CFP assume representação no Conanda

A nova composição do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) tomou posse no dia 18 de março. A conselheira Iolete Ribeiro representará o Conselho Federal de Psicologia (CFP) no Conanda durante a próxima gestão, que atuará até 2020. Na gestão anterior do Conanda, o CFP era suplente.

Na mesma oportunidade, a conselheira do CFP também foi eleita pelas(os) demais integrantes do Conanda para representar o colegiado na Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes (CIEVSCA), no Comitê Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes.

Agora como titular, Iolete Ribeiro reafirma a importância de assumir essa representação, firmando o compromisso do CFP, que há anos atua nessa no Conanda, contribuindo com o processo de participação social e na elaboração de políticas públicas na promoção, proteção e defesa dos direitos da criança e do adolescente. “A relevância histórica do Conanda é indiscutível”, enfatiza Iolete.

Adiamento e início das atividades do Biênio (2018-20)

O Conanda está ligado à Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Em fevereiro deste ano, as(os) Conselheiras(os) da Sociedade Civil do Conanda publicaram um manifesto, o qual o CFP é signatário, após o adiamento da 280ª Assembleia Ordinária do Conanda, que seria realizada de 19 a 21 de fevereiro. No manifesto, reafirmam a importância deste espaço deliberativo e reivindicam o respeito ao princípio constitucional que estabelece os direitos das crianças e dos adolescentes como prioridade absoluta. A justificativa dada pela Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente para o adiamento da Assembleia foram os altos custos das passagens aéreas, com o argumento de que tal adiamento não traria prejuízos para as atividades estabelecidas para o mês de fevereiro/2019.

Apenas nos dias 19 e 21 de março, essa nova gestão realizou a 280ª Assembleia Ordinária do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do adolescente, além de uma oficina de planejamento estratégico, com o objetivo de elaborar o planejamento bianual (2019-2020) das atividades do Conselho, no qual a sociedade civil e o governo federal trabalharão conjuntamente e de modo articulado.

Leia o manifesto na íntegra das(os) Conselheiras(os) da Sociedade Civil do Conanda.

CFP publica resultado de edital de eventos para 2º semestre de 2019

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) torna público o resultado do edital de apoio financeiro a eventos técnicos ou científicos. Desta vez, os eventos indicados são para atividades a serem realizadas de 1º de julho a 31 de dezembro de 2019, propiciando a divulgação de ações técnico-profissionais que favoreçam o intercâmbio entre profissionais da Psicologia. Foram selecionados 60 eventos.

O auxílio financeiro é exclusivo para fornecimento de passagem aérea nacional e/ou hospedagem no território brasileiro que devem ser utilizadas, obrigatoriamente, no período de realização do evento. De acordo com o regulamento do edital, a(O) beneficiária(o) do auxílio precisava ter formação ou experiência que dialogasse com a temática do evento, excluindo-se conselheira(o) federal e regional em exercício, assim como funcionária(o) ou comissionada(o) da Autarquia.

Além disso, a(o) proponente deveria ser psicóloga(o) devidamente inscrita(o) em um dos Conselhos Regionais de Psicologia e adimplente com suas obrigações profissionais, bem como deveria necessariamente ser membro da comissão organizadora e/ou científica do evento. Cada profissional poderia apresentar somente uma proposta por semestre de 2019.

Confira o resultado com os eventos contemplados para o 2º semestre de 2019.

CFP promove treinamento para realização dos Coreps e CNP

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu, nos dias 12 e 13 de março, o treinamento de 74 funcionárias(os) e colaboradoras(es) dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) no sistema que será utilizado nos processos dos Congressos Regionais de Psicologia (Coreps) e do 10º Congresso Nacional de Psicologia (CNP).

O novo sistema foi inteiramente desenvolvido pelo CFP, desde 2018. Para o presidente do CFP, Rogério Giannini, esse sistema é fruto de um esforço coletivo que envolve o CFP e toda a sua equipe técnica. Ele agradeceu especialmente à equipe de Tecnologia da Informação do CFP. “Vocês sempre respondem tão prontamente às necessidades da categoria e certamente caminharemos para fazer um grande Corep e CNP”.

