Psicóloga é eleita nova presidente do Conselho Nacional de Saúde

A psicóloga vice-presidente da FENAPSI, Fernanda Lou Sans Magano, foi eleita nova presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) para o triênio 2024-2027. 

O CNS é uma instância colegiada, deliberativa e permanente do Sistema Único de Saúde (SUS), integrante da estrutura organizacional do Ministério da Saúde. O órgão é responsável por fiscalizar, acompanhar e monitorar as políticas públicas de saúde nas suas mais diferentes áreas em todo o país, levando as demandas da população ao poder público.

Para o Conselho Federal de Psicologia, o protagonismo da profissão nesse espaço central de controle social denota a relevância da Psicologia e de seus profissionais para as políticas públicas de saúde. Nesse sentido, o CFP tem participação ativa em comissões e espaços estratégicos do CNS, inclusive na Comissão Intersetorial de Saúde Mental (CISM), coordenada pelo conselheiro federal Gabriel Henrique Figueiredo e pela ex-conselheira Marisa Helena Alves.

“A nomeação de uma profissional da Psicologia para presidir o Conselho Nacional de Saúde reforça esse papel estratégico que nossa profissão historicamente ocupa nas ações de controle social e aprimoramento das políticas e serviços no âmbito do Sistema Único de Saúde, por meio do CNS. Ter a Psicologia à frente desse importante órgão de controle social marca esse reconhecimento à relevância e contribuições de nossa ciência e profissão”, destaca o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho. 

Fernanda Magano ressalta que essa é a primeira vez que a Psicologia, como representante do segmento de trabalhadoras e trabalhadores do SUS, alcança a possibilidade de estar na presidência do CNS e destaca esse  como resultado de uma construção coletiva junto às demais profissões regulamentadas da Saúde Coletiva.

“Alcançar hoje este espaço se deve à importância do posicionamento ético, político e científico da Psicologia, bem como da dedicação de entidades de representação, como a FENAPSI e o Conselho Federal de Psicologia, que ao longo dos anos têm preconizado uma formação e atuação crítica e contextualizada de seus profissionais voltada para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde”, explica a nova presidente do CNS.

Fernanda Magano e os demais integrantes da nova mesa diretora do CNS tomaram posse no dia 20 de dezembro de 2024, durante a 78° Reunião Ordinária do colegiado. 

Representatividade

A psicóloga é representante do segmento dos trabalhadores pela Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) e acumula uma trajetória no CNS. Atuou como conselheira desde 2018, integrou a mesa diretora do CNS de 2021 a 2024, sendo reconduzida agora à mesa diretora e à presidência, de 2024 até 2027.

Magano é a segunda mulher que assume a presidência do Conselho Nacional de Saúde desde a sua criação, há 87 anos. “Destacar a questão de gênero é importante, pois no curso da história brasileira as mulheres sempre tiveram que lutar para não serem deixadas às margens dos processos de elaboração das políticas públicas, o que resulta em enfraquecer a democracia”, explica a presidente do CNS.

Diversidade e  inclusão 

A nova presidente eleita do CNS afirma que o colegiado tem papel fundamental para garantir e assegurar o direito ao acesso à saúde pública para toda sociedade. “Seu funcionamento é importante para garantir que as diretrizes e normas estabelecidas pelo Sistema Único de Saúde sejam cumpridas pelos governos”, explica. Ela ainda destaca a diversidade e a inclusão como pilares fundamentais do SUS, além da importância da representação de diferentes segmentos no conselho e o papel histórico de lideranças. 

A presidenta também celebra a nova composição da mesa diretora do CNS, que inclui representantes de diversos movimentos sociais e segmentos, como mulheres negras, trabalhadoras rurais e ativistas de saúdesimbolizando a pluralidade e o compromisso com os princípios do SUS. Além disso, reconhece o trabalho das equipes do CNS e das entidades parceiras, como a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que têm apoiado as iniciativas do conselho, o que reforça o papel do CNS como referência internacional em controle social, com destaque para o diálogo e a união na luta pela saúde pública, pela democracia e pelos direitos sociais no Brasil.

Psicologia na Saúde Pública

A inserção da Psicologia na Saúde Pública ocorreu em 1990 com a regulamentação do SUS pela Lei 8.080/1990, que estabelece os princípios da universalidade e integralidade. Para Fernanda Magano, a profissão tem papel importante na defesa do SUS, na luta pela mudança das políticas de saúde mental, com ênfase na Atenção Psicossocial e no respeito aos direitos humanos.

“Seguimos no projeto coletivo de um país justo, inclusivo e democrático, com a importante presença da Psicologia sendo referência para todas as esferas do controle social no mundo, especialmente a partir das contribuições da Resolução de participação social aprovada na 77º Assembleia Mundial da Saúde”, explica Magano.

CFP destaca resolução do Conanda que estabelece diretrizes para atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual

O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) publicou nesta quarta-feira (8) a Resolução 258, que estabelece diretrizes para o atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual, incluindo a regulamentação do acesso ao procedimento de aborto em casos já assegurados por lei.

A resolução traz definições relacionadas à prevenção da violência sexual e da gestação na infância, com a indicação das competências de instâncias do Estado diante de casos do tipo. A normativa registra, por exemplo, “que toda criança e adolescente tem direito a ter acesso a informações sobre seu próprio corpo que permitam a identificação e a denúncia de situações de violência sexual”.

