CFP assume a vice-presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi eleito, por unanimidade, para a vice-presidência do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) – instância máxima de formulação, deliberação e controle das políticas públicas para a infância e a adolescência.

A eleição ocorreu nessa quarta-feira (15), durante a realização da 311ª assembleia do colegiado, no qual tomaram posse os integrantes do conselho para o biênio 2023/2025. O CFP estará representado na gestão pela conselheira Marina Poniwas.

Segundo Poniwas, a participação do CFP na vice-presidência do colegiado marca o compromisso histórico da Psicologia com a proteção integral de crianças e adolescentes. “Dando continuidade à sua luta em defesa da proteção e da garantia de direitos de meninos e meninas, mais uma vez Psicologia brasileira assume o compromisso de incidir diretamente no processo de reconstrução das políticas sociais no país, compreendendo crianças e adolescentes como prioridade absoluta”, destacou.

A conselheira pontuou que são intangíveis os desafios acarretados pela pandemia de Covid-19 e também pelo desmantelamento das políticas públicas para a infância, “sendo fundamental a retomada da participação social e, especialmente, a participação das próprias crianças e adolescentes, que precisam ser compreendidas como sujeitos de direitos”.

Para a representante do CFP, a Psicologia tem muito a contribuir com a agenda da infância e adolescência no país. “Tanto no exercício profissional – com o cuidado, a proteção e a garantia de direitos – como na participação em espaços de controle social para a construção de ações e políticas públicas”, ressaltou.

O Conanda no biênio 2023-2025

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, abriu os trabalhos da 311ª Assembleia do Conanda dando posse aos novos integrantes do colegiado. O secretário nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Ariel de Castro Alves, foi eleito como presidente do conselho – que contará ainda com nove titulares e nove suplentes representando a sociedade civil, e o mesmo número de representantes pelo poder público.

O ministro destacou a prioridade absoluta do tema infância e adolescência para a pasta, bem como para todo o Governo Federal. “Crianças e adolescentes, vocês existem e são valiosos para nós”, disse em alusão ao discurso feito em sua posse no MDHC.

Silvio Almeida destacou que revogação do Decreto nº 10.003 – que esvaziou a participação da sociedade civil no Conanda – está entre as questões a serem enfrentadas.

Ao longo dos últimos anos, o Conanda sofreu com desmontes e enfraquecimento de sua estrutura. A defesa do efetivo funcionamento do colegiado mobilizou o Conselho Federal de Psicologia e um conjunto de outras entidades, que se uniram na campanha “Conanda Vive e Luta”. Após as mobilizações, o Supremo Tribunal Federal decidiu pela permanência da plena participação social no Conanda, em decisão publicada no âmbito da ADPF nº 622.

Bloco do Disque 100

Durante a solenidade de posse dos novos integrantes do Conanda foi lançada a campanha Bloco do Disque 100, marco de retomada do serviço de acolhimento de denúncias de violações de direitos humanos, coordenada pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos e apoio do colegiado.

Com o mote “a alegria é um direito fundamental”, a iniciativa tem como objetivo combater todas as formas de violações, em especial em defesa de crianças e adolescentes, pessoas idosas, pessoas com deficiências e pessoas LGBTQIA+, que podem passar por situações de vulnerabilidade durante o período carnavalesco.

Confira a lista de representações no Conanda

Sociedade civil

Titulares 

Conselho Federal de Psicologia – Marina Del Poniwas

Coletivo Mães na Luta – Elisa Tauáçurê da Silva Ferreira

Central de Educação e Cultura Popular – Edmundo Ribeiro Kroger

Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares – Antônio Lacerda Souto

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – Eloi Gallon

Central Única dos Trabalhadores – Marco Antônio Soares

Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares – Romero José da Silva

Fundação Abrinq – Marta Volpi

Inspetoria São João Bosco – Tatiana Augusto Furtado Gomes

Suplentes

Instituto Alana – Ana Claudia Cifali

Movimento Nacional de Direitos Humanos – Mônica de Alkmim Moreira Nunes

Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua – Maria do Socorro Araújo de Carvalho Sá

Federação Nacional das Associações Pestalozzi – Célia Regina Ribeiro de Freitas

Federação Brasileira de Associações Socioeducativas de Adolescentes – Rozangela Borota Teixeira

