CFP e entidades repudiam Portaria MEC que autorizava curso EAD de Psicologia – normativa foi tornada sem efeito

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), a Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI) e a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE) – em conjunto com mais de 20 entidades da área – manifestou repúdio à Portaria MEC 749, de 14 de julho de 2022, que autorizava a abertura de curso de graduação em Psicologia na modalidade de Ensino à Distância (EaD). A normativa permitia a uma universidade privada a oferta dessa modalidade de curso, com 2.000 vagas anuais. (Confira abaixo íntegra da Nota de Repúdio)

Na sexta-feira (15), o próprio do Ministério da Educação (MEC), por meio da Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior, publicou uma nova normativa par tornar sem efeito a Portaria MEC 749/2022, sob alegação de erro material.

Ainda assim, o Sistema Conselhos de Psicologia estabelecerá ao longo da próxima semana um plano de ação em defesa da presencialidade como condição indispensável para a formação de qualidade em Psicologia – dado o caráter relacional da identidade profissional de psicólogas e psicólogos, que não pode prescindir do contato sensível, do compartilhamento e confronto de ideias, bem como de concepções e experiências de vida.

Na nota em que repudia a decisão do MEC que autorizava a oferta de curso em Psicologia no formato EAD, o Conselho Federal de Psicologia, a ABEP, a FENAPSI, a ABRAPEE e outras 20 entidades representativas da profissão destacam que a decisão ignorava regramentos ainda vigentes nas Diretrizes Curriculares Nacionais de 2011, que não preveem a oferta dessa modalidade de ensino para a Psicologia.

“A medida despreza, de forma arbitrária, nosso processo de construção coletiva, as indicações que vêm de quem tem conhecimento, experiência e expertise na área, bem como as recomendações do Conselho Nacional de Saúde para os cursos de graduação na área da Saúde”, pontua o texto.

As entidades questionam ainda os objetivos da decisão do Ministério da Educação: “a quem, afinal, interessa a ampliação da EaD na formação em Psicologia? Às faculdades/empresas que lucram com as carências de vagas no ensino superior público e com as dificuldades concretas de parcela expressiva de nosso povo, certamente. À Psicologia, aos estudantes e à população que merece um trabalho alicerçado em qualidade, ética, empatia e compromisso, NÃO!”

O CFP e entidades da Psicologia convocam as instituições científicas da área, todas as Instituições de Ensino Superior, toda a comunidade acadêmica e profissional, assim como o conjunto da sociedade, para que se unam a esta importante luta.

Confira a seguir a Nota de Repúdio do CFP e entidades da Psicologia:

NOTA DE REPÚDIO – Autorização de Curso de Graduação em Psicologia EaD

Não nos surpreende essa medida autoritária, vinda de um ministério coerente com um governo federal autoritário, que despreza a ciência, as instituições de ensino superior e seus docentes, a Saúde e a Educação. Mas nos causa indignação, revolta.

Exatamente no momento em que estamos reunidas, educadoras de todo o país, em defesa da Educação pública de qualidade ética, científica, inclusiva e laica, a portaria do MEC vem mostrar quanto ainda esse governo do atraso pretende destruir a educação de modo geral, e em particular o ensino superior, quanta luta ainda temos pela frente, quanto é necessária nossa união e resistência.

A quem, afinal, interessa a ampliação da EaD na formação em Psicologia? Às faculdades/empresas que lucram com as carências de vagas no ensino superior público e as dificuldades concretas de parcela expressiva de nosso povo, certamente. À Psicologia, aos estudantes e à população que merece um trabalho alicerçado em qualidade, ética, empatia e compromisso, NÃO!

O Conselho Federal de Psicologia e as demais entidades que subscrevem esta nota vêm a público repudiar a Portaria 749/2022. Repudiar esta e qualquer medida que autorize a oferta de formação em Psicologia na modalidade EaD. Repudiar mais esse ato que, à revelia dos interesses de nosso povo, representa o atraso, o descaso, o desmonte de um direito e de patrimônios de nossa Nação, que são a formação superior de qualidade e uma ciência forte.

Na próxima semana, o Sistema Conselhos de Psicologia estará reunido com entidades da área para a construção de um plano de ação para o enfrentamento a essa grave violação de direitos.

Conclamamos todas as entidades científicas da Psicologia, todas as Instituições de Ensino Superior, toda a comunidade acadêmica e profissional, assim como toda a sociedade, para que se unam a esta importante luta.

RESISTIREMOS!

