Seminário conclui atividades com importantes discussões para a Psicologia na defesa dos direitos humanos

Quase mil participantes na modalidade online e um público de cerca de 150 pessoas de diferentes localidades do país participaram do IX Seminário Nacional de Psicologia e Direitos Humanos, realizado nos dias 27 e 28, em Brasília/DF, pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) para celebrar os 25 anos da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da autarquia.

Com o tema Radicalizar o Direito à Vida é Semear Futuros Possíveis, o encontro contou com conferências, diálogos, atividades culturais, premiações e celebrações transmitidas pelas redes oficiais do CFP. O evento colocou em foco temas atuais relacionados aos direitos humanos, como o uso de desinformação para manipular as subjetividades e o compromisso ético-político das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia.

O último dia de atividades teve início com o debate sobre o compromisso ético-político das Comissões de Direitos Humanos no âmbito do Sistema Conselhos de Psicologia. A psicóloga Iolete Ribeiro, que integra a atual CDH/CFP, frisou os três principais objetivos da Comissão: contribuir para a desconstrução das fontes e dinâmicas que produzem violência contra os considerados diferentes; evidenciar a indissociabilidade entre direitos humanos e Psicologia; e incentivar uma cultura de direitos humanos nos espaços onde a Psicologia está presente e nos espaços políticos em que o Sistema Conselhos se faz representar.

Nos últimos dois anos, a Comissão de Direitos Humanos do CFP realizou mais de 150 ações abordando questões relacionadas ao enfrentamento ao racismo contra a população negra e indígena, assim como o enfrentamento ao sexismo e ao capacitismo. “Sempre fui alimentada pelas discussões, debates e conhecimentos produzidos pelas Comissão de Direitos Humanos do CFP”, destacou Iolete Ribeiro.

Do passado ao presente
Durante o diálogo, a coordenadora da CDH/CFP, Eliane Costa, apresentou uma contextualização histórica sobre como as relações raciais foram se construindo no país a partir da conformação da sociedade brasileira.

A psicóloga colocou em questão o conceito de direitos humanos ao explicar que a ideia de direitos dos homens e, posteriormente, de direitos humanos, emergiu no contexto capitalista e colonialista, portanto, a partir da negação da cidadania e de direitos para os povos indígenas, negros e pobres.

Ponderou também que a branquitude (ideologia de superioridade branca que posiciona as pessoas brancas em um lugar psicossocial de vantagens materiais e simbólicas) é elemento central do racismo. “Situações como essas golpeiam direitos civis, sociais, políticos e psíquicos”, destacou.

Eliane Costa ressaltou também a luta da Comissão em defesa da dignidade humana, sinalizando as principais ações em curso e os desafios que ainda deverão ser debatidos pelas futuras gestões da CDH.

“Pessoas historicamente oprimidas resistem, se fazem humanas no dia a dia, no ato de plantarem a roça, de cultuarem o sagrado, de escreverem um livro, de criarem teorias, de fazerem intervenções artísticas, de irem ao trabalho, de sobreviverem ao frio e à fome que há nas ruas, no ato de reivindicarem mudanças estruturais. É essa noção de existência/resistência que tem inspirado o trabalho da atual gestão CDH”, acrescentou.

As temáticas que compuseram as ações da CDH foram trabalhadas de forma singular e interseccionada, em diferentes campos de atuação (do trabalho, da saúde, da assistência social, da justiça, da clínica, do esporte, da educação, da mobilidade, entre outros) e considerando as especificidades regionais brasileiras.

Direitos humanos
A programação do seminário também contou com atividades culturais, dentre elas o “O encontro do Parichara com Tukui – Cantos Sagrados”, entoados pelo escritor indígena Kamuu Dan Wapichana. “Esses cantos, para nós, são sagrados: Canto Parichara e Tukui. Cantos sagrados dos povos de Roraima que foram ensinados pelos animais. Os povos indígenas ainda ouvem os rios, os espíritos da floresta e muitos cantos”, explicou Wapichana.

O filósofo e cantor Tiganá Santana, a partir da epistemologia africana bantu-kongo, também discorreu sobre a versão dos direitos humanos do mundo ocidentalizado. Ele, que é o autor da música oficial da Campanha Nacional de Direitos Humanos do CFP, sugeriu colocar o termo direitos humanos em suspeição, em razão de ter sido inventado pela versão antropocentrista e “por excluir diversas humanidades espalhadas pelo mundo”, ressaltou Tiganá.

