CFP participa da Jornada Baiana de Psicologia do Tráfego

No mês que marca as mobilizações em prol da conscientização no trânsito, conhecido como Maio Amarelo, o  Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou no dia 25 de maio da Jornada Baiana de Medicina e Psicologia do Tráfego. O encontro teve como objetivo disponibilizar conteúdos atualizados para a especialização contínua da Psicologia do Tráfego aos profissionais do estado. A conselheira do CFP, e também diretora científica da Associação Brasileira de Psicologia do Tráfego (Abrapsit), Juliana Guimarães, esteve presente representando a autarquia na mesa de abertura, palestrando sobre a importância da perícia psicológica e acompanhando as atividades da jornada.

O diálogo reuniu psicólogas(os) e médicos(as) de clínicas credenciadas no Detran-BA e auxiliou as(os) profissionais no cumprimento da exigência da Portaria Detran BA Nº 059/2021, que determina às clínicas credenciadas a participação em seminários, jornadas, fóruns, congressos e reuniões promovidas pelo Detran, pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), pela Abrapsit e pelos Conselhos de Psicologia e Medicina.

Essa normativa tem como objetivo otimizar rotinas e procedimentos para melhor atender ao público e a divulgação de pesquisas científicas na área da Medicina de Tráfego e da Psicologia do Tráfego.

Para a conselheira Juliana Guimarães, a jornada foi a oportunidade de promover a atualização dos participantes por meio de discussões e debates sobre a importância da Psicologia do Tráfego e as contribuições que ela pode trazer para a sociedade. O espaço também serviu para atualizar sobre a contribuição da psicologia na prevenção dos sinistros no trânsito e da luta e apoio em defesa do PL 4.111/2023 (que Altera a Lei nº 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), para exigir a avaliação psicológica de todos os motoristas a partir da primeira habilitação.).

Durante a atividade, foram analisados como a profissional da Psicologia atua nessa área atualmente. Pela manhã foram abordadas questões administrativas, os impactos na defesa de uma mobilidade humana segura e inclusiva, além de atualizações sobre alguns testes para a avaliação psicológica nesse contexto.

Também foram abordadas quais atualizações desses testes estão disponíveis para o estado da Bahia, incluindo novos lançamentos e como são aplicadas no contexto local. Ainda foram temas a entrevista psicológica, a perícia psicológica, e como o sono afeta a atenção e a memória e, consequentemente, a segurança no tráfego.

“É importante que a psicóloga observe todos esses fatores. Estamos nos atualizando para aprimorar cada vez mais a atuação profissional na ponta, buscando a promoção da saúde e a preservação da vida”, conclui a conselheira.

Psicologia do Tráfego

A Psicologia do Tráfego é uma especialidade da Psicologia que busca contribuir não apenas na atuação profissional da psicóloga(o), mas também nos debates e reflexões acerca do comportamento, espaço urbano, autocuidado, o cuidado com o próximo e com a cidadania, e próprio conceito de sujeito situado.

Para apoiar a atuação de psicólogas e psicólogos neste campo, o CFP conta com uma série de normativas e publicações. Confira:

Resolução CFP nº 01/2019: institui normas e procedimentos para a perícia psicológica no contexto do trânsito.
Resolução CFP nº 06/2019: Institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pela(o) psicóloga(o) no exercício profissional.
Resolução CFP nº 31/ 2022: Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo, regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos – SATEPSI.
Cartilha Avaliação Psicológica 2022 – CFP.

 

CFP abre consulta pública para as  Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas para a População em Situação de Rua 

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), abre consulta pública, no período de hoje até 19 de julho, para que as(os) psicólogas(os) de todo o país possam contribuir com a futura publicação “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas para a População em Situação de Rua”.

A consulta pública é uma das etapas que antecedem o lançamento de uma referência técnica para orientar profissionais da Psicologia de todo o país. O objetivo desta fase é que psicólogas e psicólogos possam fazer contribuições a fim de aprimorar o documento, tornando o processo de elaboração mais democrático e participativo. 

Inovação

Uma inovação desta consulta é a possibilidade de as (os) profissionais dos serviços de referência, que atendem a população em situação de rua, fazerem uma escuta  de seus usuários e usuárias, respondendo com eles as seguintes questões: “Como as políticas públicas podem ser efetivas para as pessoas em situação de rua?”; “Como o conhecimento e a prática psicológica contribuem para processos de fortalecimento das pessoas em situação de rua?”