A Resolução é assinada pela presidente do Conanda e representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Marina Poniwas. “A normativa é uma importante ferramenta para combater a violência sexual contra crianças e adolescentes e também para coibir barreiras que dificultem o acesso à interrupção de gestação em situações que já estão estabelecidas por lei: estamos falando de meninas vítimas de violência sexual, de gravidez que represente risco à vida da gestante ou de quando o feto apresenta anencefalia”, destaca Poniwas. 

A Resolução também define medidas para penalizar atos de violência institucional e psicológica contra crianças e adolescentes nessas situações, a fim de proteger seus direitos. O texto estabelece protocolos que asseguram acesso rápido e seguro aos serviços, com capacitação obrigatória de profissionais para atender casos de violência sexual de forma humanizada e respeitosa.

A normativa ressalta a importância da escuta especializada e do depoimento especial como procedimentos voltados a acolher as vítimas, e proíbe qualquer forma de violência institucional que gere revitimização.

O documento garante a autonomia da criança e do adolescente no processo de decisão sobre interrupção legal da gestação, assegurando privacidade e confidencialidade, vedando a transmissão de informações pautadas em “convicções morais, políticas, religiosas e crenças pessoais”.

Em situações de divergência entre a vontade da criança e a dos responsáveis, a Resolução determina que a prioridade seja o interesse da criança, conforme assegura o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O texto ainda enfatiza a necessidade de celeridade nos processos judiciais e de capacitação de servidores públicos para um atendimento humanizado e especializado.

 

Profissionais da Psicologia

A normativa se alinha ao posicionamento do Conselho Federal de Psicologia na defesa dos direitos de crianças e adolescentes, bem como do acesso ao aborto seguro previsto em lei como um serviço de saúde essencial. 

“A Resolução é importante para crianças e adolescentes, que ganham mais proteção com acesso a um direito fundamental já previsto em lei.  Mas também é importante para as equipes que atendem essas vítimas de violência sexual – incluindo profissionais da Psicologia –, pois é um texto que traz mais orientação e coordenação dos fluxos entre os serviços, fortalecendo as ações de cuidado e proteção”, destaca Marina Poniwas. 

 

Saiba mais

A Resolução 258 foi publicada após decisão do Poder Judiciário, que derrubou liminar que suspendia a normativa. Aprovada pelo Conanda em dezembro, a normativa havia sido suspensa pela Justiça Federal após pedido da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que alegou desrespeito ao rito de votação do texto por parte do Conanda. 

Na nova decisão judicial, publicada na última segunda-feira (6), o desembargador federal Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF-1) destacou que a resolução dispõe sobre como deve se dar o trâmite para o atendimento de crianças e adolescentes alvos de violência sexual que buscam a interrupção legal da gestação, “conforme autorizado pelo artigo 128 do Código Penal”. Bello ressalta que a suspensão dos efeitos da resolução teria sido um “equívoco crasso” por se utilizar de “artifícios formais” sob o manto do discurso de proteção dos fetos ao mesmo tempo em que “desprotege o hipossuficiente menor que tenha sido vítima de uma violência brutal”.

Psicologia e justiça social: Prêmio Virgínia Bicudo celebra práticas antirracistas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou no dia 21 de novembro a cerimônia de congratulação do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo, que reconhece iniciativas antirracistas no campo da Psicologia voltadas à promoção da igualdade racial. A atividade ocorreu durante o Seminário “Resistências Brasis: Relações Étnico-Raciais e o Fazer Psicológico”, na sede do CFP, em Brasília/DF.

Em sua segunda edição, o prêmio foi dividido em duas categorias: experiências individuais, voltadas a ações promovidas por psicólogos e psicólogas, e experiências coletivas, destinadas a grupos e organizações. Ao todo, foram avaliados 27 trabalhos: seis deles premiados e quatro receberam menções honrosas. Os eixos orientadores variaram entre temas como raça e identidade étnico-racial, violência, modos de resistência e racismo intergeracional. 

O presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, destacou que o Prêmio Virgínia Bicudo representa  um estímulo a toda a Psicologia brasileira, composta por mais de 548 mil profissionais. “Queremos que este prêmio inspire novas práticas e que se torne parte de um calendário de premiações consolidado na Psicologia brasileira”, declarou. Ele enfatizou ainda a necessidade de garantir diversidade territorial entre os trabalhos inscritos, reforçando o compromisso com uma representação nacional inclusiva.

O prêmio Virgínia Bicudo também dialoga com outras iniciativas recentes, como o Prêmio João W. Nery e o Prêmio Sylvia Leser de Mello, que abordam práticas profissionais inovadoras em Psicologia. Para Bicalho, o legado de Virgínia Bicudo, assim como de outros nomes da Psicologia, se traduz em sementes para práticas transformadoras. “Virgínia deixou um caminho visível e concreto para que outras gestões continuem a construir novos prêmios e ações,” afirmou.