O poeta Nêgo Bispo, militante do movimento social quilombola, pontuou que não há direitos humanos sem o desastre de outras vidas. Para ele, direitos humanos são, na verdade, direitos sintéticos, pois, a humanidade sintetiza os direitos em função da sua própria humanidade. “Os direitos humanos são alimentados pelo desastre das outras vidas”.

Prêmio Virgínia Bicudo
A última atividade do Seminário Nacional de Direitos Humanos marcou a entrega do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo. O Conselho Federal de Psicologia premiou nove trabalhos teórico-técnicos apresentados com o tema “Práticas para uma Psicologia Antirracista”, nas categorias de experiências individuais e experiências coletivas. A premiação também fez parte do marco dos 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil.

Os trabalhos inéditos, apresentados sob a forma de artigo técnico ou relatos de práticas embasadas na ciência psicológica, foram julgados por uma Comissão constituída por membros selecionados pela Comissão de Direitos Humanos do CFP. A presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, ainda anunciou que o Prêmio Profissional Virgínia Bicudo será realizado anualmente a partir de 2023.

Clique aqui para conhecer a lista dos vencedores do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo.

 

PL 30 Horas da Psicologia é retirado da pauta da Comissão de Trabalho da Câmara

O projeto de lei que estabelece a jornada semanal de 30 horas para psicólogas(os) (PL 1214/19) foi retirado da pauta de votação da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados.

A matéria estava incluída na pauta de votações de terça-feira (24), com parecer pela aprovação, mas foi removido da lista de projetos atendendo a requerimento de um dos deputados da comissão, de autoria do Partido Novo. Segundo acordo de procedimento entre os parlamentares membros da comissão, o projeto deve ser reincluído na pauta para a reunião da próxima semana marcada para terça-feira (31), às 9h30.

O PL 1214/2019 propõe alterar a Lei nº 4119/1962 para fixar em até trinta horas semanais a jornada de trabalho da(o) psicóloga(o). Atualmente, esta lei, que dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão, não estabelece regras sobre o expediente das(os) profissionais.

O projeto tramita em caráter conclusivo, ou seja, é apreciado somente pelos órgãos temáticos e não precisa passar pelo Plenário. Em novembro do ano de 2021, o texto foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e seguiu para apreciação da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP).

Esta é a penúltima etapa de tramitação do Projeto de Lei das 30 Horas. Em caso de aprovação na CTASP, o PL seguirá para a última análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Mobilização da categoria
Representantes do Conselho Federal de Psicologia, da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), do Conselho Regional de Psicologia do DF e do Sindipsi DF, além de um grupo de psicólogas e psicólogos, estiveram na Câmara dos Deputados para a mobilização de votação do PL 30 horas.

Regimentalmente os/as parlamentares podem apresentar duas vezes requerimento de retirada de pauta, um pedido de vistas e um pedido de adiamento da votação de projetos em análise nas comissões.

Para que a iniciativa avance no Congresso Nacional é fundamental a mobilização contínua de toda a categoria, acionando os parlamentares para que aprovem o projeto quando for incluído novamente na pauta de votações da CTASP.

Nesta quarta-feira (25), o Conselho Federal de Psicologia encaminhou aos Conselhos Regionais de Psicologia de todo o país ofício-circular sobre o andamento da votação do PL das 30 horas e a importância do diálogo com os parlamentares de cada estado que integram a Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público. (Acesse a lista dos parlamentares que integram a CTASP).

Saiba mais:
30 Horas da Psicologia: Comissão de Trabalho pode votar projeto na terça-feira (24)
Posicionamento conjunto em defesa da jornada de 30 horas para psicólogas e psicólogos

Comissão da Câmara dos Deputados aprova parecer favorável à jornada semanal de até 30 horas para a Psicologia
CFP articula agenda de ações estratégicas junto ao Congresso Nacional
Deputada visita o CFP e se compromete com projetos de interesse da Psicologia
Diretoras(es) dos Sistema Conselhos encontram-se com relator do PL das 30 Horas da Psicologia

Julgamento da ADI dos testes psicológicos: Sistema Conselhos alinha estratégias de incidência

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e os Conselhos Regionais de Psicologia se reuniram na semana passada em encontro virtual para traçar estratégias de participação da categoria frente à retomada do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) dos embargos de declaração da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3481, sobre testes psicológicos. Participaram do diálogo a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes; a conselheira e coordenadora da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP/CF), Katya de Oliveira; e presidentes e representantes de 22 Conselhos Regionais.

