CFP premia práticas inovadoras da terceira edição do Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou, em 21 de novembro, a cerimônia de entrega da terceira edição do Prêmio Profissional Sylvia Leser de Mello: Práticas Inovadoras no Exercício da Psicologia. O evento integrou a programação oficial do 7º Congresso Brasileiro de Psicologia: Ciência e Profissão (CBP), no Distrito Federal, e reconheceu iniciativas que promovem avanços científicos e sociais na área.

Nesta edição, 101 trabalhos foram inscritos e avaliados por 20 pareceristas. Ao todo, nove projetos foram selecionados em três categorias — cada uma com três vencedores — além de menções honrosas. As práticas reforçam o compromisso da Psicologia com a produção de conhecimento inovador e com a transformação da sociedade.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destacou que o Prêmio Sylvia Leser de Mello é um espaço único para reconhecer práticas inovadoras e pesquisas desafiadoras, além de ressaltar a diversidade da Psicologia brasileira e o compromisso ético da profissão, lembrando que enfrentar os desafios contemporâneos exige criatividade e rigor científico.

Alessandra Almeida também enfatizou o papel transformador da Psicologia, que inspira futuras gerações a buscar novas formas de compreender e intervir na realidade social. “É uma honra testemunhar e celebrar a pluralidade e a riqueza do pensamento psicológico que emerge de tantos cantos do Brasil”, ressaltou.

O conselheiro federal Virgílio Bastos destacou o caráter histórico e dinâmico da Psicologia e pontuou que a profissão é fruto do esforço coletivo de diferentes gerações que contribuem para o avanço da ciência e para a construção contínua da profissão. “O exercício profissional é dinâmico e se constitui a partir da dedicação cotidiana de muitos profissionais”, afirmou.

A diversidade regional dos trabalhos inscritos e o caráter relacional das práticas inovadoras foram celebradas pelo conselheiro federal Jefferson Bernardes. “A inovação não se resume ao uso de tecnologias duras, mas também às metodologias que fortalecem vínculos e transformam realidades”, finalizou.

Conheça as categorias, práticas vencedoras e menções honrosas:

Categoria: Experiências ou produtos derivados do trabalho profissional individual ou coletivo de psicóloga ou psicólogo

– 1º lugar

Título: Registro: uma ferramenta engajadora ao suporte psicológico em UTI Neonatal
Autor(a) principal: Ester Senna Monteiro de Farias

– 2º lugar

Título: REXISTE Ocupação cultural – arte, psicologia e luta por moradia
Autor(a) principal: João Pedro Kowacs Castro
Autoras(es): Leonardo de Oliveira

– 3º lugar

Título: Do quintal produtivo ao cuidado coletivo: relato de experiência profissional em território rural
Autor(a) principal: Aline Marques

– Menções honrosas

Título: Brincar é coisa séria: intervenções lúdicas para promoção de saúde com crianças e adolescentes com doenças hematológicas crônicas
Autor(a) principal: Érika Arantes de Oliveira Cardoso
Autoras(es): Filipe Henrique Vicente da Silva, Mônica Cordeiro Rodrigues, Isabela Mesquiati, Manoel Antônio dos Santos, Diego Domingos Bueno

Título: Menos telas, mais presença: construindo conexões reais para promoção da saúde mental infantil
Autor(a) principal: Rachel de Siqueira Dias

Título: Contribuição do psicólogo no contexto educacional: tecendo ações e diálogos no cuidado dos estudantes urbanos, rurais e ribeirinhos
Autor(a) principal: Marcos Vinícius Santos Batista Silva

Título: Grupo de mulheres do Sucupira: um relato de experiência
Autor(a) principal: Marian da Silva Queiroz Silva
Autoras(es): Rosibel dos Santos Pinto, Geovana Santos Ferreira

Título: Grupo Trabalhador em Foco: relato de experiência da residência multiprofissional em saúde da família
Autor(a) principal: Geovana Santos Ferreira
Autoras(es): Janine Cardoso Soub

Categoria: Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de especialização ou de mestrado

– 1º lugar

Título: Investigando impactos psicológicos das redes sociais: apresentando uma ferramenta de simulação
Autor(a) principal: Isabella Leandra Silva Santos
Autoras(es): Carlos Eduardo Pimentel