A participação da população atendida não é obrigatória. 

Passo a passo da Consulta Pública

Para participar da consulta pública  Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas para a População em Situação de Rua, é preciso seguir as seguintes orientações:

1) Baixe e leia a versão preliminar do texto destinado à consulta pública – acesse aqui o documento.

2) Em seguida, acesse o link do formulário (https://pt.surveymonkey.com/r/crepop_pop_rua ) e faça suas contribuições ao documento, considerando cada eixo que organiza a Referência Técnica.

A consulta pública ficará aberta até 19 de julho de 2024. Após o término do prazo, todas as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, que trabalhará para construção da versão final para publicação.

Sobre o Crepop

O Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) é uma iniciativa do Sistema Conselhos de Psicologia (CFP e CRPs) voltada a promover a qualificação da atuação profissional de psicólogas e psicólogos que atuam nas diversas políticas públicas.

Além de um papel técnico, o Crepop tem um importante papel ético e político. Ético no que tange à qualificação profissional, orientando um fazer alinhado com a garantia de direitos e a transformação de vidas. Político por se tratar de um espaço que demarca as contribuições da Psicologia para o campo das políticas públicas, voltadas para a transformação social.

Acesse o site do Crepop e confira as Referências Técnicas já lançadas: https://crepop.cfp.org.br

CFP adota medidas para fortalecer inclusão e formas acolhedoras da diversidade

Diminuir barreiras que impedem a efetiva inclusão de pessoas com deficiência, promovendo formas acolhedoras da diversidade e um espaço mais democrático, acessível e inclusivo para todas as pessoas.

Sob essa perspectiva, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) mobilizou um conjunto de medidas para propiciar mais acessibilidade arquitetônica, atitudinal e instrumental às(aos) participantes da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF), realizada nos dias 25 e 26 de maio, em Brasília/DF.

O encontro reúne, duas vezes ao ano, integrantes do Conselho Federal e dos Conselhos Regionais de Psicologia para debater e definir coletivamente diretrizes e temas centrais do exercício profissional da categoria e do funcionamento financeiro e administrativo dos 24 Conselhos Regionais e do CFP. 

Essa foi a terceira APAF conduzida pelo XIX Plenário do Conselho Federal de Psicologia e contou com a participação de dez delegadas e delegados com algum tipo de deficiência, incluindo pessoas cegas, surdas ou com mobilidade reduzida, entre outras condições.

“O CFP está dando início, nesta edição da APAF, a uma série de medidas para fortalecer a acessibilidade na Assembleia. Diversas ações estão sendo realizadas para proporcionar um espaço mais inclusivo, que contemple pessoas com diferentes deficiências”, destacou o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, durante a abertura do evento.

Entre as medidas implementadas estão adaptações no espaço físico e mobiliário, cartilhas orientadoras, oferta de equipamentos de promoção da acessibilidade, alimentação adequada, bem como audiodescrição, uso de libras e a presença de uma cão guia a Bela, que auxiliou a participação da delegada Estrela Rodrigues, representante do Conselho Regional de Psicologia do Ceará.

“A APAF é um espaço de grande relevância para debate e deliberações e é construído coletivamente, devendo, portanto, ser também espaço de acolhimento e de conforto para todas as pessoas”, destacou o presidente do CFP.

Formas acolhedoras da diversidade

Em sua fala, o presidente do CFP apresentou ao público participante indicações sobre como cada pessoa presente poderia colaborar para tornar a Assembleia da APAF mais inclusiva. O que se busca, destacou Pedro Paulo Bicalho, é o reconhecimento e alteridade dos diferentes modos de existência. “Promover formas acolhedoras da diversidade é algo que muda nossa forma de nos relacionarmos simbólica e afetivamente com a diferença da deficiência”.

Em depoimento à plenária da Assembleia, a pessoa surda em transição e conselheira do CRP-20, Jucimara Bernardes, destacou a disponibilização de recursos inclusivos na APAF.

“[Na APAF] hoje, o Conselho Federal de Psicologia me emociona porque ele está inclusivo em sua totalidade. Desde a hora em que a gente chega, a cartilha que a gente recebeu, esse é um cuidado que emociona”, disse a conselheira.