A Suprema Corte retomou o julgamento sobre testes psicológicos para as sessões entre 20 e 27 de maio. A apreciação dos embargos teve início em agosto do ano passado, quando o relator da matéria, ministro Alexandre de Moraes, rejeitou o recurso do CFP. A análise foi suspensa em razão de um pedido de vista do ministro Dias Toffoli e, com a devolução dos autos, a ADI foi incluída na lista de julgamento.
A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3481 questiona dispositivos da Resolução CFP N. 2/2003 que restringem a comercialização e o uso de manuais de testes psicológicos a profissionais inscritos na entidade.

Incidência
Memoriais sobre a tramitação da ADI 3481 e uma síntese dos pedidos pleiteados nos embargos foram enviados pelo Conselho Federal de Psicologia a todas(os) ministras(os) da Corte. Também foram agendadas audiências com magistrados e seus gabinetes para detalhar tecnicamente o pedido feito no recurso apresentado ao STF.

O CFP também está trabalhando em outras frentes de ação. Na quinta-feira (19) foi realizada live destacando a importância da avaliação psicológica para a sociedade. O diálogo reuniu as psicólogas Ana Paula Porto Noronha, da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP; Daniela Zanini, do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP); e Lucila Cardoso, da Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo) e já conta com mais de 5 mil visualizações nas redes do CFP.

Uma página especial, reunindo todo o histórico de atuação do Conselho Federal de Psicologia na ADI 3481, também foi disponibilizada no site institucional. O conteúdo reúne notícias, vídeos, perguntas e respostas, podcasts e uma linha do tempo detalhando o passo a passo do processo.

Nas redes sociais, os conteúdos estão sob a hashtag #EmDefesaDosTestesPsi, catalizando a mobilização que envolve todo o Sistema Conselhos.

Embargos
Nos embargos de declaração que estão sendo julgados, o CFP argumentou que a decisão dos ministros produzirá impacto direto e imediato a processos judiciais e administrativos em curso, além de concursos públicos, requerimentos de porte de arma, habilitação para dirigir veículos automotores, habilitação para pilotar e tripular aeronaves, avaliação no âmbito de corporações policiais, procedimentos cirúrgicos e seleção em ambiente organizacional e empresarial, dentre outros.

Diante disso, o CFP solicitou que os magistrados realizem a modulação para o futuro dos efeitos da decisão, tendo em vista que, na avaliação da autarquia, a comercialização irrestrita dos gabaritos junto aos testes iria desestruturar o próprio sistema de avaliação psicológica no Brasil, tornando-se necessário, portanto, a concessão de um período de transição para a reestruturação normativa, científica, operacional, editorial e de treinamento profissional na área.

Outra fundamentação do documento chama a atenção para o fato de que todo o sistema de avaliação psicológica brasileiro está estruturado sobre o pressuposto técnico-científico da restrição de acesso aos testes (sobretudo aos gabaritos) como garantia da sua confiabilidade. Assim, a declaração de inconstitucionalidade proferida pelo Supremo Tribunal Federal, a respeito da Resolução CFP n° 02/2003, prejudicaria não apenas a elaboração adequada dos testes, como também a sua aplicação no âmbito judicial e administrativo, em detrimento do interesse público e da segurança jurídica.

Junto aos documentos, o Conselho Federal de Psicologia encaminhou parecer elaborado pelo advogado constitucionalista Daniel Sarmento, professor titular de Direito Constitucional da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

O CFP continuará acompanhando os desdobramentos desta ADI e, tão logo tenha novas informações, informará aos Conselhos Regionais.