Associação de Pesquisadores e Formadores da Área da Criança e do Adolescente – Dayse Cesar Franco Bernardi

Instituto Fazendo História – Débora de Carvalho Vigenavi

Aldeias Infantis SOS Brasil – Sérgio Eduardo Marques da Rocha

União dos Escoteiros do Brasil – Carlos Frederico dos Santos

Governo Federal 

Ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania –  Ariel de Castro Alves – titular/ Maria Luiza Moura Oliveira

Ministério da Educação – Tereza Santos Faria – titular/ Sandra Alves da Mata e Souza – suplente

Ministério da Saúde – Bruna Bragança Boreli Volponi – titular/ suplente aguardando indicação

Ministério do Trabalho e Emprego – João Victor da Motta Batista – titular/ Denis dos Santos Freitas – suplente

Ministério da Previdência Social – Evelinny Gonçalves Pereira Lopes – titular/ Alberto Lázaro de Sousa Júnior

Ministério do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome – Fabiane Macedo Borges – titular/ Danyel Iório de Lima – suplente

Ministério da Justiça e Segurança Pública – Jonata Carvalho Galvão da Silva – titular/ Daniela Ferreira dos Reis – suplente

Ministério da Fazenda – Ana Paula Guidolin – titular/ Lígia Toneto – suplente

CFP articula agenda de reuniões com Governo Federal para posicionamento sobre comunidades terapêuticas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) solicitou uma agenda de reuniões com pastas estratégicas do Governo Federal para apresentar posicionamento sobre o tema comunidades terapêuticas. Os primeiros encontros de trabalho ocorrerão com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) e com o Ministério da Saúde, com a presença do presidente da autarquia, Pedro Paulo Bicalho.

A incidência tem como base a missão institucional atribuída ao CFP pela Lei 5766/1971 de atuar como órgão consultivo em matérias afetas à Psicologia. Recentemente, o MDS anunciou a criação de um Departamento de Apoio a Comunidades Terapêuticas, que teria entre suas atribuições o auxílio à execução das ações do Governo Federal relacionadas à atenção e à reinserção social de pessoas que fazem uso abusivo de drogas.

A política de atenção e cuidado em saúde mental já foi pauta de posicionamento apresentado pelo CFP à então equipe de transição do novo Governo Federal. Em dezembro, o Conselho Federal de Psicologia esteve reunido com o grupo de trabalho responsável pelas agendas de saúde e saúde mental, com entrega de relatório no qual ressaltou a necessidade de uma ampla reformulação na política de saúde mental no Brasil.

O documento marca a necessidade de políticas antimanicomiais e a defesa de um tratamento humanizado das pessoas com sofrimento psíquico causado pelo uso abusivo de drogas, tendo como perspectiva o cuidado em liberdade e o direito à convivência comunitária – sendo asseguradas intervenções adequadas e eficazes de preservação de sua saúde e integridade.

Cuidado integral

O posicionamento se ampara no histórico do Conselho Federal de Psicologia em defesa da implementação da Lei da Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216/2001), a qual preconiza um modelo não asilar, de cuidado integral e de proteção de direitos.

Foi a partir dessas diretrizes que, em 2011, o CFP realizou a primeira inspeção em comunidades terapêuticas no país, vistoriando 68 instituições de internação, em 24 estados brasileiros e no Distrito Federal.

Em 2018, mais uma vez o Conselho Federal de Psicologia coordenou uma inspeção nacional a esses estabelecimentos. Realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, o relatório aponta o caráter asilar das comunidades terapêuticas, o uso de internações involuntárias e compulsórias, bem como “laborterapia” e internações sem prazo de término, entre outras graves violações. O documento também aponta a presença em comunidades terapêuticas de um público para além de usuários de drogas – são internações como método corretivo e de aprisionamento das diferenças.

A presença de adolescentes e jovens nessas instituições também tem sido tema de preocupação do Conselho Federal de Psicologia. Em 2020, o CFP ingressou como amicus curiae na Ação Civil Pública que questionou a legalidade da Resolução Conad Nº 3/2020, que permitia a internação de adolescentes em comunidades terapêuticas. A ação segue na Justiça, com recente decisão favorável no reconhecimento da ilegalidade dessas internações.

