes enfatizaram a necessidade de manter as instituições mobilizadas pelas políticas de saúde contrárias à lógica manicomial e pelos direitos das pessoas que têm transtorno mental ou problemas com uso de álcool e outras drogas, em especial as crianças e adolescentes. Houve também testemunhos emocionados de representantes de usuários e familiares.

“A Cism também terá papel fundamental neste processo como instância de controle social e órgão assessor e deliberativo do Conselho Nacional de Saúde”, pontua Semíramis, que na atividade foi acompanhada pela coordenadora adjunta da Comissão, Carmem Lucia Paz.

Evento

À tarde, palestras deram continuidade à data de comemoração e mobilização na Faculdade de Saúde da Universidade de Brasília (UnB). Foi lembrado o histórico da reforma psiquiátrica brasileira, bem como a construção da política de nacional de saúde mental, álcool e outras drogas.

Os presentes discutiram, ainda, os novos desafios da atenção psicossocial no Sistema Único de Saúde (SUS) e da luta antimanicomial. Leia mais sobre o assunto.

Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

CFP participa de seminário sobre transparência e boas práticas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) enviou seus representantes para participarem do seminário “Diálogo Público – Transparência e Boas Práticas nos Conselhos de Fiscalização Profissional”, na sede do Tribunal de Contas da União (TCU), nesta quinta-feira (7). O evento reuniu em Brasília diversas autarquias federais e regionais de profissões regulamentadas pelo país.

O CFP foi representada por sua presidente, Mariza Monteiro Borges, e seu vice-presidente, Rogério Oliveira, bem como por integrantes dos departamentos Jurídico, Administrativo/Financeiro, Gerência Técnica e Comunicação, que os acompanharam para coleta de informações importante para o bom funcionamento da Autarquia.

Programação

O seminário do TCU foi dividido em dois momentos. Pela manhã, depois da abertura feita pelo presidente do Tribunal, ministro Aroldo Cedraz, o ministro Weder de Oliveira explanou sobre “Visão geral sobre os conselhos de profissão: orçamento, licitação, transparência”.  No momento seguinte, os auditores do órgão Carlos Bozak e Luciane Lucena explicaram o Acórdão nº 96/2016, por maio do qual aquela corte apresenta recomendações e determinações para os conselhos de profissão quanto à Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011).

À tarde, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU) apresentou sua experiência em contratações compartilhadas. Também foram apresentadas orientações do TCU sobre quais conselhos enviarão relatórios de gestão e quais encaminharão contas ordinárias para aquela corte.  Ao final, foram tiradas dúvidas em temas como licitações, contratos, diárias e outras questões relevantes para as autarquias.

Orientações

A presidente do CFP, Mariza Borges, destacou que os técnicos do TCU fizeram uma elucidativa análise do Acórdão nº 96 e que a Autarquia precisará reformular o que foi pensado para o Portal da Transparência. “Hoje tivemos a clareza de que isso tem que ser feito para todo o nosso Sistema Conselhos”, relatou. “As prestações de contas e as informações de todos os Conselhos (Regionais e do Conselho Federal) devem estar reunidas no mesmo portal e não (disponíveis) isoladamente. Isso muda um pouco a nossa perspectiva em termos da ferramenta que nós implementamos e que teremos agora que discutir como ajustá-la ou mesmo buscar uma outra.”

Mariza disse que, para estar em pleno acordo com o solicitado pelo TCU, o Sistema Conselhos de Psicologia precisará se reunir para buscar esse entendimento.

Transparência

O presidente do TCU, ministro Aroldo Cedraz, destacou a importância do seminário para o aperfeiçoamento da função precípua do Tribunal, que é a busca pelo aperfeiçoamento nos serviços públicos. “Acreditamos que a transparência cada vez mais se constitui em um pilar fundamental à jovem democracia brasileira”, ressaltou.

Cedraz pontuou também que os resultados da auditoria aos conselhos federais e regionais de profissão mostra que a Lei de Acesso à Informação tem mostrado uma mudança de referencial, que algumas autarquias profissionais já vem seguindo. “Os avanços do TCU estão mudando o paradigma. O sigilo agora é exceção, e não regra, como antigamente”, reforçou.

Eleições no Sistema Conselhos acontecem em agosto

O próximo processo eleitoral para o Sistema Conselhos acontece entre os dias 24 e 27 de agosto de 2016. Nesse sentido, desde o ano passado o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem promovendo uma série de ações – como a enquete sobre a manutenção do voto pela Internet – e produzindo materiais que subsidiem os profissionais sobre esse importante momento de participação da categoria na vida institucional da autarquia.

Para votar, o (a) profissional da Psicologia precisa estar em dia com a anuidade do Conselho Regional de Psicologia correspondente e os dados cadastrais precisam estar atualizados.

