CFP disponibiliza ao Governo Federal recomendações sobre uso adequado de dispositivos digitais por crianças e adolescentes

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) entregou ao Governo Federal um material contendo diversas recomendações e orientações sobre o uso adequado de telas por crianças e adolescentes. As contribuições foram entregues, no fim de junho, ao Grupo de Trabalho criado pelo Governo Federal para elaborar um guia para uso consciente de telas e dispositivos digitais para essa faixa etária.

O grupo é coordenado pela Secretaria de Comunicação (SECOM) da Presidência da República e composto por representantes de sete ministérios, além de 20 integrantes da sociedade civil com reconhecida atuação no tema. Único conselho de classe, o CFP integra o GT a convite da SECOM, sendo representado pela conselheira-secretária Izabel Hazin, especialista na temática.

A conselheira explica que a necessidade da construção de um guia surgiu da constatação do quanto o uso de telas tem afetado crianças e adolescentes de diferentes maneiras. Os impactos mais comuns são observados no desenvolvimento, no comprometimento do sono, na alteração de imagem corporal, em transtornos de ansiedade e alterações nos padrões dos relacionamentos sociais.

“É um esforço que vem crescendo e que diz respeito à necessidade de orientação e da construção de políticas públicas que versem sobre orientar quanto ao tempo, conteúdo e contextos de uso de telas em função das diferentes etapas de desenvolvimento. O CFP tem contribuído e problematizado a importância de levar em consideração a diversidade brasileira, como aspectos da interseccionalidade, raça, gênero e presença de deficiência”, aponta Hazin.

A partir das discussões realizadas, o GT da SECOM disponibilizou uma biblioteca virtual com documentos e publicações de referência, tanto nacionais quanto internacionais.

Grupo de Trabalho CFP

Em complemento às ações realizadas no âmbito do GT da SECOM, o CFP constituiu um grupo de trabalho interno de orientação ao uso de telas, cuja atuação pretende também subsidiar uma publicação de referência à categoria com as considerações do ponto de vista da Psicologia.

O GT é composto pelas conselheiras Izabel Hazin, Raquel Guzzo e Marina Poniwas. Também integram o grupo Maíra Lopes Almeida, Gabriela Vescovi, Beatriz Sancovsky, Michael Jackson Oliveira de Andrade e Eduardo Miranda, pesquisadoras e pesquisadores especialistas no tema.

A conselheira Raquel Guzzo explica que as(os) psicólogas(os) que compõem o grupo de trabalho tentam identificar os efeitos para a saúde física e mental, assim como para a segurança de crianças e adolescentes, sem, no entanto, adotar uma visão proibicionista do uso de telas, aplicativos e produtos tecnológicos.

“Tirar da criança e do adolescente a possibilidade de aprender a lidar com as tecnologias de informação e comunicação é privá-las do direito de viver em um mundo no qual as telas, redes sociais e jogos virtuais existem. Então, é preferível enfrentar esse desafio do que dizer não”, aponta a conselheira.

Políticas de proteção

O Conselho Federal de Psicologia atua em diferentes espaços para contribuir na formulação de políticas de proteção e segurança de crianças e adolescentes em ambiente digital.

Recentemente, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), que é presidido pela conselheira do CFP Marina Poniwas, publicou uma normativa sobre os direitos das crianças e adolescentes em ambiente digital. A Resolução 245/2024 atribui ao Poder Público, famílias, sociedade e às empresas a responsabilidade pela garantia e efetivação dos direitos de crianças e adolescentes em ambiente digital. 

Os objetivos da norma são combater a exclusão digital e estabelecer uma série de deveres e responsabilidades às empresas provedoras de serviços digitais, tais como: liberdade de expressão, direitos à privacidade e proteção de dados no ambiente digital; vedação ao uso comercial de dados; vigilância e monitoramento, dentre outros.

Para a conselheira Marina Poniwas, o uso excessivo de videogames, jogos on-line e redes sociais é um problema crescente de saúde pública, sendo fundamental avançar em processos de regulamentação.

“A conectividade excessiva e a falta de análise sobre os possíveis efeitos de conteúdos específicos produzidos para o público infantil e adolescente podem colocá-los em risco de violação de direitos, superexposição e hiperconsumo”, aponta.

