8º Congresso Brasileiro de Saúde Mental está com inscrições abertas

São Paulo receberá o 8º Congresso Brasileiro de Saúde Mental (CBSM), entre os dias 21 e 24 de julho de 2022. Organizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), com o apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e de outras entidades da área, esta edição do encontro tem como tema Democracias, Antropofagias e Potências da Luta Antimanicomial. O objetivo é discutir a política de saúde mental, a luta antimanicomial e o futuro das políticas de saúde e de proteção social no Brasil. As inscrições estão abertas e podem ser feitas até 24 de julho pelo site do evento.

Em sua oitava edição, o CBSM segue como um espaço de trocas de conhecimentos entre a comunidade acadêmica, trabalhadores/as da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), familiares e usuários/as dos serviços de saúde mental. Dada a sua relevância, o Congresso Brasileiro de Saúde Mental tem se tornado referência internacional, com importante repercussão na América Latina e Caribe.

O 8º CBSM terá dez eixos temáticos abrangendo as várias discussões que caracterizam a complexidade e a diversidade do campo da Saúde Mental. Nesta edição, serão realizadas 20 mesas redondas, três grandes debates, conferências, oficinas, minicursos e dezenas de rodas de conversa. Além disso, os participantes terão acesso a feira de economia solidária, a lançamento de livros, espaço para as artes, entre outras atividades.

A Abrasme é uma associação formada por profissionais das diversas áreas do conhecimento, como antropologia, filosofia, educação e saúde. A organização busca o fortalecimento das entidades-membro e a ampliação do diálogo das comunidades técnicas e científicas e serviços de saúde com organizações governamentais e não governamentais e a sociedade civil, tendo como enfoque as políticas de saúde mental.

Participação do CFP

O Conselho Federal de Psicologia participa do 8º Congresso Abrasme com uma série de atividades em defesa de uma política pública de saúde mental antimanicomial. 

Em 23 de julho, das 10h30 às 12h30, participam da mesa sobre a 5ª Conferência da Saúde Mental, a presidente do CFP Ana Sandra Fernandes Arcoverde e a conselheira Marisa Helena Alves. O diálogo também contará com a presidente da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), Fernanda Magano, e do presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), Leonardo Pinho. 

Na tarde do dia 23, entre 14h e 16h, participam das discussões da mesa sobre o  tema Psicologia e a Construção de Parâmetros Éticos para a atuação em Saúde Mental e Direitos Humanos, as(os) conselheiras(os) do CFP: Losiley Alves Pinheiro (Trânsito e Saúde Mental); Rodrigo Acioli Moura (Psicoterapia: da formação a prática, novos desafios); Neuza Maria de Fátima Guareschi (Assistência e Saúde Mental: Experiências na Intersetorialidade); Marina de Pol Poniwas (Alegações de alienação parental e o sofrimento mental de crianças e adolescentes); e Alessandra Santos de Almeida (Mobilidade Urbana e a Saúde Mental das Mulheres Negras).

Confira a programação completa do congresso da Abrasme no site do Congresso Brasileiro de Saúde Mental (CBSM).

CFP participa do I Seminário Luso-Brasileiro de Trauma

Entidades da Psicologia do Brasil e de Portugal promoveram neste mês o I Seminário Luso-Brasileiro de Trauma, intitulado “Trauma e pós-trauma: contextos, populações e práticas”. Participaram das atividades representantes do Conselho Federal de Psicologia do Brasil, da Ordem dos Psicólogos Portugueses e da Associação Iberoamericana de Psicotrauma.

O tema central da atividade foi abordar todo o espectro do trauma, desde a sua experiência em primeira pessoa e seu impacto na comunidade, até às intervenções psiquiátricas e psicológicas pós-traumáticas e soluções legislativas de apoio à vítima. Foi a oportunidade de estudantes e acadêmicos de conhecer diferentes perspectivas e práticas desenvolvidas no Brasil e em Portugal.

A presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, participou da abertura do evento destacando as atribuições legais do CFP e os desafios postos à profissão e à sociedade brasileira, especialmente os relacionados ao contexto de emergências e desastres. Ana Sandra citou a tragédia social e ambiental decorrente do rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho e a pandemia do coronavírus, que tem desencadeado o Transtorno de Estresse Pós-Traumático na população.

“A atuação do profissional de Psicologia frente às situações classificadas como emergências e desastres deve ser dinâmica, ampla e criativa, com destaque para ações de promoção e resgate da saúde mental, bem-estar e cidadania das pessoas impactadas”, reforçou a presidente do CFP.

Ana Sandra Fernandes também reiterou o compromisso histórico do Conselho Federal de Psicologia, assim como da Psicologia brasileira, frente a esses desafios, e afirmou que o órgão tem cumprido seu papel institucional diante dos desafios da realidade atual.

CFP publica resolução sobre bissexualidades e demais orientações não-monossexuais

Aconteceu na manhã desta terça-feira, 17 de maio, Dia Internacional de Luta contra a LGBTIfobia, o Ato Público de Assinatura da Resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) sobre atuação de psicólogas(os) em relação às bissexualidades e demais orientações não-monossexuais (Resolução CFP 08/2022). A cerimônia ocorreu como parte das atividades do Encontro do Conselho Nacional Popular LGBTI+, realizado em São Paulo.

Em participação virtual, a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, afirmou que, com a assinatura da Resolução, o Conselho Federal renova os compromissos éticos da Psicologia na promoção dos direitos humanos e da dignidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo.

“Vamos hoje dar mais um passo na promoção do respeito às pessoas bissexuais: vamos dizer um sonoro não à bifobia e um sim à vida e à existência digna das pessoas bissexuais. A partir deste ano, o 17 de maio poderá ser lembrado também como o dia da assinatura da Resolução CFP número 8, de 17 de maio de 2022”, pontuou.

Representante do CFP junto ao Conselho Nacional Popular LGBTI, Céu Cavalcanti detalha a Resolução. “O preceito básico da normativa é garantir um atendimento digno, de qualidade, quando a categoria profissional de Psicologia, nos diferentes espaços de atuação, lidar com essa temática. É uma resolução que versa basicamente sobre como a nossa categoria precisa pensar e ter perspectivas ao lidar com bissexualidade e relações não-monossexuais”, destacou.

A resolução

A Resolução assinada nesta manhã estabelece regras de atuação para profissionais da Psicologia em relação às bissexualidades e demais orientações não-monossexuais, nas quais a atração afetivo-sexual está direcionada a mais de uma identidade de gênero.

A conselheira do CFP e coordenadora do GT de Diversidade Sexual da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf), Alessandra Almeida, destaca como histórica a assinatura da normativa, aprovada na última reunião da assembleia do Sistema Conselhos, em abril passado.

“Essa tarefa foi dada ao grupo de trabalho da APAF sobre Diversidade Sexual e Gênero a partir de provocação feita ao Sistema Conselhos de Psicologia pelos movimentos sociais organizados, no intuito de um enfrentamento à bifobia. Estamos extremamente honrados e orgulhosos com esse feito”, comemora.

A nova norma orienta as(os) profissionais a considerarem a autodeterminação de cada sujeito em relação a sua orientação sexual e identidade de gênero, reconhecendo as intersecções entre território, raça, etnia, classe, geração, deficiências, identidades e expressões de gênero como marcadores sociais de diferenças, entre outras diretrizes.

Também reconhece a legitimidade das bissexualidades e demais orientações não-monossexuais, não as vinculando às homossexualidades ou às heterossexualidades.

A conselheira Alessandra Almeida lembrou da importância das interseccionalidades no debate sobre a violência contra a população LGBTI, destacando também o protagonismo da Resolução CFP Nº 08/2020, que estabelece normas de atuação do exercício profissional em relação à violência de gênero, assim como da Resolução CFP Nº 18/2002, que traz normas de atuação para as(os) psicólogas(os) em relação ao preconceito e à discriminação racial na pauta.

