Compromisso com territórios e populações marca encerramento do XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas

Ao longo de três dias, o XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas: Amazônia como espaço de conexões territoriais e a produção de vida nas diversidades realizou debates com especialistas, coletivos e movimentos sociais sobre questões diversas que afetam a Psicologia – desde meio ambiente, povos indígenas e comunidades tradicionais, até questões sobre mulheres, população LGBTI+, pessoas em situação de rua,  políticas sobre drogas, laicidade, neoliberalismo e direitos humanos, entre outros. 

Na cerimônia de encerramento, realizada no último sábado (17/9), Ana Sandra Fernandes, presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), destacou que o evento superou as expectativas iniciais, tecendo pontos de contato com outros biomas, diversas culturas e, ainda, toda a diversidade que compõe a sociedade brasileira. “Os eventos promovidos pelo CFP precisam ter essas características: provocar, refletir, transformar e construir redes”, salientou.

A presidente do Conselho destacou que psicólogas e psicólogos trabalham nas diversas políticas públicas, levando a Psicologia a um número cada vez maior de brasileiras(os). “Uma profissão que compreende como as diversas questões sociais que afetam a população produzem sofrimento e traumas. Mas também é uma profissão que tem uma potência gigantesca em contribuir, inclusive criticamente, para que beneficiários, usuários e pacientes possam lutar por direitos, transformar suas vidas e seus territórios”, afirmou.

Representando o Conselho Regional de Psicologia do Maranhão (CRP-MA), a conselheira Nelma Pereira da Silva destacou o sentido de se fazer as conexões propostas pelo seminário para orientar e potencializar as ações da categoria no estado. “Este seminário faz com que a gente coloque na pauta de forma mais contundente a necessidade das políticas públicas para as populações mais vulnerabilizadas”, ressaltou. 

A psicóloga Nita Tuxá considerou importante que o evento tenha possibilitado o diálogo sobre as questões indígenas, e ressaltou que ainda é necessário avançar nesse protagonismo para que as políticas públicas sejam, de fato, construídas para essas populações, sendo a Psicologia um elemento essencial dessa presença. “Eu quero me encontrar em todos os lugares”, ressaltou Nita ao reafirmar a necessidade de compreensão dos territórios, o que, para as(os) indígenas, se traduz no direito de viver a diferença.

A mesa de encerramento foi transmitida ao vivo, mas pode ser assistida a qualquer momento no YouTube do CFP.

Confira as fotos do XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas (primeiro dia, segundo dia, terceiro dia).

Leia mais:

Conselhos Regionais de Psicologia formalizam criação da Rede CREPOP

XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas dá início a debates sobre produção de vida nas diversidades

XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas: Tempo Real

Psicologia e políticas públicas: seminário nacional recebe inscrições até 15 de setembro

XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas está com inscrições abertas

 

Conselhos Regionais de Psicologia formalizam criação da Rede CREPOP

Em um momento simbólico para o Sistema Conselhos de Psicologia, representantes de Conselhos Regionais (CRPs) de todo o país assinaram na quinta-feira (15) documento de criação da Rede CREPOP – Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas.

A solenidade compôs a programação do XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas: Amazônia como espaço de conexões territoriais e a produção de vida nas diversidades, realizado no campus da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), em São Luís, com um público de mais de 300 participantes.

Na ocasião, Losiley Alves Pinheiro, conselheira-secretária do Conselho Federal de Psicologia (CFP), destacou que os Conselhos Federal e Regionais têm por obrigação legal orientar, disciplinar e fiscalizar a atuação de psicólogas e psicólogos. Assim, tanto o trabalho do CREPOP, materializado nas referências técnicas, quanto o próprio seminário, estão alicerçados na premissa legal da orientação profissional.

Neuza Guareschi, conselheira do CFP e coordenadora do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP/CFP), pontuou que a instituição da Rede acontece em um momento singular, de retorno às atividades presenciais após atividades on line no contexto da pandemia da Covid-19. “Um espaço de realização de pesquisas sobre a prática profissional nas políticas públicas com vistas à produção das referências técnicas, voltadas a exercer uma das principais atribuições legais do CFP e dos CRPs: a orientação profissional”, enalteceu a conselheira.