Frentes de ação

Outra importante frente de trabalho na área está na política de classificação indicativa. Em janeiro, representantes do Conselho Federal de Psicologia tomaram posse no Comitê de Acompanhamento pela Sociedade Civil para a Classificação Indicativa. As psicólogas Ana Luiza de Souza Castro e Ana Paula Soares da Silva integram como titular e suplente o comitê, que é coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

O órgão é responsável pelo assessoramento destinado a formular propostas sobre a política pública de classificação indicativa, bem como pelos critérios para a classificação indicativa de obras audiovisuais, exposições, mostras de artes visuais, jogos e aplicativos.

O CFP também monitora a tramitação do Projeto de Lei 2.628/2022, que trata da proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. O texto em tramitação no Senado propõe regras para redes sociais, sites, aplicativos, jogos eletrônicos, programas, produtos e serviços virtuais, como a criação de mecanismos para verificar a idade de usuárias(os).

O PL também estabelece a supervisão do uso da internet pelas(os) responsáveis e pretende obrigar provedores de internet e fornecedores de produtos a criar sistemas de notificação de abuso sexual e oferecer configurações mais eficientes para a privacidade e a proteção de dados pessoais.

Quer saber mais sobre o assunto? Acesse uma lista de documentos de diferentes entidades sobre a temática.

Manifestação do Instituto Alana ao PL 2.628/2022

Nota Especial da Sociedade Brasileira de Pediatria “Classind: o que é e como funciona a classificação indicativa brasileira”

Resolução Conanda Nº 245/2024 

CFP toma posse no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi empossado nesta semana no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM) para o triênio 2024-2027. O colegiado é voltado ao controle social e promoção de políticas públicas voltadas a essa população.

O CFP ocupará assento na categoria “Organizações de Caráter Sindical, Associativa, Profissional ou de Classe” e será representado pela conselheira federal Obadeyi Carolina Saraiva – que dá continuidade à participação do Conselho, representado pela conselheira e vice-presidente do CFP, Alessandra Almeida, durante o triênio 2021-2024.

A conselheira Obadeyi Saraiva destaca a importância do CFP integrar mecanismos de participação social para a garantia dos direitos das mulheres. “Quero ressaltar o compromisso do Conselho Federal de Psicologia em promover a saúde mental para as mulheres e a igualdade de gênero em todos os aspectos. E que todas estejamos vivas para que possamos representar todas as mulheres em todos os espaços, sejam eles quais forem”, apontou.

Sobre o CNDM

Criado em 1985, o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher é um órgão colegiado, sob presidência do Ministério das Mulheres. O colegiado é dotado de natureza consultiva e deliberativa para promover em âmbito nacional políticas que visem eliminar a discriminação das mulheres. Também é objetivo do CNDM assegurar a essa população condições de liberdade e de igualdade de direitos, bem como plena participação nas atividades políticas, econômicas e culturais do País.

Para o triênio 2024-2027, foram selecionadas 21 entidades da sociedade civil para integrar o Conselho. Serão 14 organizações na categoria “Redes e Articulações Feministas e de Defesa dos Direitos das Mulheres”, e sete em “Organizações de caráter Sindical, associativa, profissional ou de Classe”.

“Que nós possamos, enquanto Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, perceber e representar todas as mulheres do nosso país e todas as mulheres que nunca foram ouvidas”, pontuou a ministra das Mulheres.

Atuação do CFP

O CFP tem compromisso histórico na defesa dos direitos das mulheres, fortalecendo o papel dessa ciência e profissão no enfrentamento a todos os tipos de violências e assédios.

Como parte dessas ações, em 2023 o CFP reuniu nomes de referência para debater o papel de psicólogas e psicólogos na promoção e defesa dos direitos dessa população, na segunda edição do “Germinário Mulheres, Psicologia e Enfrentamento às Violências.

Durante a atividade, foi lançada publicação com a íntegra das exposições realizadas durante a primeira edição do Germinário, promovida em 2022 como parte da programação do Congresso Brasileiro de Psicologia (CBP). A publicação reúne as falas de mulheres psicólogas, acadêmicas e pesquisadoras, com um importante diálogo sobre gênero, trabalho, política, saúde e questões raciais.

Recentemente, o Conselho Federal de Psicologia uniu-se à iniciativa Brasil Sem Misoginia, para promover ações de combate ao ódio e à discriminação e violência contra a mulher. A campanha foi lançada pelo governo federal para mobilizar os mais diversos setores da sociedade para o enfrentamento ao feminicídio e todos os tipos de violência contra as mulheres.

