Defensor do compromisso da Psicologia com a sociedade

Ele presidiu a Comissão de Orientação e Ética do Conselho Regional de Psicologia do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima (CRP-20) de 2013 a 2014. Foi vice-presidente durante o II Plenário do CRP-20, de 2014 a 2016. No mesmo período, também coordenou o Programa de Formação Continuada para as Comissões de Orientação e Fiscalização e de Orientação e Ética do CRP-20. No III Plenário, foi conselheiro suplente.

Era formado em Psicologia pela Universidade Federal do Amazonas e tinha pós-graduação em Docência do Ensino Profissional e Tecnológico pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas (Ifam). Seu mestrado foi obtido na Universidade Federal do Amazonas 9Ufam), na área de Processos Psicológicos e Saúde. Foi professor de Psicologia em diversas faculdades de Manaus.

Era do quadro de servidores do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ/AM).

Pautou sua vida e trabalho na defesa de uma Psicologia compromissada socialmente, que pudesse ser acessível aos que procuravam o Sistema de Justiça. Foi do Polo Avançado do Núcleo de Conciliação das Varas de Família do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas. Lá, atuava como mediador em conflitos na área do Direito de Família. Atualmente, era psicólogo do 2o Juizado Especializado no Combate à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

Ilmar Costa Lima faleceu no dia 15 de agosto de 2017.

Conselho Federal de Psicologia

Câmara debate assistência psicológica a atletas profissionais

A Comissão do Esporte da Câmara dos Deputados realiza nesta quarta-feira (16), às 15h, audiência pública para debater a necessidade de incluir a garantia de assistência psicológica continuada aos atletas profissionais de que trata o Projeto de Lei nº 7.683/2017.

O conselheiro-secretário Pedro Bicalho representará o Conselho Federal de Psicologia (CFP) no debate desta quarta-feira. Também estão confirmadas as presenças de Silvio Freitas, do Sindicato dos Atletas de Futebol do Estado do Rio Janeiro (SAFERJ), e o mestre em Direito e pesquisador da Universidade Veiga de Almeida (UVA), Cássio Barreiros.

De acordo com o Projeto de Lei do Senado (PLS) 13/2012, aprovado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte, no dia 25 de abril, os clubes esportivos poderão ser obrigados a oferecer atendimento psicológico aos atletas profissionais para ajudá-los a enfrentar o estresse e a ansiedade antes e depois das competições.


Serviço

Audiência na Câmara dos Deputados
Data: 16/08/17 (quarta-feira)
Horário: 15h
Local: Anexo II da Câmara dos Deputados, plenário 04
Assunto: “Debater a necessidade de incluir a garantia de assistência psicológica continuada aos atletas profissionais de que trata o Projeto de Lei nº 7.683/2017.”

Acompanhe e participe do debate online pelo aplicativo da Câmara.

Leia mais sobre o tema:
Senado aprova atendimento psicológico obrigatório a atletas

 

Comunidades terapêuticas são estabelecimentos de saúde?

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e 28 entidades da saúde mental, luta antimanicomial e direitos humanos enviaram, no dia 30 de maio, uma Carta à Procuradoria Federal dos Direitos dos Cidadãos do Ministério Público Federal manifestando preocupação sobre a portaria do Ministério da Saúde que classifica as comunidades terapêuticas (CTs) como estabelecimentos de saúde (Portaria SAS/MS nº 1482/2016).

Pela classificação do Ministério da Saúde, as comunidades terapêuticas deveriam figurar como locais voltados à promoção de práticas corporais, artísticas, culturais, físicas, promoção nutricional e educação em saúde. No entanto, inspeções realizadas nos últimos anos demonstram que esses estabelecimentos – na contramão dos princípios da reforma psiquiátrica e da política de redução de danos na saúde mental – têm figurado como ambientes de reprodução das práticas manicomiais e violação de direitos humanos.

Outra questão preocupante, ressaltada pelas entidades, é o gradativo desmonte das políticas públicas de saúde mental, a partir do deslocamento de repasses da Rede de Atenção Psicossocial (RAP) para financiamento das comunidades terapêuticas.