Ainda na perspectiva de assegurar um cuidado em liberdade e amparado nas diretrizes antimanicomiais da reforma psiquiátrica brasileira, recentemente o CFP se posicionou contrariamente ao financiamento de comunidades terapêuticas com recursos públicos da Assistência Social por meio da Lei Complementar nº 187/2021.

“Enquanto órgão consultivo em matérias que se relacionam à Psicologia, o Conselho Federal fará uma incidência estratégica junto aos órgãos do Executivo em defesa de dispositivos de assistência e cuidado a pessoas usuárias de drogas a partir das diretrizes estabelecidas pela legislação e por uma série de compromissos internacionais firmados pelo Estado brasileiro e que asseguram um cuidado em liberdade e a efetiva proteção de direitos”, destaca o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

Entre os temas a serem colocados em pauta com o Poder Executivo está a construção de uma articulação interministerial (Ministério da Saúde, Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome, Ministério da Justiça/SENAD e Ministério do Direitos Humanos) para discussão da Política Nacional de Saúde Mental e Drogas em diálogo com a política nacional sobre drogas com vistas à criação de um planejamento conjunto que compreenda o cuidado às pessoas que usam drogas como um ‘cuidado em saúde’.

Também estará em foco a constituição de um sistema de inspeção nacional das comunidades terapêuticas, de caráter presencial e permanente, integrado por representantes de pastas ministeriais e de conselhos de participação e controle social.
As propostas estão entre as sugestões apresentadas pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) – colegiados nos quais o CFP tem assento institucional.

CFP publica relatório final da II Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no SUAS

A Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS), do Conselho Federal de Psicologia (CFP), publicou o relatório final da II Mostra Nacional de Práticas em Psicologia no Sistema Único de Assistência Social. Realizada ao longo de 2022, nas cinco regiões do país, a atividade teve como objetivo estimular o compartilhamento de experiências, saberes e práticas da Psicologia na Política Pública de Assistência Social frente ao contexto da pandemia de Covid-19.

Mais de 160 práticas de Psicologia no SUAS foram apresentadas ao longo do evento, que mobilizou a participação de profissionais, professoras(es), pesquisadoras(es) e estudantes de Psicologia, além de outras(os) trabalhadoras(es) que atuam na Política de Assistência Social e nas demais Políticas Públicas com ações conjuntas na execução intersetorial de ofertas socioassistenciais.

O objetivo geral da Mostra foi possibilitar a reflexão sobre o fazer da Psicologia na Política de Assistência Social, tendo em vista o contexto emergencial imposto pela pandemia de Covid-19, e a potência da atuação da ciência psicológica no enfrentamento das desigualdades sociais.

A conselheira do CFP, Neuza Guareschi, destaca a dinâmica de organização da atividade “A Mostra SUAS foi organizada a partir das experiências dos profissionais na pandemia de Covid-19 e a partir dos eixos propostos para a 12ª Conferência Nacional de Assistência Social, onde foram evidenciadas questões da política da assistência social nos serviços com os usuários e trabalhadores”.

Segundo Guareschi, cada etapa da Mostra SUAS destacou especificidades regionais. “Cada região escolheu um tema de acordo com suas realidades e necessidades. Emergências e desastres, cuidados junto a populações específicas, infância e adolescência e implicações após a pandemia, entre outros”, complementa.

Fórum Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do SUAS
Para reafirmar a importância da organização das trabalhadoras e trabalhadores da assistência social no país, em cada uma das etapas da II Mostra Nacional de Psicologia no SUAS também houve um momento específico para tratar sobre o Fórum Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do SUAS.

O investimento em serviços e programas socioassistenciais para pessoas em situação de vulnerabilidade social e de precarização do trabalho foi o ponto alto de debate, com construção de documento reunindo as contribuições das trabalhadoras(es) de cada região.

O material reúne as reflexões e considerações dessas(es) profissionais, que atuaram na linha de frente no enfrentamento da pandemia da Covid-19 e na construção de planos de contingência, considerando as questões que desestruturaram a vigilância socioassistencial e toda a rede de serviços. Confira o relatório final da II Mostra SUAS.

Emergências e desastres: conheça as referências técnicas do CFP

Diante de situações cada vez mais recorrentes de calamidades públicas e de desastres no Brasil – como chuvas, secas, incêndios, rompimento de barragens, assim como fluxos migratórios –, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) tem disponibilizado à categoria um conjunto de conteúdos para orientar a atuação de psicólogas e psicólogos no gerenciamento de riscos e vulnerabilidades.

