CFP lança Referências Técnicas para atuação da Psicologia no Sistema Prisional

No marco dos 15 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) lança sua primeira Referência Técnica de 2021. Com o título Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) no Sistema Prisional, o documento cumpre a função institucional do CFP de orientar o exercício profissional ao discutir alguns aspectos do Sistema Prisional brasileiro à luz da Psicologia, traçando uma crítica e possibilidades de atuação. O texto é uma resposta às demandas da categoria quanto à revisão da primeira edição, publicada em 2012. A publicação foi lançada nesta sexta-feira (9), durante o Webinário Nacional Psicologia e Execução Penal, organizado pelo Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05/RJ) com apoio do CFP.

A edição revisada convoca a categoria para uma crítica sobre a situação carcerária brasileira, suas relações com a situação socioeconômica da população brasileira, racismo estrutural arraigado na sociedade e o encarceramento da juventude negra. A publicação chama a atenção para a presença de públicos específicos no  Sistema Prisional, como mulheres e população LGBTI+, bem como para as condições da população carcerária diante da pandemia da Covid 19.

Além disso, o documento, por se tratar de uma publicação ligada a temas bastante complexos, adensado pela situação de superlotação dos presídios brasileiros, também convida a categoria a refletir sua prática profissional à luz do Código de Ética do Psicólogo e promovendo os Direitos Humanos.

Lançamento das Referências Técnicas

O documento foi lançado na mesa das 16h30 do WebinárioNacional Psicologia e Execução Penal, organizado e transmitido pelo CRP-05/RJ em suas redes sociais, com retransmissão no Facebook do CFP. As(Os) debatedoras(es) foram membros da comissão ad hoc da edição revisada das “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) no Sistema Prisional”: Márcia Badaró; Pedro Pacheco; e Adriana Eiko. Também estiveram presentes ao lançamento a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, e o presidente do CRP-05/RJ, Pedro Paulo Bicalho.

A presidente do CFP frisou que o lançamento desta edição revisada foi uma demanda ainda do IX Congresso Nacional de Psicologia (CNP), realizado em 2016, e que os trabalhos foram iniciados em 2017 com uma pesquisa junto à categoria, que serviu de base para a elaboração do documento. Em 2020, o texto foi posto em consulta pública para mais uma etapa de contribuições de psicólogas e psicólogos.

Ana Sandra também lembrou a importância desta publicação com a própria história do Crepop. “É fundamental, destacar também, que essa publicação de hoje marca o início das nossas comemorações pelos 15 anos do nosso Crepop, anos de muita produção, de um esforço coletivo do CFP, dos CRPs, e de todas as psicólogas especialistas que foram, ao longo dos anos, prontamente contribuíram para produção e fortalecimento deste importante instrumento do Sistema Conselhos de Psicologia para orientar a categoria”, complementou.

Coordenadora da comissão ad hoc da referência e conselheira do CFP na época da elaboração do documento, a psicóloga Márcia Badaró destacou que, diante da série de alterações na legislação desde a formulação da primeira edição em 2012, sentiu-se a necessidade de abrir nova consulta pública para a elaboração do texto.

Badaró ressaltou também o surgimento da pandemia da Covid-19 como outro fator para uma reformulação nas discussões sobre o Sistema Prisional “Entendemos também ser importante a inclusão de dois anexos, pois já estávamos com o documento quase todo pronto. Um deles sobre a pandemia e outro sobre a Polícia Penal”, relatou.

Pedro Pacheco abordou como foram elaborados os quatro eixos temáticos que compõe a referida referência técnica: Sistema Prisional, Criminologia e Psicologia; A Psicologia nas Prisões do Brasil; O Papel das(os) psicólogas(os) em Relação ao Direito à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade; e As Referências para a Prática.

