Diálogos Digitais: #OrgulhoLGBT: a Psicologia apoia esta causa, e você?

A cada 25 horas um (a) brasileiro (a) é barbaramente assassinado (a) vítima da “LGBTfobia” (Relatório de 2016 do Grupo Gay da Bahia).  Essa realidade violenta, que coloca o Brasil na liderança mundial de crimes contra minorias sexuais,  demonstra o quanto o país ainda precisa avançar na defesa da garantia dos direitos de cidadania àqueles (as) que têm orientações sexuais e identidades de gênero fora dos padrões heteronormativos.

A Psicologia, enquanto ciência e profissão, tem historicamente se posicionado em defesa dos direitos LGBT. Há 18 anos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) formalizou por meio da Resolução nº 01/1999 o entendimento de que para a Psicologia a sexualidade faz parte da identidade de cada sujeito e, por isso, práticas homossexuais não constituem doença, distúrbio ou perversão.

Desde então, o CFP tem promovido diversas ações nas áreas de comunicação e jurídicas relacionadas à defesa dos direitos LGBT e à conscientização, especialmente para os profissionais de saúde, de que as homossexualidades e as expressões trans não podem ser tratadas como patologias.

Este ano, para marcar o Dia Internacional do Orgulho LGBT, celebrado em 28 de junho em diversos países, o Conselho Federal de Psicologia lançou a campanha “A Psicologia respeita a diferença. Dia do Orgulho LGBT”.

Encerrando a agenda comemorativa, no próximo 13 de julho (quinta-feira), às 19h, o CFP realizará um bate-papo da série “Diálogos Digitais” com o tema: “#OrgulhoLGBT: a Psicologia apoia esta causa, e você?”.

A atividade, quer será transmitida ao vivo pelo site www.cfp.org.br, contará com as presenças de Sandra Sposito (conselheira do CFP e doutora em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista), Pedro Paulo Bicalho (diretor do CFP, doutor em Psicologia e professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro), Ematuir Teles de Sousa (psicólogo, conselheiro CRP-SC e membro da Comissão de Direitos Humanos do CFP), Flávia do Bonsucesso Teixeira (doutora em Ciências Sociais e professora da Universidade Federal de Uberlândia)  e Ludymilla Santiago, coordenadora da Associação do Núcleo de Apoio e Valorização à Vida de Travestis, Transexuais e Transgêneros do Distrito Federal e Entorno (ANAVTrans).

Você pode participar em tempo real enviando perguntas pelo Youtube, Facebook e Twitter com a #OrgulhoLGBT ou pelo e-mail comunica@cfp.org.br.

Diálogos Digitais

#OrgulhoLGBT: a Psicologia apoia esta causa, e você?
Data: 13 de julho de 2017 (quinta-feira)
Horário: 19h
Transmissão ao vivo pelo site www.cfp.org.br

Conheça melhor os participantes:

Ematuir Teles de Sousa

Mestrando em Psicologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Membro da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP) e especialista em em gênero e sexualidade.

Flavia do Bonsucesso Teixeira

Doutora em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas, pós-doutora pela Uni-versità degli Studi di Milano (2010) e no Núcleo de Estudos de Gênero PAGU/Unicamp (2017). Professora da Universidade Federal de Uberlândia e docente do Programa de Pós-Graduação em Saúde da Família.

Guilherme Silva de Almeida

Doutor em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), mestre em Ciências pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e graduado em Serviço Social pela UERJ. Professor adjunto da Faculdade de Serviço Social da UERJ e pesquisador da área de diversidade sexual e gênero, políticas de saúde e relações de trabalho.

Pedro Paulo Bicalho

Doutor e mestre em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), especialista em Psicologia Jurídica (Universidade Estadual do Rio de Janeiro – UERJ), professor Associado do Instituto de Psicologia, do Programa de Pós-Graduação em Psicologia e do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas em Direitos Humanos da UFRJ. Professor Visitante do Scottish Institute for Policing Research da University of Dundee (Escócia) e do Programa de Maestría en Psicología Social da Universidad de la Republica (Uruguai).