Bernardes pontuou que as adaptações realizadas acolheram o grupo de pessoas com diferentes deficiências. “Essa gestão e os colegas técnicos do CFP estão nos dando algo incrível. O surdo total também já vai poder estar aqui e isso é muito importante porque muitas vezes ainda não há essa sensibilidade”.

Política institucional de promoção da acessibilidade

Nos dias que antecederam o início da APAF, todo o corpo funcional do Conselho Federal de Psicologia foi sensibilizado para acolher o público participante do evento em uma perspectiva de promoção da acessibilidade.

Entre as atividades, uma reunião com a conselheira-secretária do CFP, Izabel Hazin, que apresentou conceitos relacionados, entre outros, à inclusão, cultura de acesso e combate ao capacitismo.

“Esse foi um importante espaço de troca de informações e de formação das equipes, que também são muito diversas. O foco está no reconhecimento da deficiência com alteridade, uma diferença ou singularidade a ser considerada no encontro, e não como falta”.

Hazin destaca que os marcos legais e os padrões técnicos, embora extremamente necessários, nunca serão suficientes. “É preciso uma mudança na atitude, no comportamento, na disponibilidade para se transformar, fazer as coisas de outro jeito, com base na relação com o outro e no modo como se é interpelado e movido pelas diferenças”.

III Mostra SUAS: Etapa Norte recebe inscrições até 9 de julho 

Entre 27 de maio e 9 de julho poderão ser realizadas as inscrições para a Etapa Norte da III Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no Sistema Único de Assistência Social (SUAS). O evento ocorrerá nos dias 12 e 13 de julho em Manaus/AM. 

Podem participar profissionais, professoras(es), pesquisadores e estudantes de Psicologia que atuem na assistência social ou em políticas públicas correlacionadas. Outras(os) trabalhadoras(es) que colaboram com psicólogas(os) nessas áreas também são convidadas(os) a participar. 

As pessoas interessadas devem se inscrever exclusivamente pelo site da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS), do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Organizado em colaboração com os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todo o país, o evento busca estimular a reflexão sobre a atuação da Psicologia no contexto da assistência social, destacando a importância do trabalho intersetorial e da participação social na efetivação dos direitos socioassistenciais.

Nesta edição, a Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) tem como tema “SUAS: O trabalho da Psicologia na efetivação dos direitos socioassistenciais”, abordando cinco eixos principais: Psicologia na atuação intersetorial do SUAS; Direitos humanos na diversidade dos territórios; Interseccionalidade no SUAS; Territórios Amazônicos e direitos humanos; e O trabalho da Psicologia e a sua participação social.

Submissão de trabalhos

Os trabalhos podem ser submetidos até 19 de junho, nas modalidades de “comunicação oral” (relato de experiência e relato de pesquisa) e “exposição” (poster). 

Cada autora(or) poderá submeter até duas propostas principais, alinhadas aos eixos temáticos do evento.

Cronograma da Etapa Norte:

  • Período de Inscrições: 27/05/2024 a 09/07/2024
  • Submissão de Trabalhos: 27/05/2024 a 19/06/2024
  • Divulgação do Resultado Preliminar: 24/06/2024
  • Recebimento de Recursos: 25/06/2024 a 27/06/2024
  • Divulgação do Resultado Final: 01/07/2024

Para obter mais informações, acessar o edital completo e realizar sua inscrição, visite o site da CONPAS (conpas.cfp.org.br).

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Dados sobre letalidade da população LGBTQIA+ são apresentados ao Plenário do CFP

Em 2023, 230 pessoas LGBTIQIA+ foram mortas de forma violenta no país, representando uma morte a cada 38 horas. Dessas, 184 foram causadas por assassinato (80%), 18 por suicídio (7,8%) e outras 28 (12,2%) em decorrência de outras motivações.

Os dados são do Dossiê 2023: Mortes e violências contra LGBTI+ no Brasil, apresentado ao plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), na sexta-feira (17), data que marcou o Dia Internacional da Luta contra a LGBTQIA+fobia. O levantamento foi elaborado pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, que reúne um conjunto de entidades da sociedade civil de referência na área.

“Ao apontar o quanto as identidades de gênero e orientações sexuais dissidentes ainda são fatores relevantes na motivação dos crimes de ódio, com indícios de discriminação como premissa fundamental da ocorrência, e pela forma como são perpetrados, muitas vezes com requintes de crueldade, esse documento conscientiza a população, incita ao engajamento cívico e preserva a memória histórica da LGBTQIA+fobia brasileira”, registra o documento.