Adriana Eiko destacou que falar das contribuições da Psicologia no contexto específico do Sistema Prisional é incorporar a crítica social que acumulamos ao longo de anos, em vários saberes, com várias práticas, em diferentes espaços de atuação e um diálogo com os movimentos sociais combativos no enfrentamento ao encarceramento em massa. “Nós temos sim, muito a contribuir nesse processo. Na produção de fazeres que incorporem na perspectiva de uma redução de danos dos efeitos da prisionalização na vida dos sujeitos encarcerados e dos seus familiares”.

Contexto histórico

Em 2016, por deliberação de APAF, foi criado um Grupo de Trabalho (GT), formado pelo Conselho Federal e por alguns Conselhos Regionais (CRP-06/SP, CRP-07/RS, CRP-09/GO, CRP-10/AP-PA e CRP-11/CE), intitulado “GT sobre a Atuação da Psicologia no Âmbito do Sistema Prisional”. Dentre as demandas do referido GT, tinha a realização de um mapeamento sobre as psicólogas (os) que atuam na Execução Penal. Esse levantamento foi feito de acordo com a metodologia do CREPOP e culminou no relatório já publicado “Atuação da(os) psicóloga(o) no campo da execução penal no Brasil” (2019).

Em seguida, o próprio GT também foi convidado para participar da atualização da nova edição das “Referências Técnicas para a atuação de psicólogas(os) no Sistema Prisional” e, dentre algumas pessoas, a atualização ficou responsável pelas psicólogas Adriana Eiko Matsumoto e Maria Márcia Badaró Bandeira e pelo psicólogo Pedro José Pacheco (os três compuseram a Comissão de Elaboração da 1ª edição) e pelas psicólogas Ana Claudia Nery Camuri Nunes (convidada) e Mariana Moulin Brunow Freitas (Assessora Técnica do CREPOP do CRP-16/ES). Para fins de atualização, o relatório “Atuação da(os) psicóloga(o) no campo da execução penal no Brasil” foi utilizado nesta nova edição das Referências Técnicas sobre Sistema Prisional.

Mariana Moulin explica que, como houve mudanças significativas, entre as duas edições, a Comissão de Elaboração optou por submeter esse novo texto à Consulta Pública. Disse ainda que, com o objetivo de ampliar o processo coletivo e democrático, o texto foi divulgado para toda categoria profissional, para que pudessem analisar e contribuir com o texto antes que ele fosse finalizado. A Comissão de Elaboração leu todas as contribuições e atendeu as contribuições que eram possíveis.

“O objetivo final, partindo do compromisso ético-político da profissão, é que as ‘Referências Técnicas para a atuação de psicólogas(os) no Sistema Prisional’ possibilitem às psicólogas e aos psicólogos refletirem sobre as suas práticas profissionais, sobre a realidade do público atendido e sobre o funcionamento do sistema penitenciário brasileiro”, reforçou Mariana Moulin.

Saiba mais:

Leia a edição revisada das Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) no Sistema Prisional

Conheça as outras publicações do Crepop

 

 

Consulta Pública do Crepop: Atuação da Psicologia no CRAS/SUAS

ATUALIZAÇÃO: O prazo para receber contribuições foi prorrogado até o dia 23 de abril pelo seguinte link:  https://forms.gle/rC9Wmho96mQsKwsE9

 

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), abre nova consulta pública, a partir desta segunda-feira (8), para que as(os) psicólogas(os) possam contribuir com a futura publicação “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) no CRAS/SUAS”.

O documento será uma edição revisada das Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) no CRAS/SUAS, publicada em junho de 2008. O formulário para contribuições está disponível e poderá receber contribuições até o dia 09 de abril pelo seguinte link:  https://forms.gle/rC9Wmho96mQsKwsE9

A consulta pública é uma das etapas da metodologia do Crepop antes do lançamento de uma referência. A ideia desta fase é que as(os) psicólogas(os) possam fazer contribuições antes da finalização do documento, tornando o processo de elaboração mais democrático e participativo. Saiba mais sobre o processo de elaboração de referências técnicas do CREPOP aqui e aqui.