Sandra Elena Sposito

Doutora em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp Assis)  e mestre em Educação para Ciências pela Unesp Bauru. Professora universitária das áreas de Psicologia Social e Comunitária e Sexualidade e Gênero.

Democracia, saúde mental e violação de direitos humanos

Este é o tema do 3º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental: democracia, saúde mental e violação de direitos humanos. O evento, que termina nesta sexta-feira (30/6), na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis, é organizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme).

O fórum é parte da agenda anual da saúde e ocorre em ano pautado por anúncios de medidas radicalmente contrárias ao avanço dos sistemas públicos, numa perspectiva de retrocesso, crise de valores, paradoxos econômicos, convulsão social e insatisfação popular com governos.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Rogério Giannini, as (os) conselheiras (os) Rosane Granzotto e Paulo Aguiar e a coordenadora da Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do CFP, Ana Luíza Castro, participaram da abertura, dia 28. Na sexta-feira (30/6), Ana Luíza Castro e Paulo Aguiar vão coordenar debate sobre os 20 anos de lutas da CNDH/CFP.

O fórum está estruturado em 12 eixos temáticos, como solidariedade e vulnerabilidade, ética, política e bem estar coletivo, saúde mental e atenção psicossocial, entre outros.

Estudantes e profissionais, gestores e usuárias (os) dos serviços de saúde estão participando de palestras, conferências, minicursos, oficinas e atividades culturais.

O CFP montou um estande institucional no evento, com folhetos, livros e exposição de vídeos.

 

Comunicado sobre expediente no CFP sexta-feira (30/06)

Informamos que não haverá atendimento ao público no Conselho Federal de Psicologia (CFP) nesta sexta-feira (30/​0​6), em decorrência da adesão dos funcionários da autarquia à greve geral. O funcionamento normal do órgão será retomado na segunda-feira (​0​3/​0​​7).

A paralisação foi aprovada pelos trabalhadores em assembleia, no dia ​20/06/2017, e informada à Diretoria do CFP, por meio do Ofício nº 162/2017, assinado pelo presidente do Sindecof-DF, sindicato que representa os funcionários da autarquia federal.

O Conselho Federal de Psicologia se solidariza a mobilização nacional de trabalhadores (as) contra as reformas da previdência e trabalhista, que apontam para a destruição de direitos sociais fundamentais, ampliação de desigualdades e aumento da violência.

Belém recebe a segunda edição do Congresso Internacional de Psicologia Jurídica

Belém do Pará será a sede do II Congresso Internacional de Psicologia Jurídica entre 3 e 6 de julho de 2017. Promovido pela Associação Brasileira de Psicologia Jurídica (ABPJ), o evento vai reunir palestras, conferências e apresentações de trabalhos técnico-científicos e sociais da área. Minicursos também foram programados. As inscrições podem ser feitas, até 1º de julho, no site do evento.

Serviço

II Congresso Internacional de Psicologia Juridica
Data:
 3 a 6 de julho de 2017
Local: Centro de Convenções do Hotel Sagres
Av. Gov. José Malcher, 2.927, Nazaré
Belém – PA

Quando nossas vidas importam: CFP participa de seminário LGBT

A conjuntura política brasileira impede o avanço das demandas da população LGTB. A análise dos participantes do 14º Seminário LGBT do Congresso Nacional, realizado nessa quarta-feira (13/6), em Brasília, foi unânime. Durante o evento, parceria de oito comissões temáticas da Câmara e do Senado, a audiência destacou a pauta conservadora e antidemocrática do Congresso Nacional e do governo brasileiro.

Sandra Spósito, representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP), convidou todas (os) as (os) participantes para defender a Resolução CFP 01/99, destacou que a Psicologia não trata a homossexualidade como doença e que o entendimento sobre a transexualidade segue o mesmo caminho.