O mais recente deles são as Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas (os) na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres, lançado em 2021. O documento traz uma reflexão crítica e histórica sobre a inserção da Psicologia no campo das emergências e dos desastres e busca orientar a categoria quanto a protocolos de atuação, fortalecendo estratégias de ação da Psicologia para o acolhimento de pessoas afetadas por emergências e desastres.
Para além de grandes acidentes e desastres ambientais, a ação da Psicologia se estende para os aspectos sociais que impactam esse fenômeno – tais como o desemprego, a falta de acesso à moradia e demais condições de vulnerabilidade socioeconômica, para as quais são necessárias políticas públicas de prevenção.

Psicologia nas Emergências e Desastres

A Psicologia vem buscando espaços para contribuir nas políticas públicas de defesa civil, como assistência social, saúde, habitação e outras, ao mesmo tempo que alinha suas referências com a agenda mundial da redução de riscos de desastres nas ações humanitárias, construindo referências de atuação em emergências e desastres calcadas na experiência prática e no acúmulo teórico sobre o tema.

Desde 2005, o Conselho Federal de Psicologia vem atuando na temática da Psicologia e Desastres. Em 2018, foi constituído um grupo de trabalho com o propósito de articular as ações da autarquia, ampliando as discussões sobre o tema e promovendo a participação dos Conselhos Regionais de Psicologia, categoria e sociedade civil.

O site do CFP possui um espaço que reúne conteúdos importantes dos Conselhos de Psicologia no campo de emergências e desastres – são publicações, artigos vídeos e notícias para apoiar a atuação de psicólogas e psicólogas na área.

CFP publica caderno de deliberações do 11º Congresso Nacional da Psicologia

Está disponível no site do Conselho Federal de Psicologia o caderno de deliberações com as 308 propostas aprovadas no 11º Congresso Nacional da Psicologia (CNP), realizado entre 2 e 5 de de junho de 2022. O encontro teve como tema “O Impacto Psicossocial da Pandemia: Desafios e Compromissos para a Psicologia Brasileira Frente às Desigualdades Sociais” e reuniu mais de 400 delegadas e delegados de todo o país.

O caderno traz as diretrizes para elaboração dos planos de trabalho e orçamentário das gestões dos Plenários do Conselho Federal e Conselhos Regionais de Psicologia para o triênio 2023-2025.

O documento traz as propostas divididas por três eixos: Organização Democrática e Participativa do Sistema Conselhos no Enfrentamento da Pandemia; Defesa do Estado Democrático e dos Direitos Humanos via Políticas Públicas; e O Fazer Ético e Científico da Psicologia no Trabalho em Saúde Mental. As moções apreciadas durante o CNP também estão disponíveis na publicação.

Realizado a cada três anos, o Congresso Nacional de Psicologia é espaço de construção da agenda política da Psicologia brasileira. Por meio do CNP, a categoria tem garantida a sua participação democrática, como espaço de discussão e de transformação do funcionamento e das ações do Conselho Federal de Psicologia e dos Conselhos Regionais.

CFP institui o prêmio profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou na sexta-feira (16) a Resolução Nº 32, de 15 de dezembro de 2022, que institui o prêmio profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia. O anúncio foi feito durante a Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF), que aconteceu até sábado (17), em Brasília.

A resolução institucionaliza e estabelece a periodicidade anual do prêmio profissional sobre práticas inovadoras lançado em 2022 pelo CFP e que contou com a inscrição de mais de 160 trabalhos, revelando a importância das práticas inovadoras para a Psicologia e para o conjunto da sociedade.

O objetivo do prêmio é identificar, valorizar e divulgar estudos e experiências de psicólogas(os) que se caracterizem como avanços em termos de produção de conhecimento nos diversos campos da Psicologia. Também está entre os objetivos fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de modelos, procedimentos e técnicas envolvidos na atuação profissional que possam indicar caminhos para o aprofundamento da construção de conhecimento científico inovador e do compromisso social da Psicologia.