1. Conselho Federal de Psicologia (CFP)
2. Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP)
3. Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI)
4. Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE)
5. Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (IBAP)
6. Federação Latino-Americana de Análise Bioenergética (FLAAB)
7. Coordenação Nacional dos Estudantes de Psicologia (CONEP)
8. Associação Brasileira de Psicologia da Aviação (ABRAPAV)
9. Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (ABRAPSIT)
10. Sociedade Brasileira de História da Psicologia (SBHP)
11. Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP)
12. Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (ABRAPESP)
13. Instituto Brasileiro de Neuropsicologia e Comportamento (IBNeC)
14. Associação Brasileira de Psicologia e Saúde (ABPSA)
15. Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT)
16. Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia (ABECiPsi)
17. Associação Brasileira de Psicologia Jurídica (ABPJ)
18. Associação Brasileira de Psicoterapia (ABRAP)
19. Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (ASBRO)
20. Associação Brasileira de Psicologia Positiva (ABP+)
21. Associação Brasileira de Orientação Profissional (ABOP)
22. Associação Brasileira de Neuropsicologia (ABRANEP)
23. Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO)
24. Articulação Nacional de Psicólogas/os Negras/os e Pesquisadoras/es (ANPSINEP)

Psicologia na Educação: Conape 2022 começa na 6a feira (15) com participação do CFP

A cidade de Natal (RN) recebe, entre os dias 15 e 17 de julho, a etapa nacional da Conferência Nacional Popular de Educação (Conape). O evento deve reunir cerca de 2 mil participantes, incluindo profissionais e entidades representativas da Psicologia.

A Conape 2022 pretende mobilizar setores e segmentos da educação dedicados à defesa do Estado democrático de direito, da Constituição Federal, do Plano Nacional de Educação e de um projeto de Estado que garanta educação pública de qualidade na perspectiva inclusiva, laica e democrática, de forma a consolidar uma plataforma comum de lutas pela educação no país.

Apoiador do evento, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) participa da atividade com uma delegação composta por mais de 50 representantes, entre conselheiros do CFP, dos 24 Conselhos Regionais e de entidades da Psicologia que compõem a Coordenação Nacional para a Implementação da Lei 13.935/2019 – como a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), a Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS) e a Federação Nacional de Psicólogos (FENAPS), bem como o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS).

Nesta edição, a Conape tem como lema “educação pública e popular se constrói com democracia e participação social: nenhum direito a menos e em defesa do legado de Paulo Freire”. O evento convoca a sociedade a se mobilizar diante de um cenário de desmonte das políticas públicas educacionais e de esvaziamento dos espaços de participação social.

Para marcar a participação da Psicologia nessa luta, o CFP contará com um estande sobre a importância da implementação da Lei 13.935/2019, que estabelece a presença de psicólogas(os) e assistentes sociais na educação básica. Também haverá lançamento de publicações e mesas de diálogos sobre a importância de psicólogas e psicólogos na Educação.

Programação
A programação terá início na sexta-feira (15/7) às 14h, com uma caminhada pela Mobilização Nacional em Defesa da Educação Pública e atos culturais simultâneos. A partir das 16h, na Praça da Árvore, acontecerá o Ato Político Cultural. O encerramento do primeiro dia de atividades será marcado por apresentações artísticas.

No sábado, serão realizadas as sessões de debates orais, com apresentação de trabalhos acadêmicos, além de atividades autogestionadas das entidades e parceiros estratégicos do campo educacional.

Durante as atividades serão realizadas as plenárias de eixos  classificados em:

Eixo I – Décadas de lutas e conquistas sociais e políticas em xeque: o golpe, a pandemia e os retrocessos na agenda brasileira;
Eixo II – PNE, planos decenais, SNE, políticas setoriais e direito à educação;
Eixo III – Educação, direitos humanos e diversidade: justiça social e inclusão;
Eixo IV – Valorização das(os) profissionais da educação: formação, carreira, remuneração e condições de trabalho e saúde;
Eixo V – Gestão democrática e financiamento da educação: participação, transparência e controle social;
Eixo VI – Construção de um projeto de nação soberana e de estado democrático em defesa da democracia, da vida, dos direitos sociais, da educação e do PNE.

A programação se encerra no domingo (17/7) com uma grande plenária que deliberará sobre o documento final e as moções. Ao meio dia, será lido um manifesto da Conape 2022, com encerramento previsto para às 15h.

A abertura do evento e sua plenária final serão transmitidas em tempo real pelo YouTube do CFP: (inserir link)

Nas redes sociais do CFP também será possível acompanhar destaques da participação da Psicologia ao longo de toda a programação.

Acesse: instagram.com/conselhofederaldepsicologia e facebook.com/conselhofederaldepsicologia

Confira no link abaixo os trabalhos da Psicologia que serão apresentados durante a Conape 2022: docs.google.com/spreadsheets/d/19NZQevf5sQrFLox_OT8nGeYcBH9torrMMSxeg3n7vog/edit#gid=0

Profissionais da Psicologia que tiveram trabalhos aprovados para a Conape e desejam ter sua divulgação incluída no link acima, podem fazer a solicitação pelo e-mail lei13935@cfp.org.br. É necessário informar o título do trabalho, autoras (es), coautoras(es), eixo e CRP.

Serviço:

Conferência Nacional Popular de Educação (Conape) 2022

Lema: “Educação pública e popular se constrói com Democracia e Participação Social: nenhum direito a menos e em defesa do legado de Paulo Freire”
Data: 15 a 17 de julho de 2022
Local: Centro de Convenções de Natal – Via Costeira Sen. Dinarte Medeiros Mariz, Ponta Negra, Natal/RN.
Mais informações: fnpe.com.br/conape2022

 

 

Assembleia Legislativa de Santa Catarina celebra os 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil com ato solene

Os 60 anos da regulamentação da Psicologia no país foram celebrados em ato solene pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc). A cerimônia ocorreu na noite da quarta-feira (6) na sede do parlamento catarinense, em Florianópolis, com condecorações ao Conselho Federal de Psicologia (CFP), ao Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-12) e a mais 23 entidades que atuam pelo desenvolvimento da profissão de psicóloga(o) no estado e no Brasil.