Fortalecimento da Rede

Em julho deste ano, o Conselho Federal de Psicologia publicou a Resolução CFP nº 14/2022, que institucionaliza o Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) como ferramenta permanente de gestão no Sistema Conselhos de Psicologia.

A normativa garante, na prática, a continuidade de funcionamento do CREPOP, setor responsável pela elaboração de referências técnicas para subsidiar a atuação de psicólogas e psicólogos no âmbito das políticas públicas. Tais referências apresentam orientações técnicas, éticas e políticas para o desenvolvimento de uma prática psicológica qualificada nas políticas públicas e nos demais espaços que tenham ações conjuntas na execução intersetorial na garantia de direitos.

De acordo com a resolução, a Rede CREPOP deverá balizar sua atuação nas deliberações do Congresso Nacional da Psicologia (CNP) e da Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (APAF), tendo como premissa a participação coletiva, o diálogo e a construção colaborativa.

Somente nas duas últimas gestões do Conselho Federal de Psicologia foram publicadas um total de 20 referências técnicas, sendo 12 edições revisadas e oito produções inéditas. A mais recente, lançada em agosto, abordou a atuação da categoria junto aos povos indígenas.

Confira todas as publicações do CREPOP aqui.

XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas dá início a debates sobre produção de vida nas diversidades

Teve início na quinta-feira (15), em São Luís (MA), o XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas: Amazônia como espaço de conexões territoriais e a produção de vida nas diversidades.

Nesta edição, o evento coloca em foco o território amazônico e toda a sua complexidade, convocando representantes de coletivos e movimentos sociais para dialogar com profissionais da Psicologia sobre questões fundamentais à atuação profissional da categoria no contexto social e econômico do país.

Losiley Alves Pinheiro, conselheira-secretária do Conselho Federal de Psicologia (CFP), destacou a importância do seminário enquanto espaço de diálogo e reflexão sobre questões que atravessam a vida das coletividades. Também ressaltou que as ações de descentralização do CFP, em parceria com os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e as universidades, têm sido importantes para ampliar o olhar e dar visibilidade à Psicologia desenvolvida em todo o território nacional. “A Psicologia é uma profissão que vem tentando dar conta das demandas de todos os povos, que emergem e são urgentes”.

A conselheira pontuou ainda que os debates previstos na programação pretendem abordar conexões, vida e diversidade a partir de uma profunda reflexão crítica sobre as condições de vida da população brasileira, dos desmontes das políticas públicas, dos ataques à Amazônia e aos povos indígenas e tradicionais. “É nesse contexto que iremos falar sobre vida, resistência, sobre a luta pelo direito de existir e sobre conexões entre violência urbana e o sistema econômico”, destacou a representante do CFP.

A psicóloga Neuza Guareschi, conselheira do CFP e coordenadora do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP/CFP), apresentou a trajetória das edições anteriores do seminário, pontuando o impacto dos debates para a atuação profissional de psicólogas e psicólogos em temáticas complexas do cotidiano.

Guareschi ressaltou que, nesta edição, o evento foi construído a partir de dois pontos centrais: enfatizar a importância do diálogo entre Psicologia e os movimentos sociais  para a construção de políticas públicas a partir do compromisso ético-político da profissão; e reafirmar a existência de diversas conexões que afetam a vida das pessoas e coletividades.

Na avaliação da coordenadora do Crepop, é imprescindível refletir acerca dos interesses econômicos expressos em políticas de governo que incentivam a diminuição da floresta protegida, causam desastres ambientais, aumentam o número de famílias desabrigadas e em situações de emergência e desastres. “É necessário apontar a conexão existente entre o modelo econômico e políticas de diminuição do emprego formal, que colocam em risco a segurança alimentar e que restringem o acesso à saúde e à educação pública”, concluiu. 

Psicologia e políticas públicas 

Durante a solenidade de abertura, as(os) participantes chamaram atenção para a violência e seus reflexos na existência e resistência não apenas das comunidades tradicionais e dos povos indígenas, mas da população em geral.