Os trabalhos teórico-técnicos devem estar relacionados a três categorias de práticas profissionais:

Experiências ou produtos derivados do trabalho profissional individual ou coletivo da(o) psicóloga(o);

Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de especialização ou de mestrado;

Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de doutorado, pós-doutorado, bem como de projetos de pesquisa vinculados a grupos de pesquisa.

Os trabalhos premiados nas três categorias, assim como outras práticas de elevado mérito inovador, mesmo que não premiados, deverão integrar uma publicação do Conselho Federal de Psicologia cujo objetivo é a difusão das práticas inovadoras nas comunidades científicas e profissionais da Psicologia.

Sylvia Leser de Mello

Sylvia Leser de Mello foi uma intelectual e docente que dedicou grande parte de sua vida e obra ao desenvolvimento da Psicologia Social. A pesquisadora, que faleceu em 3 de janeiro de 2021, foi professora do Departamento de Psicologia Social (PST) do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), promovendo a intersecção entre filosofia, literatura e a Psicologia. Entre suas linhas de estudo estão a Interação Social, O Homem no Trabalho e a Economia Solidária.

Na USP, a docente foi fundadora do Laboratório de Estudos da Família, Relações de Gênero e Sexualidade (LEFAM), em 1993; criadora da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares (ITCP), em 1998; e a fundadora do Núcleo de Economia Solidária (NESOL).
Em 2011, a Revista Ciência e Profissão, editada pelo Conselho Federal de Psicologia, publicou artigo em homenagem à Sylvia Leser. Em 2003, recebeu do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-06/SsP) o reconhecimento por seu compromisso social com a Psicologia no Brasil.

Em sua trajetória pessoal e profissional, Sylvia Leser inspirou com sua coragem, sensibilidade e sua incansável luta pelos direitos humanos e pelo desenvolvimento de uma Psicologia crítica e com comprometimento político e social.

Conselho Federal lança publicação sobre Neuropsicologia

A Neuropsicologia é a especialidade da Psicologia que se dedica ao estudo da relação entre as funções do sistema nervoso e o comportamento humano. Com o objetivo de informar e fomentar o debate sobre esta especialidade durante a formação acadêmica, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) apresenta à categoria a Cartilha Neuropsicologia: Ciência e Profissão.

O documento teve pré-lançamento durante o 6º Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão, que aconteceu em novembro, em São Paulo, e agora já está disponível para toda a categoria na versão on-line no site do CFP.

A cartilha destaca aspectos históricos, fundadores e atuais expoentes na área, além de apresentar um panorama da Neuropsicologia no Brasil e dicas para o(a) profissional que deseja ampliar conhecimentos e ter uma formação de qualidade neste campo.

Segundo a conselheira do CFP Izabel Hazin, a cartilha é a primeira ação de um grupo de trabalho constituído para orientar a categoria quanto à prática da Neuropsicologa de forma ética e de qualidade. Hazin aponta que a cartilha foi redigida para alcançar as(os) futuras(os) psicólogas(os) para divulgar as práticas e campos de atuação da área.

“A Neuropsicologia é uma das treze especialidades da Psicologia, mas constata-se que, na maior parte dos cursos de graduação, não há disciplina obrigatória que abarque este conteúdo temático. A transversalidade da Neuropsicologia – hoje contribuindo em áreas como a justiça, a educação, os esportes, dentre outras – justifica o esforço de disseminação desta especialidade”, ressalta a conselheira.

Saiba mais

Instituída como uma especialidade da Psicologia por meio da Resolução CFP n. 2, de 3 de março de 2004, a Neuropsicologia é hoje regulamentada pela Resolução CFP n. 23, de 13 de outubro de 2022, que delimita os objetivos da avaliação neuropsicológica, descreve as funções neuropsicológicas que devem ser identificadas e trabalhadas no processo de pesquisa, avaliação e intervenção/reabilitação psicológica.

Leia a Cartilha de Neuropsicologia. 

Comissões de Fiscalização e Ética do Sistema Conselhos realizam encontro nacional para formação

Com caráter formativo, o último Encontro Nacional das Comissões de Orientação e Ética (COEs) e das Comissões de Orientação e Fiscalização (COFs) de 2022 aconteceu de 8 a 10 de dezembro, em Brasília (DF). Realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), o evento teve a participação das(os) presidentes e representantes  das COEs e COFs dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todo o país.  