Em breve, o CFP, por meio do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), lançará a versão revisada da Referência Técnica para Atuação de Psicólogas e Psicólogos no Atendimento à Mulher em Situação de Violência.

“Esse é um campo de atuação, em todas as suas transversalidades, fundamental na atuação da Psicologia. A presença do CFP no Conselho Nacional dos Direitos da Mulher reforça o compromisso de nossa ciência e profissão no enfrentamento a esses desafios”, reforça a conselheira do CFP.

Encontro Nacional discute implementação da lei que garante a presença da Psicologia e do Serviço Social na rede pública de educação básica

Ampliar o diálogo e avançar na implementação e no aperfeiçoamento das diretrizes estabelecidas pela lei que, há 4 anos, determina a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas equipes multiprofissionais de toda a rede pública de educação básica no país.

Esse foi o objetivo do Encontro Nacional promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) no dia 27 de junho, em Brasília/DF,  para abordar a implementação da Lei 13.935/2019.

A atividade reuniu integrantes das Comissões de Educação de todos os 24 Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), bem como  conselheiras(os) responsáveis pelo acompanhamento da temática em suas regiões. As conselheiras federais Raquel Guzzo e Rosana Figueiredo representaram o CFP na atividade, pontuando os principais desafios que impedem a efetiva implementação dessa legislação.

O grupo evidenciou o papel de psicólogas(os) e assistentes sociais no desenvolvimento integral das(os) estudantes e na efetivação de direitos e políticas públicas tão essenciais às crianças em idade escolar, ressaltando como a Psicologia e o Serviço Social estão envolvidos no processo ensino-aprendizagem e comprometidos com a luta pelo direito à educação e pelo ensino de qualidade. 

Na avaliação de Raquel Guzzo, que coordenou a atividade, é necessária a compreensão sobre o sistema educacional para que a Psicologia e o Serviço Social possam ser incorporadas de forma estratégica e orgânica no ambiente escolar, compreendendo que a formação do vínculo com as(os) estudantes é primordial para acompanhar o seu desenvolvimento. 

Além disso, a conselheira frisou que a defesa da escola  enquanto espaço, por excelência, de desenvolvimento das crianças representa também assegurar o direito dessa população a viver de forma protegida e plena. “A  Psicologia pode dar condições melhores de vida e de desenvolvimento às crianças brasileiras. É uma questão ética e política que a gente precisa levantar como bandeira. Não se trata apenas de colocar a(o) psicóloga(o) nas escolas, mas de colocar a escola a serviço das crianças”, afirmou.

A conselheira Rosana Figueiredo destacou a importância da presença de todos os Conselhos Regionais na agenda e reforçou a necessidade de manter o grupo articulado para avançar nas estratégias de mobilização pela concretude da implementação da Lei 13.935/2019. “O nosso papel é ajudar a fortalecer a qualidade do ensino a partir das históricas contribuições da Psicologia brasileira”, ressaltou.

O encontro nacional promovido pelo Conselho Federal de Psicologia demarcou as dificuldades enfrentadas nas Comissões de Educação do Sistema Conselhos de Psicologia. Entre elas, a necessidade da elaboração de materiais orientadores e formações continuadas, assim como a importância de sensibilização da sociedade civil e de entidades de referência no tema, mantendo uma articulação política integrada.

As(Os) participantes também mencionaram a necessidade de fortalecimento das assessorias jurídicas e parlamentares dos Conselhos de Psicologia, os limites de recursos humanos e a urgência de aprimoramento dos mecanismos de comunicação e informação para manter ativa a mobilização acerca do tema.

Saiba mais sobre a luta histórica para garantir a presença da Psicologia e do Serviço Social nas escolas em psicologianaeducacao.cfp.org.br

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CFP participa no Senado de audiência sobre segurança nas escolas

 

1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração destaca importância desse campo de intervenção e desafios na proteção de direitos

Realizado entre 19 e 21 de junho, em Belo Horizonte, o 1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração (1º CBPM) discutiu a situação de pessoas migrantes, refugiadas e apátridas, à luz da Psicologia. O evento foi realizado pelo Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG) e contou com a co-organização do Conselho Federal de Psicologia (CFP), colocando em debate a importância da inserção das(os) psicólogas(os) nesse campo de atuação.