Além dos aspectos relacionados ao atendimento oferecido aos usuários, é necessário avaliar, com critério, como se dá prática psicológica nas comunidades terapêuticas. “Até que ponto as (os) psicólogas (os) conseguem atuar nestes espaços preservando os princípios éticos da profissão?”, questiona o psicólogo clínico Paulo Aguiar, membro do Conselho Federal de Psicologia.

Para discutir essa e outras questões relacionadas à atenção em saúde mental nas comunidades terapêuticas, o CFP vai promover, no dia 15 de agosto, às 16h, o Diálogo Digital – Comunidades terapêuticas são estabelecimentos de saúde?

O bate-papo, que será transmitido ao vivo pelo site www.cfp.org.br, contará com as presenças do psicólogo Paulo Aguiar, membro do Conselho Federal de Psicologia; da procuradora federal Deborah Duprat, da Procuradoria dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal (MPF); do psicólogo Lucio Costa, perito do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT); de Leonardo Penafiel Pinho, presidente da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol) e membro do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH); e da psicóloga Fernanda Magano, vice-presidente da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi).

Você pode participar do Diálogo Digital – Comunidades terapêuticas são estabelecimentos de saúde? em tempo real, enviando perguntas pelo Youtube, Facebook e Twitter com a #DialogosCFP ou pelo e-mail comunica@cfp.org.br.

Diálogos Digitais

Comunidades terapêuticas são estabelecimentos de saúde?

Data: 15 de agosto de 2017 (terça-feira)
Hora: 16h
Transmissão ao vivo pelo site www.cfp.org.br
Confirme presença aqui: https://www.facebook.com/events/289598954849689/

Conheça os convidados do Diálogo Digital – Comunidades terapêuticas são estabelecimentos de saúde?

Deborah Duprat

Subprocuradora-geral da República, procuradora federal dos Direitos do Cidadão no Ministério Público Federal. Mestre em Direito e Estado pela Universidade de Brasília (UnB).

Fernanda Magano

Vice-presidente da Federação Nacional de Psicólogos (Fenapsi) e presidente do Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo (SinPsi-SP). Psicóloga no Núcleo de Observação Criminológica da Coordenadoria de Saúde da Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo.

Leonardo Pinho

Presidente da Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários (Unisol), membro da Mesa Diretora do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) e diretor da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme).

Lúcio Costa

Psicólogo perito do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). Mestre em Educação, Sociedade e Movimentos Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e pesquisador no Observatório Nacional de Saúde Mental e Justiça Criminal da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Paulo Aguiar

Psicólogo clínico, membro do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e coordenador da pós-graduação em Saúde Mental e Dependência Química do Centro Universitário Redentor do Rio de Janeiro, realizada pelo Instituto de Desenvolvimento Educacional (IDE) em cursos do Recife (PE).

9 de agosto, Dia Internacional dos Povos Indígenas

Criada por decreto da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1995, o Dia Internacional dos Povos Indígenas, comemorado em 9 de agosto, é resultado da atuação de representantes de povos indígenas. A data chama a atenção para que os ataques sofridos por essas populações em seus territórios sejam interrompidos, após mais de 500 anos da expansão das formas de sociabilidade e exploração impostas aos indígenas, principalmente, pelos povos de origem europeia.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) é solidário aos 850 mil indígenas, distribuídos em mais de 200 etnias, que habitam o território nacional, e às populações indígenas do planeta. A psicóloga Marisa Helena Alves, integrante do CFP, lembra que “a instituição defende o direito à terra, à qualidade de vida, à cultura e aos direitos humanos”. Inclusive, recentemente, manifestou repúdio às ações da polícia, que, em 25 de abril de 2017, tentaram impedir a manifestação pacífica dos povos indígenas em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, utilizando bombas de efeito moral e gás lacrimogênio.

O Sistema Conselhos de Psicologia reafirma seu compromisso com a promoção e a garantia de direitos dos povos indígenas do Brasil, ratificado no I Encontro Nacional Psicologia, Povos Indígenas e Direitos Humanos, realizado em Dourados, entre 7 e 9 de agosto de 2013.

Saiba mais

O livro Psicologia e povos indígenas apresenta contribuições de lideranças indígenas de São Paulo, psicólogos, antropólogos e outros profissionais da área que participaram dos diálogos interdisciplinares promovidos pelo Conselho Regional de Psicologia de São Paulo entre 2007 e 2009.