A solenidade foi realizada a partir de indicação da deputada estadual Luciane Carminatti (PT) e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi representado pela presidente Ana Sandra Fernandes, e pelas conselheiras Losiley Alves Pinheiro e Marina de Pol Poniwas.

A presidente do CFP destacou a atuação das(os) profissionais da Psicologia na luta antimanicomial, no fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e nas diversas áreas da educação, do esporte, do trânsito, da Justiça, da organização do trabalho, dentre outras. “A Psicologia faz parte da vida de milhões de brasileiros e por isso nosso compromisso com a diversidade, a pluralidade e com as diferenças e os diferentes é um valor do qual não abrimos mão”, destacou.

Ana Sandra Fernandes também pontuou que a Psicologia é uma profissão do presente e do futuro. “A cada ano se formam cerca de 30 mil novas psicólogas e psicólogos no Brasil, o que revela o potencial que temos pela frente para a construção de um projeto ético-político para a profissão”, apontou.

A deputada Luciane Carminatti contou que “sempre teve uma queda pela Psicologia” e que gostaria de ter sido psicóloga. “Uma profissão que traz dignidade, do ponto de vista individual e coletivo, nas políticas privadas, nas políticas públicas, na clínica, na escola e em diferentes segmentos”, afirmou.

A conselheira do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina (CRP-12) Sandra Regina da Silva Coimbra fez uma reflexão sobre para onde caminha a Psicologia para os próximos 60 anos. Conforme defendeu, o sucesso da profissão no futuro depende de cada um dos psicólogos, levando-se em conta a importância do respeito às diversidades. “É a busca por uma Psicologia que possa cada vez mais possibilitar aos seres humanos o acesso a seus direitos, a uma vida de qualidade”.

A presidente da Federação Nacional dos Psicólogos, Vânia Maria Machado, explicou que a regulamentação da profissão, em 1962, também implicou na constituição dos conselhos, que têm a função de “orientar e fiscalizar os profissionais de Psicologia, cumprindo, dessa forma, o papel de proteger a sociedade do exercício ilegal, irregular, inadequado e antiético”.

Atos solenes
Para marcar os 60 anos da regulamentação da Psicologia como profissão e ciência no Brasil, o CFP está incentivando a organização de atividades nas casas legislativas brasileiras para realçar as contribuições à sociedade e seus desdobramentos históricos nas últimas seis décadas.

No próximo dia 15 de julho, sexta-feira, a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte vai realizar uma Sessão Solene em celebração aos 60 anos da Psicologia no país. A cerimônia acontece na sede do Parlamento, em Natal, a partir das 9h. O CFP irá transmitir a sessão na íntegra e ao vivo em conjunto com a TV Assembleia RN.

Histórico
A Psicologia chegou ao país no início do século XX. No entanto, foi regulamentada como profissão a partir da publicação da Lei nº 4.119, em 27 de agosto de 1962. Em 1971, por meio da Lei nº 5.766, foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia – que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia.

Atualmente, são mais de 440 mil psicólogas e psicólogos em todo o território nacional, sendo 16 mil registradas(os) somente em Santa Catarina, o que faz do Brasil o país com o maior número de profissionais da Psicologia em todo o mundo. A atuação está nas clínicas, nas políticas públicas da saúde, da assistência social, no sistema de justiça, na segurança pública, no trânsito, nos esportes e em todos os contextos de cuidado à saúde mental.

O Ato Solene foi transmitido ao vivo pelo CFP e pode ser revisto nos canais oficiais no YouTube, Facebook, Twitter e Instagram.

Com informações da Assembleia de Santa Catarina e do CRP-12

Mais uma batalha vencida! PL das 30 Horas da Psicologia é aprovado na Comissão de Trabalho e avança na Câmara dos Deputados

Após intensa mobilização e pressão de psicólogas e psicólogos, o projeto de lei que estabelece a jornada semanal de até 30 horas para profissionais da Psicologia (PL 1214/2019) foi aprovado na tarde desta terça-feira (5) pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP). Com esta vitória, a proposição legislativa segue agora para a Comissão de Finanças e Tributação (CFT).

Uma comitiva de mais de 20 psicólogas e psicólogos estiveram na sessão de hoje da CTASP para pressionar os parlamentares pela aprovação do PL das 30 Horas. O grupo contou com representantes do Conselho Regional de Psicologia do DF (CRP 1), do Conselho Regional de Psicologia de SP (CRP 6), do Conselho Regional de Psicologia de PE (CRP 2); do Conselho Federal do Rio de Janeiro (CRP 5) e do Sindicato das Psicólogas do DF (SindiPsi/DF).

A articulação para que o parecer fosse votado começou cedo, na reunião da pauta de votações da CTASP. Em uma longa convenção, foi decidido pelas deputadas e deputados da Comissão que a proposição seria votada na tarde desta terça-feira.