Para a  vice-presidenta do CFP, Alessandra Almeida, coordenadora desta edição da premiação, a iniciativa foi pensada como uma ferramenta de reparação histórica, que fortalece o papel da Psicologia no enfrentamento do racismo, ao garantir uma ciência e profissão que se reconheça e se proponha a ser antirracista. “A prática política da Psicologia brasileira é diversa nos corpos que a produzem. Isso, para nós, é fundamental”.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP (CDH/CFP),  idealizadora do prêmio, participou ativamente no processo de avaliação dos trabalhos. A atual coordenadora da CDH/CFP, Andreza Costa, reforçou o papel das instituições em reconhecer os saberes de comunidades históricas. “Não é que os líderes quilombolas ou indígenas precisem dessa validação, mas as instituições têm a responsabilidade de reconhecer e reparar historicamente,” afirmou. Para Andreza, o Prêmio Virgínia Bicudo é uma iniciativa que destaca a Psicologia como ferramenta de resistência e transformação social, alinhando práticas inovadoras com uma postura antirracista.

Confira a galeria de imagens da premiação.

Conheça todos os trabalhos premiados e os contemplados com menção honrosa:

Trabalhos Premiados

– Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial  

  Título: PORQUÊ TEM CORES DIFERENTES: Práticas Educativas e a Constituição da Identidade/Subjetividade da Criança Negra  

  Autora Principal: Janaina Cassiano Silva  

  Autores: Rafaela Renero dos Santos  

  Região: Centro-Oeste

– Eixo: Modos de Resistência Antirracista: Antimanicomial, Cultural, Religioso  

  Título: Aquilombamento como Experiência Terapêutica entre Estudantes Universitários(as) Negros(as)  

  Autor Principal: Thiago da Silva Laurentino  

  Autores: Mayara Cristina Alves da Silva, Elaine Jéssica de Souza Lira, Mariana Moreira Costa do Carmo, Wesley Ribeiro Costa Meneses, Viviane Aline Marcolino De Lima  

  Região: Nordeste

– Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial  

  Título: Narrativas Ancestrais como Dispositivos em Saúde Mental: Diálogos em Pretuguês com Iyá, Lélia Gonzalez  

  Autora Principal: Tess Rafaella Lobato de Oliveira  

  Região: Norte

– Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial  

  Título: Relatos de Experiências em Psicologia e Relações Raciais no Sudeste Maranhense: e o Etno Esporte  

  Autor Principal: Fábio José Cardias Gomes  

  Região: Nordeste

 

– Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial  

  Título: Terapêutica Afropindorâmica: Resgate de Nossa Originalidade e Caminhos de Cura à Subjetividade Colonizada  

  Autor Principal: Rodrigo Moreira Costa  

  Autora: Kêa Costa  

  Região: Sudeste

– Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial  

  Título: Mulheres, Psicólogas e Negras: A Atuação de Edna Roland  

  Autora Principal: Camila Rodrigues Francisco  

  Região: Sudeste

Trabalhos com Menção Honrosa:

– Eixo: Interseccionalidades  

  Título: Censo Psicossocial: Uma Formação Interventiva, Antimanicomial e Antirracista  

  Autor Principal: Daniel Duba Silveira Elia  

  Autores: Lucas Moura Santos Silva, Priscila Marques Niza de Oliveira, Bruno Lopes Lima, Erika Rodrigues Silva, Jessica Taiane da Silva, Rachel Gouveia Passos  

  Região: Sudeste

– Eixo: Interseccionalidades  

  Título: Saúde Mental e Povos Tradicionais Ciganos: Uma Vivência em Grupo  

  Autora Principal: Raquel Freire do Amaral  

  Região: Sudeste

– Eixo: Geracional: Racismo na Infância, Juventude e Envelhecimento  

  Título: Racismo e Representatividade na Constituição da Identidade de Crianças e Adolescentes Negras em Acolhimento Institucional  

  Autora Principal: Carolina da Silva Nascimento  

  Região: Sudeste

– Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial  

  Título: Tecnologias de Enquadramento: Você Já Assistiu a Alguma História que Lembrasse a Sua?  

  Autora Principal: Denise Queiroz Costa da Luz  

  Região: Sudeste

Sobre a premiação

O Prêmio Profissional Virgínia Bicudo “Práticas para uma Psicologia Antirracista” foi instituído por meio da Resolução CFP nº º 9, de 28 de maio de 2022. Seu texto prevê que a premiação seja permanente no âmbito do CFP e  realizada anualmente. A premiação da primeira edição  ocorreu  no mesmo ano, durante o Seminário Nacional que celebrou os 25 Anos da Comissão de Direitos Humanos do CFP, integrando a agenda de celebrações dos 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil.

Sobre Virgínia Bicudo

Virgínia Leone Bicudo foi uma pioneira na Psicologia e na luta pelas relações raciais no Brasil. Primeira mulher negra a integrar o plenário do CFP e a redigir uma tese sobre relações raciais no país, Virgínia Bicudo deixa um legado de promoção de práticas psicológicas inclusivas e antirracistas, inspirando a premiação que leva seu nome e reconhece iniciativas de profissionais que trabalham pela equidade e pela diversidade no campo da Psicologia.

CFP participa da premiação anual da Secretaria Nacional de Trânsito

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, na terça-feira (5), da cerimônia de entrega do Prêmio Senatran 2024, promovido pelo Ministério dos Transportes, por meio da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). O evento, realizado no auditório do Ministério dos Transportes, em Brasília-DF, teve como objetivo reconhecer e valorizar iniciativas, projetos e produções acadêmicas que contribuem para a promoção da segurança no trânsito.