Ao todo, foram conduzidas 47 atividades com a presença de aproximadamente 400 pessoas – incluindo, especialistas brasileiras(os) e de outros 9 países, estudantes, profissionais da Psicologia e pessoas interessadas em assuntos como sofrimento mental, trabalho escravo, racismo e xenofobia, bem como emergências climáticas e insegurança alimentar.

No total, foram submetidos ao 1º Congresso 168 trabalhos, dentre os quais 154 foram aprovados e tiveram as apresentações distribuídas em oito Grupos de Trabalho

O evento possibilitou o compartilhamento de produções acadêmicas, experiências e saberes por meio de conferências, mesas de debate, grupos de trabalho e minicursos, além de atividades culturais e lançamento de publicação sobre a temática.

Congresso

O presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, participou da cerimônia de abertura, oportunidade na qual destacou a relevância do 1º CBPM enquanto marco histórico, ressaltando o impacto subjetivo à condição das migrações no percurso em que a construção de uma política pública sobre o tema está na ordem do dia para a Psicologia brasileira.

Pedro Paulo Bicalho pontuou a recente participação dessa ciência e profissão na 77ª Assembleia Mundial da Saúde, na qual foi aprovada resolução que afirma o quanto a saúde mental é imprescindível no contexto dos conflitos urbanos e de desastres, sejam eles naturais ou produzidos.

“Na última resolução aprovada na Assembleia, afirmou-se que o contexto que hoje ocorre na Palestina afeta a saúde global e foi definido que, a partir do próximo ano, a Palestina se torna Estado Membro da Organização Mundial da Saúde”, destacou o presidente do CFP, que esteve na Assembleia da OMS, realizada recentemente em Genebra, representando a Psicologia brasileira – a convite do Conselho Nacional de Saúde. Nessa assembleia da OMS,  a primeira com a efetiva participação da Psicologia, também foi aprovada resolução que torna a participação social diretriz para a saúde mundial, tendo como exemplo a política de saúde brasileira.

Além de Pedro Paulo Bicalho, compuseram a mesa de abertura do Congresso de Migrações as(os) conselheiras(os) do CRP-MG Suellen Fraga e Henrique Galhano; o reitor e a diretora da Faculdade de Psicologia da PUC Minas, respectivamente, Luís Henrique Eloy e Silva e Liza Fensterseifer; a representante do Coletivo de profissionais da Psicologia que atuam com migração (Psimigra), Rima Zahra; a integrante do Médico Sem Fronteiras, Renata Santos; e Jameny Sarmiento, do Coletivo de Mulheres Migrantes Cio da Terra.

Também como parte da programação, a psicoterapeuta, psiquiatra e chefe da Unidade de Saúde Mental do Ministério da Saúde da Palestina, Samah Jabr, proferiu a conferência Ampliando o debate sobre saúde mental: discursos psicológicos dominantes e o contexto palestino, que teve como comentarista a conselheira-secretária do CFP Izabel Hazin.

Encontro do Sistema Conselhos de Psicologia

Como parte da programação oficial do 1º CBPM, o Conselho Federal de Psicologia promoveu o 1º Encontro do Sistema Conselhos de Psicologia sobre Migrações, Refúgio e Apatridia.

A atividade reuniu representantes do CFP e dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) para colocar em debate as contribuições do Sistema Conselhos na afirmação deste campo emergente de intervenção psicológica e a efetivação de direitos sociais para as comunidades migrantes, refugiadas e apátridas nos diferentes territórios do país.

Na ocasião, o CFP lançou o relatório do 12º Seminário de Psicologia e Políticas Públicas: interface entre Psicologia e populações em situação de refúgio, migração e apatridia, inserido no rol de estratégias de aprofundamento do tema das migrações, apresentadas pela categoria durante o 11º Congresso Nacional da Psicologia.

O documento reúne a íntegra das palestras no 12º Seminário e busca compartilhar, de forma sistematizada, as informações destacadas durante o evento, auxiliando psicólogas(os), estudantes e pesquisadoras(es) na busca de orientações sobre a atuação profissional voltada a pessoas em situação de migração.

Carta de Belo Horizonte

Resultado do 1º Encontro do Sistema Conselhos de Psicologia sobre Migrações, Refúgio e Apatridia, a vice-presidente do CFP, Alessandra Almeida, e a presidente do CRP-MG, Suellen Fraga, compartilharam durante a cerimônia de encerramento do 1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração a leitura da Carta de Belo Horizonte.