O recadastramento pode ser feito aqui. Com a atualização dos dados, os (as) profissionais que residem a mais de 50 km do posto de votação de seu CRP receberão o kit de votação e poderão optar por votar por Internet ou correspondência.

Eleição 2013 em números

De acordo com os dados da última eleição, 84.643 profissionais da Psicologia participaram do pleito, divididos da seguinte maneira: 18.524 votaram por correspondência ou nos postos instalados pelo Brasil e 66.119 deram seu voto, pela primeira vez, de forma online.

A possibilidade do uso pela Internet culminou em um aumento de 13,26% no número total de votantes em relação ao pleito anterior. Em 2010, a participação foi de 74.730 psicólogos e psicólogas com cadastros ativos no CFP.

Proteção Social Básica é o tema do próximo debate online

Proteção Social Básica é o tema do próximo debate online promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), no dia 8 de abril. A discussão dá continuidade ao ciclo proposto para 2016 sobre a atuação dos (as) psicólogos (as) no Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Participam as psicólogas Lívia Maria Fontana e Silvana de Oliveira e o psicólogo Robenilson Moura Barreto, com moderação de Carla Ribeiro, da Comissão Nacional de Assistência Social (Conpas) do CFP. A atividade ocorre das 15h às 17h, com transmissão pelo YouTube.

“O objetivo é pensarmos sobre as práticas das (os) profissionais de Psicologia nos Centros de Referência de Assistência Social ”, diz Carla. “A área de Proteção Social Básica se caracteriza por ações que fortalecem o exercício da função protetiva das famílias, bem como seus vínculos internos e com a comunidade.”

Você pode acompanhar o debate ao vivo pelo nosso canal de vídeo e participar via redes sociais enviando perguntas pelo e-mail eventos@cfp.org.br ou usando a hashtag #PapoPsi

O eixo orientador do ciclo de debates sobre o Suas é o relato de práticas e identificação dos diversos fazeres compatíveis com a profissão.

Link da transmissão: https://www.youtube.com/watch?v=MAX22Vbk6k8&feature=youtu.be

Nova Tabela de Honorários para serviços de Psicologia será elaborada

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) firmaram parceria para elaboração da nova Tabela de Referência Nacional dos Psicólogos – a Tabela de Honorários.

Dois eixos estão previstos no documento. O Projeto 1 consiste no levantamento dos valores cobrados por psicólogas (os) para atendimento em todo o país. No 2, serão levantadas informações sobre a inserção desses profissionais no mercado de trabalho brasileiro.

Os responsáveis pelo acompanhamento do projeto no CFP serão os conselheiros Maria da Graça Côrrea Jacques e Roberto Moraes Cruz. Maria da Graça – que vem acompanhando todo o processo desde a realização de uma pesquisa conjunta com a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) – explica que a demanda por uma tabela com valores para honorários de serviços prestados por psicólogas (os) é constante entre a categoria. “A parceria com o Dieese se deu pela qualidade dos serviços deste órgão em estudos dessa natureza”, diz.

Projetos

Estão previstas as seguintes ações no Projeto 1: avaliação de dados cadastrais; elaboração de questionário, formulação de estratégia metodológica; sistematização dos dados; ponderação de amostra; elaboração de gráficos e tabelas contendo os resultados, elaboração de relatório final, contendo metodologia e todos os resultados da pesquisa; reuniões entre contratante e contratada para definição e discussão das etapas do processo, assim como para a apresentação dos resultados parciais e finais.

O Projeto 2 usará os seguintes mecanismos: definição do escopo do estudo com base em dados secundários, formulação da estratégia metodológica, pesquisa na base de dados da Pesquisa Nacional por Amostragem Domiciliar (Pnad), sistematização dos dados, apresentação de resultados, entrega de relatórios com os resultados obtidos, reuniões entre a contratante e a contratada para definição e discussão das etapas do processo, assim como para a apresentação dos resultados parciais e finais.

A Pnad tem uma base de dados com significativo número de psicólogas (os), o que permite um importante conjunto de informações sobre a categoria, que será disponibilizado.

Pesquisa preliminar

De setembro a novembro de 2014, CFP e Fenapsi realizaram uma consulta pública sobre os itens que deveriam constar na atualização da Tabela.

A consulta foi respondida por meio de formulário online, disponibilizado nos sites do CFP e da Fenapsi, e continha questões relativas ao perfil do participante e perguntas sobre a funcionalidade do documento, além da avaliação de nomenclaturas das categorias elencadas atualmente: Diagnóstico Psicológico, Orientação e Seleção Profissional, Orientação Psicopedagógica, Solução de Problemas Psicológicos, Acompanhamento e Orientação Psicológica e Assessoria em Psicologia.

A edição 110 do Jornal do Federal apresentou os dados desse levantamento. Clique aqui e confira.