A conselheira do CFP, Marisa Helena, que compõe a Comissão Organizadora Nacional (Comorg), reconheceu o empenho de todas e todos nesse momento importante de ouvir a categoria, em que todas(os) estão democraticamente convidadas(os) a participar e opinar sobre como estão percebendo a Psicologia, seu trabalho, seu campo de atuação, suas vivências profissionais, suas relações com a sociedade, governos, colegas e outras categorias profissionais. “Todo esse esforço é importante para que a gente possa no final ter um resultado que contemple a opinião dos psicólogos e psicólogas do Brasil sobre o que desejam, como eles veem e se posicionam dentro do Sistema Conselhos, no âmbito da Psicologia como ciência e profissão no Brasil”.

Para o conselheiro-secretário do CFP, Pedro Paulo Bicalho, os Coreps e o CNP existem para ouvir a categoria e que serão as diretrizes geradas após esses eventos que irão nortear as próximas gestões. Bicalho também agradeceu o empenho de todos os envolvidos nesse processo pré-Coreps: “Ter vocês aqui conosco é a materialidade de que nós estamos nos esforçando para cada vez mais fazer esse processo ser cada vez melhor”.

Além de ser utilizado neste processo do Congressos, a ferramenta também ficará disponível para todo o Sistema Conselhos de Psicologia, assim como para outras instituições que solicitarem seu uso. Nas edições anteriores dos Congressos Regionais e Nacional, quem subsidiava o sistema era o Departamento de Informática do SUS (Datasus), por meio do Sisconferência.

CFP publica nota orientativa sobre Coaching

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), atento às demandas da categoria a respeito da disseminação do coaching, vinculada aos princípios, métodos e técnicas que são privativos da Psicologia, publica nota orientativa sobre o tema.

Na nota, o CFP elucida que a(o) psicóloga(o), ao utilizar o coaching na sua prática profissional, deverá seguir rigorosamente os Princípios Fundamentais e artigos do Código de Ética Profissional do Psicólogo (Res. CFP nº 010/2005). A(o) psicóloga(o) baseará seu trabalho no conhecimento técnico, científico e ético da profissão, e zelará pela garantia dos serviços prestados, visando à proteção da população atendida.

O Conselho Federal de Psicologia destaca ainda que, embora não exista regulamentação legal específica para a utilização do coaching, tal prática é caracterizada por ser um processo breve que se propõe a auxiliar o indivíduo a alcançar objetivos previamente definidos a partir de metodologias que envolvam a conscientização de elementos da vida, da história, interesses e potencialidades, e que transita em campos de atuação que permeiam o autoconhecimento e o desenvolvimento humano.

É necessário ressaltar que ao exercer o coaching enquanto psicóloga(o), a(o) profissional está sujeita(o) à totalidade do Código de Ética (Res. CFP n. 010/2005), devendo respeitar seus princípios fundamentais, conhecer e cumprir com suas responsabilidades, garantindo que seu trabalho seja baseado no respeito, na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

Leia a nota na íntegra.

 

 

CFP manifesta repúdio à nota técnica “Nova Saúde Mental” publicada pelo Ministério da Saúde

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vem a público manifestar repúdio à Nota Técnica Nº 11/2019 intitulada “Nova Saúde Mental”, publicada pela Coordenação-Geral de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas, do Ministério da Saúde, na última segunda-feira (4). O teor do documento aponta um grande retrocesso nas conquistas estabelecidas com a Reforma Psiquiátrica (Lei nº 10.216 de 2001), marco na luta antimanicomial ao estabelecer a importância do respeito à dignidade humana das pessoas com transtornos mentais no Brasil.

A nota apresenta, entre outras questões que desconstroem a política de saúde mental, a indicação de ampliação de leitos em hospitais psiquiátricos e comunidades terapêuticas, dentro da Rede de Atenção Psicossocial (RAPs), incentivando assim o retorno à lógica manicomial. O Ministério da Saúde também passa a financiar a compra de aparelhos de eletroconvulsoterapia.

A representante do CFP no Conselho Nacional de Saúde (CNS), conselheira Marisa Helena Alves, explica que a medida rompe com a política de desisntitucionalização e incentiva a hospitalização e o tratamento desumanizado. Ela ressalta a gravidade da desconstrução da Rede de Atenção Psicossocial (RAPs), com a inclusão dos hospitais psiquiátricos entre os mecanismos.

“Consideramos um retrocesso a inclusão dos hospitais psiquiátricos nas RAPs. Com a Reforma Psiquiátrica, o paciente psiquiátrico passava a ter essa atenção fora dos muros do manicômio e consequentemente em liberdade, podendo ter todo o seu direito de cidadão de ir e vir preservado”, explica Marisa.