A obra Povos indígenas e Psicologia – a procura do bem viver reúne novas referências para o debate sobre a relação entre a Psicologia e os povos indígenas, obrigando-nos a assumir nossa identidade latino-americana.

#Psi55anos: Toda Psicologia nos interessa

No dia 27 de agosto, o Brasil celebra o Dia da/o Psicóloga/o. A data relembra a regulamentação da profissão há 55 anos por meio da Lei nº 4.119/1962. Em todos os Estados, entidades da Psicologia estão promovendo atividades em homenagem a essa categoria profissional que tem como marca o compromisso com a transformação da realidade social, articulada à promoção direitos humanos. Para reforçar a divulgação dessa agenda comemorativa, Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) decidiram fazer uma ação coletiva, utilizando a hashtag #Psi55anos.

A ideia é compartilhar a programação nacional de eventos e também mostrar a riqueza da prática psicológica exercida pelas (os) quase 300 mil psicólogas (os) brasileiras (os).

Você pode fazer parte desta ação. Atualize a foto do seu perfil (http://bit.ly/Psi55anos) e divulgue nas redes sociais a programação do Dia da/o Psicólogo/a na sua cidade utilizando a hasthtag #Psi55anos. Você também pode fazer fotos, vídeos e postagens compartilhando sua experiência de trabalho e sua prática psicológica.

Campanha #Psi55anos

A campanha nas redes sociais #Psi55anos é a primeira ação coletiva da Rede de Comunicação Distribuída do Sistema Conselhos de Psicologia. O projeto colaborativo, iniciado em julho, já conta com a participação de 18 conselhos regionais (CRP-01, CRP-02, CRP-03, CRP-04, CRP-05, CRP-06, CRP-09, CRP-10, CRP-12, CRP-13, CRP-14, CRP-16, CRP-17, CRP-18, CRP-19, CRP-20, CRP-22 e CRP-23). O objetivo é envolver as equipes de comunicação de todos os 23 Conselhos Regionais e do Conselho Federal de Psicologia. A constituição da rede de contatos é um primeiro passo para a elaboração do Plano de Comunicação Colaborativo do Sistema Conselhos, conforme decidido na última Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (Apaf).

Toda Psicologia nos interessa

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai realizar, dia 21 de agosto, rodas de conversa transmitidas pela internet com o tema “Toda Psicologia nos Interessa – 55 anos da profissão no Brasil”. O evento vai reunir psicólogas (os) de várias partes do país para dialogar sobre diferentes abordagens da Psicologia e os vários espaços sociais em que psicólogas (os) podem exercer suas atividades profissionais.

Veja aqui a programação em todo o Brasil. 

Audiência pública discute regulamentação de cursos a distância na área da saúde

A Comissão de Educação sobre Educação a Distância (EAD) da Câmara dos Deputados vai promover, dia 8 de agosto, audiência pública para debater a expansão da oferta de cursos superiores a distância na área da saúde. A audiência, com início previsto para 10h, será retransmitida pelo site do CFP. Para participar do diálogo, envie suas perguntas por meio da plataforma e-democracia.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) apoiou nota divulgada, em 2 de junho, pela Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) em repúdio ao conteúdo do Decreto Presidencial nº 9.057, de 25 de maio de 2017. O documento legal autoriza, na prática, a oferta de cursos de graduação em nível superior realizados exclusivamente pela internet, até mesmo na área da saúde. Saiba mais sobre o tema no site do CFP.


135ª Reunião Extraordinária do Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde  (FCAS)

Data: 8 de agosto

Hora: 10h

Local: Anexo II, Plenário 10, da Câmara dos Deputados

Informações: Confira a  Programação da audiência.

Encontro reúne conselhos regionais de Psicologia em Brasília

As Comissões de Orientação Ética (COE) e Orientação e Fiscalização (COF) do Sistema Conselhos de Psicologia estão reunidas esta semana no Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília. O Encontro Nacional de COE e COF, iniciado nesta quarta-feira (19) é realizado uma vez por ano. A atividade, que termina nesta sexta-feira (21), promove o compartilhamento de experiências do dia a dia dos trabalhos de orientação, ética e fiscalização do exercício profissional.