– 2º lugar

Título: A dialética nas ruas: entre a humilhação social, a vergonha e a conscientização na práxis política de pessoas em situação de rua
Autor(a) principal: Nilson de Jesus Oliveira Leite Júnior
Autoras(es): Antonio Euzébios Filho

– 3º lugar

Título: Saberes e práticas da roça: mulheres e o cultivo de si nas miudezas do cotidiano
Autor(a) principal: Alais Benedetti

– Menção honrosa

Título: Compreensões fenomenológico-existenciais acerca da experiência do suicídio de crianças: “E existe?”
Autor(a) principal: Manuella Bila de Melo
Autoras(es): Ana Karina Silva Azevedo

Categoria: Experiências ou produtos derivados de trabalhos realizados em cursos de doutorado, pós-doutorado, bem como de projetos de pesquisa vinculados a grupos de pesquisa

– 1º lugar

Título: Ansiedade de provas: uma proposta de avaliação e intervenção
Autor(a) principal: Luiz Ricardo Vieira Gonzaga
Autoras(es): Sônia Regina Fiorim Enumo

– 2º lugar

Título: Intervenção psicoeducativa online para pais de adolescentes com autolesão não suicida: desenvolvimento e avaliação
Autor(a) principal: Bruna Mattos Machado
Autoras(es): Angela Helena Marin

– 3º lugar

Título: Avaliação de um sistema online de instrução personalizado na aprendizagem conceitual e procedimental de professores da educação especial
Autor(a) principal: Malena Russelakis Carneiro Costa
Autoras(es): Carlos Alves Barbosa de Souza

– Menção honrosa

Título: Bem-estar subjetivo infantil: proposta de intervenção psicossocial nas escolas
Autor(a) principal: Carine Tabaczinski
Autoras(es): Lívia Maria Bedin Tomasi, Fernanda Tonietto Michelin

Confira a galeria de imagens da premiação.

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Psicologia brasileira debate crises globais e impactos locais, tema do 7º CBP

Teve início na quarta-feira (19), na Universidade de Brasília (UnB), a 7ª edição do Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (CBP). Realizado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) em parceria com o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), o encontro reúne profissionais, estudantes e entidades da área para debater os desafios contemporâneos da ciência e da profissão. 

A cerimônia de abertura, transmitida ao vivo pelo canal oficial do CFP no YouTube, marcou o início de uma programação que se estende até sábado (22), com conferências, simpósios, mesas-redondas, minicursos, oficinas, rodas de conversa, comunicações orais e pôsteres. O CFP integra mais de 80 dessas atividades.

A solenidade contou com a conferência magna “Bem-Viver no caos”, conduzida por Débora Noal, que abordou a relação entre o fazer da Psicologia e a vida em um mundo de eventos extremos.

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, destacou que o 7º CBP é um dos mais importantes espaços de reafirmação do projeto ético-político da Psicologia no Brasil. “Este Congresso é um convite: que futuro queremos construir para a Psicologia brasileira e para o país que desejamos?”, pontou.

Alessandra Almeida ressaltou a necessidade de enfrentar os impactos das crises climáticas e socioambientais sobre a saúde mental e de fortalecer o diálogo com movimentos sociais, reafirmando o compromisso da categoria com a democracia, a dignidade humana e os direitos. 

A conselheira do CFP e presidenta da comissão organizadora do 7º CBP, Juliana Guimarães, enfatizou o caráter inclusivo do encontro, destacando a diversidade regional e internacional presente. “Receber participantes das cinco regiões do Brasil e de outros países da América Latina e da Europa nos enche de orgulho e reafirma o caráter plural, democrático e inclusivo deste encontro”, disse. 

Juliana Guimarães também ressaltou o papel das entidades, equipes técnicas e pessoas voluntárias na construção da sétima edição, além dos avanços em acessibilidade, como tradução em Libras, espaço família e ponto de cuidado, reafirmando o compromisso do Congresso com a inclusão. “Queremos que cada pessoa, seja estudante, docente ou profissional, se sinta acolhida e representada, porque a Psicologia só tem sentido quando é para todas as pessoas”, acrescentou. 