Participantes da reunião CFP e CRPs sobre ADI 3481
Estiveram presentes à reunião virtual, presidentes e representantes de 22 conselhos regionais de Psicologia do país: CRP-02, Alda Roberta Campos; CRP-03, Iara Maria Alves da Cruz Martins; CRP-04, Reinaldo da Silva Junior; CRP-05, Mônica Valeria Affonso Sampaio; CRP-07, Ana Luíza Castro; CRP-07, Fabiane Konowaluk Santos Machado; CRP-08, Renata Campos Mendonça; CRP-09, Christine Rocha; CRP-10, Jureuda Guerra; CRP-11, Nágela Evangelista; CRP-11, Mércia Capistrano Oliveira; CRP-12, Jamir Sardá Junior; CRP-13, Silvana Lacerda; CRP-14, Marilene Kovalski; CRP-15, Bruno Barros; CRP-16, Edireusa Fernandes; CRP-17, Ana Andrea Maux; CRP-18, Olga Adoracion; CRP-19, Jameson Pereira Silva; CRP-20, Houzane Santos; CRP-21, Juliana Barbosa Dias Maia; CRP-22, Ana Letícia Barbosa Lima.

 

CFP integra reunião sobre direitos humanos de órgão especializado do Mercosul

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) esteve presente à 39ª Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos (RAADH) do Mercosul, espaço de coordenação intergovernamental de políticas públicas sobre o tema para o bloco. Realizado entre 9 e 20 de maio, em caráter virtual, o encontro trouxe acordos, consensos e compromissos para a articulação de políticas públicas regionais de direitos humanos.

Duas integrantes da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP) participaram das discussões de experiências sobre o fortalecimento da participação da sociedade civil, o combate ao racismo e todas as formas de discriminação.

Jaqueline Gomes de Jesus integrou os diálogos da Comissão Permanente de Trabalho Gênero e Direitos Humanos das Mulheres. Ela expressou sua preocupação com o silenciamento do governo federal brasileiro quanto à violência contra as mulheres trans e travestis.

“Isso ocorre especialmente quando o governo federal ignora a categoria ‘gênero’, somente considerando ‘sexo’, no país com os maiores índices absolutos de transfeminicídio”, aponta. A psicóloga também ressaltou o problema das violações contra mulheres negras, indígenas, ciganas e lésbicas.

Já Iolete Ribeiro da Silva atuou na Comissão Permanente Niñ@sur, que articula esforços nacionais e promove acordos regionais de direitos humanos de crianças e adolescentes.

Ela conta que adolescentes brasileiros destacaram o conteúdo de uma resolução aprovada no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre a proteção às adolescentes que cumprem medidas socioeducativas que o governo federal se recusou a publicar.

“A participação dos adolescentes brasileiros foi muito rica e mostrou os frutos do trabalho realizado no Conanda durante o período que o CFP esteve na presidência, quando foi criado o Comitê de Participação Adolescente (CPA)”, destacou.

Uma das decisões importantes desta mais recente reunião foi a criação de um Grupo de Trabalho para fortalecer a participação da sociedade civil na RAADH.

RAADH
A Reunião de Altas Autoridades sobre Direitos Humanos é um espaço de coordenação intergovernamental de políticas públicas de direitos humanos no Mercosul. Funcionando como um órgão especializado do bloco, as reuniões são realizadas semestralmente com as principais autoridades das instituições competentes na matéria.

30 Horas da Psicologia: Comissão de Trabalho pode votar projeto na terça-feira (24)

O PL 1214/2019, que estabelece a jornada semanal de 30 horas para as(os) psicólogas(os), está na pauta de votação da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), da Câmara dos Deputados, e tem previsão para ser analisado na próxima terça-feira (24). A reunião deliberativa da comissão para discussão e votação de projetos terá início às 9h30.

O deputado Rogério Correia (PT/MG), relator do PL na CTASP, deu parecer favorável ao projeto. No parecer o parlamentar afirma que “a proposição legislativa reveste-se de relevância social ímpar, já que reconhece a importância do exercício profissional da psicologia, fazendo justiça a esses valorosos profissionais, que cuidam da saúde mental da população”.

Rogério Correia (PT/MG) avalia que os tempos pandêmicos demonstraram o quanto a psicologia foi fundamental para dar suporte às pessoas, que se viram obrigadas a ficar confinadas em seus lares, em face das restrições exigidas, notadamente na fase de rigor do distanciamento social.