“Essa é uma luta pelo direito à autodeterminação dos corpos, da identidade e expressões de gênero, bem como um direito à proteção e expressões da sexualidade de cada pessoa”, reforça.

Violência contra a população LGBTI

Dados do Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ apontam que em 2021 ocorreram 316 mortes de pessoas LGBTI no Brasil. Entre os tipos de violência contra a população LGBTI estão as agressões físicas e verbais, negativas de fornecimento de serviços e tentativas de homicídio. Foram 262 homicídios e 23 latrocínios.
O dossiê traz também um número significativo de suicídios, com 26 casos registrados em 2021 (8,23%), percentual ligado aos impactados da discriminação na saúde mental dessa população.

Atuação do CFP

A nova regra é mais um instrumento de apoio do CFP à população LGBTI. Em 1999, o Conselho Federal editou uma resolução (CFP 01/99) que estabeleceu normas de atuação para as(os) psicólogas(os) sobre as questões relacionadas à orientação sexual e determina que as(os) profissionais da Psicologia contribuam para reflexões que superem os preconceitos. Mais recentemente, em 2018, o CFP publicou a Resolução 01/2018 para orientar a atuação profissional de psicólogas(os) para que travestilidades e transexualidades não sejam consideradas patologias.

Em 2019, em alusão ao Dia Internacional do Orgulho LGBTI, o CFP lançou o livro “Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs”. Organizado pela Comissão de Direitos Humanos do CFP, o documento reúne histórias de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais (LGBTIs), que retratam os intensos sofrimentos ético-políticos e os processos de resistência decorrentes de diversas formas de violências, preconceitos, injustiças e exclusão.

No mesmo ano, o CFP recebeu o “Prêmio Internacional LGBTI+: Stonewall 50 Anos”, durante o Congresso Internacional LGBTI+, em Curitiba. A premiação foi alusiva aos 50 anos da “Rebelião do Stonewall Inn”, em Nova Iorque, nos Estados Unidos, marco do início do movimento moderno pela cidadania plena e igualdade efetiva de direitos da comunidade LGBTI.

Saiba mais:

Acesse a Resolução CFP 08/2022 publicada nesta quarta-feira (18) no Diário Oficial da União (DOU)

 

CFP realiza o 2º Encontro de Secretárias e Secretários do Sistema Conselhos de Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou, na última terça-feira (6), o 2º Encontro de Secretárias e Secretários do Sistema Conselhos de Psicologia. O objetivo da reunião foi apreciar a minuta de resolução que cria as Ouvidorias no Conselho Federal e nos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs). Após ajustes, o documento será remetido à Assembleia de Administração e das Finanças (Apaf) de abril de 2022.

A minuta foi produzida pelo subgrupo de ouvidorias, que faz parte do Grupo de Trabalho (GT) de Tecnologia da Informação (TI), composto por CFP, CRP-06/SP e CRP-08/PR. O trabalho teve início em maio de 2021 e o documento já recebeu contribuições dos CRPs (em agosto do ano passado) e foi discutido no 1º Encontro Virtual de Secretárias e Secretários do Sistema Conselhos de Psicologia, realizado em outubro do mesmo ano.

Em 2021, durante o primeiro Encontro de Secretárias(os), ficou compreendido que a minuta precisava ser modificada, tornando todos os procedimentos previstos na resolução como trâmite obrigatório para a Ouvidoria do CFP e apenas determinando aos regionais que criem seus próprios canais de ouvidoria. A ideia é que esse novo formato da resolução garanta a autonomia administrativa e financeira dos CRPs.

Minas Gerais regulamenta a atuação de psicólogas(os) e assistentes sociais nas escolas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) comemora as 460 vagas publicadas em edital de processo seletivo para contratação de profissionais da Psicologia e Serviço Social para ingresso ao quadro funcional da Secretaria de Educação de Minas Gerais (SEE-MG). A novidade foi regulamentada no dia 14 de janeiro, via Resolução 4.701, de 14 de janeiro de 2022 e publicada junto ao edital do Processo Seletivo Simplificado.