“Este modelo coloca o hospital no centro do cuidado em saúde mental, priva o sujeito da liberdade, dentro de um sistema que não favorece a recuperação, mas simplesmente o isolamento”, conclui.

São diretrizes da Rede de Atenção Psicossocial: o respeito aos direitos humanos, garantindo a autonomia, a liberdade e o exercício da cidadania; Promoção da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da saúde; Garantia do acesso e da qualidade dos serviços, ofertando cuidado integral e assistência multiprofissional, sob a lógica interdisciplinar; Ênfase em serviços de base territorial e comunitária, diversificando as estratégias de cuidado, com participação e controle social dos usuários e de seus familiares.

*Carta do Encontro de Bauru*

Outro marco na luta antimanicomial é o Encontro de Bauru, que completou 30 anos em 2017.

Em dezembro de 1987, trabalhadores da saúde mental reunidos na cidade de Bauru (SP) redigiram o manifesto que marca o início da luta antimanicomial no Brasil e representa um marco no combate ao estigma e à exclusão de pessoas em sofrimento psíquico grave. Com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, o congresso discutiu as formas de cuidado com os que apresentam sofrimento mental grave e representou um marco histórico do Movimento da Luta Antimanicomial, inaugurando nova trajetória da Reforma Psiquiátrica brasileira.

Para marcar os 30 anos do Encontro, Bauru sediou outro congresso em  dezembro de 2017, onde aprovou uma nova carta, na qual reafirma que uma sociedade sem manicômios é uma sociedade democrática, uma sociedade que reconhece a legitimidade incondicional do outro como o fundamento da liberdade para todos e cada um.

Diante da atual conjuntura de avanço do conservadorismo e de redução de recursos para as políticas públicas sociais, com violento ataque ao Sistema Único de Saúde (SUS), é preciso reforçar a desconstrução do modelo asilar e combater a cada dia o manicômio em suas várias formas, do hospital psiquiátrico à comunidade terapêutica, incluindo o manicômio judiciário.

 

Campanha de Direitos Humanos do CFP passará por todos os CRPs

A Campanha Nacional de Direitos Humanos #DiscursoDeÓdioNão, do Sistema Conselhos de Psicologia, passará por todos os Conselhos Regionais de Psicologia do país durante o ano. A deliberação aconteceu durante o 5º Encontro Nacional das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia, realizado na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília (DF), no sábado (26).

O Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-02) é o primeiro a receber a Campanha, que conta com uma instalação artística que denúncia as várias formas de violências no país, por meio de frases de ódio retiradas das redes sociais e estampadas em camisetas brancas manchadas de vermelho, simulando sangue. A exposição será encerrada no dia 15 de fevereiro, quando o CRP receberá a roda de conversa ‘Clínica e Sofrimento Psíquico’.

Segundo a coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do CFP, Ana Luiza Castro, é importante chamar atenção para o discurso de ódio refletido na sociedade. “As incompreensões, violências e abusos nas redes sociais estão tomando também as ruas do país. Nos últimos meses houve aumento no número de feminicídios, de crimes contra as pessoas LGBTs, indígenas, moradores de rua”, avalia.

“Cada Conselho Regional vai lançar sua Campanha Nacional, escolhendo temas mais pertinentes e fundamentais para seus estados. Desejamos  trazer as contribuições da Psicologia, no que tange ao que está acontecendo de violações, de desrespeito, de fundamentalismo. A Psicologia diz não aos discursos de ódio”, afirma Ana Luiza.

A campanha faz referência aos povos tradicionais, à população em situação de rua, à população negra, à população LGBT, aos usuários de drogas, às mulheres, aos usuários de serviços de saúde mental, às crianças e adolescentes vulnerabilizados e às pessoas privadas de liberdade.

Anualmente, as Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia (CDHs-CRPs e CFP) produzem campanhas nacionais para enfrentar as diversas formas de opressões e violências estruturantes da sociedade brasileira. A proposta é reafirmar o compromisso ético-político da Psicologia na promoção de transformações sociais, para garantia do direito de todas as pessoas à vida digna.

5ª Reunião das Comissões de Direitos Humanos

O presidente do CFP, Rogério Giannini, abriu o 5º encontro Nacional das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos falando sobre perspectivas de Conjuntura, Psicologia e Direitos Humanos.