A declaração conjunta, elaborada e aprovada no 1º Encontro, defende políticas públicas que assegurem a equidade no acesso de pessoas migrantes, refugiadas e apátridas a serviços de seguridade social.

O documento reitera o compromisso do Sistema Conselhos de Psicologia de “intensificar e articular nacionalmente a discussão sobre os impactos e as implicações psicossociais dos fenômenos migratórios, bem como dialogar e propor ações sobre as práticas da Psicologia com pessoas em situação de migração, refúgio, apatridia, deslocamento forçado ou mesmo com retorno em situação de vulnerabilidade”.

A carta reivindica também providências do Poder Público, nas instâncias federal, estadual, distrital e municipal, para a promoção e garantia de todos os direitos para migrantes, refugiadas(os) e apátridas; o aperfeiçoamento dos mecanismos de acompanhamento e monitoramento de políticas públicas para o segmento; a realização, ainda neste ano, da etapa nacional da II Conferência Nacional de Migrações (II Comigrar); e a construção da Política Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia e da Política Nacional de Saúde Integral das Populações Migrantes, desenhada no escopo de políticas de equidade.

Outras contribuições do CFP

Além da representação institucional do Conselho Federal de Psicologia na abertura e no encerramento do 1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração, uma série de atividades contaram com a contribuição de conselheiras federais.

No dia 19, foi lançada a edição brasileira do livro Sumud em tempos de genocídio. A obra reúne escritos da psicoterapeuta e psiquiatra palestina, Samah Jarb, produzidos ao longo de duas décadas, sobre os problemas de saúde mental ocasionados por ocupações, traumas, prisão e tortura ao povo palestino. O prefácio do livro foi escrito pela conselheira secretária do CFP, Izabel Hazin, bem como organizado e traduzido por Rima Zahra, representante do CFP na Frente Nacional pela Saúde de Migrantes.

Nos dias 20 e 21, a conselheira tesoureira federal Célia Mazza e a conselheira do CFP Clarissa Guedes coordenaram o Grupo de Trabalho que versou sobre “Intervenções clínicas e sociais com a população migrante e refugiada”. 

No dia 21, a conselheira federal Nita Tuxá coordenou a mesa População Indígena migrante em contexto urbano, com a participação das(os) convidadas(os) Hudson Carajá, Jenny González Muñoz e Sabrina Nunes Vieira.

Também no dia 21, a conselheira do CFP Ivani Oliveira foi a comentadora da conferência de encerramento, Conflitos, migração e questões transversais de saúde mental sob a perspectiva da África Oriental, proferida pela psicóloga queniana e membro do Conselho Internacional dos Médicos Sem Fronteira, Habiba Ali-Amin.

Quer saber mais?

Confira os registros em vídeo e fotografia da Conferência organizados pelo CRP-MG:

Abertura Oficial + Conferência Ampliando o debate sobre Saúde Mental
Clínica e Migração – Atendimento a Migrantes e Refugiados
Dispositivo de Cuidados em Saúde Mental da População Migrante e Refugiada
Impactos Psicossociais da Guerra
Migração e Políticas Públicas: Descolonizar o Estado, combater o Neoliberalismo
Migração e Trabalho
População Índigena Migrante em Contexto Urbano
Conflitos, Migração e Questões Transversais de Saúde Mental sob a Perspectiva da África Oriental

Registros fotográficos disponíveis aqui e aqui.

*Com informações do CRP-MG

CFP abre consulta pública para as  Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas para a População em Situação de Rua 

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), abre consulta pública, no período de hoje até 19 de julho, para que as(os) psicólogas(os) de todo o país possam contribuir com a futura publicação “Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas para a População em Situação de Rua”.

A consulta pública é uma das etapas que antecedem o lançamento de uma referência técnica para orientar profissionais da Psicologia de todo o país. O objetivo desta fase é que psicólogas e psicólogos possam fazer contribuições a fim de aprimorar o documento, tornando o processo de elaboração mais democrático e participativo. 

Inovação

Uma inovação desta consulta é a possibilidade de as (os) profissionais dos serviços de referência, que atendem a população em situação de rua, fazerem uma escuta  de seus usuários e usuárias, respondendo com eles as seguintes questões: “Como as políticas públicas podem ser efetivas para as pessoas em situação de rua?”; “Como o conhecimento e a prática psicológica contribuem para processos de fortalecimento das pessoas em situação de rua?”