Passo a Passo da Consulta Pública

Para participar da consulta pública, a(o) psicóloga(o) precisa seguir as seguintes orientações : após baixar o documento, leia a atual versão das Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) no CRAS/SUAS. Em seguida acesse o link do formulário no Google Forms (https://forms.gle/rC9Wmho96mQsKwsE9 ), faça suas contribuições ao documento no formulário, considerando cada eixo que organiza a Referência Técnica.

A consulta pública ficará no ar de 8 de março a 9 de abril de 2021. Após o término do prazo, todas as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, que trabalhará para construção da versão final para publicação. Não é necessário fazer indicações sobre formatação e correções gramaticais, pois o texto final seguirá para revisão e normalização conforme NBRs ABNT.

As contribuições podem ser individuais ou em grupo. O Crepop incentiva que as(os) psicólogas(os) possam debater conjuntamente e enviar contribuições coletivas.

Acesse a íntegra do documento de Consulta Pública para “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) no CRAS/SUAS”.

CFP publica Referências Técnicas para atuação da Psicologia com Povos Tradicionais

O debate em torno dos povos e comunidades tradicionais no Brasil é um assunto relativamente novo. Para aprofundar o tema com a categoria, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) apresenta a publicação “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) com Povos Tradicionais”, produzida no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).    

O objetivo é que o documento seja um instrumento técnico, ético e político por demarcar os compromissos da Psicologia na garantia de condições de vida dignas a todos os povos que constituem a sociedade brasileira, respeitando sua autonomia, independência e valores, sem ferir, negligenciar ou desconsiderar seus modos de vida e costumes, no respeito a suas crenças e relações com o território.  

Compreendem povos tradicionais os povos ciganos, povos e comunidades de terreiro e de matriz africana, faxinalenses, catadoras de mangaba, quebradeiras de coco-de-babaçu, comunidades pantaneiras, pescadores e pescadoras artesanais, caiçaras, extrativistas, povos pomeranos, retireiros do Araguaia, comunidades de fundo e fecho de pasto, comunidades extrativistas do cerrado, dentre outros.  

A referência foi elaborada por um grupo de especialistas e posteriormente passou por consulta pública para que a categoria contribuísse, tornando o processo mais democrático e participativo.

A publicação será lançada no dia 12/12/19 durante a Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, no qual o CFP tem representação.

A distribuição e lançamento local será realizado nos CRPs.

Leia as Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) com Povos Tradicionais

Etapa Norte do Seminário de Psicologia e Políticas Públicas no PA

A etapa da Região Norte do IX Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas ocorrerá nos próximos dias 5 e 6 de abril no Auditório José Vicente Miranda, Instituto de Ciências jurídicas (ICJ), na Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém (PA). O evento será transmitido on-line pelo Facebook e YouTube do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Acompanhe a transmissão do evento.

O Seminário Norte é o primeiro dos que serão realizados nas cinco regiões do Brasil, com o tema “Conjuntura política e as práticas da Psicologia nas Políticas Públicas”, e tem o objetivo de discutir os impactos da conjuntura nas políticas públicas e como isso afeta o exercício profissional de psicólogas e psicólogos. Organizado pelo Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), o evento é uma realização conjunta do CFP com os CRP 10 (PA/AP), CRP 20 (AM, AC, RO, RR) e CRP 23 (TO).

As políticas públicas representam um campo de trabalho importante para o exercício da Psicologia. A Saúde, Assistência Social, Educação e Justiça estão entre as áreas com maior presença de psicólogas e psicólogos. Por isso, o IX Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas convoca a categoria a construir uma agenda de enfrentamento ao desmonte das políticas públicas.