O evento contou com a presença de representantes do governo, instituições de ensino e entidades ligadas ao setor de transportes, reforçando a importância de uma abordagem integrada entre diferentes setores para a construção de um trânsito mais seguro e para a preservação de vidas

A participação do CFP no Prêmio Senatran 2024 reafirma o compromisso da Psicologia em atuar ativamente em diversas áreas da sociedade, inclusive na segurança viária e na mobilidade humana, contribuindo com conhecimento técnico e cientifico e na construção de políticas públicas.

A conselheira federal Juliana Guimarães, representante do CFP no Conselho Nacional de Trânsito (Contran), integrou a comissão julgadora do prêmio e esteve à frente da entrega da congratulação ao primeiro lugar na categoria “Produção Acadêmica na Área de Segurança Viária”. A premiação reconheceu trabalhos acadêmicos e estudos que se destacam por suas contribuições ao desenvolvimento de uma abordagem mais segura e eficiente no contexto do trânsito.

Para Juliana Guimarães, o Prêmio Senatran representa importante incentivo à integração entre a academia, as atuações profissionais e as políticas públicas voltadas à segurança viária, e ao papel fundamental da Psicologia no entendimento e no cuidado com as dinâmicas comportamentais no trânsito.  “A nossa participação no Prêmio destaca o reconhecimento da contribuição da Psicologia para a segurança, inclusão e educação no trânsito e reflete a valorização de nossa ciência ao enfatizar a importância da saúde mental e emocional dos motoristas e da sociedade como um todo”, afirmou.

Saiba mais

O Prêmio Senatran 2024 foi criado para fomentar e reconhecer a produção técnico-científica voltada para a segurança viária e a redução de acidentes, alinhado ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS). Deste modo, promove a colaboração entre Psicologia, Engenharia, Educação e outras áreas para melhorar a mobilidade humana por meio  de integração multidisciplinar.

Este ano, as premiações foram organizadas em cinco grupos de categorias: Gestão da Segurança no Trânsito; Vias Seguras; Segurança Veicular; Educação para o Trânsito e Atendimento às Vítimas.

Acompanhe diálogo digital sobre violências e violações aos direitos humanos nas escolas e nas universidades

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) realizam na próxima semana um diálogo digital para debater situações de violências e violações de direitos humanos no contexto escolar e nas universidades brasileiras. 

O evento ocorrerá no dia 5 de novembro, às 16h, com transmissão em tempo real pelo canal do CFP no YouTube e tem como objetivo  fomentar debates que contribuam para a construção de alternativas que enfrentem esse cenário.

A atividade busca propor a reflexão sobre a temática e incentivar ações  em defesa  dos direitos humanos no ambiente educacional, estimulando a integração de saberes e experiências para uma educação mais inclusiva e respeitosa. Diante das intensas contradições sociais que impactam a subjetividade dos indivíduos, torna-se essencial não naturalizar a violência, que se manifesta de diversas formas nas instituições.

A live vai tratar ainda de aspectos históricos, teóricos e legais relacionados às diferentes formas de violência e suas implicações nos direitos humanos nas escolas e universidades. Além disso, discutirá alternativas para superar práticas excludentes e potencialmente criminosas, promovendo uma formação humana integral.

O diálogo também pretende explorar a evolução dos direitos humanos, analisando suas manifestações no atual cenário de desigualdade e avanço tecnológico. Os desafios enfrentados pela Psicologia, enquanto ciência e profissão, serão igualmente debatidos, especialmente em relação ao impacto das novas tecnologias e da inteligência artificial.

Durante a conversa, importantes  políticas públicas na área, como a Lei nº 13.935/2019, que estabelece a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas escolas,  serão colocadas em perspectiva, assim como  diretrizes e publicações relacionadas ao tema, com destaque para a Nota Técnica CFP  nº 8/2023, as “Referências técnicas para a atuação de psicólogos na educação básica“, a “Pesquisa violência e preconceitos na escola” e a “Psicologia brasileira na luta antirracista“.

Conheça as(os) participantes:

Antonio Virgílio Bittencourt Bastos

Psicólogo com graduação e doutorado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), é professor titular de Psicologia Social das Organizações e conselheiro do CFP. Tem experiência em avaliação institucional e educacional, atuando em comissões do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além de ser pesquisador na área de Comportamento Organizacional.

Iolete Ribeiro da Silva

Psicóloga, doutora em Psicologia e professora titular na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), é presidente da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO). Com vasta experiência em direitos humanos e pesquisa, foi relatora nacional da Plataforma DHESCA e atuou em diversos conselhos de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Sonia Mari Shima Barroco

Psicóloga e especialista em Educação, com ampla experiência acadêmica e participação em programas de pós-graduação. Atualmente, é professora na Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Maria Conceição Costa

Psicóloga clínica e social, doutora em Psicologia Clínica, é pesquisadora das relações étnico-raciais e coordena a Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(res) (ANPSINEP).

Jonas Marssaro

Psicólogo clínico e presidente da Coordenação Nacional dos Estudantes de Psicologia (CONEP), com foco na atuação com pessoas autistas e LGBTQIA+.