A participação da população atendida não é obrigatória. 

Passo a passo da Consulta Pública

Para participar da consulta pública  Referências Técnicas para Atuação de Psicólogas(os) em Políticas Públicas para a População em Situação de Rua, é preciso seguir as seguintes orientações:

1) Baixe e leia a versão preliminar do texto destinado à consulta pública – acesse aqui o documento.

2) Em seguida, acesse o link do formulário (https://pt.surveymonkey.com/r/crepop_pop_rua ) e faça suas contribuições ao documento, considerando cada eixo que organiza a Referência Técnica.

A consulta pública ficará aberta até 19 de julho de 2024. Após o término do prazo, todas as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, que trabalhará para construção da versão final para publicação.

Sobre o Crepop

O Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) é uma iniciativa do Sistema Conselhos de Psicologia (CFP e CRPs) voltada a promover a qualificação da atuação profissional de psicólogas e psicólogos que atuam nas diversas políticas públicas.

Além de um papel técnico, o Crepop tem um importante papel ético e político. Ético no que tange à qualificação profissional, orientando um fazer alinhado com a garantia de direitos e a transformação de vidas. Político por se tratar de um espaço que demarca as contribuições da Psicologia para o campo das políticas públicas, voltadas para a transformação social.

Acesse o site do Crepop e confira as Referências Técnicas já lançadas: https://crepop.cfp.org.br

Nota de Pesar – Darlah Farias

É com imensa tristeza que a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP) recebe a notícia do falecimento precoce da ativista negra Darlah Farias. Neste momento de dor, prestamos nossas sinceras condolências aos familiares, amigos e a toda a comunidade que teve o privilégio de conhecê-la e trabalhar ao seu lado.

Darlah foi uma voz poderosa e incansável na luta contra o racismo e em defesa dos direitos humanos. Cofundadora do Coletivo Sapato Preto, destacando-se como ativista incansável do movimento negro e LGBTQIA+ .Sua dedicação e paixão por justiça social inspiraram muitos e deixaram um legado que jamais será esquecido. Sua partida deixa um vazio irreparável, mas também nos lembra da importância de continuar a luta pela qual ela tanto se dedicou.

Em reconhecimento à sua inestimável contribuição, reafirmamos nosso compromisso em honrar sua memória, dando continuidade ao trabalho que Darlah Farias iniciou e mantendo viva sua visão de um mundo mais justo e igualitário para todos.

Sua luz continuará a guiar nossos passos.

Nossa solidariedade aos familiares, amigos e companheiras de luta!

Comissão de Direitos Humanos (CDH)

Conselho Federal de Psicologia

Psicologia do Esporte: V Encontro Norte-Nordeste é realizado em Pernambuco

Fomentar discussões de temáticas pouco debatidas na Psicologia do Esporte é de fundamental importância para a atuação de profissionais da Psicologia e para a sociedade. Esse foi um dos objetivos do V Encontro de Norte-Nordeste de Psicologia do Esporte (ENEEPE), realizado de 2 a 4 de maio na Universidade do Vale do São Francisco (UNIVASF), em Petrolina/PE. O evento teve o apoio do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Com o tema “Esporte, Saúde Mental e Inclusão: Interfaces na Psicologia do Esporte”, o encontro contou com a participação de estudantes, profissionais e especialistas no campo do Esporte. 

A programação do V ENEEPE contou com mesas temáticas, cine debate, roda de conversa e conferência magna. 

CFP na Psicologia do Esporte

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi representado pelo conselheiro Rodrigo Acioli. Além de participar da abertura do V ENEEPE, Acioli também esteve na roda de conversa com representantes de Conselhos Regionais e Federal de Psicologia e Associações de Psicologia do Esporte.

O representante do CFP destacou a importância do encontro, lembrando da primeira edição em São Luís/MA em 2016 e a perspectiva de uma maior descentralização nas discussões sobre Psicologia do Esporte, que, segundo ele, na época, se concentravam nas regiões Sul e Sudeste do País, embora as regiões Norte e Nordeste já continham um expressivo número de profissionais neste campo, mas sem a mesma atenção nos debates. 