Parlamentares e representantes de movimentos sociais LGBT falaram da necessidade de conter o avanço conservador no Congresso Nacional. O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) explicou que a proposta do evento era enumerar ideias para proposições legislativas e estratégias políticas que possam impedir que projetos que tentem “barrar nossa cidadania” sejam aprovados. “Os artistas, os trabalhadores da cultura e os movimentos sociais estão nas ruas pedindo diretas já e essa luta nos diz respeito, porque só a democracia pode garantir o avanço da luta da comunidade LGBT por cidadania plena.”

Tensionamentos – A deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) falou sobre as lutas para barrar projetos de Decretos Legislativos que buscam sustar os efeitos da Resolução CFP 01/99. Para a parlamentar, “doentes são os homofóbicos. Doentes são os LGBTfóbicos”. O deputado Bacelar (Pode-BA) citou, entre as medidas conservadoras, a retirada pelo Ministério da Educação das expressões “identidade de gênero” e “orientação sexual” da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Em seguida, Andrey Lemos, da União Nacional LGBT (UnaLGBT), a conselheira Sandra Spósito, Thais Paz, do Coletivo LGBT do Movimento dos Sem Terra (MST), Marina Reidel, da Coordenação LGBT do Ministério dos Direitos Humanos, e dom Maurício Andrade, bispo da Diocese Anglicana de Brasília, fizeram a mediação do debate com o público.

Sandra Spósito disse que o avanço das visões conservadoras e fundamentalistas afetam diversos espaços de atuação da Psicologia e provoca tensionamentos. Ao lembrar a tramitação do Projeto de Decreto Legislativo 539/2016 que busca sustar a Resolução 01/99, disse que essas iniciativas de retorno às concepções patologizantes significam retrocesso à garantia de direitos e alimentam visão distorcida e preconceituosa das expressões homossexuais. Spósito contou que o CFP defende o processo de despatologização das identidades trans. “As pessoas trans precisam de cuidados relacionados aos diversos processos de mudanças corporais, mas isso não significa que estejam doentes.” Ela falou ser necessário articular esforços para enfrentar tentativas de legislar em prol da patologização das pessoas LGBT. “Temos que mobilizar todo mundo. Isso é uma pauta da Psicologia, das profissões da área da saúde, do movimento LGBT, das famílias LGBT, e de um projeto de sociedade baseado na prerrogativa da diversidade e dos direitos humanos.”

Cotidiano – Spósito destacou também que esse tipo de conflito não atinge somente a Psicologia, mas outras profissões, como o Serviço Social, e ramos da Educação e da Saúde, nos quais os profissionais estão sendo confrontados no seu cotidiano e necessitam responder a temas como o respeito ao nome social e à diversidade sexual.

Em março, representantes de diferentes conselhos profissionais decidiram, durante reunião em Brasília, articular ações para defender a Resolução CFP nº 01/1999, que estabelece normas de atuação para psicólogas (os) em relação à orientação sexual. A decisão foi tomada na sede do CFP por dirigentes da autarquia e representantes do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), Conselho Federal de Farmácia (CFF), Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso), Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03), Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee) e Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi).

Assista os vídeos 1 e 2 do XIV Seminário LGBT do Congresso Nacional:

Saiba mais:

Em defesa da Resolução 01/1999

CFP participa de reunião de conselho de combate à discriminação LGBT

CFP apoia posicionamento da ALGBT sobre censura de livros didáticos em Rondônia

Com informações da Agência Câmara de Notícias.

Seminário discute crise do sistema carcerário brasileiro

O sistema prisional vive grave crise no Brasil. Entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, pelo menos 120 mortes ocorreram nos presídios brasileiros. O confronto entre as facções criminosas, a superlotação, o encarceramento em massa, a tortura no cárcere e a morosidade da justiça são algumas das causas do agravamento da crise. Dados da Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, a população carcerária em 2015 era superior a 714 mil prisioneiros, colocando o Brasil na quarta posição do mundo, com 193 pessoas presas a cada 100 mil. Integrantes da comissão visitaram o Brasil em agosto de 2015.