Sobre o FENPB

O Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) — do qual o CFP faz parte e desempenha a função de Secretaria Executiva desde 2016 — é um espaço amplo de debate e construção coletiva da Psicologia brasileira, composto por entidades científicas, profissionais, sindicais e estudantis.

O FENPB trabalha para definir políticas e projetos que melhorem a qualificação profissional dos psicólogos, fortaleçam a pesquisa no Brasil e consolidem a relação entre pesquisa e prática.

Marque na agenda:

Live:  Violências e Violações aos Direitos Humanos nas Escolas e nas Universidades – Caminhos Propositivos da Psicologia
Data: 5 de outubro
Horário: 16h
Acompanhe ao vivo pelo YouTube do CFP.

 

Roraima sedia seminário sobre desafios e perspectivas da Psicologia contemporânea

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza, nos dias 3 e 4 de outubro, o seminário “Desafios e Perspectivas da Psicologia na Contemporaneidade”. O evento é voltado para profissionais e estudantes de Psicologia e será realizado nas instalações do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (PRONAT) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Boa Vista/RR. As inscrições estão abertas até o dia 3 de outubro, via formulário.

O seminário será um espaço de troca de conhecimentos e de construção coletiva para enfrentar os desafios contemporâneos da ciência e da profissão, reunindo debates e reflexões sobre assuntos que impactam a atuação da Psicologia na atualidade.

A programação inclui mesas de diálogo sobre diversos temas de relevância social,  profissional e científica, dentre os quais, a contribuição da Psicologia para a formulação de políticas públicas voltadas para a promoção de uma vida digna e equitativa, bem como a atuação de psicólogas e psicólogos junto aos povos indígenas.

Haverá também a partilha de experiências sobre o papel da Psicologia em crises humanitárias e migrações, com destaque para o contexto venezuelano e suas repercussões no Brasil, assim como reflexões acerca dos princípios da avaliação psicológica e os impactos neuropsicológicos da contaminação por mercúrio.

Além disso, será ministrado minicurso sobre os principais aspectos e desafios dos processos avaliativos na prática psicológica contemporânea. Serão discutidos temas como a Avaliação Psicológica e suas metodologias, Avaliações Compulsórias em diferentes contextos institucionais, com ênfase na perícia psicológica no contexto do trânsito, e os cuidados na elaboração de documentos escritos decorrentes da atuação profissional, destacando a importância da ética e do cuidado na comunicação dos resultados.

Participam da solenidade de abertura, no dia 3 de outubro, às 14h, o presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, a coordenadora-geral da Seção Roraima, Rayssa Lemos, e o coordenador do curso de Psicologia da UFRR, Gabriel Gomes.

Também integram a programação como representantes do CFP, as conselheiras Alessandra Almeida (vice-presidente), Izabel Hazin (secretária-tesoureira), Neuza Guareschi, Nita Tuxá, Isadora Canto, Fabiane Fonseca, Clarissa Guedes, Juliana Guimarães e Evandro Peixoto.

Confira a programação:

Seminário “Desafios e Perspectivas da Psicologia na Contemporaneidade”

3 de outubro de 2024 (quinta-feira)

14h – MESA DE ABERTURA
Pedro Paulo Bicalho – Presidente do CFP
Rayssa Lemos – Coordenadora Geral da Seção Roraima
Gabriel Gomes – Coordenador de Psicologia – UFRR  

14h30 – MESA 1: Psicologia e Políticas Públicas em prol do “bem-viver”
Isadora Canto – Conselheira do CFP (mediação)
Fabiane Fonseca – Conselheira do CFP 
Anne Cleyanne – Especialista em Políticas Públicas – CRP 24 (RO/AC)
Vicky Cordeiro – Conselheire do CRP 10 (PA)

16h – MESA 2: Atuação de Psicólogas(os) junto aos Povos Indígenas CREPOP: Lançamento da edição revisada das Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) junto aos Povos Indígenas
Neuza Guareschi – Conselheira do CFP (mediação)
Nita Tuxá – Conselheira do CFP
Iterniza Macuxi – DSEI – Leste Roraima
Raquel Wapichana – Liderança Jovem Wapichana
Iolanda Pereira – Liderança Macuxi

17h30 – MESA 3: Contexto venezuelano: Psicologia, emergências e migrações
Clarissa Guedes – Conselheira do CFP (mediação)
Henrique Galhano – CRP 04 (MG)
Wellen Crystine –  Secretaria Municipal de Gestão Social de Boa Vista
Alessandra Almeida – Vice-presidente do CFP
Lucinda Marbella – Liderança Pemon

19h – MESA 4: Princípios da Avaliação Psicológica e impactos neuropsicológicos da contaminação pelo mercúrio
Izabel Hazin – Conselheira do CFP (mediação)
Evandro Peixoto – Conselheiro do CFP
Leandro Durazzo – Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Analice Reis Bezerra – DSEI – Yanomami

20h30 – Encerramento do dia

4 de outubro de 2024 (sexta-feira)  

14h às 18h – Minicurso – Processos avaliativos na contemporaneidade: da perícia à produção de documentos
Evandro Peixoto – Conselheiro do CFP
Juliana Guimarães – Conselheira do CFP
Izabel Hazin – Conselheira do CFP

Temas: Avaliação Psicológica e Compulsória; Perícia psicológica no contexto do trânsito; e Elaboração de documentos escritos decorrentes da atuação profissional.