Na sessão, o deputado Rogério Correia (PT/MG), relator do PL na CTASP, destacou que “a proposição legislativa reveste-se de relevância social ímpar, já que reconhece a importância do exercício profissional da Psicologia, fazendo justiça a esses valorosos profissionais, que cuidam da saúde mental da população”. Segundo o parlamentar, a redução de jornada pleiteada encontra respaldo constitucional, visto que a Constituição Federal preconiza o trabalho e a saúde como direitos sociais. “Sem dúvida que se trata de um labor desgastante e que merece, quanto à sua duração, o devido equacionamento”, argumentou.

O parecer em defesa do PL das 30 horas recebeu votos favoráveis de todos os deputados da CTASP, à exceção de Tiago Mitraud (Novo/MG) e Alexis Fonteyne (Novo/SP).

“Celebramos mais este importante passo para avançar na conquista da jornada de até 30 horas para as profissionais da Psicologia – um tema que diz respeito não apenas à categoria de psicólogas e psicólogos, mas à sociedade como um todo, pois trata da defesa da política de saúde e da qualidade do serviço prestado à população”, destaca a presidente do Conselho Federal de Psicologia, Ana Sandra Fernandes.

Coautora do projeto, a deputada Erika Kokay (PT/DF) disse que é questão de justiça assegurar a jornada de 30 horas para as(os) profissionais da Psicologia e que são fundamentais para a construção da sociedade. “São os profissionais da psicologia que todos os dias lembram que nada do que é humano nos é estranho, e que todos os dias lidam com pessoas nas mais diversas áreas”, destacou a deputada.

Apoiador do PL das 30 Horas, o deputado Túlio Gadêlha (REDE/PE) comemorou a aprovação da matéria pela CTASP, mas pregou que a mobilização deve continuar para as próximas comissões. “Agradeço a mobilização de tantos psicólogos, tantos profissionais necessários para o nosso país, principalmente pelo momento que a gente, vive hoje, de recuperação da saúde mental de milhões de brasileiros que passaram por uma pandemia”, pontuou o parlamentar.

A deputada Alice Portugal (PCdoB/BA) ponderou que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomendam a jornada de 30 horas. “Cuidar de gente envolve um processo de extenuação e de desenvolvimento de doenças ocupacionais. Por isso, 30 horas para a psicologia é algo justo, necessário e compatível com a complexidade da tarefa desses profissionais”, destacou.

Para o deputado Bira do Pindaré (PSB/MA), defendeu a regulamentação da jornada de 30 horas semanais para a Psicologia por esta ser uma profissão cada vez mais necessária. “Pela relevância que tem, pelo trabalho importante que tem, sobretudo no tempo presente, onde são crescentes os casos que envolvem problemas psicológicos em todo o Brasil e no mundo”, defendeu.

Tramitação
De autoria das deputadas Erika Kokay (PT/DF) e Natália Bonavides (PT/RN), o PL 1214/2019 tramita sob a forma de apreciação conclusiva nas comissões da Câmara dos Deputados, ou seja, sem precisar ser votado pelo Plenário da Casa. Em caso de aprovação pelas quatro comissões da Câmara, a matéria segue para votação pelo Senado e, de lá, para sanção da Presidência da República.

Agora aprovado pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP), a matéria segue para análise pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT). Em caso de votação, o PL avança para a última etapa de sua tramitação na Câmara dos Deputados, a análise pela Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJC).

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e demais entidades da área seguirão alertas e atuantes nas próximas movimentações do projeto no Congresso Nacional.

Saiba mais:
CFP promove live para fortalecer mobilização em defesa da jornada de até 30 horas para a Psicologia
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Categoria reivindica jornada de 30 horas para profissionais da Psicologia
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Posicionamento conjunto em defesa da jornada de 30 horas para psicólogas e psicólogos

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Deputada visita o CFP e se compromete com projetos de interesse da Psicologia
Diretoras(es) dos Sistema Conselhos encontram-se com relator do PL das 30 Horas da Psicologia

PL das 30 Horas da Psicologia volta à pauta e categoria faz pressão pela votação do projeto

Amanhã, 5 de julho, a comitiva da Psicologia promete mais um dia intenso de mobilização junto a parlamentares da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados sobre o PL das 30 Horas (PL 1.214/2019). A proposição está na pauta de votações do colegiado e pode ser votada na reunião de amanhã, às 13h.

A presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, estará na Câmara para dialogar com cada deputada e deputado sobre a importância da aprovação do projeto. Ela será acompanhada de uma comitiva de psicólogas e psicólogos do Conselho Federal e de entidades representativas da profissão.

Para fortalecer e envolver toda a categoria nessa mobilização, o Conselho Federal de Psicologia lançou na sexta-feira (1º) um site especial sobre o PL das 30 Horas. Além de apresentar um panorama geral da tramitação do projeto, a página permite o envio direto de mensagem aos parlamentares da CTASP, reforçando a relevância dessa pauta para psicólogas e psicólogos. O objetivo é alcançar o maior número de congressistas em defesa da aprovação do Projeto de Lei 1214/2019.