O dossiê também denuncia que a LGBTQIA+fobia estrutural pode levar a um intenso sofrimento ou mesmo à retirada da própria vida pela situação de vulnerabilidade, figurando entre os motivos propulsores dos suicídios mapeados pela publicação.

Para o conselheiro e titular do CFP na Comissão Nacional de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (CNAIDS), Roberto Chateaubriand, “sob a ótica da Psicologia, as mortes e violências revelam o impacto que os diversos aspectos da intolerância LBGTQIA+fóbica produzem na construção de subjetividades, que tornam corpos LGBTQIA+ vulneráveis ao ódio e à diferença percebida diante de um padrão arbitrário de comportamento que tem a heterossexualidade como norma”, pontua.

Psicologia e População LGBTQIA+

A Psicologia brasileira tem atuação histórica em defesa da promoção de direitos da população LGBTQIA+. O conselheiro Chateaubriand lembra que, em vigor há mais de duas décadas, a Resolução CFP 01/1999 – que define normas de atuação para a categoria em relação à questão da orientação sexual  –  foi e ainda é decisiva para o compromisso ético da Psicologia com o reconhecimento da diversidade presente na orientação sexual dos sujeitos como vivências e expressões legítimas e merecedoras de abordagens despatologizantes.

“A Resolução CFP 01/1999 abriu caminho, ao longo de seus 25 anos de vigência, para a institucionalização do debate sobre direitos LGBTQIA+ nas mais diversas esferas políticas, produzindo efeitos para além de seu escopo original, a saber, normatizar o exercício profissional baseado nos direitos humanos e na ética do cuidado do sujeito, reconhecendo que o sofrimento das pessoas LGBTQIA+ se lastreia mais nas opressões e violências vividas no seio de uma sociedade assentada em valores machistas, patriarcais e heteronormativa do que na inadequação psíquica dessas pessoas diante de suas orientações sexuais e/ou identidade de gênero”, destacou o conselheiro.

Roberto Chateaubriand ressalta que a escolha do CFP como interlocutor para o debate de formas de enfrentamento à LGBTQIA+fobia se traduz como reconhecimento ao trabalho histórico da instituição no sentido de materializar o seu compromisso ético de respeito aos direitos humanos e de reafirmação do direito ao livre exercício da sexualidade, nas suas mais diversas expressões.

“Ser parceiro dos movimentos sociais na luta por uma sociedade igualitária, respeitosa e acolhedora em que todos, todas e todes encontram lugar, livres de violência física, moral ou psicológica, coroa os esforços e trabalho de uma categoria compromissada com a vida”, finalizou Chateaubriand.

Compromisso ético da Psicologia

A Psicologia, enquanto ciência e profissão, tem historicamente se posicionado em defesa dos direitos das pessoas LGBTQIA+. Nessa direção, o CFP ocupa lugar de referência na promoção de ações relacionadas à defesa dessas populações, realçando que as homossexualidades e as expressões trans não podem ser tratadas como patologias.

A Resolução CFP nº 1/1999 formalizou a compreensão de que a sexualidade é uma construção subjetiva do sujeito e, por isso, as homossexualidades não constituem doença, distúrbio ou perversão.

Ao longo dos anos, a normativa passou a representar um marco para a Psicologia brasileira, abrindo caminho para outras resoluções voltadas à atuação profissional da categoria em temas relacionados às orientações sexuais, identidades e expressões de gênero.

Confira algumas publicações do CFP que abordam a temática:

Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs

Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas, Psicólogos e Psicólogues em Políticas Públicas para População LGBTQIA+

Código de Ética Profissional das Psicólogas e dos Psicólogos

Sobre o Observatório

O Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil é uma instância da sociedade civil autônoma, protagonizada pela parceria entre a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), Acontece – Arte e Política LGBTI+ e a Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT). Desde 2020, essas instituições têm sistematizado dados sobre as violências e as violações de direitos sofridas pela comunidade LGBTQIA+ brasileira.

As informações são apresentadas à sociedade como forma de denúncia, fornecem evidências para a formulação e execução de políticas públicas alinhadas com as demandas civis referentes ao combate à LGBTQIA+fobia contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, mulheres e homens trans, pessoas transmasculinas, pessoas não-binárias e demais dissidências sexuais e de gênero.