A coordenadora-geral do CFP, Miraci Mendes, explicou que o evento é uma das mais importantes agendas do Sistema Conselhos de Psicologia. “Reunimos as comissões responsáveis por executar na ponta a essência da missão dos conselhos regionais: orientar e fiscalizar para que a Psicologia seja exercida segundo princípios éticos.” A conselheira Andrea Esmeraldo, integrante da Secretaria de Orientação e Ética do CFP, enfatizou que a Psicologia ocupa novos espaços e gera novas demandas. “Nosso trabalho nunca estará acabado, mas sempre em construção, como a própria sociedade.”

Coordenada pela Secretaria de Orientação e Ética (SOE) do CFP, a programação da atividade foi planejada de forma colaborativa, a partir das dúvidas, dificuldades e temas apresentados pelas comissões regionais. “É espaço de aprendizado coletivo. Muitas vezes, as respostas já existem no acúmulo da legislação e das resoluções do Sistema Conselhos, precisamos apenas ter a tarefa de garimpar a resposta e nivelar os conhecimentos”, falou o psicólogo Aluízio Lopes de Brito, convidado da SOE.

A conselheira Júnia Maria Campos Lara apresentou as atribuições da SOE. “É a instância superior e de recursos. Responde pela coordenação das atividades de orientação e fiscalização do Sistema Conselhos de Psicologia, em busca da unidade das diretrizes e da eficiência das ações”.

 

Nota de Pesar: Ecléa Bosi

É com tristeza que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebeu a notícia do falecimento, nesta segunda-feira (10), da psicóloga paulista Ecléa Bosi, aos 80 anos. Professora emérita do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), em 46 anos dedicados ao estudo da Psicologia, Bosi se destacou por uma atuação voltada às populações mais vulneráveis, especialmente, mulheres e idosos.

O legado de Ecléa Bosi demonstra sua militância social, política e cultural e seu envolvimento em temas latentes na sociedade e que precisam de atenção especial. Ecléa foi a idealizadora do Universidade Aberta à Terceira Idade, projeto que há 23 anos oferece cursos gratuitos a pessoas com mais de 60 anos. A dedicação aos idosos e ao universo feminino das operárias foi um exemplo das lutas que essa grande mulher travou para fazer a diferença.

Dentre suas obras mais importantes estão Memória e Sociedade, Cultura de Massa e Cultura Popular, Leituras de Operárias, Velhos Amigos, O Tempo Vivo da Memória e a antologia Simone Weil.

A trajetória de Ecléa Bosi na Psicologia é reconhecida mundialmente, tendo recebido várias premiações internacionais, entre elas: o Prêmio Internacional Ars Latina em 2009 pelo conjunto de sua obra; o Prêmio Averroes 2011 pelos estudos sobre memória e sociedade e pelo pioneirismo do programa Universidade Aberta à Terceira Idade; e a Láurea Loba Romana, entregue a italianos e descendentes que se destacaram pela atuação social, econômica e cultural e contribuíram para o estreitamento das relações entre Brasil e Itália. Em 2011, Ecléa Bosi também foi homenageada pela revista Psicologia Ciência e Profissão do Sistema Conselhos de Psicologia.

A Psicologia social tem muito a agradecer a enorme contribuição de uma pessoa que se dedicou a estudar e a entender o mundo para transformá-lo em palco de justiça e de conhecimento.

Com informações da Assessoria de Imprensa da USP.
Foto: Marcos Santos/USP

Defensores do Sistema Único de Saúde

Ampliar e qualificar a participação social na formulação, gestão e controle das políticas públicas de saúde. Com esse objetivo, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) lançou o projeto Formação de Formadores e Multiplicadores para o Controle Social no Sistema Único de Saúde (SUS).

A expectativa é capacitar 5 mil pessoas, até abril de 2018. As oficinas de formação serão promovidas em todos os estados e no Distrito Federal.

A iniciativa, em parceria com o Centro de Estudos e Assessoramento Popular (CEAP) e a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), integra a Política Nacional de Educação Permanente para o Controle Social no SUS, desenvolvida pelo Conselho Nacional de Saúde desde 2006. “A ideia é intensificar o processo de formação, especialmente, porque vivemos numa conjuntura que caminha para o desmonte do SUS”, afirma Sueli Barrios, coordenadora da Comissão Intersetorial de Educação Permanente para o Controle Social no SUS (CIEPCSS/CNS).