“A redução de jornada aqui pleiteada encontra respaldo constitucional, quando a Constituição Federal preconiza o trabalho e a saúde como direitos sociais. Sem dúvida alguma que se trata de um labor desgastante e que merece, quanto à sua duração, o devido equacionamento”, pontua.

O PL 1214/2019 propõe alterar a Lei nº 4119/1962 para fixar em até trinta horas semanais a jornada de trabalho da(o) psicóloga(o). Atualmente, esta lei, que dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão, não estabelece regras sobre o expediente das(os) profissionais.

O projeto tramita em caráter conclusivo, ou seja, é apreciado somente pelos órgãos temáticos e não precisa passar pelo Plenário. Em novembro do ano passado (2021), o texto foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e seguiu para apreciação da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP). Em caso de aprovação na CTASP, o PL seguirá para a última análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Mobilização da categoria
Para que o projeto avance no Congresso Nacional é fundamental a mobilização de toda a categoria, acionando os parlamentares para que compareçam à sessão de votação e apoiem a aprovação do projeto (Acesse a lista dos parlamentares que integram a CTASP).
Veja aqui a íntegra do Parecer apresentado na CTASP

Saiba mais:
Posicionamento conjunto em defesa da jornada de 30 horas para psicólogas e psicólogos
Comissão da Câmara dos Deputados aprova parecer favorável à jornada semanal de até 30 horas para a Psicologia
CFP articula agenda de ações estratégicas junto ao Congresso Nacional
Deputada visita o CFP e se compromete com projetos de interesse da Psicologia
Diretoras(es) dos Sistema Conselhos encontram-se com relator do PL das 30 Horas da Psicologia

 

 

 

 

CFP promove diálogo sobre avaliação psicológica como instrumento de proteção social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza amanhã, quinta-feira (19), a live Avaliação Psicológica em Defesa da Sociedade. O diálogo tem como objetivo pontuar a atuação do CFP em relação ao tema, bem como destacar aspectos centrais da avaliação psicológica e sua importância em diversos contextos sociais.

Para participar da atividade, foram convidadas as psicólogas Ana Paula Porto Noronha, da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do Conselho Federal de Psicologia; Daniela Zanini, do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP); e Lucila Cardoso, da Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRo). O evento conta ainda com a mediação da presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes Arcoverde Nóbrega.

A avaliação psicológica está presente em inúmeras situações do cotidiano, como no contexto do trânsito, do trabalho, no âmbito de concursos públicos, dos processos judiciais, do sistema penal, do sistema de segurança pública, entre outros, dialogando com interesses gerais da sociedade ligados à saúde e à proteção da vida.

A transmissão terá início às 10h30 e poderá ser acompanhada ao vivo pelas redes sociais do Conselho Federal de Psicologia.

Conheças as participantes:

Ana Paula Noronha
Psicóloga, mestre em Psicologia Escolar e doutora em Psicologia, Ciência e Profissão pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Docente do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco. Estágio pós-doutoral na Universidade do Minho. Bolsista Produtividade do CNPq.

Lucila Moraes Cardoso
Psicóloga com Mestrado e Doutorado em Psicologia (área de concentração Avaliação Psicológica) pela Universidade São Francisco. Atualmente é Professora Adjunta do curso de Psicologia e do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Bolsista Produtividade do CNPq.

Daniela Zanini
Doutora em Psicologia Clínica e da Saúde pela Universidad de Barcelona e pós doutorado na mesma instituição (2008) e Universidade do Porto (2020). Professora da PUC Goiás na graduação e pós graduação (mestrado e doutorado). Atua como psicóloga clínica e da saúde com ênfase em avaliação psicológica e intervenções em saúde. Bolsista produtividade Cnpq.

ADI dos testes psicológicos
O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta semana o julgamento dos embargos de declaração protocolados pelo CFP em abril de 2021 referentes à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3481 – que culminou na liberação da comercialização de testes psicológicos a não profissionais da área.

O julgamento, iniciado em agosto do ano passado, havia sido suspenso após pedido de vista do ministro Dias Toffoli. Agora, a matéria consta na pauta do STF com previsão de análise entre os dias 20 e 27 deste mês.