III Mostra SUAS: inscrições abertas para a Etapa Sul a partir desta terça

A partir desta terça-feira, 21 de maio, estão abertas as inscrições para a Etapa Sul da “III Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no Sistema Único de Assistência Social (SUAS): o trabalho da Psicologia na efetivação dos direitos socioassistenciais”

O evento é organizado pela Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS) do Conselho Federal de Psicologia (CFP), sendo conduzida em parceria com os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todo o país.

Nesta edição, a etapa regional será realizada nos dias 5 e 6 de julho em Porto Alegre/RS. Para participar do evento, as inscrições devem ser feitas até o dia 2 de julho, exclusivamente por meio de formulário eletrônico disponível no site da CONPAS.

Em sua terceira edição, o evento busca possibilitar a reflexão acerca do fazer da Psicologia na Política de Assistência Social, reconhecendo-se a potência da atuação da ciência psicológica no enfrentamento das desigualdades sociais e na efetivação dos direitos socioassistenciais, sob a perspectiva do compromisso ético e social da Psicologia.

A participação na Mostra é aberta a todas(os) as(os) profissionais, professoras(es), pesquisadoras(es) e estudantes de Psicologia que atuem na política de assistência social e nas demais políticas públicas com ações conjuntas na execução intersetorial de ofertas socioassistenciais. Também podem se inscrever demais trabalhadoras(es) que atuem em conjunto com profissionais da Psicologia nestas políticas.

Quanto à submissão de trabalhos, poderão ser encaminhadas propostas nas modalidades “comunicação oral” (nas categorias relato de experiência e relato de pesquisa) e “exposição” (categoria pôster). De acordo com o regramento, cada proponente poderá ter a autoria principal em, no máximo, duas propostas (que devem estar relacionadas a um dos eixos temáticos).

As propostas de trabalho a serem submetidas devem ser de experiências de atuação ou pesquisa, de psicólogas(os) na Política de Assistência Social, ainda que em atuações interdisciplinares ou intersetoriais. 

Acompanhe o cronograma da Etapa Sul:

Inscrições para a etapa – De 21/5/2024 a 2/7/2024
Submissão de trabalhos – 21/05 a 10/06/2024
Divulgação do resultado preliminar – 14/06/2024
Recebimento de recursos – De 17 a 19/06/2024
Divulgação do resultado – 21/06/2024

Realize a sua inscrição e garanta a sua participação. A íntegra do edital com todas as informações está disponível em conpas.cfp.org.br.

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Psicologia do Esporte: V Encontro Norte-Nordeste é realizado em Pernambuco

Fomentar discussões de temáticas pouco debatidas na Psicologia do Esporte é de fundamental importância para a atuação de profissionais da Psicologia e para a sociedade. Esse foi um dos objetivos do V Encontro de Norte-Nordeste de Psicologia do Esporte (ENEEPE), realizado de 2 a 4 de maio na Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF), em Petrolina/PE. O evento teve o apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Com o tema “Esporte, Saúde Mental e Inclusão: Interfaces na Psicologia do Esporte”, o encontro contou com a participação de estudantes, profissionais e especialistas no campo do Esporte. 

A programação do V ENEEPE contou com mesas temáticas, cine debate, roda de conversa e conferência magna. 

CFP na Psicologia do Esporte

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi representado pelo conselheiro Rodrigo Acioli. Além de participar da abertura do V ENEEPE, Acioli também esteve na roda de conversa com representantes de Conselhos Regionais e Federal de Psicologia e Associações de Psicologia do Esporte.

O representante do CFP destacou a importância do encontro, lembrando da primeira edição em São Luís/MA em 2016 e a perspectiva de uma maior descentralização nas discussões sobre Psicologia do Esporte, que, segundo ele, na época, se concentravam nas regiões Sul e Sudeste do País, embora as regiões Norte e Nordeste já continham um expressivo número de profissionais neste campo, mas sem a mesma atenção nos debates. 

O conselheiro do CFP também abordou o apoio do CFP à atividade desde o primeiro encontro. “Entendo que é um encontro que vem para agregar, para multiplicar, para expandir a Psicologia do Esporte no Brasil, por isso o CFP está no apoio a ele desde a primeira edição. Então é um espaço de encontros, de desenvolvimento, de debate e de consolidação da Psicologia do Esporte”, reforça.