Audiência pública debaterá o projeto
Na última semana, mesmo sem a proposição estar na pauta, as entidades da Psicologia travaram um embate para garantir que entidades representativas da categoria possam estar presentes à audiência pública que vai debater o projeto das 30h no âmbito da Comissão.

Foi protocolado pelo deputado Tiago Mitraud (NOVO/MG) um requerimento para a realização da audiência apenas com a participação de entidades representativas de hospitais e sem nenhum representante de psicólogas e psicólogos. A partir de uma ação firme e rápida, as entidades da Psicologia se articularam com a deputada Erika Kokay (PT/DF) e o deputado Rogério Correia (PT/DF) e conseguiram incluir a presença de representantes da profissão no evento.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), o Sindicato dos Psicólogos de São Paulo (SindPsi/SP), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS), a Confederação Nacional de Trabalhadores na Saúde (CNTS), e representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia do Distrito Federal (CRP/DF) e de Minas Gerais (CRP/MG) serão convidados a participar desta audiência pública, que ainda não tem data definida.

Mobilização da categoria
Para que o projeto da jornada de até 30 horas para a Psicologia avance no Congresso Nacional é fundamental o diálogo constante da categoria com os parlamentares que compõem a CTASP, solicitando que compareçam à sessão de votação e apoiem a aprovação do projeto.

Acesse o site das 30h e participe desta mobilização: site.cfp.org.br/psicologia30horas

Implantação da plataforma tecnológica de gestão avança nos Conselhos Regionais

A plataforma tecnológica que vai integrar a gestão dos dados cadastrais, financeiros, de processos e de fiscalização no Sistema Conselhos já está em uso por mais da metade dos Conselhos Regionais de Psicologia. Atualmente, são 15 CRPs que migraram seu banco de dados e passaram a integrar o Sistema de Gestão Cadastral, Financeiro, Processos e Fiscalização (BRC).

O BRC será a principal plataforma de sistemas dos Conselhos Regionais, sendo responsável pela emissão de boletos e pela gestão de cadastros de psicólogas e psicólogos. No âmbito federal, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) também utiliza do sistema para formar a base nacional de profissionais da área, e a previsão é que o BCR esteja implantado em todos os regionais até o fim do ano.

A supervisão da plataforma BRC é de responsabilidade do Grupo de Trabalho (GT) em Tecnologia da Informação do Sistema Conselhos de Psicologia, que tem proposto soluções tecnológicas para todos os regionais.

A coordenadora do GT de TI, a conselheira Norma Cosmo, explica que a implantação de uma plataforma totalmente ‘web’ era uma demanda antiga da categoria e dos regionais e que agora está em avançado processo de implantação.

“Há muito tempo que todo o Sistema Conselhos desejava que a movimentação de todos os serviços fosse feita pela plataforma web. Quando o BRC estiver consolidado, psicólogas e psicólogos irão comprovar como o Sistema Conselhos de Psicologia evoluiu para o uso de plataformas mais ágeis e rápidas”, pontua.

O Gerente do Setor de Desenvolvimento de Sistemas do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Leomar Santana, informa que o BRC é um sistema inovador para os Conselhos Regionais, dada ser uma plataforma totalmente digital, com ferramentas disponibilizadas na internet e que não requerem a compra de programas ou de grande infraestrutura tecnológica.

“É um sistema 100% online. Os Conselhos Regionais não precisarão comprar licenças de uso. A ideia é padronizar o sistema para que fique igual para todos os CRs, sejam pequenos, médios ou grandes”, aponta.

No fim de maio, o Grupo de Trabalho esteve reunido com a empresa Datainfo, contratada para prover os serviços da plataforma BRC para o Sistema Conselhos. Na ocasião, foram encontradas soluções para o cumprimento do contrato. A empresa informou que passou por uma reestruturação, com a substituição de gestores do projeto e com a ampliação da equipe de suporte técnico.

Com esses incrementos, a contratada promete melhorar a resposta aos chamados técnicos vindos dos Regionais e o acompanhamento da implantação da plataforma BRC. Também foi tratada a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Implantação da plataforma BRC

Em 2019, o Sistema Conselhos de Psicologia assinou contrato para implantar uma nova plataforma de informática para realizar a gestão cadastral, financeira, processual e de fiscalização em todos os Conselhos Regionais, o chamado sistema BRC.
Inicialmente, o BRC foi implantado em cinco regionais. Recentemente, a plataforma chegou a mais dez regionais, alcançando mais da metade do Sistema Conselhos. A previsão é que o BRC esteja implantado em todos os 24 CRPs até o fim deste ano.

O Grupo de Trabalho também se dispôs a auxiliar os Regionais que não dispõem de profissionais de tecnologia em seus quadros funcionais para a implantação da plataforma.

O GT de Tecnologia da Informação
Composto por representantes do CFP e dos CRPs 1 (DF), 4 (MG), 5 (RJ), 6 (SP), 7 (RS), 8 (PR) e 15 (AL) e de técnicos, o Grupo de Trabalho de TI foi criado em 2017, pela Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf), para propor as melhores soluções em tecnologia de informação para o Sistema Conselhos. De forma diferente dos outros grupos de trabalho, este GT tem composição diferenciada, pois, além dos conselheiros indicados pelo e pelos CRPs, também é formado por técnicos da área de TI.