18h – Encerramento

Serviço:
Evento: Seminário “Desafios e Perspectivas da Psicologia na Contemporaneidade”
Local: Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais (PRONAT) – Universidade Federal de Roraima (UFRR) – Boa Vista – Roraima.
Data: 3 e 4 de outubro de 2024
Horário: 14h às 21h
Inscrições: De 23 de setembro até 3 de outubro (realize a sua inscrição).

Conselho Federal de Psicologia divulga resultado da 2ª edição do Prêmio Virgínia Bicudo

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) torna pública a lista dos trabalhos selecionados na segunda edição do Prêmio Profissional Virgínia Bicudo: Práticas para uma Psicologia Antirracista. 

Dos relatos enviados à comissão organizadora, seis foram selecionados e receberão prêmio de R$ 2 mil. Outras quatro iniciativas foram reconhecidas com menções honrosas. 

A premiação busca identificar, valorizar e divulgar estudos e ações de psicólogas(os)(es), coletivos e grupos que envolvam a Psicologia e as Relações Étnico-Raciais, fundamentadas nos direitos humanos e que tenham impacto na saúde mental, na redução das desigualdades sociais e no posicionamento antirracista.  

Nesta segunda edição, foram inscritos trabalhos inéditos apresentados sob a forma de artigo técnico ou relatos de práticas embasadas na ciência psicológica. A constituição da identidade e subjetividade da criança negra; o aquilombamento como experiência terapêutica entre universitários(as) negras(os); as narrativas ancestrais como dispositivos em saúde mental; e os caminhos de cura à subjetividade colonizada estão entre as temáticas centrais selecionadas. 

A cerimônia de premiação está prevista para ocorrer ainda neste ano, no início de novembro. A publicação da íntegra dos trabalhos será divulgada em breve.

Conheça abaixo os trabalhos selecionados:

  • Categoria: Experiências coletivas

Premiadas:

Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial
Título: PORQUÊ TEM CORES DIFERENTES: PRÁTICAS EDUCATIVAS E A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE/SUBJETIVIDADE DA CRIANÇA NEGRA
Autor principal: Janaina Cassiano Silva (09/006394)
Autoras: Rafaela Renero dos Santos (06/190540)
Região: Centro-Oeste

Eixo: Modos de resistência antirracista: antimanicomial, cultural, religioso
Título: AQUILOMBAMENTO COMO EXPERIÊNCIA TERAPÊUTICA ENTRE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIAS/OS/ES NEGRAS/OS/ES
Autor principal: Thiago da Silva Laurentino (17/2349).
Autoras: Mayara Cristina Alves da Silva, Elaine Jéssica de Souza Lira, Mariana Moreira Costa do Carmo, Wesley Ribeiro Costa Meneses e Viviane Aline Marcolino De Lima
Região: Nordeste

Menção Honrosa:

Eixo: Interseccionalidades.
Título: CENSO PSICOSSOCIAL: UMA FORMAÇÃO INTERVENTIVA, ANTIMANICOMIAL E ANTIRRACISTA
Autor principal: Daniel Duba Silveira Elia (05/36054).
Autoras(es): Lucas Moura Santos Silva (05/75215), Priscila Marques Niza de Oliveira, Bruno Lopes Lima, Erika Rodrigues Silva, Jessica Taiane da Silva e Rachel Gouveia Passos.
Região: Sudeste.

  • Categoria: Experiências individuais


Premiadas:

Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial.
Título: NARRATIVAS ANCESTRAIS COMO DISPOSITIVOS EM SAÚDE MENTAL : DIÁLOGOS EM PRETUGUÊS COM IYÁ, LÉLIA GONZALEZ
Autora principal: Tess Rafaella Lobato de Oliveira (10/03894).
Região: Norte.

Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial.
Título: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS EM PSICOLOGIA E RELAÇÕES RACIAIS NO SUDESTE MARANHENSE: E O ETNOESPORTE
Autor principal: Fabio José Cardias Gomes (22/01133).
Região: Nordeste.

Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial.
Título: TERAPÊUTICA AFROPINDORÂMICA: RESGATE DE NOSSA ORIGINALIDADE E CAMINHOS DE CURA À SUBJETIVIDADES COLONIZADAS
Autora principal: Kêa Costa / Rodrigo Moreira Costa (05/42870).
Região: Sudeste.

Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial
Título: MULHERES, PSICÓLOGAS E NEGRAS: A ATUAÇÃO DE EDNA ROLAND
Autora principal: Camila Rodrigues Francisco (06/182751).
Região: Sudeste.

Menções Honrosas:

Eixo: Interseccionalidades
Título: SAÚDE MENTAL E POVOS TRADICIONAIS CIGANOS: UMA VIVÊNCIA EM GRUPO
Autora principal: Raquel Freire do Amaral (06/201645).
Região: Sudeste.

Eixo: Geracional: racismo na infância, juventude e envelhecimento.
Título: RACISMO E REPRESENTATIVIDADE NA CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES NEGRAS EM ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL.
Autora principal: Carolina da Silva Nascimento (06/187611).
Região: Sudeste.