Durante o evento, representantes do CFP, CRPs e entidades da Psicologia do Esporte se reuniram em uma roda de conversa. Segundo Rodrigo Acioli, o momento foi importante para aproximar os profissionais e os estudantes do Sistema Conselhos de Psicologia, bem como para ações que o CFP/CRPs têm realizado na temática. O conselheiro também destacou que o espaço constitui um  um estímulo aos Regionais que ainda não têm Grupos de Trabalho  em Psicologia do Esporte a criarem os respectivos grupos de trabalhos em suas regiões. 

Sobre o ENEEPE

O evento surgiu como uma proposta do antigo GT de Psicologia do Esporte da Assembleia das Políticas da Administração e das Finanças (APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia em prol do fortalecimento da especialidade nas Regiões Norte e Nordeste e teve o apoio da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (ABRAPESP) – entidade integrante do Fórum das Entidades da Psicologia Brasileira (FENPB). 

O ENNEPE ocorre a cada dois anos, sendo que sua primeira edição foi realizada em 2016, no Maranhão, na cidade de São Luís, com o tema “Desafios e Perspectivas da Psicologia do Esporte para uma atuação ética e multiprofissional”. Em 2018 o evento foi realizado em Fortaleza (Ceará), com o tema “Formação, Práticas e Pesquisas: Desafios e Conquistas”. Em 2020, o evento ocorreria na cidade de Manaus, no entanto, devido à pandemia de COVID-19, foi modificado para o formato remoto, trazendo o tema “Aproximações e Distanciamentos: Movimentos da Psicologia do Esporte no Norte-Nordeste brasileiro”. O penúltimo, com o tema “A Psicologia do Esporte no enfrentamento das desigualdades”, foi realizado em 2022 na cidade de Teresina/PI. A próxima edição será daqui a dois anos (2026) em Salvador/BA.

CFP participa de seminário sobre alta letalidade de pessoas sob custódia do Estado

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou na quarta-feira (8) do seminário “Letalidade nos espaços de privação de liberdade: uma questão de justiça e saúde pública”. O diálogo reuniu representantes de órgãos públicos e de entidades da sociedade civil.

Realizado pelo Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) e organizado pelas comissões permanentes de Direitos da População Privada de Liberdade e do Direito Humano à Alimentação Adequada, o seminário foi idealizado a partir de denúncias sobre as graves violações aos direitos humanos e à alta letalidade de pessoas sob custódia do Estado brasileiro.

“O cenário é completamente desolador. De tortura persistente, extra-muros, porque além da tortura física dentro dos espaços de privação de liberdade, a tortura psicológica está muito presente”, explica a conselheira e vice-presidenta do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Alessandra Almeida, que coordena a Comissão Permanente de Direitos da População Privada de Liberdade e integra a atual composição da mesa diretora do CNDH.

Alessandra Almeida destaca que não só a saúde mental das pessoas encarceradas fica fragilizada, mas também a de familiares e pessoas próximas, “por toda a gama de situações que passam, como a de ver seu ente em situações muitas vezes deploráveis”, pontua.

Com transmissão aberta ao público, o seminário apresentou à sociedade e a órgãos governamentais e do sistema de justiça histórias que evidenciam violações de direitos de pessoas privadas de liberdade. “A proposta foi chamar o Estado brasileiro para que nos auxilie no desafiador enfrentamento a essa política de morte que é operacionalizada no sistema carcerário brasileiro”, destacou a conselheira e vice-presidenta do CFP.

Violação de direitos

Alessandra Almeida conta que, para além das mortes violentas, a falta de acesso à saúde e assistência psicossocial, bem como a fome ocasionada pela alimentação inadequada, a baixa qualidade da água e a insalubridade, estão entre os fatores que contribuem para o adoecimento e morte de pessoas em situação de cárcere.

Para salientar os índices alarmantes de mortalidade de pessoas privadas de liberdade, a programação foi subsidiada por dados da pesquisa Letalidade prisional: uma questão de justiça e de saúde pública, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Nesse cenário, no qual as condições degradantes do sistema penitenciário figuram como engrenagens constitutivas das mortes por doenças, observa-se a existência de um verdadeiro massacre, simbolizado pelo fato de que, somente entre os anos de 2014 e 2017, dos 6.368 presos e presas que morreram nos cárceres brasileiros, 3.670 casos (57,6%) foram classificados como ‘mortes naturais’. Desses óbitos, 472 nem sequer foram esclarecidos, sendo categorizados pelos distintos estados como ‘causa indeterminada’”, enumera a pesquisa.