Direito à saúde – Barrios aponta o fim das farmácias populares e a descaracterização da política de saúde mental, com o crescimento das comunidades terapêuticas de viés manicomial, como exemplos de medidas que fragilizam a proposta de saúde pública universal determinada pela Constituição de 1988. “Os trabalhadores e a população usuária do SUS precisam compreender que o direito à saúde só existe num ambiente democrático.”

De agosto deste ano a abril de 2018, 63 oficinas serão realizadas em todo o país, com 80 participantes cada. Cada unidade da Federação terá, ao menos, duas turmas.

A proposta metodológica e os materiais de apoio do projeto têm sido construídos de forma colaborativa por uma equipe multidisciplinar de educadores populares. São profissionais das áreas de Pedagogia, Filosofia, Assistência Social, Psicologia, História, Farmácia, Ciência Política e Tecnologia da Comunicação.

A coordenação geral dos trabalhos é do Centro de Estudos e Assessoramento Popular (Ceap), instituição com mais de 30 anos de experiência em processos formativos de participação para o controle social.

Controle social – Segundo Valdevir Both, coordenador geral do projeto e coordenador-executivo do Ceap, a formação permamente para o controle social na área da saúde é demanda histórica que vem sendo reforçada nas conferências nacionais de saúde. “O diferencial desse projeto foi pensar uma proposta pedagógica a partir das experiências do CNS, do Ceap e de lideraças do movimento social que têm uma trajetória nas áreas da saúde pública, educação, democracia e participação popular.”

Para Sueli Barrios, a Psicologia não pode ficar de fora da proposta. “As (os) psicólogas (os) são profissionais fundamentais no processo de consolidação do SUS e precisam fazer parte desses espaços de controle social”.

Os interessados em participar das oficinas devem acompanhar o calendário de inscrições pelo site www.conselho.saude.gov.br.

Psicólogas reforçam equipe de peritos do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura

As psicólogas Ana Claudia Camuri e Valdirene Daufemback foram selecionadas como peritas para compor a equipe de prevenção e combate à tortura em locais de privação de liberdade junto ao Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). A homologação foi sancionada pelo Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (CNPCT), da Secretaria de Direitos Humanos, em meio às comemorações da semana alusiva ao Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura (26 de junho).

“As psicólogas selecionadas têm, em comum, trajetórias vinculadas à luta e promoção dos Direitos Humanos que muito orgulham o Conselho Federal de Psicologia (CFP). A Psicologia, através da atuação destas profissionais, terá papel fundamental nesse momento de consolidação do Mecanismo”, aponta o diretor e conselheiro do CFP, Pedro Paulo Bicalho.

As duas profissionais passam a fazer parte da equipe do Mecanismo, composta por 11 especialistas independentes (peritos), vindos de diferentes áreas do conhecimento como Direito, Psicologia, Filosofia e Serviço Social, e de várias localidades do país. “Espero poder levar para o encontro com as pessoas atingidas pela tortura um pouco da experiência de escuta, própria do nosso campo de saber (a Psicologia)”, diz a psicóloga carioca Ana Claudia Camuri. Para ela, neste momento, em que a tortura acontece no país inteiro de forma endêmica e sistêmica, a importância do Mecanismo se acentua, como instrumento para assegurar que o Estado cumpra as recomendações previstas na Lei nº 12.847, que institui o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (SNPCT).

A psicóloga catarinense Valdirene Daufemback espera contribuir para consolidar o papel do Mecanismo no Brasil, para que ele possa se fortalecer como um interlocutor qualificado na denúncia, prevenção e acompanhamento das vítimas de tortura. “Espero poder contribuir no Sistema Nacional não apenas para reduzir as práticas de tortura, mas em busca de construir novos paradigmas que permitam a redução do encarceramento e a construção de uma justiça restaurativa”.

Inspeções – A equipe do MNPCT tem a função de realizar visitas técnicas às instalações de privação de liberdade, como centros de detenção, estabelecimentos penais, hospitais psiquiátricos, abrigos para idosos, instituições socioeducativas e centros militares de detenção disciplinar. Quando constatadas violações de direitos humanos nesses locais, os peritos elaboram relatórios com recomendações às autoridades competentes para que adotem as providências pertinentes para coibir tais práticas e responsabilizar os autores.