Representando o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), o conselheiro do CFP Antônio Virgílio Bastos destacou a importância da pluralidade e da ação conjunta das entidades. “O CBP materializa o esforço de uma Psicologia ética, crítica e socialmente referenciada, capaz de responder às complexas demandas da sociedade contemporânea”, afirmou. 

Resistência e transformação 

A mesa de abertura também ressaltou que o 7º CBP coincide com o Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, reforçando a conexão entre ciência, cultura e justiça social. O evento dialoga com debates globais, como os da COP30 em Belém/PA, que destacam o protagonismo das comunidades tradicionais na luta contra a crise climática.

CFP participa da 55ª Reunião Anual da SBP e reforça compromisso com a diversidade e inclusão na Psicologia

Entre os dias 28 e 31 de outubro de 2025, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal (RN), recebeu a 55ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP). O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou representado pela conselheira federal Izabel Hazin e pelo conselheiro federal Pedro Paulo Bicalho, reafirmando o compromisso da autarquia com o avanço da ciência psicológica e com a promoção da diversidade e inclusão como valores centrais da profissão.

A programação da reunião contou com mesas-redondas, conferências, cursos práticos e simpósios, reunindo nomes de destaque da Psicologia nacional e internacional. A participação do CFP se deu na mesa de abertura, no dia 28 de outubro, e em conferência realizada no dia 29 que debateu sobre o papel ético, científico e social da Psicologia em tempos de transformação.

Durante o encontro, Izabel Hazin destacou a relevância da pauta da inclusão de pessoas com deficiência como uma das marcas da atual gestão do CFP e ressaltou os avanços alcançados tanto na produção de resoluções e pesquisas quanto na acessibilidade dos próprios eventos do Conselho. Para ela, a aproximação e parceria entre o CFP e a SBP têm sido estratégicas para o fortalecimento da Psicologia no país e na América Latina.

“A gente está falando de uma autarquia de muita tradição, fundada em 1971, que ao longo desses anos vem contribuindo com a Psicologia brasileira em diferentes frentes. Nesse evento, em especial, a questão da diversidade e da inclusão ganha destaque, o que, para o CFP, é extremamente importante, uma vez que o compromisso com os direitos humanos e o papel social da Psicologia são pilares que sustentam essa ciência e profissão”, afirmou Izabel Hazin.

A 55ª Reunião Anual da SBP contou com apoio institucional do Conselho Federal de Psicologia por meio de edital de Apoio e Patrocínio, reafirmando o compromisso com a produção e disseminação do conhecimento científico em Psicologia.

Nota de pesar: Andrea dos Santos Nascimento

É com pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebe a notícia pelo falecimento da psicóloga e professora Andrea dos Santos Nascimento, que dedicou sua vida profissional ao fortalecimento da Psicologia como ciência e profissão, deixando um legado imensurável para a categoria e para a sociedade brasileira.

A psicóloga exerceu importantes funções no controle social e na organização política da profissão: integrou o plenário do Conselho Federal de Psicologia (2007-2010), foi presidenta do Conselho Regional de Psicologia do Espírito Santo (CRP-16), diretora de Ética da Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT) e membro da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP). Também integrou o Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), contribuindo a construção de diretrizes fundamentais para a atuação das(os) psicólogas(os) em Políticas Públicas de mobilidade humana e trânsito.

Mestre em Política Social, doutora e pós-doutora em Psicologia, com pesquisas voltadas às questões de gênero e étnico-raciais e cultura, Andréa foi professora da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), onde colaborou para a formação de psicólogas(os) e pesquisadoras(es). Com atuação acadêmica sempre marcada pelo compromisso ético e social, foi referência nacional no campo da mobilidade e do trânsito.

O Conselho Federal de Psicologia expressa suas mais sinceras condolências à família, amigas(os), ex-alunas(os) e colegas de Andrea Nascimento, assim como a toda a comunidade tocada por sua presença generosa, sua dedicação e contribuição para a Psicologia brasileira.