Como desdobramento do encontro, as(os) representantes das comissões permanentes de Direitos da População Privada de Liberdade e do Direito Humano à Alimentação Adequada pretendem construir uma Recomendação ao governo brasileiro, “para que sejam providenciadas ações práticas para ao menos mitigar a letalidade prisional por meio de políticas públicas, bem como garantir melhores condições no acesso à alimentação adequada, saúde e bem-estar desta população”, destaca Alessandra Almeida.

A Psicologia no sistema prisional

“A Psicologia brasileira tem reconhecida atuação no sistema de justiça, é uma produtora de conhecimentos nesse campo há 40 anos, com especial atenção à luta pela exigibilidade dos direitos humanos de pessoas inseridas no sistema prisional”, ressalta a vice-presidenta do CFP.

Ela explica que profissionais e especialistas psicólogas(os) guardam conexão direta com o tema, referenciados no próprio Código de Ética da Profissão, no atendimento a pessoas encarceradas e seus familiares, e nas contribuições participativas nas instâncias de controle social e de defesa de direitos, não só nas unidades de reclusão, mas também no sistema socioeducativo e nas instituições totais, como comunidades terapêuticas.

Um exemplo recente está na oposição da Autarquia à realização de exame criminológico para progressão de regime de pessoas encarceradas, prevista na Lei 14.843/2024.

O Conselho Federal de Psicologia considera que a medida representa um verdadeiro retrocesso diante de um já fragilizado sistema prisional. Isso porque a realização do exame criminológico impõe à(ao) profissional da Psicologia a obrigatoriedade de um procedimento inadequado, em detrimento de sua autonomia e saber não apenas técnico-científico, mas também ético-político.

“Nos posicionamos de forma muito frontal contra o PL da Saidinha, por inúmeras razões, mas especialmente pela exigência do exame criminológico. Historicamente, nós construímos um argumento muito contundente, de que não é possível realizar esse tipo de atividade e, especialmente, prever se uma pessoa vai reincidir ou não”, explica a conselheira e vice-presidenta do CFP.

Para ela, “não é aceitável formar um perfil fechado de pessoas propensas ao crime. Nós entendemos que o encarceramento em massa brasileiro envolve outros elementos, como a situação dos ambientes em que estão as pessoas em situação de privação, por regra, espaços adoecedores e de tortura”. 

Sancionada em abril (com veto) pela presidência da República e atualmente em análise do veto pelo Congresso Nacional, a normativa, conhecida como Lei da Saidinha, dispõe ainda sobre o monitoramento eletrônico de pessoas sob custódia do Estado e restringe o benefício da saída temporária.

Saiba mais

Para saber mais sobre aspectos do sistema prisional brasileiro à luz da Psicologia, a atuação da categoria no sistema prisional, bem como dados sobre a situação carcerária no país, acesse o documento Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) no Sistema Prisional.

Revista PCP publica primeiros artigos de 2024

A Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP), periódico do Sistema Conselhos de Psicologia, disponibiliza para profissionais de todo o país seus primeiros artigos de 2024. Representações sociais da maternidade, trabalho escravo contemporâneo e subjetividades, dependência da internet por crianças e adolescentes, e estresse ocupacional entre profissionais da Psicologia fazem parte dos temas abordados nos textos recém-publicados.

Este ano, a revista completa 45 anos e, para marcar a data, lançou em  fevereiro seus canais oficiais no Instagram e no Facebook, visando ampliar o acesso de psicólogas e psicólogos ao conteúdo científico da Revista.

O material reúne mais de 60 artigos do fluxo contínuo com temáticas relacionadas à atuação profissional da(o) psicóloga(o), à pesquisa, ao ensino e  à reflexão crítica sobre a produção de conhecimento no campo da Psicologia. 

Sobre a Revista PCP

Criada por meio da Resolução CFP 26/1979, a Revista Psicologia: Ciência e Profissão é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.

Sua principal missão é contribuir para a formação profissional da(o) psicóloga(o) brasileira(o), assim como disseminar  o conhecimento produzido por aquelas(es) que pesquisam e/ou atuam na área da Psicologia.