Serviço:

Avaliação Psicológica em Defesa da Sociedade
Horário: 10h30
Acompanhe ao vivo pelas redes sociais do CFP
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instagram.com/conselhofederaldepsicologia
twitter.com/cfp_psicologia

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Primeira APAF de 2022 aprova importantes diretrizes e normas para a Psicologia

Foi realizada em Brasília/DF, no fim de semana, a primeira Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (Apaf) de 2022. Foram dois dias de trabalho nos quais a categoria dialogou sobre uma ampla pauta de assuntos de interesse da Psicologia. A Assembleia do Sistema Conselhos aprovou sete resoluções e duas notas técnicas.

A presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, destaca os avanços nas normativas e documentos de orientação da atuação profissional como resultado dos trabalhos da Apaf, formada pelos conselhos Federal e Regionais de Psicologia.

“A Psicologia alcançou conquistas históricas nesta Apaf de abril de 2022. Várias pautas significativas para nossa categoria profissional foram debatidas e aprovadas pelo CFP em conjunto com os CRPs”, ressaltou.

Dentre os documentos aprovados, destaque para a resolução que trata da Psicoterapia como prática da Psicologia. A resolução aborda dilemas éticos do exercício profissional da(o) psicóloga(o) psicoterapeuta, orientando a(o) profissional em casos específicos relacionados à criança e ao adolescente. O documento ainda estabelece parâmetros para a prática psicoterapêutica.

O Sistema Conselhos de Psicologia tem visto com preocupação a fragilização dessa prática, diante do crescente número de pessoas que têm se intitulado como psicoterapeutas e que não têm formação psicológica necessária para compreender pressupostos científicos que promovam a saúde mental.

“Foi nesse sentido que, depois de 22 anos, o CFP entrega à categoria e à sociedade uma psicoterapia qualificada, comprometida com a ética profissional da psicologia e com o respeito integral aos direitos humanos”, pontua Ana Sandra Fernandes.

Outro destaque é a aprovação do Sistema de Avaliação de Práticas Psicológicas “Aluízio Lopes de Brito”. Com a aprovação desta resolução, novas práticas poderão ser submetidas ao Conselho Federal de Psicologia para validação profissional e ética. Esse sistema vai sanar dúvidas da categoria em relação à adoção de determinados procedimentos. O nome do sistema é uma homenagem ao seu idealizador, o psicólogo Aluízio Lopes de Brito, vítima da pandemia de Covid-19.

Os CRPs, em conjunto com o CFP, também decidiram por adotar medidas para garantir às psicólogas e psicólogos atendimento mais célere e resolutivo de demandas relacionadas à atuação profissional. Para isso, aprovaram Resolução sobre Ouvidorias, que busca fortalecer a participação democrática direta da categoria no Sistema Conselhos.

Direitos humanos
A proteção de direitos humanos também esteve em foco nas resoluções aprovadas neste fim de semana pela Apaf. A primeira delas diz respeito à atuação de psicólogas(os) junto a adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa, de modo a garantir a dignidade dessas pessoas em medidas de internação.

Outra importante resolução aprovada diz respeito à defesa histórica do CFP pelo respeito à diversidade de orientações sexuais. Desta vez, foram aprovadas normas de atuação para profissionais da psicologia em relação às bissexualidades e demais orientações não-monossexuais.

Também foi aprovada Resolução do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), que normatiza os esforços regionais e federal de subsidiar a categoria profissional com referências técnicas. Outra resolução aprovada diz respeito aos parâmetros para práticas psicológicas em contextos de atenção básica, secundária e terciária de saúde. A normativa dará um respaldo fundamental às psicólogas que trabalham no âmbito do SUS.

Notas Técnicas
Além desse conjunto de sete resoluções voltadas ao exercício profissional, o Sistema Conselhos também aprovou duas notas técnicas, de caráter orientador às comissões de fiscalização e ética regionais e à própria categoria profissional. A primeira nota técnica diz respeito à Publicidade, abordada no Código de Ética Profissional do Psicólogo e aprofundada nas considerações desse novo documento, que aborda sobretudo o advento das redes sociais como recurso de divulgação do exercício profissional.

Outra nota técnica bastante importante aborda o tema da Alienação Parental: por ser um problema que atinge diretamente o exercício profissional, o documento reúne orientações precisas às psicólogas que atendem casos de disputa parental.

