Nota de Pesar: Alessandra Guató

É com profundo pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebe a notícia do falecimento de Alessandra Alves de Arruda Guató, presidente da organização de mulheres indígenas Takiná, no estado do Mato Grosso.

Alessandra Guató desempenhou um papel de liderança na Terra Indígena Baía dos Guató/MT e destacou-se por suas contribuições à Psicologia como integrante do Grupo de Trabalho sobre Psicologia e Povos Indígenas do Conselho Regional de Mato Grosso (CRP-18).

Originária da aldeia Aterradinho, localizada em Barão de Melgaço (MT), Alessandra Guató, além de possuir graduação em Psicologia, era enfermeira e mestranda em antropologia na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A vida de Alessandra foi dedicada ao serviço em prol dos povos indígenas. Sua atuação em diversas instâncias de representação foi marcante, contribuindo de maneira significativa para a defesa dos direitos dos povos originários, com especial ênfase nas mulheres indígenas.

Alessandra participou ativamente do Conselho Distrital de Saúde Indígena (CONDISI), integrou o Conselho Estadual de Educação Indígena e sua influência se estendeu até a Comissão Nacional de Educação Indígena, onde desempenhou um papel relevante no Ministério da Educação (MEC).

O CFP expressa suas condolências aos familiares, amigos e à comunidade indígena neste momento de luto. Alessandra Guató deixa um legado de luta e perseverança ancestral, que continuará a inspirar a todos nós.

Foto: reprodução

Prorrogada data de divulgação do Prêmio Inclusão Social

A pedido dos integrantes da Comissão Julgadora do Prêmio Inclusão Social, foi prorrogado o prazo para divulgação dos resultados dos trabalhos vencedores e, consequentemente, a premiação do Prêmio Inclusão Social. O grupo que analisa as propostas fará uma reunião para conclusão dos trabalhos nos dias 29 e 30 de janeiro. Nessa ocasião serão definidas as novas datas de divulgação dos resultados e da premiação.

Promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em parceria com o Laboratório de Estudos em Saúde Mental e Atenção Psicossocial (LAPS) da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), o prêmio contemplará experiências de inclusão social de usuários e familiares em projetos econômico-sociais, Organizações Não Governamentais (ONGs) e em equipes interdisciplinares da Rede de Atenção Psicossocial de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, em diversas categorias, como arte, cultura, trabalho e economia solidária. Os trabalhos enviados, de experiências individuais e coletivas, possibilitam recriar novas formas de relações sociais e de convívio com as diversidades.

Serão premiadas as experiências coletivas e individuais de usuários e familiares nas categorias arte-cultura (música, teatro, literatura, artes plásticas e audiovisuais) e experiências interprofissionais ou intersetoriais com participação de psicólogas (os) na inclusão de usuários no trabalho.

Denúncia não confirmada de massacre de índios Yanomami na Venezuela preocupa CFP

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e sua Comissão de Direitos Humanos (CDH) aguardam com preocupação o resultado das investigações que estão sendo realizadas pelos governos do Brasil e da Venezuela em torno da denúncia de massacre que teria sido perpetrado por garimpeiros brasileiros contra os Yanomami na fronteira do Brasil com a Venezuela, em julho deste ano e divulgada na última terça-feira (28/8). O número de mortos é incerto e os governos de ambos os países ainda precisam investigar os fatos. A denúncia partiu da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia (Coiam), que reúne 13 organizações indígenas da Venezuela.

Enquanto aguarda o desfecho de mais uma denúncia,  o CFP e a CDH lamenta desde já o que vem se tornando para nós, psicólogas e psicólogos, a naturalização da violência contra povos indígenas.  Com tristeza, lembramos episódio semelhante, ocorrido em 1993, que ficou conhecido como o massacre de Haximu, no qual 16 Yanomami  foram trucidados -esquartejados e degolados – por garimpeiros.

Preocupa o fato de que a região de fronteira entre Brasil e Venezuela, onde se situa a Terra Indígena Yanomami, é sistematicamente invadida por garimpeiros, provocando conflitos e violência contra os seus habitantes. Em meados dos anos 1980, a invasão garimpeira em Roraima foi responsável por dizimar 15% da população Yanomami.

Diante da gravidade dos fatos apelamos para que o governo brasileiro em conjunto com a República Bolivariana da Venezuela, por meio de esforço de cooperação bilateral entre os dois países, tomem medidas urgentes no sentido de que as autoridade venezuelanas tenham acesso imediato ao local do crime e possam coletar evidências do que aconteceu para permitir a devida investigação e punição dos responsáveis.