Ana Paula Oliveira, uma das fundadoras do Movimento das Mães de Manguinhos, destacou a importância da construção de políticas públicas com a participação de profissionais da saúde no atendimento a familiares de vítimas de violência. “Nós estamos doentes: a mente e o meio em que vivemos. E a Amazônia está gritando e pedindo socorro”, concordou Anacleta Pires – mulher negra quilombola, defensora popular de direitos humanos e pedagoga.

A psicóloga Sofia Fávero destacou a violência sofrida por pessoas LGBTI+, ressaltando a importância dessa população no enfrentamento ao conservadorismo e na construção de políticas públicas mais inclusivas. “As pessoas LGBTI+ estão produzindo vida”, pontuou.

A importância de psicólogas e psicólogos na oferta de um cuidado humanizado e de uma política de saúde mental antimanicomial foi destacada por Kleidson Oliveira, do Movimento População de Rua do Distrito Federal. O compromisso ético da Psicologia na promoção de direitos também foi ressaltado por Inaldo Kum’Tum – Akroá-Gamella, liderança com atuação em defesa dos territórios tradicionais; e Nego Bispo,  ativista político e militante do movimento social quilombola e de direitos pelo uso da terra.

O seminário segue até sábado (17)  e terá a cerimônia de encerramento transmitida pelas redes sociais do Conselho Federal de Psicologia.

Debates multitemáticos

Com participação protagonista no evento, representantes de coletivos e movimentos sociais irão abordar nos próximos dois dias temas como meio ambiente, povos indígenas e comunidades tradicionais, mulheres, população LGBTI+, pessoas em situação de rua,  políticas sobre drogas, laicidade, neoliberalismo e direitos humanos – propiciando um diálogo acerca da atuação da Psicologia em questões fundamentais da agenda social brasileira.

Confira aqui a programação completa com os temas dos próximos debates.

 

Leia mais:

XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas está com inscrições abertas
Psicologia e políticas públicas: seminário nacional recebe inscrições até 15 de setembro
XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas: Tempo Real

 

Fraudadores manipulam imagem do Cadastro Nacional de Psicólogas(os) para aplicar golpes contra a categoria

Em tempos digitais, as tentativas de golpes têm se expandido e levado um número cada vez maior de pessoas a prejuízos financeiros e, ainda, relacionados à quebra de sigilo de informações pessoais.

Profissionais da Psicologia, assim como de outras categorias profissionais, também estão expostas(os) a diferentes formas de fraudes. Entre as novas formas de golpe está a tentativa de roubar dinheiro de psicólogas e psicólogos via WhatsApp.

Os golpistas acionam profissionais da Psicologia com a promessa de empregos em instituições renomadas. Ao demonstrarem interesse nas vagas, as(os) psicólogas(os) são informadas(os) de que estão em situação irregular junto ao Conselho Federal de Psicologia (CFP) e que seria necessário a quitação do débito. Para corroborar o argumento, os criminosos apresentam imagem grosseiramente adulterada do Cadastro Nacional de Psicólogas(os), com falsificações que apontam supostas irregularidades e multa eleitoral, induzindo a vítima ao pagamento de dívidas que não existem.

O Conselho Federal de Psicologia ressalta que as informações sobre finanças de psicólogas(os) cadastradas no Sistema Conselhos de Psicologia não são públicas. Apenas as(os) e seus respectivos Conselhos Regionais possuem acesso a esses dados. Nesse sentido, a Autarquia alerta a categoria a desconfiar de propostas que não tenham sido solicitadas pelas(os) profissionais. Da mesma forma, o CFP recomenda que, em caso de dúvidas, a(o) psicóloga(o) busque orientações nos sites e canais oficiais dos Conselhos de Psicologia.

No Acre, presidente do CFP dialoga com estudantes sobre importância da regulamentação da Psicologia brasileira

Nas últimas seis décadas, a Psicologia brasileira passou por uma série de transformações que a moldaram em uma ciência e profissão cada vez mais orientada pelo cuidado à população e pela defesa intransigente dos direitos humanos.

A construção dessa trajetória foi destacada pela presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, em reunião realizada na sexta-feira (2), em Rio Branco (AC), com profissionais e estudantes de Psicologia. O encontro foi promovido pela Seção Acre do Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região (CRP-24).