O Projeto de Lei 499/2015, recentemente aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, reivindica a volta do exame criminológico e aumenta os prazos para progressão de regime. O exame foi abolido em 2003 pela Lei 10.792. Para Paulo Maldos, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), os exames criminológicos possuem uma concepção positivista, maniqueísta e não tem aprovação do CFP sob o ponto de vista ético-científico. A conclusão foi apresentada pelo conselheiro durante o Seminário de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. O evento, cujo debate girou sobre as crises e perspectivas do sistema penitenciário brasileiro, ocorreu nessa quarta-feira (7/6), em Brasília.

Segundo Maldos, esses exames servem para estrangular os benefícios legais, como progressão de regras para liberdade condicional, contribuindo para a superlotação das penitenciarias brasileiras. “É impossível prever o comportamento de uma pessoa, no caso, o comportamento criminoso, com base em exames psicológicos”. Segundo a legislação em vigor, requisitar o exame criminológico fica a critério do juiz.

Além de Maldos, participaram do seminário a coordenadora-geral de Promoção à Cidadania do Departamento Penitenciário Nacional, Mara Fregapani Barreto, o presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, Fábio Tofic Simantob, a pesquisadora Viviane Balbuglio, do programa Justiça Sem Muros do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania, a representante da Associação Nacional dos Defensores Públicos, Alessa Pagan Veiga, e o perito do Mecanismo de Combate à Tortura, José Ribamar Araújo e Silva. O coordenador nacional da Pastoral Carcerária, Pétalla Brandão Timo, o representante do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Cristiano Ávila Maronna, a diretora da Associação de Familiares de Internos e Internas do Sistema Penitenciário do DF e Entorno, Darlana Ribeiro Godoi, a pesquisadora Monique de Carvalho Cruz, da Justiça Global, o coordenador nacional da Pastoral Carcerária, Valdir João Silveira, e o representante do Conectas, Pétalla Brandão Timo, também debateram o tema.

SEI! é apresentado ao Sistema Conselhos

Como o Sistema Eletrônico de Informações (SEI!) vai mudar minha rotina de trabalho? Quais as vantagens para meu cotidiano? E para o Conselho Federal de Psicologia? Essas foram algumas das questões levantadas na apresentação do SEI! aos trabalhadores do CFP. O evento, ocorrido nessa terça-feira (6/6), foi transmitido pelo Canal do CFP no Youtube para todo o Sistema Conselhos de Psicologia.

A coordenadora-geral do CFP, Miraci Mendes, falou sobre a importância do SEI para a instituição e convidou os Conselhos Regionais a aderirem também ao Processo Eletrônico Nacional (PEN). “Agora podemos fazer a tramitação de nossos processos sem usar papel”. Mendes também disse que a sala “Aqui Eu Sei!CFP”, espaço de estudo reservado à capacitação no sistema, reforça a política de gestão de pessoas, “de valorizar a qualificação dos profissionais e de melhorar as condições de trabalho”.

O secretário-adjunto de Gestão do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MP), Cassiano Alves, explicou que o SEI! é uma iniciativa do governo federal para modernizar o Estado. “O objetivo é reduzir energia e gastos e proporcionar maior transparência aos processos”.

O conselheiro Paulo Maldos contou sua experiência com o sistema quando trabalhava na Secretaria Nacional de Direitos Humanos. “O SEI economiza recursos e torna a gestão mais transparente”.

O analista de TI do MP Helder Medeiros também explicou como usar a ferramenta. Ele mostrou algumas funcionalidades, como acesso remoto, assinatura eletrônica de documentos, e falou sobre confiabilidade e segurança.

A apresentação do sistema teve, ainda, apresentação de videoclipe produzido pelos servidores do Ministério do Turismo para divulgação do SEI. A produção de 2015, ao parodiar conhecida música do rock brasileiro, buscou engajar os trabalhadores a aderirem à ferramenta. 