As COFs, responsáveis pela orientação, e as COEs, responsáveis pela instauração de processos e apuração de faltas éticas trocaram experiências e debateram os avanços e desafios na compreensão mais adequada das legislações existentes sobre a prática profissional. 

A presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, destacou que o formato do encontro buscou estimular que cada participante se tornasse multiplicadora(or) dos conteúdos debatidos durante os dias da atividade. 

“A gente inaugura com este encontro um novo formato, que procura deixar um produto para que os CRPs possam aprimorar ao longo dos anos as suas ações nas suas comissões, que são a razão de ser dos Conselhos de Psicologia”, pontuou. 

O presidente eleito para o próximo Plenário do CFP, Pedro Paulo Bicalho, participou do encontro e ressaltou a importância do evento acontecer no ano em que são comemorados os 60 anos de regulamentação da Psicologia no Brasil. 

“Esse encontro ocorre em um ano muito especial para a Psicologia brasileira. Nunca é demais lembrar que sermos uma profissão regulamentada significa termos uma função de Estado e essa função começa com os processos de fiscalização e ela é continuada por meio dos nossos Códigos de Ética e das demais resoluções que compõem os limites éticos do nosso fazer profissional”, ressaltou. 

A conselheira do CFP responsável pela Secretaria de Orientação e Ética (SOE), Marisa Helena Alves, apresentou um panorama dos acontecimentos durante a pandemia de Covid-19 como a reorganização das COFs e a introdução das novas tecnologias nos trabalhos de fiscalização e orientação. “É importante debatermos a fiscalização do atendimento on-line, que deixou de ser emergencial e hoje é uma medida efetiva na vida da categoria”, destacou. 

Programação 

Na quinta-feira (8), a gerente da Secretaria de Orientação e Ética (SOE)  do CFP, Fabíola Corrêa, e a conselheira Marisa Helena Alves falaram sobre o papel das Comissões.  

A nota técnica lançada pelo CFP sobre alienação parental foi tema da palestra do coordenador substituto da Coordenadoria Psicossocial Judiciária do TJDFT, Sérgio Bittencourt, que participou do grupo de trabalho responsável pela elaboração da nota. 

“A Psicologia tem muito a dizer e a nota técnica resgata a autonomia do profissional de se utilizar do referencial teórico para analisar aquela dinâmica relacional”, aponta Sérgio.   

Comissão Consultiva de Avaliação Psicológica 

Também na quinta-feira, a elaboração de documentos psicológicos e a relação com a fiscalização foram temas abordados pela conselheira Katya Luciane de Oliveira, coordenadora da Comissão Consultiva  em Avaliação Psicológica (CCAP), e  pela psicóloga e analista técnica da Gerência Técnica do CFP, Mariana Veras. 

A CCAP tem a função de discutir e propor diretrizes, normas e resoluções no âmbito da avaliação psicológica, além de conduzir o processo de avaliação dos instrumentos psicológicos submetidos ao Sistema de Avaliação de Instrumentos Psicológicos (SATEPSI).

Segundo a conselheira do CFP, a maior parte das questões éticas das(os) psicólogas(os) está na elaboração de documentos psicológicos, por isso a importância de se debater o tema no encontro.  

Na sexta-feira (9), o doutor, Flávio Roman, professor de Direito Administrativo, falou aos participantes sobre o  poder de polícia e suas limitações no exercício da atividade fiscalizatória dos Conselhos Profissionais. 

Já Maria de Jesus Moura, conselheira federal e representante da Comissão de Direitos Humanos do CFP, destacou a Resolução CFP nº 18/2002, que estabelece normas de atuação para as(os) psicólogas(os) em relação ao preconceito e à discriminação racial.  

Segundo Jesus Moura, nem sempre as denúncias de discriminação racial são tão óbvias quanto o que está na superfície, e que o racismo aparece em diversos lugares. “É preciso que a gente mergulhe, que a gente adentre essa questão e não se exima de conversar sobre ela e, principalmente, de se ver nesse lugar e eu estou falando de uma categoria de grande maioria de pessoas brancas. É uma tarefa que tem que ser feita para dentro”, explicou. 

No sábado (10), as(os) participantes dialogaram sobre Direito Constitucional, Administrativo e a relação com os aspectos práticos do processo disciplinar ético, com o professor da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), Antônio Escrivão.  