Segundo o psicólogo Lúcio Costa, que também é perito do MNPCT, cada vez mais os profissionais da Psicologia vêm ganhando novos espaços de atuação para além das clínicas, escolas e hospitais. “Nessa agenda da prevenção e do combate à tortura, os psicólogos do Mecanismo cumprem uma tarefa muito importante graças a escuta dada às pessoas privadas de liberdade no país”, complementa.

Além do Comitê e do Mecanismo, o Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura é composto pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária e pelo Departamento Penitenciário Nacional do Ministério da Justiça. Outras instituições também podem solicitar a inclusão no Sistema, como ONGs, órgãos do Poder Judiciário, Conselhos Tutelares, corregedorias e ouvidorias de polícia.

Apoio às Vítimas de Tortura – Além da homologação do resultado da seleção do MNPCT, a 14ª Reunião Ordinária do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, realizada em 26 e 27 de junho, em Brasília/DF, foi marcada pelas comemorações do Dia Internacional em Apoio às Vítimas de Tortura. A programação contou com seminário sobre os Desafios para Construir uma Política de Prevenção e Combate à Tortura no Brasil e lançamento de publicações temáticas como “Tortura Blindada”, “Caderno de Propostas Legislativas: 16 medidas contra o encarceramento em massa” e o “Relatório 2016/2017 do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura”.

O psicólogo Paulo Maldos, representante do CFP e vice-presidente do Comitê Nacional de Prevenção e Combate à Tortura acredita que, das várias pesquisas apresentadas durante o seminário, merece atenção especial das (os) psicólogas (os) brasileiros a “Tortura Blindada”, do Instituto Conectas Direitos Humanos –  estudo que buscou evidências de práticas de tortura a partir do monitoramento de audiências de custódia no Fórum Criminal da Barra Funda/SP, entre julho e novembro de 2015. “Um desafio importante é conseguirmos definir o que é e como podemos detectar práticas de tortura psicológica através das audiências de custódia. As audiências de custódia têm falhado em identificar e responsabilizar mesmo as torturas físicas evidentes.”

Maldos avalia que o controle social no âmbito prisional pouco avançou nos últimos anos e manifesta uma preocupação. “Com a diminuição das conferências nacionais e dos debates públicos sobre direitos sociais e direitos humanos, aliada à limitação orçamentária, com a “PEC do Teto”, observamos um ambiente no qual as práticas de tortura podem aumentar de maneira significativa.”.

Conheça as psicólogas selecionadas para o MNCPCT     

Ana Claudia Camuri

Natural do Rio Janeiro/RJ, a psicóloga Ana Claudia é Doutora em Psicologia Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre em Psicologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Ana Claudia foi membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro e representante da autarquia no Comitê Estadual de Prevenção e Combate à Tortura da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Também atuou no atendimento a vítimas de violência no Hospital de Custódia e no Grupo Tortura Nunca Mais do Rio de Janeiro. Como pesquisadora, estudou a participação do psicólogo no exame criminológico e no Depoimento sem Dano por meio do sistema de oitiva dentro dos Tribunais de Justiça do Rio de Janeiro. Essa pesquisa resultou no livro Cartografia do desassossego: o encontro entre os psicólogos e o campo jurídico, publicado em 2012 pela Editora Eduff. E como resultado da pesquisa de doutorado, o livro Governamentalidade e Tortura será publicado pela editora Prismas (Paraná), ainda este ano.

Valdirene Daufemback

Natural de Joinville (SC), a psicóloga Valdirene é doutora em Direito pela Universidade de Brasília e mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina. Em sua carreira de mais de duas décadas, atuou como docente nos cursos de Direito, Psicologia, Administração e Turismo e na coordenação e assessoria de projetos sociais voltados para pessoas com deficiência, pessoas privadas de liberdade, mulheres, negros, formação popular e direitos humanos. Também foi ouvidora nacional dos Serviços Penais e diretora de Políticas Penitenciárias do Departamento Penitenciário Nacional vinculado ao Ministério da Justiça. Representou o Brasil em vários fóruns, no Mercosul, na Unasul e na ONU. A sua teste de doutorado resultará no livro Psicologia e Direito – O uso dos conceitos psicológicos no Direito Penal, e será lançado no próximo mês pela editora D´Plácido.