CFP reafirma compromisso com saúde mental da população LGBTI+ em congresso nacional inédito

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, entre 9 e 11 de outubro, do I Congresso Nacional de Saúde Mental LGBTI+, promovido pela Aliança Nacional LGBTI+ em Curitiba/PR. O evento reuniu especialistas, ativistas e representantes de instituições comprometidas com o fortalecimento de políticas públicas, práticas clínicas e estratégias de acolhimento voltadas à saúde mental da população LGBTQIA+.

A conselheira federal Isadora Canto representou o CFP na cerimônia de abertura e integrou a mesa Psicologia e abordagens afirmativas. Em sua fala, destacou o compromisso ético da Psicologia com o reconhecimento da dignidade das pessoas LGBTQIA+.

“É compromisso da Psicologia a promoção da vida, do respeito e do cuidado em liberdade”, afirmou a conselheira, ressaltando que o sofrimento psíquico não decorre das identidades ou orientações sexuais, mas das violências e exclusões enfrentadas por essa população.

Isadora Canto também enfatizou que esse compromisso está expresso no Código de Ética da profissão e em diversas normativas que orientam a atuação profissional, como as resoluções CFP nº 01/99 (que veda práticas de patologização das homossexualidades), CFP nº 01/2018 (que legitima a autodeterminação de pessoas transexuais e travestis), CFP nº 08/2022 (sobre atuação junto às bissexualidades e orientações não monosexuais) e CFP nº 16/2024 (acerca do cuidado com pessoas intersexo).

O conselheiro federal Roberto Chateaubriand participou da mesa Desafios e futuro da saúde mental LGBTI: caminhos para políticas públicas e ação coletiva, na qual refletiu sobre os paradoxos enfrentados pela comunidade LGBTQIA+ no Brasil. Além disso, atuou como avaliador e mediador da Mostra de Trabalhos Acadêmicos, realizada paralelamente ao Congresso, cuja produção integrará uma publicação.

A mostra destacou pesquisas relevantes sobre temas como: relações familiares com pais de pessoas LGBTQIA+; lesbiandades e saúde pública; vivências comunitárias e processos de emancipação de pessoas trans; os desafios das parcerias público-privadas na prevenção do HIV; e uma análise crítica das publicações do Conselho Federal de Psicologia, com foco em seus impactos na formação científica e profissional nas áreas de gênero e sexualidade.

Embora destaque avanços significativos — como o reconhecimento de direitos civis —, Roberto Chateaubriand alertou para as barreiras estruturais que ainda impactam de forma mais intensa os grupos em situação de maior vulnerabilidade, como as mulheres trans.

“A nossa microrrevolução tem que ser norteada eticamente, com uma ação capaz de produzir sentidos de transformação”, pontuou o conselheiro.

Contribuições da Psicologia

A participação do CFP no congresso reforçou o papel da Psicologia no enfrentamento das desigualdades que afetam a população LGBTQIA+, por meio da promoção de práticas afirmativas, escuta qualificada e defesa de direitos.

Durante o evento, foram distribuídas publicações elaboradas pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), como Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas, Psicólogos e Psicólogues em políticas públicas para população LGBTQIA+ e nos programas e serviços de IST/HIV/aids. Também foram entregues exemplares do livro Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs, organizado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH) do CFP, que reúne relatos de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais, evidenciando os sofrimentos ético-políticos e os processos de resistência diante de violências, preconceitos e exclusões.

O CFP também integra o Conselho Nacional de Direito das Pessoas LGBTQIA+, instância consultiva e deliberativa do governo federal na formulação de políticas públicas, que atua em diversas frentes para promover e defender os direitos dessa população, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e inclusiva.

CFP lança Nota Técnica para atuação da Psicologia na realização de exame criminológico

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza na próxima quinta-feira (30) o lançamento da Nota Técnica nº 32/2025, documento que orienta a atuação ética, crítica e qualificada de psicólogas e psicólogos na realização do exame criminológico.

O evento ocorre a partir das 16h, na sede do CFP, em Brasília/DF, com transmissão ao vivo pelo canal oficial do Conselho no YouTube.

A Nota Técnica foi elaborada para subsidiar a categoria profissional diante das recentes mudanças na Lei de Execução Penal (Lei nº 14.843/2024), que tornou obrigatória a realização do exame criminológico para a progressão de regime. O documento apresenta reflexões e diretrizes sobre os desafios éticos e técnicos desse procedimento, que afeta diretamente os direitos das pessoas privadas de liberdade.