SEI! CFP

Em junho, o processo de instalação do SEI no CFP continua. Estão previstas a construção colaborativa dos modelos de documentos; os fluxos a serem usados no sistema e a elaboração das normas legais para regulamentação de seu uso.

ABEP enfatiza que formação em Psicologia deve ser presencial

Em nota divulgada no último dia 2 de junho, a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) repudiou o conteúdo do Decreto Presidencial nº 9.057, de 25 de maio de 2017, que regulamenta a oferta de cursos na modalidade a distância desde a educação básica até o ensino superior. Na prática, o decreto autoriza a oferta de cursos de graduação em nível superior realizados exclusivamente pela internet, até mesmo na área da saúde.

Segundo a ABEP, o Decreto nº 9.057/2017 surge em total descompasso com as deliberações do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e dos Conselhos Federais e as Associações de Ensino das profissões de saúde, que já se posicionaram contrários à existência de graduações ministradas totalmente na modalidade a distância.

“A modalidade EAD deve ser adotada com parcimônia, sem considerá-la um substituto da educação básica e da formação superior inicial. […] formar não é apenas oferecer conteúdos teóricos, metodológicos e/ou práticos, mas envolve convivência, debate, acesso a experiências práticas individuais e coletivas, bem como a inúmeras práticas formativas extra-classe”, afirma trecho da nota da ABEP.

A Associação Brasileira de Ensino em Psicologia classifica como inadequada a possibilidade de graduação em Psicologia ministrada exclusivamente pela modalidade EAD, “em função da natureza do saber psicológico, da diversidade e complexidade da constituição da ciência psicológica, bem como do sentido do que deve ser a formação profissional – que representa mais que absorção de conteúdos e aprendizagem de técnicas; implica a construção da identidade profissional, que se realiza no encontro, nas trocas coletivas”.

Leia na íntegra a “Nota pública contra o esfacelamento da educação superior no Brasil”, divulgada pela ABEP.

CFP repudia assassinato sistemático de trabalhadores rurais

A Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CNDH/CFP) vem a público se posicionar contra o assassinato sistemático de trabalhadores rurais, ato que se tornou rotina no Pará e em diversos outros estados do Brasil.

No dia 24 de maio de 2017, em uma operação policial no município de Pau d’Arco/PA, dez trabalhadores rurais, dos quais sete de uma mesma família, foram mortos por policiais, que dizem ter sido recebidos com tiros pelos trabalhadores. Esta tese, todavia, foi desmentida por representantes de vários órgãos federais e estaduais que estiveram no local, como a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, a Defensoria Pública da União, a Procuradoria-Geral do Pará e o Conselho Nacional dos Direitos Humanos. Outro fato que aponta para a hipótese de uma chacina sãos relatos de que pelo menos um trabalhador teria sido baleado pelas costas, de acordo com integrantes do Núcleo Avançado de Perícias de Parauapebas/PA. Nenhum policial saiu ferido da operação, portanto, narrativas de que os policiais teriam sido recebidos à bala não se sustentam.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, 2016 foi ano recorde de assassinatos no campo, no Brasil. Em 2017, houve chacina de trabalhadores rurais, por capangas de fazendeiros, por policiais ou milícias no Rio Grande do Norte e no Mato Grosso. Há casos recorrentes de sérios conflitos agrários contra trabalhadores rurais também no Paraná, em Minas Gerais, em São Paulo, no Ceará, no Mato Grosso do Sul, em Goiás, no Tocantins, na Bahia e no Amazonas. Mais de 955 áreas já foram mapeadas no país como palcos de conflitos agrários. A maioria delas está nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Como parte de sua atribuição, a Comissão Nacional de Direitos de Humanos do Conselho Federal de Psicologia aponta e dá visibilidade ao aspecto e ao sofrimento psíquico decorrentes da violação dos direitos humanos. Lembramos que mortes inesperadas, rupturas bruscas e com agravante dos corpos terem sido lesionados e desprezados podem causar, nos familiares, grave vivência de aniquilamento, desespero e revolta, dificultando, assim, a elaboração do processo de luto.