Dentre as tarefas do GT, estão o desenvolvimento do novo sistema cadastral financeiro; a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD); a elaboração do Plano Nacional da Informação; implantação do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) e Sistemas Administrativos nos CRPs, tais como a digitalização e informatização dos documentos dos cadastros de profissionais da Psicologia em todos os Conselhos Regionais.

No mês do Orgulho LGBTI+, CFP reforça engajamento histórico na defesa dos direitos à diversidade sexual e às identidades de gênero

No mês do Orgulho LGBTI+, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) ampliou a participação em atividades de conscientização e para reforçar o respeito e igualdade na promoção dos direitos humanos e da dignidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e pessoas intersexo.

Nos dias 18 e 19 de junho, foi realizado um importante seminário de debates sobre políticas públicas para a população de travestis e transexuais. Foi a IV Ação Transada, atividade organizada pela Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (REDTRANS BRASIL), em São Paulo.
Na edição deste ano, foram apresentados dados do Censo Trans, um perfil socioeconômico da população de mulheres travestis e transexuais.

O CFP foi representado nas duas atividades da IV Ação Transada pela integrante da Comissão de Direitos Humanos (CDH/CFP), Jaqueline Gomes de Jesus, que destacou o engajamento histórico dos Conselhos Federal e Regionais na defesa dos direitos da população LGBTI+, na luta contra a patologização das identidades trans. Jaqueline também ressaltou a parceria do Sistema Conselhos para o empoderamento das pessoas e sua organização coletiva.

No segundo dia, a representante do CFP compôs uma mesa sobre saúde mental da população trans ao lado da vereadora da cidade de Carnaúba dos Dantas, Thabatta Pimenta, primeira mulher trans eleita no Rio Grande do Norte.

O Censo Trans foi iniciado em junho de 2017 e concluído em março de 2020. Foram visitados locais estratégicos mapeados pelas filiadas da Redtrans nos estados, identificados como os principais pontos de trabalho sexual de mulheres travestis e transexuais.

De acordo com a Redtrans, a pesquisa foi realizada, em sua maior parte, juntamente às ações de prevenção e educação entre pares locais desenvolvidas pelas nossas filiadas e com amostras significativas. Após reuniões no período de pandemia para tabulação destes dados, firmamos parceria através de convênio com o Fundo Positivo, possibilitando nossa organização, tanto na tabulação destes dados como agora, na apropriação das nossas filiadas.

A Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil é uma ONG comprometida com a luta por políticas públicas e pelo bem estar da população Trans do Brasil.

Participação em eventos
Em abril, o CFP participou, na cidade de Ilhéus, na Bahia, do VII Encontro Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros. Promovida pelo Fórum Nacional de Travestis e Transexuais Negras e Negros (Fonatrans), a edição deste ano abordou o tema “Quais vidas negras importam?”.

A conselheira Alessandra Almeida representou o Conselho Federal no evento, que debateu questões como, organização em rede e atuação política, Transfeminismo, Saúde Mental. A conselheira destacou as resoluções editadas pelo Conselho Federal de Psicologia (veja abaixo).

Atuação do CFP
Atento a seu compromisso com a saúde mental e ao dever ético de proteção da dignidade humana, o CFP tem empreendido defesa inconteste da Psicologia para a promoção do respeito à liberdade, à diversidade sexual e às identidades de gênero.

Em 1999, o Conselho Federal publicou a Resolução Nº 1, trazendo normas de atuação para as psicólogas e psicólogos em relação à temática da orientação sexual. Mais de uma década depois, o Estado brasileiro lançou a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (2013), que realça a necessidade de atenção ao cuidado desta população.

Sob essas diretrizes, em 2018 o CFP lança a Resolução Nº 1, que orienta a atuação profissional de psicólogas(os) no Brasil para que travestilidades e transexualidades não sejam consideradas patologias. O entendimento depois viria a ser consolidado pela Organização Mundial da Saúde, que em 2019 reconhece que a transexualidade não é doença.

Em 2019, diante dos estigmas e das violações no contexto da chamada “cura gay”, o Conselho Federal de Psicologia lança o relatório Tentativas de Aniquilamento das Subjetividades LGBTQI, com o registro de histórias reais de sofrimento em razão dessa prática ilegal. Também foi de grande importância a Resolução CFP 08/2020, que estabelece normas de exercício profissional da psicologia em relação às violências de gênero.

Em maio deste ano, mais uma vez o CFP dedica atenção ao tema, com a publicação de uma nova normativa, agora sobre o papel de psicólogas e psicólogos para eliminar todas as formas de violência, preconceito, estigmatização e discriminação em relação às bissexualidades e demais orientações não monossexuais.

CFP é selecionado para compor câmaras temáticas do Conselho Nacional de Trânsito

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi selecionado para compor duas câmaras temáticas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran). A indicação foi feita em portaria publicada no Diário Oficial da União no dia 8 de junho. As nomeações são para um mandato de dois anos e referem-se ao biênio 2022/2024.