As(os) psicólogas(os) e assistentes sociais atuarão no cargo de Analista de Educação Básica (AEB) em núcleos que irão abarcar escolas de diversos municípios, conforme critérios estabelecidos pela SEE-MG. As(os) profissionais serão responsáveis pelo desenvolvimento de ações diretamente nas escolas a fim de cooperar para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. Entre as atividades está, por exemplo, a orientação de equipes gestoras voltadas  à mediação de conflitos e à minimização dos problemas educacionais.

Para a conselheira do Conselho Federal de Psicologia (CFP) Norma Cosmo, o estado de Minas Gerais, sai na frente, mostrando sua pujança na luta para regulamentação desta lei – em um trabalho que é fruto de articulação da Comissão de Orientação em Psicologia Escolar e Educacional do CRP-MG. “O trabalho de produção dessa resolução vai servir tanto para os municípios de Minas como para outros estados e municípios brasileiros que precisam de uma boa referência para regulamentar um serviço tão importante como este para a Psicologia Escolar”.

A conselheira Norma Cosmo também destacou o importante papel da Coordenação Nacional para a implementação da Lei nº 13.935/2019 nos estados. “Esse grupo trabalha na perspectiva de que outros estados e municípios avancem, não apenas no cumprimento da lei, como na orientação de práticas profissionais que concretamente alcancem o conjunto da comunidade escolar”.

Já a presidenta do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), Lourdes Machado, também celebra a novidade, destacando que a contratação de psicólogas(os) e assistentes sociais pela rede publica de educação básica vai “contribuir para que sejam construídas estratégias que promovam processos de ensino-aprendizagem plurais, inclusivos, considerando diferenças, desigualdades sociais e escolares e as necessidades das comunidades escolares”.

Lourdes Machado reconhece que a atuação conjunta de entidades foi ponto-chave para que a resolução fosse publicada. Ela destaca o protagonismo da Comissão de Orientação em Psicologia Escolar e Educacional do CRP-MG, que atuou de forma conjunta com o Conselho Regional de Serviço Social de Minas Gerais (CRESS-MG), com a representação estadual da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee), com o Sindicato das Psicólogas e dos Psicólogos de Minas Gerais (PSIND) e com a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia – Núcleo Minas Gerais (ABEP Minas), além dos Poderes Legislativo e Executivo.

Para o vice-presidente do CRESS-MG e coordenador da Comissão de Educação e Serviço Social, José Ribeiro, e a contratação anunciada pela SEE é fruto de duas décadas de mobilização entre órgãos que representam o Serviço Social e a Psicologia, e em articulação com o legislativo. “A atuação de assistentes sociais nesta política visa enfrentar desigualdades sociais e educacionais que se apresentam no ambiente escolar, contribuindo para o ingresso e permanência das e dos estudantes neste espaço”.

A regulamentação da atuação de psicólogas(os) e assistentes sociais em unidades de ensino se dá no contexto da Lei nº 13.935/2019 e é uma conquista que levou mais de 21 anos para ser alcançada. Entre os ganhos advindos com a legislação está o apoio à profissionais da Psicologia e do Serviço Social na elaboração de estratégias que garantam aprendizagem de qualidade para todas(os) as(os) estudantes, em uma perspectiva plural e inclusiva, considerando suas diferenças, desigualdades e dificuldades.

*Com informações do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG)

 

“Inclusão na Linguagem” será tema de live do CFP nesta quinta-feira (27)

A linguagem não deve ser entendida apenas como um sistema de sinais ou a capacidade de expressar sentimentos ou pensamentos. Ela é produto da atividade humana, cuja significação surge na relação com o outro.

É por meio da linguagem que o sujeito se constitui e é constituinte de outros sujeitos. Ela é, portanto, uma construção social capaz de estabelecer realidades e identidades distintas. Neste sentido, pode ser inclusiva, mas também pode invisibilizar ou homogeneizar pessoas, grupos ou instituições, já que o não nomeado não existe.