O conselheiro do CFP também abordou o apoio do CFP à atividade desde o primeiro encontro. “Entendo que é um encontro que vem para agregar, para multiplicar, para expandir a Psicologia do Esporte no Brasil, por isso o CFP está no apoio a ele desde a primeira edição. Então é um espaço de encontros, de desenvolvimento, de debate e de consolidação da Psicologia do Esporte”, reforça.

Durante o evento, representantes do CFP, CRPs e entidades da Psicologia do Esporte se reuniram em uma roda de conversa. Segundo Rodrigo Acioli, o momento foi importante para aproximar os profissionais e os estudantes do Sistema Conselhos de Psicologia, bem como para ações que o CFP/CRPs têm realizado na temática. O conselheiro também destacou que o espaço constitui um  um estímulo aos Regionais que ainda não têm Grupos de Trabalho  em Psicologia do Esporte a criarem os respectivos grupos de trabalhos em suas regiões. 

Sobre o ENEEPE

O evento surgiu como uma proposta do antigo GT de Psicologia do Esporte da Assembleia das Políticas da Administração e das Finanças (APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia em prol do fortalecimento da especialidade nas Regiões Norte e Nordeste e teve o apoio da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (ABRAPESP) – entidade integrante do Fórum das Entidades da Psicologia Brasileira (FENPB). 

O ENNEPE ocorre a cada dois anos, sendo que sua primeira edição foi realizada em 2016, no Maranhão, na cidade de São Luís, com o tema “Desafios e Perspectivas da Psicologia do Esporte para uma atuação ética e multiprofissional”. Em 2018 o evento foi realizado em Fortaleza (Ceará), com o tema “Formação, Práticas e Pesquisas: Desafios e Conquistas”. Em 2020, o evento ocorreria na cidade de Manaus, no entanto, devido à pandemia de COVID-19, foi modificado para o formato remoto, trazendo o tema “Aproximações e Distanciamentos: Movimentos da Psicologia do Esporte no Norte-Nordeste brasileiro”. O penúltimo, com o tema “A Psicologia do Esporte no enfrentamento das desigualdades”, foi realizado em 2022 na cidade de Teresina/PI. A próxima edição será daqui a dois anos (2026) em Salvador/BA.

Revista PCP publica primeiros artigos de 2024

A Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP), periódico do Sistema Conselhos de Psicologia, disponibiliza para profissionais de todo o país seus primeiros artigos de 2024. Representações sociais da maternidade, trabalho escravo contemporâneo e subjetividades, dependência da internet por crianças e adolescentes, e estresse ocupacional entre profissionais da Psicologia fazem parte dos temas abordados nos textos recém-publicados.

Este ano, a revista completa 45 anos e, para marcar a data, lançou em  fevereiro seus canais oficiais no Instagram e no Facebook, visando ampliar o acesso de psicólogas e psicólogos ao conteúdo científico da Revista.

O material reúne mais de 60 artigos do fluxo contínuo com temáticas relacionadas à atuação profissional da(o) psicóloga(o), à pesquisa, ao ensino e  à reflexão crítica sobre a produção de conhecimento no campo da Psicologia. 

Sobre a Revista PCP

Criada por meio da Resolução CFP 26/1979, a Revista Psicologia: Ciência e Profissão é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.

Sua principal missão é contribuir para a formação profissional da(o) psicóloga(o) brasileira(o), assim como disseminar  o conhecimento produzido por aquelas(es) que pesquisam e/ou atuam na área da Psicologia.

Neuza Guareschi. conselheira do CFP e editora do periódico, explica que, para 2024, há uma grande expectativa em relação aos conteúdos. “Este número vai ser histórico. Iremos abordar os temas do Sistema Conselhos de Psicologia, como este foi se criando, se implementando e se desenvolvendo em várias áreas, tanto na estrutura de institucionalização como nas suas áreas de atividades para a categoria; quais foram as grandes questões que o Sistema Conselhos e o CFP, principalmente, tiveram que enfrentar e como foram se posicionando politicamente em trabalhos e ações para a categoria”, justifica. 

A conselheira ressalta ainda que o volume marca os 45 anos da Revista PCP, citando que haverá  um artigo especial sobre o CFP e os Conselhos Regionais de Psicologia e seus papéis na produção do  conhecimento.