O CFP será representado na Câmara Temática de Saúde para o Trânsito (CTST) pela conselheira Losiley Alves Pinheiro; e na Câmara Temática de Gestão e Coordenação do PNATRANS (CTPNAT) pela conselheira Alessandra Santos de Almeida. O PNATRANS é o Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito. Ainda foram nomeadas as psicólogas Janaína Sant’Anna Barros da Silva (CTST) e Izabela Gaspar Fontes (CTPNAT), como suplentes.

As câmaras temáticas são órgãos técnicos, estabelecidos pelo Código Brasileiro de Trânsito (CBT) e vinculados ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Elas são formadas por especialistas em trânsito e têm como objetivo estudar e oferecer sugestões e embasamento técnico sobre assuntos específicos para as decisões do Conselho.

De acordo com o CBT, as câmaras temáticas são constituídas por especialistas representantes de órgãos e entidades executivos da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, em igual número, pertencentes ao Sistema Nacional de Trânsito. As câmaras também são compostas por especialistas representantes dos diversos segmentos da sociedade relacionados com o trânsito.

Todos são indicados de acordo com regimento específico, definido pelo Contran, e designados pelo ministro ou pelo dirigente máximo do Sistema Nacional de Trânsito.

Outras(os) psicólogas(os) nas Câmaras Temáticas
Dentre as representantes de segmentos da sociedade relacionados com o trânsito, a Associação Brasileira de Psicologia de Tráfego (Abrapsit), integrante do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb), também foi selecionada para a Câmara do PNATRANS, tendo indicado Fábio Henrique Vieira de Cristo Silva (titular) e Zuleide Oliveira Feitosa (suplente).

Como representante de órgãos e entidades executivos dos Estados e do Distrito Federal, a psicóloga Juliana Guimarães, diretora da Abrapsit, será a titular do Detran de Pernambuco na Câmara de Saúde para o Trânsito.

Atuação no tema
Ao longo dos últimos anos, o Conselho Federal de Psicologia tem publicado diversas orientações sobre o assunto.

Em novembro de 2018, lançou para a categoria as Referências Técnicas para Atuação em Políticas Públicas de Mobilidade Humana e Trânsito. Mais recentemente, em 2019, publicou a Resolução CFP 01/2019 que institui normas e procedimentos para a perícia psicológica no contexto do trânsito.

Comissão de Trabalho pode votar PL das 30 Horas nesta terça

A Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados pode apreciar nesta terça-feira (21) o Projeto de Lei 1214/2019, conhecido como PL das 30 Horas da Psicologia. A reunião da comissão terá início às 9h30 e a matéria é o 20º item da pauta de votações.

O PL 1214/2019 propõe fixar em até 30 horas semanais a jornada de trabalho da(o) psicóloga(o). Na CTASP, o parecer do deputado relator é pela aprovação do projeto e prosseguimento da tramitação.

Representantes do Conselho Federal de Psicologia (CFP), da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), de Conselhos Regionais de Psicologia e do Sindicato das Psicólogas do DF estarão na CTASP para incidir junto aos parlamentares.

Na semana passada, o projeto estava previsto para ser votado pela CTASP, no entanto, foi retirado da pauta a partir de requerimento de um parlamentar do Partido Novo. Como foi a segunda retirada de pauta, a matéria não pode mais receber essa manobra regimental e pode ser votada na reunião de amanhã.

Análise pela CFT
Atendendo a requerimento do deputado Tiago Mitraud (NOVO/MG), o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PL/AL), determinou que o PL 1214/2019 também seja analisado pela Comissão de Finanças e Tributação (CFT). O projeto continua sob a forma de apreciação conclusiva nas comissões da Câmara dos Deputados, já tendo sido na Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF).

Mobilização da categoria
Para que o projeto avance no Congresso Nacional é fundamental a mobilização de toda a categoria, dialogando com os parlamentares de cada estado que compõem a CTASP para que compareçam à sessão de votação e apoiem a aprovação do projeto.

Também é importante que psicólogas e psicólogos de unidades da federação sem representantes na CTASP estabeleçam diálogo com seus parlamentares para que estes possam influenciar positivamente na votação do PL das 30 Horas.

CFP entrega na Câmara dos Deputados moção em defesa da jornada de até 30 horas para psicólogas(os)

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) entregou a parlamentares da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (14), moção em defesa da jornada de até 30 horas semanais para as psicólogas e psicólogos. O documento foi assinado durante o 11º Congresso Nacional da Psicologia (CNP), realizado de 2 a 5 de junho, em Brasília, e que constitui a instância máxima de deliberação do Sistema Conselhos de Psicologia.

Proposta pelo CFP, a moção solicita o apoio de deputadas(os) federais e senadoras(es) à aprovação do Projeto de Lei 1214/2019, que estabelece a definição da jornada de trabalho da categoria em até 30 horas semanais.

A moção busca demonstrar à classe política a importância das(os) profissionais da Psicologia terem uma carga de trabalho de até 30 horas, considerando as dificuldades inerentes ao exercício da profissão, que lida diretamente com problemas relacionados aos cuidados com a saúde, tornando-se insalubres jornadas extenuantes de trabalho.

O texto também ressalta que a Psicologia é um campo que conta com mais de 440 mil profissionais em todo o país, sendo a definição da jornada semanal de até 30 horas uma demanda permanente da categoria.