Durante o diálogo, a presidente do CFP destacou os principais momentos históricos que marcaram a Psicologia no Brasil, pontuando a importância da atuação de psicólogas e psicólogos em marcos para a consolidação da democracia no país. Acerca desse aspecto, destacou as diretrizes contidas no Código de Ética Profissional da categoria, comprometido com uma atuação de respeito às diversidades e de promoção da inclusão social, rechaçando quaisquer atitudes que gerem ou reforcem preconceitos e violências.

No encontro, a presidente do CFP também reafirmou que a formação em Psicologia se faz com presença: “a Psicologia se edifica nas relações humanas, na intersubjetividade e no encontro com o outro, exigindo vivência acadêmica na sala de aula e fora dela, de forma a gerar reflexão, confronto de ideias e o desenvolvimento de uma postura ética e de respeito à diversidade”. 

Os processos de ensino-aprendizagem, pontuou, pressupõem uma formação que se realiza na troca de experiências, implicando convivência e diálogo, além de práticas colaborativas fundamentalmente presenciais. “Esse conjunto de requisitos que formam a identidade profissional não se adquire por meio de ensino à distância. Isso exige convivência, contato com as diferenças culturais, teórico-metodológicas, experienciais, entre docentes, estudantes e a comunidade”, argumentou. 

A presidente do Conselho Federal de Psicologia elucidou ainda o papel do Sistema Conselhos de Psicologia, constituído pelo CFP e os 24 Conselhos Regionais, em sua função precípua de regulamentar, orientar e fiscalizar o exercício profissional em todas as regiões do país. 

“A Psicologia está inserida em diversas áreas saúde, educação, trabalho, esporte, tráfego, justiça, segurança pública, assistência social, avaliação psicológica, entre outros – e a fiscalização da atuação de psicólogas e psicólogos é fundamental para proteger a sociedade de profissionais sem preparo, o que poderia gerar uma série de impactos negativos à sociedade”, destacou a presidente do CFP ao convocar as(os) estudantes a conhecerem o Sistema Conselhos de Psicologia e a estar mais próximos de suas ações, estreitando, desde a formação, o contato com seu conselho profissional.

Nasce uma profissão

A Psicologia chegou ao Brasil no início do século XX. No entanto, foi regulamentada como profissão a partir da Lei nº 4.119, de 27 de agosto de 1962. Em 1971, por meio da Lei nº 5.766, foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia – que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia.

Em 2021, para celebrar seus 60 anos, o Conselho Federal de Psicologia iniciou uma contagem regressiva que culminou em 27 de agosto deste ano. A celebração reúne uma série de atividades, desde o lançamento de estudos e publicações, à realização de sessões solenes e diversos eventos temáticos. 

Entre as sessões solenes, está a realizada no dia 1º de setembro pela Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC). A íntegra pode ser assistida pelo YouTube do CFP.

Psicologia e políticas públicas: seminário nacional recebe inscrições até 15 de setembro

Representantes de coletivos e movimentos sociais com atuação protagonista em temas relacionados a povos indígenas, comunidades tradicionais, mulheres, população LGBTI+, meio ambiente, população em situação de rua, políticas sobre drogas e direitos humanos, entre outros, já confirmaram presença para o “XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas: Amazônia como espaço de conexões territoriais e a produção de vida nas diversidades”.

Promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), o encontro pretende discutir as conexões existentes entre território amazônico, diversidades e subjetividade, convocando para o debate representantes de movimentos sociais, pesquisadoras(es), especialistas de renome em diversas áreas e profissionais da Psicologia. O evento conta com a parceria do Conselho Regional de Psicologia da 22ª Região (CRP/MA) e demais CRPs por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).

A atividade, que será realizada de forma presencial em São Luís (MA), recebe até o dia 15 de setembro as inscrições de pessoas interessadas.

Amazônia em foco

O XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas integra as atividades do CFP no marco dos 60 anos de regulamentação da Psicologia como ciência e profissão no Brasil.

Nesta edição, o evento coloca em perspectiva a Amazônia como espaço de conexões territoriais e a produção de vida nas diversidades, com a realização de 13 mesas temáticas com a participação de pesquisadoras(es) e especialistas de referência em diversos temas.