Eixo: Raças e Identidade Étnico-Racial
Título:TECNOLOGIAS DE ENQUADRAMENTO: VOCÊ JÁ ASSISTIU A ALGUMA HISTÓRIA QUE LEMBRASSE A SUA?
Autora principal: Denise Queiroz Costa da Luz (05/47527).
Região: Sudeste.

Sobre Virgínia Bicudo

Virgínia Leone Bicudo foi a primeira mulher negra a compor um plenário do CFP, em 1973. Virgínia deixou um importante legado, sendo ainda a primeira mulher a fazer análise na América Latina, primeira estudiosa a redigir uma tese sobre relações raciais no Brasil e também a primeira psicanalista não médica no país.

Conselho Federal de Psicologia realiza evento preparatório para a Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou no dia 30 de agosto, com o apoio do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e da Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI), um evento preparatório para a 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CNGTES).

A 1ª Conferência Nacional Livre da Psicologia Brasileira para Gestão do Trabalho e Educação na Saúde discutiu, propôs e deliberou linhas de ação da Psicologia, com foco na educação permanente das equipes de saúde, a fim de promover  o aprimoramento do trabalho e do cuidado. Além disso, foi definida a delegação que representará a Psicologia na etapa nacional.

Na avaliação do conselheiro federal Gabriel Figueiredo, esse foi um importante momento para discutir as questões do mundo do trabalho no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).  Para ele, a Psicologia tem sido bastante participativa nas conferências nacionais sobre os mais diversos temas de impacto à sociedade brasileira.  “Estamos presentes nas discussões e na construção de propostas para o SUS, contribuindo para as deliberações e diretrizes para o fortalecimento dessa importante política de garantia de direitos no nosso país”, explica o conselheiro.

Ainda na avaliação do conselheiro, “todas as questões da Psicologia referentes ao mundo do trabalho, desde o aspecto da saúde do trabalhador até a política de educação permanente em saúde, são eixos estruturais para pensar e direcionar o campo da formação”.

Para Fernanda Magano, integrante da comissão organizadora da Conferência Nacional e representante dos trabalhadores e trabalhadoras na mesa diretora, a Psicologia tem se dedicado em organizar conferências livres, que são uma estratégia do Conselho Nacional de Saúde para ampliar a participação e a possibilidade de eleger delegados e delegadas de forma horizontal.

Durante a etapa preparatória, os profissionais da categoria puderam apontar melhorias desejadas no âmbito do SUS, com ênfase na formação de profissionais e na qualidade do serviço prestado à população.

A Conferência Livre do CFP assegurou quatro vagas para participação de representantes da Psicologia como delegadas(os) na etapa nacional da 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (CNGTES). Além disso, foram deliberadas na plenária da conferência três propostas e duas diretrizes, para cada um dos três eixos.

Eixos temáticos e propostas e diretrizes aprovadas

A Conferência Livre foi organizada em torno de três eixos temáticos.

O primeiro abordou democracia, controle social e equidade na gestão participativa do trabalho e da educação em saúde. Entre as propostas, destaca-se a implantação de uma jornada máxima de até 30 horas e um piso salarial nacional para os trabalhadores do SUS, além de um plano de cargos e carreiras. A ideia é combater a precarização salarial e fortalecer as três esferas do governo na atenção à saúde dos trabalhadores, visando um estado de bem-viver.

O segundo eixo abordou a importância de garantir condições de trabalho dignas e seguras no SUS. Entres as propostas, promover infraestrutura adequada, equipamentos e insumos suficientes, além de dimensionamento correto das equipes. Também se destacou a necessidade de ações contra assédio moral e violência, promovendo saúde mental das(os) trabalhadoras(es). O diálogo propôs ainda uma gestão democrática dos equipamentos, com escolha de profissionais estáveis para cargos de chefia e interlocução com sindicatos, comissões e o controle social, reforçando a Política Nacional de Humanização da Saúde.

O terceiro eixo abordou a educação para o desenvolvimento do trabalho na produção da saúde e do cuidado das pessoas que fazem o Sistema Único de Saúde funcionar.

Todas as propostas e diretrizes serão encaminhadas para a organização da Conferência Nacional.

Conferência Nacional

A 4ª Conferência Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde será realizada de 10 a 13 de dezembro em Brasília/DF, promovida pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS) e pelo Ministério da Saúde. Com o tema “Democracia, trabalho e educação na saúde para o desenvolvimento: gente que faz o SUS acontecer”, o evento busca mobilizar todas as regiões do Brasil para aprimorar o trabalho e o cuidado no SUS, além de revisar os processos de formação dos profissionais, incluindo a Psicologia.

“Esse evento é um momento crucial para discutir questões do trabalho no SUS, com a Psicologia participando ativamente na formulação de propostas para fortalecer essa política pública”, destaca Gabriel Figueiredo. A conferência também celebrará os 62 anos de regulamentação da profissão de Psicologia, destacando seu papel no SUS.

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Nota de Pesar: Arrigo Leonardo Angelini

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lamenta o falecimento de Arrigo Leonardo Angelini, ocorrido na segunda-feira (29).