Entre os temas abordados, estão os limites da atuação psicológica, as condições mínimas para o exame, a vedação de prognósticos e conceitos estigmatizantes, além da importância da escuta qualificada e do respeito às singularidades e interseccionalidades.

Mais do que um manual técnico, as diretrizes reafirmam que o exame criminológico não deve ser instrumento de punição ou estigmatização, mas sim uma prática voltada à promoção da saúde mental, da dignidade e da individualização da pena.

A atividade será coordenada pelo conselheiro federal Pedro Paulo Bicalho e contará com a participação da psicóloga Maynard Vorga; da pesquisadora Valdirene Daufemback e da psicóloga Márcia Badaró, que contribuíram com a elaboração do material.

Conheça as(os) participantes

Pedro Paulo Gastalho de Bicalho
Psicólogo, especialista em Psicologia Jurídica, mestre e doutor em Psicologia. Professor titular do Instituto de Psicologia da UFRJ e conselheiro do XIX Plenário do CFP.

Maynar Vorga
Psicóloga, antirracista, antimanicolonial e abolicionista penal. Especialista em Educação Permanente em Saúde; mestra e doutoranda em Psicologia Social e Institucional pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Técnica Superior Penitenciária Psicóloga na Polícia Penal do Rio Grande do Sul. Coordenou o Núcleo do Sistema Prisional do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP/07) entre 2019 e 2023 e em 2025.

Valdirene Daufemback
Pesquisadora do Laboratório de Gestão de Políticas Penais da Universidade de Brasília (LabGEPEN/UnB) e professora convidada do Programa de Pós-Graduação em Mudança Social e Participação Política da Universidade de São Paulo (USP). Coordenadora Geral do Programa Fazendo Justiça. Psicóloga, especialista em Gestão de Pessoas, mestre em Psicologia e doutora em Direito. Foi conselheira do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP), ouvidora nacional de Serviços Penais e diretora de Políticas Penitenciárias da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).

Márcia Badaró
Psicóloga aposentada da Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (SEAP/RJ). Coordenadora do Núcleo Psicologia, Sistema Prisional e Segurança Pública do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05) e integrante do Fórum Permanente de Saúde no Sistema Prisional do Rio de Janeiro (FPSSP-RJ).

Serviço:

Lançamento da Nota Técnica Diretrizes sobre a Atuação de profissionais de Psicologia na Realização do Exame Criminológico

Data: 30 de outubro de 2025
Horário: 16h às 17h30
Transmissão ao vivo: canal do CFP no YouTube

Live preparatória destaca papel da Psicologia na formulação da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+

No dia 15 de outubro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou, de forma virtual, a live preparatória para a 4ª Conferência Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ (4ª CONLGBTQIA+), intitulada A Psicologia na construção da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+. A transmissão está disponível no canal oficial do CFP no Youtube.

Na abertura, o conselheiro federal Roberto Chateaubriand, mediador da atividade, ressaltou o papel histórico da Psicologia na luta pela despatologização das identidades de gênero e orientações sexuais, reafirmando o compromisso ético e político da profissão com os direitos humanos.

“As conferências nacionais são espaços fundamentais do controle social democrático. São nelas que escutamos as vozes dos territórios, reconhecemos as experiências de vida e reafirmamos que as políticas públicas devem nascer da participação popular, da escuta, do diálogo e da construção compartilhada”, pontuou Chateaubriand.

Durante a atividade, que contou com a participação de colaboradoras(es) que conduziram reflexões sobre os quatro eixos da Conferência, o grupo destacou a importância de reconhecer as especificidades das vivências LGBTQIA+ e de enfrentar as violências que se manifestam de forma diversa nos corpos e trajetórias dessa população. Foram abordadas questões como a valorização das identidades, o combate à invisibilidade e à exclusão social, o direito ao trabalho digno, além da necessidade de políticas públicas que assegurem cuidado, proteção e bem-viver.