Pensando nisso, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) inicia nesta quinta-feira (27), uma série de debates sobre a temática da linguagem inclusiva.

O primeiro evento acontecerá no dia 27 de janeiro, próxima quinta-feira, de forma virtual, a partir das 16h. A presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes (CRP-13 5496) será a mediadora. O evento contará com a participação da conselheira Alessandra Almeida (CRP-03 003642), do psicólogo  Rogério Melo, que atua no acolhimento psicológico de pessoas LGBTTQIA+ e do coordenador do Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Rodrigo Borba como debatedores. A atividade será transmitida ao vivo dos canais oficiais do CFP no Youtube e Facebook.

Linguagem Inclusiva – Próximos eventos

Após o primeiro debate, o CFP realizará mais três eventos para abordar os temas “Gênero e Linguagem”, “Linguagem Não Racista” e “Linguagem Não Capacitista”

Conheça os currículos dos debatedores:

Alessandra Almeida:

Especialista em Psicologia do Trânsito. Especialista em Saúde Coletiva. Formação Clínica em EMDR e em Grupos Operativos de Pichon Riviere, pelo Núcleo de Psicologia Social da Bahia. Mestra em Estudos de Mulheres, Gênero e Feminismo pelo PPG NEIM/UFBA – Saúde Mental de Mulheres Negras e Mobilidade Urbana.

Rogério Melo:

Psicólogo atuando principalmente no acolhimento psicológico de pessoas LGBTTQIA+, mestre e doutor em Psicologia e Sociedade na Universidade Estadual Paulista (UNESP-Assis-SP) e professor substituto no curso de graduação em Psicologia na UNESP. Ele também é pesquisador das temáticas de gêneros, sexualidades, identidades e políticas de subjetivação e membro do Grupo de Pesquisa Psicuqueer – Psicologias, Coletivos e Culturas Queer e do Catálogo Performance Queer Brasil (SSEX BBOX).

Rodrigo Borba:

Professor e atual coordenador do Programa Interdisciplinar de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde orienta pesquisas de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. Foi ganhador do Prêmio Capes de Teses em 2015.  Atuou como pesquisador visitante (Visiting Scholar) na King’s College Universidade de Londres,  da Universidade de Birmingham, da Universidade de Oxford sob orientação.

CFP intensifica mobilização pela implementação da Lei 13.935 no Mato Grosso do Sul

Dando prosseguimento às ações de mobilização para implementação da Lei 13.935/2019 nos estados – que prevê a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social na rede pública de educação básica -, as conselheiras do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Norma Cosmo, e do Conselho Regional de Serviço Social do Mato Grosso do Sul, Carmen Barbosa, participaram, no dia 27 de outubro, de uma reunião com a secretária estadual de Educação do Mato Grosso do Sul, Maria Cecília Amêndola da Mota. O encontro ocorreu no gabinete da secretária e teve como objetivo avaliar como se dará a implantação da lei no estado.

Após o encontro, a conselheira Norma Cosmo informou que a secretária do estado do Mato Grosso do Sul (MS) já solicitou à Secretaria de Administração a modificação na Lei do Servidor Público da Educação (Lei Nº 11.091/2005). Com essa medida, psicólogas(os) e assistentes sociais passarão a ser lotados no cargo de Gestão de Assuntos Educacionais, favorecendo, então, a contratação dessas(es) profissionais.

Ainda como atividade de mobilização no estado pela presença da Psicologia e do Serviço Social na educação básica, no dia 9 de novembro ocorreu mais uma reunião no MS – desta vez, com a Coordenadoria de Psicologia Educacional da Secretaria de Educação, órgão responsável por encaminhar todos os procedimentos relacionados ao processo seletivo para contratação dessas(es) profissionais para atuarem nas escolas.