Serviço

IX Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas – Região Norte (Inscrições encerradas)
Data: 5 e 6 de abril de 2018
Horário: 9h às 18h
Local: Belém/PA
Endereço: UFPA – Campus II (Av. Perimetral)
Instituto de Ciências Jurídicas (ICJ)
Auditório José Vicente Miranda

Inscrições pelo site politicaspublicas.cfp.org.br

Confira a programação do IX Seminário Nacional de Psicologia e Políticas Públicas:

Dia 5 de abril – Manhã

9h – 10h: Mesa de Abertura (Conselho Federal de Psicologia, Conselhos Regionais de Psicologia – CRP 10, 20 e 23); – com transmissão ao vivo

10h – 12h: Conferência Magna: “Conjuntura Política e impacto nas Políticas Públicas”
– com transmissão ao vivo. – Prof. Dr. Paulo Amarante.

Dia 5 de abril – Tarde

14h – 16h: Mesa Redonda: Psicologia e Políticas Públicas: desafios da formação e da prática” – Profa. Dra. Isabel Fernandes (UFRN) – com transmissão online

16h-18h: Rodas de Conversa e Resistência

18h: Atividade cultural

Dia 6 de abril – Manhã

9-11h: Mesa Redonda: “A atuação Psi na Amazônia: relato de experiências”
– com transmissão online

11h-12h: Diálogo acerca do Encontro de Povos Indígenas

12-14h: Intervalo

14-17h: Rodas de Conversa e resistência

Dia 6 de abril – Tarde

17-18h: Mesa redonda: “Psicologia, impactos ambientais e direitos humanos na Amazônia”
– com transmissão online

18h-19h: Palestra Profa. Dra. Neuza Guareschi (UFRGS)
– com transmissão online

Mobilidade

O Centro de Referências em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) abriu, nesta quarta-feira (13/11),  consulta pública sobre a prática de psicólogas (os) em Políticas de Mobilidade Urbana, Transporte e Trânsito.

A versão preliminar do documento – elaborada por um grupo de especialistas no tema – já está disponível para contribuições da categoria, que podem ser feitas até o dia 13 de dezembro pelo site do Crepop.

A escolha do tema da pesquisa surgiu a partir de uma demanda da categoria durante o VI Congresso Nacional da Psicologia, realizado em 2007. As teses do Congresso apontaram a necessidade de maior qualificação e orientação para a prática nos serviços de trânsito, especialmente aqueles voltados à obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

A pesquisa foi realizada em 2009 por meio de questionário online, reuniões de especialistas, grupos focais e entrevistas. Na ocasião, unidades regionais do Crepop conduziram também investigações locais. Houve a participação total de 275 pessoas por meio de entrevistas pessoais e de 221 respostas ao questionário online. Das (os) psicólogas (os) que participaram da pesquisa, 76,7 % disseram desenvolver atividades voltadas para o exame da avaliação psicológica para obtenção da CNH.

Entre os principais desafios apontados pela pesquisa para o trabalho na área, estão a inserção de psicólogas (os) em diferentes áreas de mobilidade urbana, transporte e trânsito, além da necessidade de políticas públicas locais que respondam às demandas dos municípios sobre o tema.

A contribuição de todas (os) com suas experiências e opiniões é muito importante, pois a consulta é um instrumento democrático, que permite a participação direta da categoria e da sociedade em assuntos relevantes para a atuação profissional.

Como contribuir

Após cadastrar-se e confirmar sua participação no termo de aceitação, leia o documento na íntegra e faça suas considerações no Formulário de Consulta Pública (ambos disponíveis após o cadastro).

As suas contribuições serão reunidas com outras e servirão para aprimorar o documento, garantindo que a versão final reflita os interesses das (os) profissionais da área, estabelecendo diretrizes técnicas e orientações coerentes com a prática profissional no campo da Psicologia do Trânsito.

Participe!

Histórico

As discussões sobre o tema tiveram início no ano 2000, com a publicação da Resolução CFP nº 14, que instituiu o título profissional de especialista em trânsito. Desde então, foram criadas comissões e realizados diversos eventos sobre a temática, que culminaram com a realização do Seminário Psicologia do Trânsito em Trânsito pelo Brasil, em 2012, que gerou também um relatório, lançado em 2013.