Ao longo dos anos, Angelini contribuiu  significativamente para o desenvolvimento da Psicologia no país. Sua trajetória está profundamente ligada à história da Psicologia, destacando-se por sua atuação no movimento de regulamentação da profissão e no desenvolvimento da Psicologia Educacional, sua principal área de atuação.

O psicólogo participou ativamente da campanha no Congresso Nacional para a aprovação da Lei de regulamentação da profissão e da formação necessária para o exercício profissional em Psicologia no Brasil. 

Angelini também foi o primeiro presidente do Conselho Federal de Psicologia, entre 1973 e 1975, e teve o primeiro registro de psicólogo concedido por um Conselho de Psicologia no país. Além disso, figura entre os  fundadores do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IPUSP), na década de 1970. Como diretor e vice-diretor do instituto, dedicou especial atenção à biblioteca do IPUSP e à implantação da pós-graduação nas áreas Escolar, Experimental, Social e Clínica, nos níveis de mestrado e doutorado.

Como professor e estudioso dedicado à Psicologia Escolar, Angelini formou muitos doutores que atuam no Brasil e no exterior. Foi catedrático de Psicologia Educacional e chefe do Departamento de Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano (PSA) do Instituto de Psicologia da USP, onde se destacou como pesquisador, administrador e formador de recursos humanos.

Angelini também presidiu a Sociedade Brasileira de Psicologia, a Associação Brasileira de Psicologia e a Sociedade Interamericana de Psicologia (SIP), além de participar de outras atividades associativas.

Homenagens

Em 2012, por ocasião dos 50 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil, a Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP) publicou uma entrevista com Arrigo Angelini, destacando sua contribuição para a história da Psicologia no país. 

Em novembro de 2023, Angelini foi entrevistado pelo CFP para o projeto Memórias da Psicologia, como parte das comemorações dos 50 anos do Conselho Federal de Psicologia, ocasião em que foi homenageado com uma placa em reconhecimento à sua atuação e legado.

O Conselho Federal de Psicologia expressa suas sinceras condolências aos familiares, amigos e à comunidade acadêmica neste momento de luto. Arrigo Angelini deixa um legado que será eternamente lembrado na Psicologia brasileira.

CFP coordena Comitê Nacional de Orfandade e Direitos e inicia preparativos para a realização de seminário nacional sobre o tema

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, no dia 21 de maio,  de reunião preparatória para o Seminário Nacional de Orfandade e Direitos. Na ocasião, o CFP foi representado pela conselheira federal Marina Poniwas, que atualmente preside o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda). Durante o encontro, que teve como objetivo constituir o Comitê Nacional de Orfandade e Direitos (CNDO), ficou deliberado que a coordenação do grupo ficará sob responsabilidade do CFP.

Com previsão de acontecer em novembro deste ano, o Seminário Nacional é uma das tarefas do Comitê e terá como tema “Orfandade e Direitos: da invisibilidade à proteção integral das Crianças e Adolescentes e suas Famílias”. O seminário pretende mobilizar e sensibilizar o poder legislativo estadual para construir uma política universal de proteção integral às crianças e adolescentes em situação de orfandade. Após sua realização haverá desdobramentos.

Para a conselheira Marina Poniwas, este é o momento oportuno de aprofundar o debate e cobrar do Estado medidas efetivas para a proteção de crianças e adolescentes em situação de orfandade. “Esse é um tema muito sensível. Precisamos urgentemente dialogar com a sociedade e com o poder público para garantir os direitos dessa população”, frisou a conselheira. 

Neste momento, estão sendo realizados em todo o país os seminários estaduais, com apoio dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs). A expectativa é que todos sejam concluídos ainda neste primeiro semestre de 2024 e que, entre suas deliberações, estejam elencadas orientações para subsidiar as ações do CNOD.  

Ao final das etapas estaduais, está prevista a publicação de um documento com a sistematização de todos os diálogos produzidos.

Confira a composição do Comitê:

  • Conselho Federal de Psicologia, por meio da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS);
  • Conselho Federal de Serviço Social (CFESS);
  • Conselho Federal de Enfermagem (COFEN);
  • Fórum Colegiado Nacional de Conselheiros Tutelares (FCNCT);
  • Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (CONGEMAS);
  • Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA);
  • Fórum Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (FNDCA);
  • Conselho Nacional de Justiça (CNJ);
  • Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME);
  • Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (ARPEN Brasil);
  • Federação Nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias (FENASCE). 

Contribuição da Psicologia

Em julho de 2023, o CFP realizou o Seminário Nacional Psicologia e Orfandade: direitos de crianças e adolescentes. O evento teve como objetivo debater desafios na proteção de crianças e adolescentes, destacando também a necessidade de uma legislação específica de proteção social nesse contexto. Atividade foi organizada em alusão ao marco dos 33 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e reuniu psicólogas(os) trabalhadoras(es) do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), autoridades, pesquisadoras(es), organizações da sociedade civil e militantes.

Em decorrência da realização do Seminário, a CONPAS produziu uma Carta em defesa da proteção social integral de crianças e adolescentes em situação de orfandade decorrente da COVID-19.

Atualmente, o CFP compõe o Conselho Executivo da Coalizão Nacional pelos Direitos de Crianças e Adolescentes sob orfandade da Covid-19, que também se mobiliza pelo reconhecimento, visibilidade e direitos das crianças e adolescentes acometidos por esta situação.