A conselheira Norma Cosmo afirma que, enquanto não acontece esse processo de contratação, o estado do MS tem, do ponto de vista do trabalho, traçado diretrizes, escutado as escolas e esse trabalho parece estar alinhado com a proposta e diretrizes do trabalho da Psicologia na educação básica. Além disso, ainda segundo a conselheira, a intenção é que no próximo ano, o CFP e a Secretaria de Educação, por meio da sua Coordenadoria, realizem um grande evento, com profissionais da Psicologia e também da Educação para que possam ser discutidos o papel da Psicologia na Educação Básica. “Essas atividades precisam continuar sendo realizadas até que haja uma compreensão do trabalho da psicóloga e do psicólogo, para que as marcas da psicologia clínica vão se dissipando”, pontua a conselheira.

Confira o histórico das ações das entidades da Psicologia e Serviço Social sobre a regulamentação da Lei nº 13.935/2019:

LEI nº 13.935/2019: Entidades seguem unidas e mobilizadas pela garantia da presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas escolas

10 razões para a presença da Psicologia e do Serviço Social nas escolas

PLs em tramitação no Congresso Nacional ameaçam a presença de profissionais da Psicologia e Serviço Social na rede pública de educação básica

Psicologia e Serviço Social debatem agenda conjunta para regulamentar Lei n° 13.935 nos estados e municípios

Psicologia e Serviço Social na educação básica: Regulamenta já!Lei 13.935/19: relator do PL que regulamenta o Fundeb apresenta indicação de recursos para garantir profissionais da Psicologia e do Serviço Social na rede pública de educação básica

CFP e CFESS participam de novas articulações em defesa da Psicologia e do Serviço Social nas redes públicas de educação básica

Lei 13.935/2019: CFP, CFESS e entidades da Psicologia e do Serviço Social se reúnem com Undime

Psicologia e Serviço Social nas redes públicas de educação básica agora é Lei

CFP e CRPs debatem presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social na educação básica

Psicologia e o Serviço Social promovem debate ao vivo sobre novo Fundeb

Entidades debatem implementação da Lei que garante a Psicologia e o Serviço Social nas redes públicas de educação básica

Entidades da Psicologia e do Serviço Social debatem regulamentação da lei 13.935 com associação de municípios

Mobilização continua pela regulamentação da Lei que garante Psicologia e Serviço Social nas redes públicas de ensino

Psicologia e Serviço Social em mais uma rodada de diálogos pela regulamentação da lei 13.935

Entidades debatem implementação da Lei 13.935 no Mato Grosso do Sul

 

Governo desrespeita Comitê da Sociedade Civil ao firmar portaria para discutir política de proteção a crianças na TV

No último dia 13 de outubro, foi publicada a Portaria Interministerial nº 3/2021 (Ministério Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e Ministério da Justiça e Segurança Pública) – que institui um grupo de trabalho para a elaboração de estudo para a proposição da Política Nacional de Qualificação de Conteúdo para a Criança e o Adolescente. Na prática, a medida tem como objetivo rever a política de classificação indicativa em vigor no país.

O processo de classificação indicativa é uma atribuição do Ministério da Justiça e Segurança Pública  e conta com o Comitê de Acompanhamento pela Sociedade Civil para a Classificação Indicativa (CASC), que assessora o poder público na formulação de propostas sobre o tema, que analisa e define a faixa etária a qual obras audiovisuais não se recomendam.

Desde junho de 2019, o governo não convocou nenhuma reunião do CASC. As organizações que subescrevem a nota – entre elas o Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifestam grande preocupação com o fato de o espaço institucional de participação da sociedade civil na referida política pública vir sendo sistematicamente ignorado, mesmo com reiterados pedidos por parte do Comitê.

Confira a nota na íntegra:

Governo desrespeita colegiado ao firmar portaria para rediscutir política de Classificação Indicativa

Enquanto organizações que integram o Comitê de Acompanhamento pela Sociedade Civil para a Classificação Indicativa (CASC), foi com surpresa que tomamos conhecimento, pela imprensa, de uma portaria divulgada, no último dia 13 de outubro, criando um grupo de trabalho para rever a política de Classificação em vigor no país.