Os conteúdos que compuseram a programação do Encontro Nacional das Comissões de Orientação e Ética (COEs) e das Comissões de Orientação e Fiscalização (COFs) deverão ser disponibilizados pelo CFP em formato podcast – disponibilizando à categoria o acesso aos debates e reflexões sobre o tema.

CFP realiza cerimônia de premiação sobre Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou na terça-feira (15), durante a programação do “6º Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (CBP)”, a cerimônia de premiação sobre Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia, edição 2022.

A premiação foi conduzida pela presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes; o próximo presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho; e o conselheiro do CFP, Antônio Virgílio Bastos.

O objetivo do prêmio é identificar, valorizar e divulgar estudos e experiências que se caracterizem como avanços inovadores em termos de produção de conhecimento nos diversos campos da Psicologia.

“Com a realização deste prêmio, espera-se fomentar a pesquisa e o desenvolvimento de modelos, procedimentos e técnicas envolvidos na atuação profissional que possam indicar caminhos para o aprofundamento da construção de conhecimento científico inovador e do compromisso social da Psicologia”, avalia Ana Sandra.

O conselheiro do CFP responsável pela temática, Antônio Virgílio, informou que os conteúdos premiados serão editados em uma publicação a ser lançada pelo CFP. “Para que essas experiências sejam compartilhadas por todos e a gente possa se inspirar”, afirma.

Virgílio também adiantou que o CFP pretende transformar o Prêmio de Práticas Inovadoras em uma congratulação anual. “Este prêmio profissional foi instituído em 2022 e é nosso propósito transformá-lo em uma premiação anual, porque a quantidade de trabalhos inscritos superou, e muito, a nossa expectativa”, aponta.

Confira as(os) premiadas(os):

Foram selecionados ao todo nove trabalhos, sendo três para cada categoria – primeiros, segundos e terceiros lugares.

Categoria: Experiências ou produtos derivados do trabalho profissional individual ou coletivo da(o) psicóloga(o):
1º Paola Barros Delben – Protocolos de pesquisa e intervenção profissional em psicologia polar e tecnologias inovadores de suporte
2º Rachel De Siqueira Dias – CAPS Fluvial: saúde mental nos rios de nossa cidade
3º Henrique Galhano Balieiro – Cartilha “Guia – Migração, refúgio, tráfico de pessoas e subjetividades”

Categoria: Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de especialização ou de mestrado:
1º Liara Dall’ Agnese Sedor – Programa De Acompanhamento Para Contribuir Sobre A Saúde Mental De Mulheres Na Transição Da Licença Maternidade E O Retorno Ao Trabalho
2º Suely Emilia de Barros Santos – Transver: Por Uma Prática Psicológica Insurgente
3º Inayá Ananias Weijenborg – Guia Virtual De Atendimento A Mulheres Vítimas De Violência

Categoria: Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de doutorado, pós-doutorado, bem como de projetos de pesquisa vinculados a grupos de pesquisa

1º Carmem Regina Giongo – Atingidos Somos Nós: a produção de documentário como instrumento de escuta e mobilização social
2º Hugo Sandall – Curadoria do próprio Desempenho Profissional: Um protocolo ágil de mapeamento, autogestão e empoderamento em contextos diversos
3º Fernando Rocha Beserra – Protocolo de suporte a crises induzidas por psicodélicas

Menções Honrosas

Hareli Fernanda Garcia Cecchin – Categoria 1 – Desenvolvimento de um aplicativo para a prevenção e promoção da saúde mental de jovens universitários

Alessio Sandro de Oliveira Silva – Categoria 1 – Busca Por Emprego: Uma plataforma digital inclusiva e assistiva para pessoas com deficiência, comunidade Lgbtqiap+, pessoas 50+, mulheres, negros, refugiados e migrantes.

Larissa Teodora Genaro – Categoria 1 – Treino cognitivo digitalizado para idosos internados: Criação de Aplicativo em contexto hospitalar – Iniciativa COG-GER

Nara Helena Lopes Pereira da Silva – Categoria 3 -Mediações tecnológicas nos atendimentos psicológicos, psicopatologias e interação humano-tecnologia.

Mario Felipe de Lima Carvalho – Categoria 3 – Projeto Vozes e Cores: grupos terapêuticos para pessoas LGBTQIA+