O encontro também prevê diálogos transversais, como subjetividades; saúde, gênero e sexualidade; neoliberalismo; laicidade; Psicologia e política de assistência social; serviços, trabalhadoras(es), movimentos sociais e usuários; entre outros.

Confira a programação do evento.

Serviço

XI Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas
Tema: Amazônia como espaço de conexões territoriais e a produção de vida nas diversidades
Data: 15 a 17/09/22
Local: Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Centro Pedagógico Paulo Freire, São Luís (MA)
Inscrições: até 15 de setembro por meio de formulário eletrônico.

Categoria elege primeira psicóloga travesti para presidência de um Conselho Regional

A Psicologia brasileira, que em 2022 celebra 60 anos como ciência e profissão regulamentada no país, incluiu em sua trajetória mais um importante marco histórico.

Durante as eleições deste ano para os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e a Consulta Nacional para o Conselho Federal de Psicologia (CFP), a psicóloga Céu Silva Cavalcanti foi eleita com mais de 8.300 votos para a presidência do CRP do Rio de Janeiro (5ª Região), tornando-se a primeira travesti a assumir o comando de uma autarquia no âmbito do Sistema Conselhos.

“Estar nesse lugar é o efeito direto de uma série de forças, de pessoas, e de desejos coletivos. Sou muito grata por isso”, relata Céu Cavalcanti.

A presidente do Conselho Federal de Psicologia, Ana Sandra Fernandes, ressalta que a eleição de Céu Cavalcanti concretiza diretrizes de respeito às pessoas travestis e transsexuais em seu pleno exercício de direitos, preconizadas pela Resolução CFP nº 1/2018, que orienta a atuação profissional da categoria para que as travestilidades e as transsexualidades não sejam consideradas patologias.

“A Resolução CFP nº 1/2018 marcou o protagonismo da Psicologia brasileira na compreensão do gênero como constituição da subjetividade humana, trazendo conceitos que depois também foram reconhecidos pela Organização Mundial da Saúde ao retirar, em 2019, a transexualidade do rol de patologias. Agora, uma entidade que integra o Sistema Conselhos de Psicologia é a primeira a ter como presidente uma travesti. É mais um marco nas contribuições da Psicologia à sociedade”.

Céu Cavalcanti reforça o compromisso do Sistema Conselhos de Psicologia na ampliação do diálogo em temas sensíveis. “É muito bonito ver como a Resolução CFP nº 1/2018 já melhorou um pouco a vida das pessoas trans, mesmo as que não são psicólogas e não tenham contato com a Psicologia, mas que hoje podem trocar seus documentos de uma forma muito mais tranquila do que antes de 2018”, afirma a psicóloga.

Formação e atuação

Psicóloga e mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Céu Silva Cavalcanti (CRP 05/57816) é docente da graduação em Psicologia no Centro Universitário Augusto Motta (UNISUAM) e, atualmente, está finalizando o doutorado em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Compõe a diretoria nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso) e integra o conselho consultivo da Associação Brasileira de Estudos da Trans-homocultura (ABETH). A partir de articulações do Congresso Nacional de Psicologia (CNP), compõe desde seu início a Articulação Nacional de Psicologues Trans (ANP Trans). Tem trabalhado, também, com temáticas de direitos humanos, políticas públicas, segurança pública e sistema penal, feminismos interseccionais e produção de subjetividade.

Céu Cavalcanti representa ainda o Conselho Federal de Psicologia (CFP) no Conselho Nacional Popular LGBTI e na Comissão Permanente dos Direitos da População em Situação de Privação de Liberdade – vinculada ao Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH). Além disso, conselheira no XVI plenário do Conselho Regional de Psicologia da 5ª Região (Rio de Janeiro), representando o CRP-RJ no Conselho Estadual LGBTI do Rio de Janeiro e no Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro.

Normativas e publicações sobre o tema

Resolução CFP n° 01/1999 – Estabelece normas de atuação para os psicólogos em relação à questão da Orientação Sexual.

Resolução CFP nº 14/2011 – Dispõe sobre a inclusão do nome social na Carteira de Identidade Profissional do Psicólogo.

Resolução CFP nº 01/2018 – Estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação às pessoas transexuais e travestis.

Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs – Organizado pela Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP), o livro foi publicado em 2019 e apresenta um mosaico de histórias de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais (LGBTIs) que retratam os intensos sofrimentos ético-políticos e os processos de resistência decorrentes de diversas formas de violências, preconceitos, injustiças e exclusão.

Psicologia e diversidade sexual: desafios para uma sociedade de direitos – A publicação (editada em 2011) apresenta os debates realizados ao longo de um seminário com o mesmo nome realizado em 2010, com o intuito de difundir a discussão e as ideias que circularam durante o evento.

Eleições

A apuração do resultado das eleições 2022 para os Conselhos Regionais de Psicologia e a Consulta Nacional para o Conselho Federal de Psicologia aconteceu no dia 27 de agosto, data que também celebrou o Dia da(o) Psicóloga(o) e o aniversário da Lei 4.119, de 27 de agosto de 1962 – que dispõe sobre os cursos de formação em psicologia e regulamenta a profissão de psicóloga(o).

Ao todo, 96.702 psicólogas(os) votantes foram registrados em todo o país. A apuração foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do CFP e pode ser acessada a qualquer momento neste link.

Confira o resultado das Eleições para o Sistema Conselhos de Psicologia

Foi divulgado na noite deste sábado (27) o resultado das Eleições 2022 para os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e a Consulta Nacional para o Conselho Federal de Psicologia (CFP). A votação define as(os) representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia responsáveis por conduzir as ações e políticas relacionadas à profissão no próximo triênio (2022/2025).

O total de psicólogas(os) votantes foi de 96.702 em todo o país. Para a Consulta Nacional, a Chapa 21 – Frente em Defesa da Psicologia Brasileira obteve 54.672 votos; e a Chapa 22 – Toda Psicologia: Ética, Plural e Democrática teve 30.826 votos.

Confira a íntegra do relatório parcial relativo ao voto online da categoria para os Conselhos Regionais e o Conselho Federal.

Confira como foi a apuração da votação para o Federal e os Regionais.

 

27 de agosto: Dia Nacional da Psicóloga e do Psicólogo

Neste sábado, 27 de agosto, profissionais da Psicologia de todo o país celebram o Dia Nacional da(o) Psicóloga(o). E, neste ano de 2022, a data é ainda mais especial: marca o aniversário de 60 anos de regulamentação da Psicologia como ciência e profissão no Brasil.

O Dia Nacional da(o) Psicóloga(o) integra o calendário oficial de comemorações e refere-se à data de publicação da Lei 4.119/1962, que regulamentou a Psicologia brasileira. O dia foi oficialmente instituído em 2016, por meio da Lei 13.407, e prestigia a atuação de mais de 440 mil psicólogas e psicólogos em todo o país.

“Quero prestar meu reconhecimento a cada um de vocês, que realizam em cada um dos espaços que hoje ocupamos, o compromisso de defender a Psicologia como uma ciência e profissão comprometida com a ética, com a democracia e com a promoção de direitos”, celebra a presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes.

Ao comemorar os 60 anos da regulamentação da profissão, o CFP prestigia o legado e as transformações que fizeram da Psicologia uma ciência e profissão cada vez mais relevante nas políticas públicas e na sociedade:

“Chegamos aos 60 anos gravando na história do país a nossa participação nos principais movimentos de mudanças e transformações sociais. Lutamos contra uma ditadura violenta, ampliamos nossos espaços de interlocução, avançamos em áreas significativas do conhecimento e, dessa forma, solidificamos nossa atuação com base na defesa intransigente de um cuidado integral e da promoção da dignidade”, reforça a presidente do CFP.

Uma história para construir o futuro
A Psicologia chegou ao Brasil no início do século XX. No entanto, foi regulamentada como profissão a partir da publicação da Lei nº 4.119, em 27 de agosto de 1962, pelo presidente João Goulart. Em 1971, por meio da Lei nº 5.766, foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia – que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia.

Atualmente, são mais de 440 mil psicólogas e psicólogos em todo o território nacional, o que faz do Brasil o país com o maior número de profissionais da Psicologia em todo o mundo. A atuação está nas clínicas, nas políticas públicas da saúde, da assistência social, no sistema de justiça, na segurança pública, no trânsito, nos esportes e em todos os contextos de cuidado à saúde mental.