Dayane Barreto, do Grupo de Estudos em Lesbianidades (GEL/UFMG), abordou o Eixo I – Enfrentamento à violência LGBTQIA+. O psicólogo Davi Ruivo, da Aliança Nacional LGBTI+ em São Paulo, contribuiu com o Eixo II – Trabalho digno e geração de renda.

Paul Gialdroni, da Rede MILBi+, apresentou considerações sobre o Eixo III – Interseccionalidade e internacionalização. Caní da Silva, conselheira do Conselho Regional de Psicologia do Amazonas (CRP-20) e integrante da Articulação Nacional de Psicólogas/os Trans (ANP Trans), trouxe reflexões sobre o Eixo IV – Institucionalização da Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+.

A Psicologia foi convocada a ampliar sua escuta, incorporar saberes ancestrais e enfrentar as lógicas de opressão que atravessam a sociedade, reafirmando seu papel como promotora da saúde, da dignidade e da justiça social.

Política Nacional

A Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+ está em fase de elaboração e será lançada após a 4ª Conferência Nacional, que ocorre de 21 a 25 de outubro, em Brasília/DF. O encontro pretende ser um marco na reconstrução da participação social, com delegações que incluem representantes da Psicologia.

Com o tema “Construindo a Política Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+”, o objetivo é formular uma política que represente a diversidade geográfica, histórica, social e cultural da comunidade LGBTQIA+ no Brasil. A iniciativa é do Conselho Nacional dos Direitos das Pessoas LGBTQIA+, por meio do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Internacionalização da Psicologia: CFP traduz para o espanhol um conjunto de Referências Técnicas do CREPOP com orientações para a atuação profissional em diversos campos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) acaba de anunciar o lançamento de uma série traduzida para o espanhol das principais Referências Técnicas para a atuação profissional de psicólogas e psicólogos em políticas públicas. A iniciativa é um passo estratégico nas ações de internacionalização da Psicologia brasileira, com o objetivo de fortalecer o intercâmbio de conhecimento, especialmente na América Latina.

As duas primeiras publicações, Referencias técnicas para la actuación de psicólogas, psicólogos e psicólogues en políticas públicas para la población LGBTQIA e Referencias Técnicas para la actuación de psicólogas(os) en la atención a las mujeres en situación de violência, foram apresentadas no IX Congresso da Associação Latino-Americana de Ensino e Formação em Psicologia (ALFEPSI), que ocorreu entre 8 e 11 de outubro, em Maceió/AL.

Ao todo, serão lançadas sete referências técnicas em espanhol, por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).

A presidenta do CFP, Alessandra Almeida, avalia que a tradução desses materiais é um marco importante para a Psicologia brasileira e latino-americana. Para ela, a iniciativa reconhece que o trabalho de construção de referências técnicas para atuação em políticas públicas transcende as fronteiras do Brasil, tendo a Psicologia brasileira um papel de destaque no cenário latino-americano, no qual desafios comuns demandam práticas inovadoras, críticas e comprometidas com a equidade e a justiça social.

“A tradução dessas referências técnicas é um reflexo do entendimento de que a internacionalização transcende a mera difusão de documentos. Na prática, representa a afirmação de valores e atuações que conectam o Brasil a outras nações em uma causa compartilhada: a edificação de uma Psicologia crítica, democrática e cimentada nos direitos humanos”, explica a presidenta da Autarquia.

Após essas duas primeiras traduções, o CFP prepara o lançamento de mais cinco referências técnicas em espanhol:

•⁠ ⁠Referencias Técnicas para la Actuación de Psicólogas(os) en Políticas Públicas de Derechos Sexuales y Derechos Reproductivos;
•⁠ ⁠Referencias Técnicas para la Actuación de Psicólogas(os) junto a los Pueblos Indígenas;
•⁠ ⁠Referencias Técnicas para la Actuación de Psicólogas(os) en la Educación Básica;
•⁠ ⁠Referencias Técnicas para la Actuación de Psicólogas(os) en el Ámbito de las Medidas Socioeducativas; e
•⁠ ⁠Referencias Técnicas para la Actuación de Psicólogas(os) en el Sistema Penitenciario.
Em breve, todo esse conteúdo digital estará disponível de forma gratuita no site do CFP.