Para os próximos meses, Neuza Guareschi explica que pretende continuar a desenvolver uma série de aperfeiçoamentos, aprimorando ações na própria estrutura da revista, nos conteúdos e na divulgação. “Estamos trabalhando os itens da revista naquilo que diz respeito tanto às informações para os autores como naquilo que diz respeito a esse periódico enquanto material que está  dentro do mundo científico da Psicologia e que também se posiciona de uma forma ética naquilo que estamos construindo de uma ciência aberta. Uma série de modificações estão sendo colocadas: dos seus informes, das suas orientações e do seu modo de publicação. Isso é, principalmente, o objetivo que estamos desenvolvendo para a qualificação deste periódico”,elucida.

Ainda no âmbito das celebrações da Revista PCP, está prevista para este ano uma edição especial sobre os 50 anos do Conselho Federal de Psicologia (CFP).

Confira a íntegra dos 12 primeiros artigos publicados pela Revista PCP em 2024:

Significados Atribuídos por Mulheres com Câncer de Mama ao Grupo de Apoio

Câncer Materno: A Compreensão da Criança e suas Representações

Trabalho Escravo Contemporâneo e Subjetividade: Considerações Psicossociais sobre Narrativas de Escravizado(a)s

Representações Sociais sobre Maternidade na Reprodução Humana Assistida: Discursos de Mulheres Inférteis

CREAS e Covid-19: Desafios e Perspectivas da Psicologia no Norte de Minas

Prevalência de Dependência da Internet e Fatores Psicológicos em Adolescentes durante a Pandemia de Covid-19

A Fase Terminal do Filho com Câncer: Percepções dos Profissionais Hospitalares

Demandas e Recursos para Predição da Síndrome de Burnout em Psicólogos Clínicos

Estresse Ocupacional entre Psicólogos Atuantes na Atenção Primária à Saúde no Contexto Pandêmico

Paternidade com Filhos entre 2 e 10 Anos de Idade: Propriedades Psicométricas do IFI-BR-27

Estresse e Enfrentamento das Dificuldades em Universitários da Área da Saúde

Avaliação e Ensino de Emoções com Crianças e Jovens Adultos com Autismo ou Síndrome de Down Mediado pela Família

Nota de Pesar – Rosa Maria Stefanini de Macedo

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta pesar pelo falecimento da psicóloga Rosa Maria Stefanini de Macedo, pesquisadora com ampla atuação em Psicologia Clínica e terapia de casais.

Formada pela Academia Paulista de Psicologia, Rosa Macedo foi presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP) na gestão 1992 – 1994. Foi também coordenadora do GT Família e Comunidade, um dos primeiros grupos de trabalho propostos para promoção da pesquisa, do ensino e da participação nas políticas de Pós-Graduação em Psicologia do Brasil.

Entre outros importantes espaços, foi coordenadora do Núcleo de Família e Comunidade (NUFAC) do Programa de Estudos Pós-graduados em Psicologia Clínica; coordenou o curso de especialização em Terapia Familiar e de Casal da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Rosa Macedo era professora emérita de Psicologia do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde da PUC-SP.

A pesquisadora contribuiu para a formação de muitas(os) terapeutas de família e de casal, sendo autora de diversos livros e artigos científicos na área e ajudando a consolidar o desenvolvimento da Psicologia e do campo da Terapia Familiar e de Casal no Brasil.

O CFP expressa pesar por essa perda para a comunidade da Psicologia e leva suas condolências a familiares, amigas(os) e ex-alunas(os) de Rosa Maria Stefanini de Macedo.

Nota de Pesar – Saulo de Freitas Araújo

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) manifesta pesar pelo falecimento do psicólogo Saulo de Freitas Araújo, profissional de referência no campo da Psicologia e Filosofia.

Formado pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de São Carlos e doutorado em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas / Universität Leipzig, Saulo de Freitas atuava como professor Associado do Departamento de Psicologia da UFJF e também foi diretor do NUHFIP (Núcleo de História e Filosofia da Psicologia Wilhelm Wundt) da UFJF.

Ao longo de sua trajetória, Araújo reuniu uma expressiva experiência nas  áreas de História e Filosofia da Psicologia, Teorias e Sistemas em Psicologia, atuando principalmente no pensar acerca da evolução do projeto de uma Psicologia científica e mente-cérebro na filosofia e na Psicologia.

O CFP expressa pesar por essa perda para a comunidade da Psicologia e leva suas condolências aos familiares e amigos de Saulo de Freitas Araújo.