Para marcar as celebrações dos 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia tem promovido uma ampla agenda de atividades formativas, de lançamento de publicações, estudos e pesquisas, além de premiações, mostras, vídeos e sessões solenes nas cinco regiões do país, entre outras iniciativas.

A agenda de produtos e atividades pode ser acompanhada pelo site especial criado pelo CFP. Clique e confira.

Nota Eleições Psicologia 2022

Devido a problemas técnicos, algumas chapas que concorrem aos Conselhos Regionais de Psicologia não foram adequadamente listadas na edição especial do Jornal do Federal Eleições 2022 – publicado exclusivamente em versão on-line, em 19 de agosto de 2022.

O arquivo do Jornal do Federal já foi atualizado no site do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e as informações devidamente corrigidas conforme listagem abaixo:

 

CRP 01/DF
Chapa 11 – Cuidar das Psicologias: ampliando lutas

CRP 02/PE
Chapa 11 – Frente Pernambucana em Defesa da Psicologia

CRP 03/BA
Chapa 11 – Enlace Psi
Chapa 12 – Mobiliza Psi
Chapa 13 – Psicologias em movimento

CRP 04/MG
Chapa 11 – Frente Mineira da Psicologia pela Democracia

CRP 05/RJ
Chapa 11 – Ética e Democracia em Defesa da Psicologia

CRP 06/SP
Chapa 11 – Frente em Defesa da Psicologia
Chapa 12 – #AcordaPsicologia-Oposição

CRP 07/RS
Chapa 11 – Frente em Defesa da Psicologia RS

CRP 08/PR
Chapa 11 – Em Frente com Diálogo
Chapa 12 – Toda Psicologia
Chapa 13 – Psicologia em Novos Tempos

CRP 09/GO
Chapa 11 – Fortalecer – Ética Empregabilidade e Valorização Profissional
Chapa 12 – Avançar a Psicologia em Goiás

CRP 10/PA-AP
Chapa 11 – Frente Pará e Amapá na Defesa da Psicologia

CRP 11/CE
Chapa 11 – Frente Cearense PSIS pela Democracia
Chapa 12 – Por um CRP-11 Dialógico e Plural: uma nova história

CRP 12/SC
Chapa 12 – Frente Catarinense em Defesa da Psicologia Brasileira: Por uma sociedade democrática e justa
Chapa 13 – Fortalecer e valorizar a Profissão

CRP 13/PB
Chapa 11 – Frente Paraibana em Defesa da Psicologia
Chapa 12 – Acolher, Fortalecer e Interiorizar a Psicologia

CRP 14/MS
Chapa 11 – Psicologias, Territórios e Identidades: diálogos democráticos, garantias de direitos e equidade

CRP 15/AL
Chapa 11 – Fortalecer a profissão

CRP 16/ES
Chapa 11 – Plurais: Frente em defesa das Psicologias, pelo compromisso com a Ética, a Ciência e os Direitos Humanos

CRP 17/RN
Chapa 11 – Psicologia, Democracia e Diversidade: compromisso coletivo pela transformação social

CRP 18/MT
Chapa 11 – Atuação Psi: em Defesa das Psicologias de MT

CRP 19/SE
Chapa 11 – Crescer e Cuidar da Profissão

CRP 20/AM-RR
Chapa 13 – Psicologia para todos: Cuidando e fazendo frente em defesa dos psicólogos e da Psicologia

CRP 21/PI
Chapa 11 – Entre Rios: interiorizar e crescer

CRP 22/MA
Chapa 11 – Juntos pelo Desenvolvimento e Valorização da Psicologia no Maranhão

CRP 23/TO
Chapa 11 – Pra Frente Psi

CRP 24/AC-RO
Chapa 12 – Somos Todos CRP, Nossa Bandeira é a Psicologia

 

Brasília, 20 de Agosto de 2022.

Marisa Helena Alves
Presidente da Comissão Eleitoral Regular (CER)

Iolete Ribeiro da Silva
Presidente da Comissão Eleitoral Especial (CEE)