Segundo Giannini, uma visão crítica da sociedade impacta também nos consultórios de Psicologia. “Direitos Humanos é uma questão que está no centro e dá uma possibilidade para que cada psicóloga possa ser a partir de uma visão crítica da sociedade dentro do seu consultório, um defensor e promotor de direitos humanos”, avalia.

O Encontro, composto pelas comissões de direitos humanos do Conselho Federal e Conselhos Regionais de Psicologia, ocorre duas vezes por ano e tem como objetivo avaliar as relações da Psicologia com a promoção de direitos humanos e propor a organização de eventos que venham a ampliar e qualificar o debate sobre o tema e mobilizar a categoria de psicólogos e psicólogas e a sociedade para o enfrentamento das violações de direitos.

Durante a reunião, a Comissão de Direitos Humanos também lançou nota sobre Brumadinho.

Nota do CFP sobre tragédia em Brumadinho

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) presta solidariedade às pessoas afetadas pelo rompimento da barragem na Mina Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, ocorrido na sexta-feira (25), e oferece apoio às vítimas.

O rompimento da barragem da mineradora provocou uma avalanche de lama e rejeitos de mineração, devastando a comunidade e o meio ambiente, causando mortes e o desaparecimento de centenas de pessoas.

Reconhecemos a importância da iniciativa do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-04) que, por meio de sua Comissão de Psicologia de Emergências e Desastres, está em Brumadinho se articulando e se integrando com as políticas públicas locais para prestar o adequado apoio e assistência aos atingidos.

O CFP denuncia e exige que as autoridades e o poder judiciário responsabilizem criminalmente a empresa Vale pelo ocorrido em Brumadinho e lembra que a mineradora é, pelo que consideramos, responsável por outro crime ambiental ocorrido há pouco mais de três anos no município de Mariana (MG), em que 19 pessoas morreram.

Ressaltamos também a importância das Políticas Publicas de Saúde, particularmente das trabalhadoras e dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que conta com expressiva atuação de profissionais da Psicologia, bem como do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil no socorro e atenção às vítimas e seus familiares.

Informamos à sociedade brasileira que a Psicologia tem se ocupado do tema das Emergências e Desastres, incentivando a formação de comissões nos Conselhos Regionais de Psicologia e que, no âmbito federal, estamos organizados por meio do Grupo de Trabalho Psicologia das Emergências e Desastres.

CFP incentiva participação na 16ª Conferência Nacional de Saúde

Será realizada em 2019 a 16ª Conferência Nacional de Saúde (8ª+8), que tem a previsão de reunir aproximadamente 10 mil pessoas, em Brasília, entre 4 e 7 de agosto, para traçar políticas públicas sobre saúde no Brasil. O momento é oportuno também para o debate da saúde mental, que exige uma abordagem permanente e integrada em todos os níveis de cuidados. “É importante que as (os) psicólogas (os) participem deste processo e estejam presentes”, afirma Ana Sandra Fernandes, vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Segundo Ana Sandra, a Psicologia precisa discutir saúde mental em uma perspectiva mais ampliada e a Conferência é um espaço aberto para o debate. “Saúde mental tem a ver com o bem estar físico e psíquico, mas também tem a ver com o bem estar social. É um tema que devemos debater falando sobre políticas públicas”, avalia.

O CFP participou em 2018 do 1º Seminário de Saúde Mental, organizado pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS). O objetivo do encontro preparatório para a Conferência  foi reforçar a participação social diante da Política Nacional de Saúde Mental.  Na ocasião, foi apresentado o Relatório final dos 30 anos da carta de Bauru.

A conselheira do CFP e representante da autarquia no CNS, Marisa Helena Alves, destacou que o objetivo da apresentação do relatório foi de levar propostas para a Conferência. “A junção do Relatório de Bauru com a realização do Seminário veio enriquecer as contribuições que nós podemos levar para a Conferência, e, ainda mais, vem consolidar a saúde mental neste momento em que ela se encontra fragilizada pelos ataques sofridos”.

A Psicologia na saúde mental

Ana Sandra ressalta que a saúde mental do indivíduo está intimamente ligada ao acesso a direitos. “É impossível falar de saúde mental se não temos acesso a serviços básicos, como saúde, educação, lazer, esporte e cultura”, explica.  Ou seja, falar e desenvolver políticas de promoção da saúde mental é fundamental para proporcionar à população o alcance aos serviços de tratamento e apoio social.