“Todas essas conquistas, construídas em amplas consultas à categoria profissional, com participação regional efetiva, reafirmam o caráter nitidamente democrático do Sistema Conselhos de Psicologia. Nestes 60 anos de celebração da regulamentação da Psicologia no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia, em conjunto com os CRPs, entrega às psicólogas e à sociedade o reconhecimento de uma profissão que tanto contribui para promover a vida e a dignidade das pessoas”, destaca a presidente do CFP.

A Apaf
A Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf) foi criada no II Congresso Nacional de Psicologia (CNP), em 1996, como instância deliberativa do Sistema Conselhos de Psicologia e é composta por delegadas(os) dos Conselhos Regionais e Federal de Psicologia. A Apaf se reúne, ordinariamente, duas vezes por ano, podendo haver reuniões extraordinárias, mediante convocação do CFP ou por solicitação de dois terços dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs).

APAF aprova prestação de contas de 2021 do Conselho Federal de Psicologia

Por unanimidade, a Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (APAF) aprovou a prestação de contas do Conselho Federal de Psicologia (CFP) para o exercício 2021. A aprovação ocorreu na manhã de sexta-feira (29), primeiro dia de deliberações da assembleia.

De acordo com o Regimento Interno do CFP, a APAF deve aprovar a prestação de contas elaborada anualmente pelo Conselho Federal. Atualmente, a prestação de contas é publicada no Portal da Transparência do CFP (transparência.cfp.org.br) para posterior análise do Tribunal de Contas da União (TCU).

A APAF é um dos principais instrumentos resolutivos no âmbito do Sistema Conselhos de Psicologia, em conjunto com o Congresso Nacional de Psicologia – que é a instância máxima de deliberação da profissão no Brasil. Realizada pelo menos duas vezes ao ano, a Assembleia do Sistema Conselhos é composta por delegadas(os) dos Conselhos Regionais e Federal de Psicologia.

“As edições da APAF representam muito objetivamente o lugar de propor estratégias para os desafios que se impõem ao nosso país diante de tantos cenários cada vez mais singulares e desafiadores”, pontua a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes.

A conselheira tesoureira do CFP, Norma Cosmo, destaca a importância da aprovação da prestação de contas da autarquia. “Muito importante essa aprovação da prestação de contas pelo conjunto de delegadas(os), visto que nela constam os grandes projetos para a categoria e para o Sistema Conselhos de Psicologia, tais como a nova CIP, o novo sistema cadastral (totalmente pela internet) e tantos outros”, afirma.

A primeira assembleia de 2022 da APAF está sendo realizada em Brasília, em formato híbrido. As deliberações tiveram início na sexta-feira (29) e continuam neste sábado (30). As atividades da APAF foram transmitidas ao vivo e em tempo real pelas redes sociais do CFP.

No Congresso Nacional, CFP participa de seminário sobre conselhos profissionais

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, nesta quinta-feira (28), do seminário “O Compromisso dos Conselhos e Ordens Profissionais com a Sociedade Brasileira”, na Câmara dos Deputados. O evento foi uma iniciativa da Frente Parlamentar de Apoio aos Conselhos Profissionais e debateu a importância dos conselhos profissionais na sociedade brasileira e os desafios para a regulamentação das profissões no Brasil. O debate contou com a presença do Sistema Conselhos de Psicologia, com representações vindas dos 24 conselhos regionais e do CFP.

No cerne dos debates, as tentativas de eliminar as regras que regulamentam a atuação dos conselhos profissionais, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 108/2019. Retirada de tramitação, a PEC 108 pretendia determinar o fim da obrigatoriedade de profissionais se inscreverem em conselhos profissionais de classe, como o Conselho Federal de Psicologia.
Integrante da principal mesa do evento, a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, pontuou que os conselhos profissionais do país estão enfrentando vários processos de desregulamentação. Segundo ela, há uma nítida tentativa de engessamento das autarquias para que se tornem estruturas burocráticas.

“Não queremos uma autarquia burocrática. Queremos uma autarquia que, de fato, possa atuar junto com a sociedade, promovendo melhores serviços e fazendo cumprir aquilo que a lei que nos cria e nos regulamenta diz que é nosso papel junto à sociedade”, pontuou Ana Sandra.