Internacionalização da Psicologia
A internacionalização da Psicologia é uma agenda estratégica do CFP que busca fortalecer a presença da ciência e profissão psicológicas do Brasil no cenário global. A ação promove a troca de saberes, a difusão de boas práticas e a integração profissional com outras nações, como as da América Latina, Caribe e países de língua portuguesa.

A iniciativa inclui a participação em eventos internacionais, a realização de congressos no Brasil, como o X Congresso ULAPSI e o XI Congresso ALFEPSI, no ano de 2025. Além disso, a agenda estabelece a colaboração com entidades transnacionais, como a União Internacional de Ciências Psicológicas (IUPsyS) e a Sociedade Interamericana de Psicologia (SIP).

“Ao tornar esse conhecimento acessível, o Sistema Conselhos não apenas fortalece o intercâmbio internacional, mas também permite que a experiência brasileira inspire e dialogue com outras realidades da região”, aponta Alessandra Almeida.

Sobre o CREPOP
O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Política Pública (CREPOP) integra a experiência prática de psicólogas e psicólogos à revisão da literatura científica, abordando questões fundamentais para a prática profissional.

Nos últimos anos, o CREPOP passou por um processo de revisão e publicação de Referências Técnicas, com o número de títulos disponíveis saltando de 13 em 2013 para 26 em 2025. O Centro também organiza o Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas, atualmente em sua 12ª edição, um espaço de encontro e compartilhamento de conhecimentos.

CFP reúne propostas da Psicologia para a Conferência Nacional de Assistência Social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) compilou um conjunto de propostas para serem debatidas na 14ª Conferência Nacional de Assistência Social. O evento acontece de 6 a 9 de dezembro de 2025, em Brasília/DF, com o tema “20 anos do SUAS: construção, proteção social e resistência”.

As propostas foram definidas na Conferência Livre Nacional da Psicologia no SUAS, evento preparatório promovido pelo CFP em 30 de setembro e que reuniu mais de 300 participantes.

Na abertura da atividade, conselheiras federais, trabalhadoras e representantes de entidades destacaram a importância do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), especialmente, a necessidade de valorização de trabalhadoras e trabalhadores.

A presidenta do Conselho Federal de Psicologia, Alessandra Almeida, pontuou a potência do SUAS na defesa dos direitos e na valorização profissional como essenciais à política pública da Assistência Social. “Nós sabemos que não basta garantir a política no papel, é preciso assegurar condições dignas de trabalho e cuidar da saúde mental de quem sustenta essa política no dia a dia. Não há SUAS forte sem profissionais fortalecidas”, pontuou.

A conselheira federal Neuza Guareschi destacou o marco dos 20 anos do SUAS, o caráter de direito e a importância central da gestão e saúde de trabalhadoras(es). “Estamos em um momento histórico. Em 2025, o SUAS completa 20 anos. Duas décadas de uma construção coletiva marcada por resistência, por enfrentamentos e por conquistas que reafirmam a assistência social como direito, e não como favor”, pontuou.

A representante do CFP no Fórum Nacional das Trabalhadoras e Trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social (FNTSUAS), Simone Gomes, ressaltou que a Assistência Social é a segunda maior área de atuação da Psicologia, sendo necessário corrigir a precariedade dos vínculos trabalhistas, as condições laborais e as remunerações das(os) trabalhadoras(es). “É urgente que a gente pense e proponha deliberações acerca da melhoria dessas nossas condições de trabalho. A efetivação da educação permanente, a realização dos concursos públicos e o aumento das equipes de referência”, afirmou.

Andreia Fernandes, do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) chamou atenção para a realização da conferência livre no CFP como espaço legítimo de controle social. “As conferências livres são esse espaço autônomo e democrático que amplia o debate público, que enriquece o processo de construção e de fortalecimento das políticas públicas e que também fortalece o controle social”.

Conheça as propostas
A Conferência Livre Nacional da Psicologia no SUAS abordou dois dos cinco eixos temáticos da etapa nacional, que irão percorrer o aperfeiçoamento contínuo do SUAS e a gestão democrática, informação e comunicação transparente.