Assinada pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, e pela ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, a portaria, de acordo com o noticiário, tem o objetivo de construir uma política de “Qualificação de Conteúdo para a Criança e Adolescente”, no prazo de um ano. A base para a nova regulação seria resultado do mapeamento de “potenciais abusos sofridos por crianças e adolescentes provocados por violações a direito desse público contidos em programas televisivos e conteúdos audiovisuais em geral, exibidos por emissoras de rádio e televisão, provedores de conteúdo online na internet, diversões e espetáculos públicos.”

Em funcionamento desde 2012 e tendo sua composição atual estabelecida pelo Decreto nº 9.856, de 25 de junho de 2019, o CASC é órgão de caráter permanente, consultivo e de promoção da participação social no âmbito da política pública de Classificação Indicativa. Vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, tem o objetivo de assessorar o poder público na formulação de propostas sobre o tema, devendo se reunir ordinariamente uma vez por semestre. Entretanto, desde junho de 2019, o governo não convocou nenhuma reunião do CASC, mesmo com reiterados pedidos por parte deste Comitê. Como a portaria recém anunciada ainda não foi publicada no Diário Oficial da União, não se sabe que órgãos integrarão o novo grupo de trabalho.

Neste sentido, as organizações que subescrevem esta nota manifestam grande preocupação com o fato de o espaço institucional de participação da sociedade civil na referida política pública vir sendo sistematicamente ignorado pela gestão Bolsonaro em suas atribuições. Depois de reduzir significativamente a composição do CASC no início de sua gestão – quando dezenas de conselhos de participação social foram extintos no país -, agora o governo federal avança sobre a política de Classificação Indicativa agindo como se o Comitê não existisse.

As declarações da ministra Damares Alves demonstram preocupação com a veiculação de conteúdos violentos que estariam afetando crianças e adolescentes em serviços de streaming e também na grade dos canais de TV, transmitidos em horário anteriormente reservado à programação de classificação indicativa livre. Para o secretário nacional dos direitos da criança e do adolescente, Maurício Cunha, “do jeito que está hoje, não dá pra ficar”. Se dialogassem com as organizações que integram o CASC, ministra e secretário saberiam que tais riscos também são objeto de preocupação da sociedade civil, que historicamente atua em defesa dos direitos da infância nos meios de comunicação.

Tais organizações, dentre outras, há muito tempo denunciam as sistemáticas violações de direitos humanos praticadas nos chamados programas policialescos, que atingem não apenas meninos e meninas, mas direitos de toda a sociedade brasileira – como demonstram inúmeras pesquisas sobre o tema.

As organizações do CASC que subscrevem esta nota também propusemos, na ocasião da consulta pública realizada pelo Ministério da Justiça em junho deste ano para a construção de nova portaria para regulamentar o procedimento de análise da Classificação Indicativa, a criação de um grupo de trabalho para iniciar, de maneira multissetorial, discussões sobre a proteção de crianças diante de conteúdos veiculados no ambiente online.

O Ministério não aceitou a proposta. Agora invoca argumentos da sociedade civil para instituir, unilateralmente e desconsiderando o acúmulo das discussões sobre esses temas no país, um processo de desenvolvimento de uma nova política, cujos objetivos e diretrizes não estão claros.

Reforçamos, assim, a urgência da retomada das reuniões ordinárias do CASC e o respeito, por parte do governo federal, dos espaços de participação social ainda em funcionamento no Brasil. Foi essa participação que, historicamente, permitiu que o Estado brasileiro implementasse, com sucesso, uma política pública de proteção a crianças e adolescentes nos meios de comunicação, sem violações e restrições arbitrárias ao exercício da liberdade de expressão.

18 de outubro de 2021.

ANDI – Comunicação e Direitos
Conselho Federal de Psicologia
Instituto Alana
Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social
Sociedade Brasileira de Pediatria

Prêmio Profissional Virgínia Bicudo: inscrições foram prorrogadas até 30 de novembro

Foram prorrogadas, até dia 30 de novembro, as inscrições para o Prêmio Profissional Virgínia Bicudo. A premiação tem como objetivo identificar, valorizar e divulgar estudos e ações de psicólogas(os) e coletivos que envolvam a Psicologia e as Relações Étnico-Raciais, fundamentadas nos Direitos Humanos e que tenham impacto na saúde mental, na redução das desigualdades sociais e no posicionamento antirracista.