Para o coordenador da Frente Parlamentar, deputado Rogério Correia (PT-MG), a aprovação da PEC 108 ocasionaria a desregulamentação das profissões e levaria ao fim dos conselhos profissionais. Segundo Correia, a apresentação da proposta teve origem a partir de uma concepção neoliberal. “Em todas as profissões ter o controle social é essencial, mas o mercado não gosta de controle social. Acha que ele próprio controla tudo ao bel-sabor do lucro”, afirmou o parlamentar.

Ana Sandra Fernandes advertiu para o risco de os conselhos profissionais perderem a personalidade jurídica de direito público e, desta forma, não poderem mais fiscalizar os profissionais de suas categorias. “Ao perder este poder, o Estado não conta com os instrumentos, as condições e nem os conhecimentos técnicos e éticos necessários para assumir tais funções”, alerta.

Na visão da presidente da autarquia, todo este processo de desregulamentação das funções e instituições de Estado transfere para a lógica do mercado a regulação da vida social com a falácia de se proporcionar mais liberdade para os profissionais. Ela alerta que a eliminação das regras deixará a sociedade sem nenhuma garantia de fiscalização para os casos de imperícia e má-conduta profissional.

“Trata-se de uma suposta liberdade, que representa um total abandono do processo de orientação do exercício profissional, deixando estes profissionais sem diretrizes para as suas práticas, além da eliminação dos parâmetros que caracterizam, diferenciam e assim valorizam o exercício da profissão”, alertou.

A Frente Parlamentar
A Frente Parlamentar de Apoio aos Conselhos Profissionais de Classe foi lançada em agosto de 2019, sob a coordenação do deputado Rogério Correia, reunindo mais de 200 parlamentares, com o objetivo de barrar a PEC 108/2019. O Projeto transformaria a natureza jurídica das entidades, que deixariam de ser públicas e passariam a ser privadas.

A proposta tramitou no Legislativo até agosto de 2021 quando, a pedido do Executivo, foi retirada de tramitação, em função da articulação dos conselhos profissionais e da Frente Parlamentar. “A PEC foi retirada, depois de muita resistência e luta de vocês (conselhos). Vocês mostraram muita força e unificaram muitos deputados para derrubar essa PEC”, afirmou Correia.

Acompanhe ao vivo a APAF de abril de 2022

A Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia do mês de abril acontece nesta sexta (29) e sábado (30), em Brasília (DF). Assim como na última edição, em novembro passado, a assembleia será realizada de forma híbrida, em caráter presencial e online. Esta é a última APAF antes das eleições para os Conselhos Regionais e da Consulta Nacional para o Conselho Federal de Psicologia (CFP), previstas para agosto.

Os dois dias da reunião da APAF serão transmitidos ao vivo e na íntegra pelos canais do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no YouTube, Facebook, Twitter e Instagram, sempre a partir das 9h. Essa, também, é a primeira vez que uma APAF é transmitida pelo Instagram.

Como o evento será em caráter híbrido, para maior segurança às(aos) participantes, a APAF acontecerá novamente no Centro Internacional de Convenções do Brasil (CICB), diferentemente de outras edições, quando era realizado na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP). O espaço permitirá o distanciamento social, conforme orientações das autoridades sanitárias competentes, como estratégia de prevenção ao coronavírus.

Antes da APAF, na quinta-feira (28), vão acontecer as reuniões de presidentes e de tesoureiros do CFP e dos 24 Conselhos Regionais, que integram o Sistema Conselhos de Psicologia.

Sobre a APAF
Realizada pelo menos duas vezes ao ano, a Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças é composta por conselheiras(os) federais e regionais de Psicologia. O CFP tem até três delegadas(os) e o número de representantes regionais varia de um a três, dependendo da quantidade de profissionais inscritas(os) no CRP.

A APAF foi criada durante o II Congresso Nacional da Psicologia (CNP), em 1996, como instância deliberativa do Sistema Conselhos de Psicologia. Entre suas atribuições, a APAF toma decisões que influenciam as ações na gestão do CFP e dos CRPs e, também, delibera sobre ações estratégicas para a Psicologia e para a sociedade.

Assista a APAF de abril de 2022

Sexta-feira, 29 de abril
Assembleia da manhã


 

Sexta-feira, 29 de abril
Assembleia da tarde


 

Sábado, 30 de abril
Assembleia da manhã


 

Sábado, 30 de abril
Assembleia da tarde