Além da entrega simbólica do documento aos parlamentares, uma comitiva com representantes do Conselho Federal de Psicologia, dos Conselhos Regionais de Psicologia do DF e do PR, da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) e do Sindicato das Psicólogas e Psicólogos do DF esteve no Congresso Nacional ao longo desta manhã para mobilizar o apoio de deputados e deputados à aprovação do PL das 30 Horas da Psicologia.

PL tem votação adiada para a próxima 3a feira
Estava previsto para ser votado na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP) da Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, o projeto de lei que estabelece a jornada semanal de 30 horas para psicólogas(os) (PL 1214/19). No entanto, o projeto foi retirado da pauta de votação a partir de requerimento de um parlamentar do Partido Novo.

Segundo acordo de procedimento entre os membros da comissão, o projeto deve ser reincluído na pauta de votações para a reunião da próxima terça-feira (21).

O Projeto de Lei 1214/2019 propõe alterar a Lei nº 4119/1962 para fixar em até 30 horas semanais a jornada de trabalho da(o) psicóloga(o). Atualmente esta lei, que dispõe sobre os cursos de formação em Psicologia e regulamenta a profissão, não estabelece regras sobre o expediente das(os) profissionais.

O PL tem relatório favorável à aprovação apresentado pelo deputado Rogério Correia (PT/MG). No parecer, o parlamentar defende o estabelecimento da carga horária reivindicada pela categoria. “Sem dúvida alguma que se trata de um labor desgastante e que merece, quanto à sua duração, o devido equacionamento”, pontua.

O projeto tem regime de tramitação conclusiva pelas comissões. Em novembro de 2021, o texto foi aprovado pela Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) e seguiu para apreciação da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público (CTASP). Em caso de aprovação na CTASP, o PL seguirá para a última análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ).

Para que o projeto avance no Congresso Nacional é fundamental a mobilização de toda a categoria, dialogando com os parlamentares de cada estado que compõem a CTASP para que compareçam à sessão de votação e apoiem a aprovação do projeto

Também é importante que psicólogas e psicólogos de unidades da federação sem representantes na CTASP estabeleçam diálogo com seus parlamentares para que estes possam influenciar positivamente na votação do PL das 30 Horas.

Veja, abaixo, a íntegra da Moção em Defesa das da jornada de até 30 horas semanais para as psicólogas(os):

Somos mais de 424.000 profissionais no Brasil e o CFP, os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e a FENAPSI estão em constante diálogo com as psicólogas e psicólogos de todas as regiões do País e a demanda pela definição da jornada de trabalho em até 30 horas semanais é permanente.

Segue as razões pelas quais solicitamos o apoio de Vossa Excelência ao Projeto:

  • Os profissionais da Psicologia, em seus vários campos de atuação, sejam eles da área pública ou privada, estão sujeitos a doenças sérias devido ao contexto de sofrimento no trabalho. Lidar com diferentes ordens de estresse, ansiedades, luto, morte, depressão, agressividade, compulsões, transtornos, dificuldades de aprendizagem e muitos conteúdos substancialmente difíceis, que demandam enormes cuidados, são apenas exemplos. O saldo dessa exaustiva e inapropriada jornada de trabalho é, evidentemente, negativo: o esgotamento emocional, a perda do interesse em trabalhar, oscilações de humor e uma sorte de problemas psicossomáticos.
  • A promoção da qualidade de vida por meio da redução da jornada de trabalho, está intrinsecamente ligada à alta expectativa de vida, ao acesso à cultura e ao desenvolvimento dos povos. Para mais, a jornada de trabalho reduzida permite ao profissional dispensar mais tempo para constantes qualificações que, consequentemente, refletem na melhoria da qualidade do serviço oferecido. A redução beneficiará, portanto, a população brasileira.
  • Mensurações da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam que a diminuição de horas de trabalho aumenta a eficiência e, portanto, a produtividade dos trabalhadores. Na mesma pesquisa a OIT afirma que, a despeito dos contra-argumentos que afirmam erroneamente que a redução da jornada de trabalho aumenta os custos para os empregadores, há ganho real na receita por hora trabalhada, além de fazer com que a entrada de bens de capital seja mais atraente.
  • Seria impreciso afirmar que a aprovação do projeto produziria prejuízos aos usuários de serviços de saúde, sejam eles da rede pública ou privada, visto que essa já é a prática da maioria das profissões da área de saúde, como a Medicina, Odontologia, Fisioterapia, Terapia Ocupacional e Serviço Social. A redução também contribuirá para pacificação entre legislações municipais e estaduais, que exigem jornadas de trabalho distintas para os profissionais da Psicologia.
  • A luta por até 30 horas semanais está inteiramente situada no empenho pela valorização do SUS, pela defesa da saúde do povo brasileiro, pela proteção da integralidade e qualidade do atendimento aos usuários assegurados pela Carta Magna, no respeito às decisões de instância democráticas, como as Conferências Nacionais de Saúde que legitimam a reivindicação em nível municipal e estadual. Assim, não se trata apenas de um pleito da categoria, mas da própria saúde e, em nome dela, é que erigimos essa campanha.