A atividade promovida pelo CFP, recebeu mais de 130 pré-propostas das mais de 1000 pessoas inscritas para participar do evento virtual. As pré-propostas foram sistematizadas de modo que cada grupo temático (GT) trabalhou a partir de 5, com a orientação de apresentar uma como prioritária. Após as discussões dos GTs, chegou-se às três propostas finais que serão encaminhadas ao Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), conforme dispõe a Resolução CNAS/MDS n. 188, de 2 de abril de 2025, para seguirem no trâmite com objetivo de serem incluídas no caderno de discussões da Conferência Nacional.

As demais propostas remanescentes, sendo 5 definidas pelos grupos, seguirão internas ao CFP. Desse modo, a Conferência Livre, apreciou no total 8 propostas na plenária final. As três que serão encaminhadas ao CNAS, compreendem:

•⁠ ⁠Proposta 1: Criar uma política nacional permanente de enfrentamento ao assédio moral no SUAS, com financiamento tripartite, para cuidado, monitoramento, canais de denúncia, responsabilização e ações orientadoras.

•⁠ ⁠Proposta 2: Criar e instituir Programa Nacional de Valorização e Saúde das(os) Trabalhadoras(es) do SUAS, garantindo cofinanciamento federal, para Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) e progressão funcional, piso salarial nacional justo, carga horária de até 30h semanais e política de educação permanente e gestão do trabalho.

•⁠ ⁠Proposta 3: Implantar um sistema de informações e interações acessíveis, inclusivas, permanentes e transparentes de participação social, por meio de canais digitais e encontros descentralizados, representativos da diversidade territorial e efetivos na comunicação em assistência social.

A abertura e a deliberação das propostas podem ser conferidas no canal oficial do CFP no YouTube.

CFP participa do IX Seminário Novos Horizontes da Pós-Graduação em Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, nos dias 13 e 14 de outubro de 2025, do IX Seminário Novos Horizontes da Pós-Graduação em Psicologia, realizado na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa/PB.

O evento foi promovido pela Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP), em parceria com a Coordenação de Área de Psicologia da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e contou com o apoio do CFP e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Ao reunir coordenadores e representantes de programas de pós-graduação em Psicologia de todas as regiões do país, o seminário teve como foco o aperfeiçoamento do sistema nacional de pós-graduação, a qualificação das pesquisas científicas e a construção de estratégias para o fortalecimento da área em nível nacional e internacional.

Representando o CFP, o conselheiro federal Virgílio Bastos participou da conferência de encerramento, com a palestra “Que profissionais estamos formando? Formação do docente-pesquisador”, apresentando uma análise detalhada da produção científica da pós-graduação em Psicologia no Brasil.

Baseado em dados da avaliação quadrienal da CAPES de 2021, o estudo apresentado por Virgílio Bastos revelou a distribuição dos projetos de pesquisa em diferentes níveis de complexidade e aplicabilidade, desde produções teóricas até intervenções práticas. O conselheiro destacou a importância de preservar a diversidade de enfoques nos programas acadêmicos e profissionais, equilibrando a produção científica com o impacto social.

“A diversidade de projetos demonstra a riqueza da pós-graduação em Psicologia no Brasil. Precisamos avançar em modelos de avaliação que reconheçam a pluralidade de perfis e as contribuições dos programas para a sociedade”, afirmou Virgílio Bastos.

Painéis e conferências

A programação oficial contemplou debates sobre política científica, inovação social, ações afirmativas, avaliação da pós-graduação e formação docente, entre outros temas relacionados ao desenvolvimento da Psicologia como ciência e profissão.

Além da participação do CFP, a programação contou com conferências e painéis com especialistas da CAPES, do CNPq, de instituições de ensino superior e de fóruns permanentes da ANPEPP. Os debates abordaram temas como avaliação da pós-graduação no quadriênio 2025-2028; desafios das políticas científicas para as ciências humanas e sociais; perspectivas para doutorados profissionais na área da Psicologia; políticas de ações afirmativas na pós-graduação; e publicação científica e ética em pesquisa e impacto social.

O evento foi encerrado com a Assembleia Geral Ordinária da ANPEPP, que deliberou sobre encaminhamentos institucionais e reforçou a importância da articulação entre programas de pós-graduação, entidades científicas e órgãos de fomento.