O psicólogo e criador da campanha “Janeiro Branco”, Leonardo Abrahão, também reconhece a importância de promover o debate sobre o tema da saúde mental, pois segundo ele as relações humanas, privadas e sociais estão bastante adoecidas, “conforme vários sintomas individuais e coletivos apresentados, como altas taxas de transtornos mentais, de violências nas relações interpessoais e sociais, alto grau de individualismo, conflitos desnecessários e falta de sentido nas vidas das pessoas, das instituições e das sociedades”.

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) apontam que mais de 300 milhões de pessoas sofrem depressão no mundo. E quando o assunto são os jovens, índices revelam que cerca de 800 mil deles morrem por suicídio a cada ano no mundo – sendo essa a segunda principal causa de morte entre pessoas com idade entre 15 e 29 anos.

Segundo Ana Sandra esse adoecimento social deve ser pensado de maneira coletiva e, que tem a ver também com a forma como a sociedade é organizada. “Saúde mental é um tema que podemos debater falando sobre políticas públicas, sobre a nossa vida em coletividade, debatendo valores e situações que tragam sentido para existência das pessoas”.

Segundo Leonardo Abrahão, é necessário criar ferramentas para aplacar os prejuízos da falta de reflexão sobre “saúde mental” na sociedade, fomentando uma cultura sobre o tema.

Estereótipos

A psicóloga lembra a importância do debate sobre estereótipos que estão por trás do tema da saúde mental. “Especialmente no contexto atual, depois de muitos retrocessos na pauta de saúde mental, sobretudo no que se refere aos processos de internação, de manicomilização”, explica Ana Sandra.

Ela cita a luta da Reforma Psiquiátrica, que vem dizer que saúde mental também tem a ver com a aceitação das diferenças, com a não taxação da loucura. “Vemos pessoas que passaram a vida inteira internadas em manicômios, muitas vezes porque foram abandonadas pelas suas famílias ou porque não tiveram direito de escolha. Elas precisam ter direito à vida com dignidade e a privação da liberdade não garante saúde”, conclui.

Encontro de Bauru – Em dezembro de 1987, trabalhadores da saúde mental reunidos em Bauru escreveram o manifesto que marca o início da luta antimanicomial no Brasil e representa um marco no combate ao estigma e à exclusão de pessoas em sofrimento psíquico grave. Com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, o congresso discutiu as formas de cuidado com os que apresentam sofrimento mental grave e representou um marco histórico do Movimento da Luta Antimanicomial, inaugurando nova trajetória da Reforma Psiquiátrica brasileira.

Política Nacional de Saúde Mental – A Política compreende as estratégias e diretrizes adotadas pelo país com o objetivo de organizar a assistência às pessoas com necessidades de tratamento e cuidados específicos em Saúde Mental. Dentro das diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), propõe-se a implantação de uma Rede de serviços aos usuários que seja plural, com diferentes graus de complexidade e que promovam assistência integral para diferentes demandas, desde as mais simples às mais complexas/graves. As abordagens e condutas devem ser baseadas em evidências científicas. Esta Política busca promover uma maior integração social, fortalecer a autonomia, o protagonismo e a participação social do indivíduo que apresenta transtorno mental.

 

 

Psicologia e saúde mental: cuidado e acesso a direitos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizará o primeiro Diálogo Digital do ano na próxima quarta-feira (23), sobre o tema “Psicologia e saúde mental: cuidado e acesso a direitos”. O evento será transmitido ao vivo, a partir das 16h, pelo site www.cfp.org.br,  pelo Facebook e Youtube do CFP.

O diálogo terá a participação de familiares, usuários e especialistas sobre saúde mental. O objetivo da atividade é sensibilizar profissionais e população em geral para a importância do cuidado e do debate permanente sobre o tema.

Os Diálogos Digitais do CFP tem o objetivo de aproximar a população abordando temas de relevância da área da psicologia com a categoria e sociedade. O evento é realizado na sede do CFP, em Brasília.

Você pode participar dessa edição do Diálogo Digital, enviando perguntas, previamente ou durante o evento, para o e-mail comunica@cfp.org.br, pelo WhatsApp do CFP (61-9.9554-5738) e utilizando a hashtag #DiálogosCFP nas redes sociais. Aproveite e confirme a sua presença pelo Facebook e ajude a compartilhar o evento.