Neuza Guareschi. conselheira do CFP e editora do periódico, explica que, para 2024, há uma grande expectativa em relação aos conteúdos. “Este número vai ser histórico. Iremos abordar os temas do Sistema Conselhos de Psicologia, como este foi se criando, se implementando e se desenvolvendo em várias áreas, tanto na estrutura de institucionalização como nas suas áreas de atividades para a categoria; quais foram as grandes questões que o Sistema Conselhos e o CFP, principalmente, tiveram que enfrentar e como foram se posicionando politicamente em trabalhos e ações para a categoria”, justifica. 

A conselheira ressalta ainda que o volume marca os 45 anos da Revista PCP, citando que haverá  um artigo especial sobre o CFP e os Conselhos Regionais de Psicologia e seus papéis na produção do  conhecimento.

Para os próximos meses, Neuza Guareschi explica que pretende continuar a desenvolver uma série de aperfeiçoamentos, aprimorando ações na própria estrutura da revista, nos conteúdos e na divulgação. “Estamos trabalhando os itens da revista naquilo que diz respeito tanto às informações para os autores como naquilo que diz respeito a esse periódico enquanto material que está  dentro do mundo científico da Psicologia e que também se posiciona de uma forma ética naquilo que estamos construindo de uma ciência aberta. Uma série de modificações estão sendo colocadas: dos seus informes, das suas orientações e do seu modo de publicação. Isso é, principalmente, o objetivo que estamos desenvolvendo para a qualificação deste periódico”,elucida.

Ainda no âmbito das celebrações da Revista PCP, está prevista para este ano uma edição especial sobre os 50 anos do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Confira a íntegra dos 12 primeiros artigos publicados pela Revista PCP em 2024:

Significados Atribuídos por Mulheres com Câncer de Mama ao Grupo de Apoio

Câncer Materno: A Compreensão da Criança e suas Representações

Trabalho Escravo Contemporâneo e Subjetividade: Considerações Psicossociais sobre Narrativas de Escravizado(a)s

Representações Sociais sobre Maternidade na Reprodução Humana Assistida: Discursos de Mulheres Inférteis

CREAS e Covid-19: Desafios e Perspectivas da Psicologia no Norte de Minas

Prevalência de Dependência da Internet e Fatores Psicológicos em Adolescentes durante a Pandemia de Covid-19

A Fase Terminal do Filho com Câncer: Percepções dos Profissionais Hospitalares

Demandas e Recursos para Predição da Síndrome de Burnout em Psicólogos Clínicos

Estresse Ocupacional entre Psicólogos Atuantes na Atenção Primária à Saúde no Contexto Pandêmico

Paternidade com Filhos entre 2 e 10 Anos de Idade: Propriedades Psicométricas do IFI-BR-27

Estresse e Enfrentamento das Dificuldades em Universitários da Área da Saúde

Avaliação e Ensino de Emoções com Crianças e Jovens Adultos com Autismo ou Síndrome de Down Mediado pela Família

Nota de Pesar – Rosa Maria Stefanini de Macedo

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta pesar pelo falecimento da psicóloga Rosa Maria Stefanini de Macedo, pesquisadora com ampla atuação em Psicologia Clínica e terapia de casais.

Formada pela Academia Paulista de Psicologia, Rosa Macedo foi presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) na gestão 1992 – 1994. Foi também coordenadora do GT Família e Comunidade, um dos primeiros grupos de trabalho propostos para promoção da pesquisa, do ensino e da participação nas políticas de Pós-Graduação em Psicologia do Brasil.

Entre outros importantes espaços, foi coordenadora do Núcleo de Família e Comunidade (NUFAC) do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Clínica; coordenou o curso de especialização em Terapia Familiar e de Casal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Rosa Macedo era professora emérita de Psicologia do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC-SP.

A pesquisadora contribuiu para a formação de muitas(os) terapeutas de família e de casal, sendo autora de diversos livros e artigos científicos na área e ajudando a consolidar o desenvolvimento da Psicologia e do campo da Terapia Familiar e de Casal no Brasil.

O CFP expressa pesar por essa perda para a comunidade da Psicologia e leva suas condolências a familiares, amigas(os) e ex-alunas(os) de Rosa Maria Stefanini de Macedo.