Serão aceitos trabalhos teórico-técnicos inscritos em duas categorias – experiências individuais ou coletivas -, desde que contemplem o tema “Práticas para uma Psicologia Antirracista”. Os trabalhos deverão ser inéditos e apresentados sob a forma de artigo técnico ou relatos de práticas embasadas na ciência psicológica. 

Com essa iniciativa, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) homenageia  e resgata o importante legado da psicanalista Virgínia Leone Bicudo, mulher negra e atuante no campo das ciências sociais, uma das estudiosas mais importantes da psicanálise no Brasil.

Na década de 1940, sob o título “Estudo de Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em São Paulo”, o trabalho de Bicudo foi o primeiro a ser defendido sobre o tema das relações raciais em uma universidade brasileira. (fonte: https://bit.ly/3lQsNrP)

Para mais informações, acesse o regulamento do concurso. Você pode se inscrever diretamente pelo site www2.cfp.org.br/premio/virginiabicudo/.

Atuação da Psicologia em Emergências e Desastres na América Latina será tema de live nesta quarta-feira (13)

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza, na próxima quarta-feira (13), às 15h, a live “Saúde Mental e Apoio Psicossocial em Emergências e Desastres na América Latina: Situação Atual e Perspectivas Futuras”, com transmissão ao vivo pelas redes sociais do CFP.

O objetivo do evento é promover o tema de Emergências e Desastres dentro de uma perspectiva latinoamericana. Para isso, participam da live as integrantes do Grupo de Trabalho sobre Emergências e Desastres do CFP: Conceição Pereira, a Concita, da Comissão de política Pública -CRP-PE;  Ionara Rabelo, do Núcleo de Saúde Mental e Atenção Psicossocial em Desastres e Pandemias da Fiocruz; e Débora Noal, também do Núcleo de Saúde Mental e Atenção Psicossocial em Desastres e Pandemias da Fiocruz. 

A live também tem como convidada a representante da Equipe Regional de Resposta a Emergências de Saúde da OPAS/OMS (Organização Pan-americana de Saúde, ligada à OMS), Silvia Bentolila, que falará sobre experiências envolvendo a atuação da Psicologia na gestão de riscos e desastres no contexto da América Latina. A abertura será feita pela presidente do Conselho Federal, Ana Sandra Fernandes.

Na oportunidade o CFP lançará por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Política Pública (CREPOP), as Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) na Gestão Integral de Riscos, Emergências e Desastres. As Referências propõem uma reflexão crítica e histórica sobre a inserção da Psicologia no campo das emergências e desastres, ampliando as possibilidades da atuação de psicólogas e psicólogos no gerenciamento de riscos e vulnerabilidades.

A Psicologia vem buscando espaços para contribuir nas políticas públicas de defesa civil, como assistência social, saúde, habitação e outras, ao mesmo tempo que alinha suas referências com a agenda mundial da Redução de Riscos de Desastres nas ações humanitárias, construindo referências de atuação em emergências e desastres calcadas na experiência prática e no acúmulo teórico sobre o tema.

Durante a transmissão, será lançado também o vídeo “Processo Histórico: Cuidado Psicossocial e Saúde Mental em Desastres”, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apresentação da diretora da Fiocruz em Brasília, Fabiana Damásio.

Psicologia nas Emergências e Desastres

Desde 2005, o Conselho Federal de Psicologia vem atuando na temática da Psicologia e Desastres. Em 2018, foi formado um grupo de trabalho com o propósito de articular as ações da autarquia sobre riscos e desastres, ampliando as discussões sobre o tema e promovendo a participação dos Conselhos Regionais de Psicologia, categoria e sociedade civil. No mesmo ano, também foi iniciada a elaboração de Referência Técnica sobre atuação da Psicologia em Emergências e Desastres.