Chamamos a atenção sobre a importância de reivindicarmos uma agenda de construção ativa de direitos relacionados à questão da terra no país, seguida do acompanhamento da execução e do cumprimento do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil e de um monitoramento e providências sistemáticas face aos frequentes atentados à vida dos trabalhadores rurais e às mortes no campo decorrentes da hiperexploração do trabalho rural e das disputas de terras no país.

Comissão Nacional de Direitos Humanos
Conselho Federal de Psicologia

Luta antimanicomial: evento em BH faz homenagem a Marcus Vinícius

Para destacar a importância da luta antimanicomial na consolidação da reforma psiquiátrica, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), o Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), o Fórum Mineiro de Saúde Mental e o Sindicato das (os) Psicólogas (os) de Minas Gerais vão promover, dia 30 de maio, em Belo Horizonte, o simpósio “Se o encanto me encontrar dessa vez, deixo ele entrar: uma homenagem a Marcus Vinícius e à luta antimanicomial”. O evento, que encerra as comemorações do Sistema Conselhos, será realizado às 9h30, no Museu da Imagem e do Som Santa Tereza.

Há 30 anos, em 18 de maio, 350 trabalhadores de saúde mental presentes ao II Congresso de Trabalhadores da Saúde Mental ocuparam as ruas de Bauru, em São Paulo, e fizeram a primeira manifestação pública organizada no Brasil pela extinção dos manicômios. A atitude marcou uma ruptura, pois eles se recusaram a exercer o papel de agente da exclusão e da violência institucionalizadas, “que desrespeitam os mínimos direitos da pessoa humana”.

Com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, o congresso discutiu as formas de cuidado aos que apresentam sofrimento mental grave e representou um marco histórico do Movimento da Luta Antimanicomial, inaugurando uma nova trajetória da reforma psiquiátrica brasileira.

O manifesto diz que o Estado que gerencia os serviços de saúde mental é o mesmo que impõe e sustenta os mecanismos de exploração e de produção social da loucura e da violência. “O compromisso estabelecido pela luta antimanicomial impõe uma aliança com o movimento popular e a classe trabalhadora organizada.”

O manicômio expressa uma estrutura presente nos diversos mecanismos de opressão da sociedade, como a opressão nas fábricas, nas instituições de adolescentes, nos cárceres, a discriminação contra negros, homossexuais, índios e mulheres, esclarece outro trecho do manifesto. “Lutar pelos direitos de cidadania dos doentes mentais significa incorporar-se à luta de todos os trabalhadores por seus direitos mínimos à saúde, justiça e melhores condições de vida.”

“Se o encanto me encontrar dessa vez, deixo ele entrar: uma homenagem a Marcus Vinícius e à luta antimanicomial”

Programação

9h30 – Mesa de abertura

10h – Homenagem a Marcus Vinícius de Oliveira e Silva: leitura de poemas

10h30 – Conferência: “Cartografia da luta pela democracia no Brasil e futuros possíveis”, Peter Pál Pelbart, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Coordenação: Cláudia Natividade, presidenta do CRP-MG

11h30 – Abertura da exposição em homenagem a Marcus Vinícius e à luta antimanicomial e lançamento do livro “O avesso do niilismo: cartografias do esgotamento”, de Peter Pál Pelbart

Intervalo

13h30 – Mesa: “Quando o encanto me encontrar, deixarei que ele me alcance como um raio que me parte, o ser total que eu sou”

“O encontro com a Psicologia”, Ana Bock, professora da PUC-SP

“O encontro com a Luta Antimanicomial”, Marta Elizabete de Souza, coordenadora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais

“O encontro com os Direitos Humanos”, Marcelo Magalhães Andrade, professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenador do Coletivo Balance de Redução de Danos.

Coordenação: Rogério Giannini, presidente do CFP

16h – Encerramento: Apresentação cultural dos usuários de saúde mental
O evento é gratuito e as vagas estão sujeitas à lotação do espaço.

As inscrições podem ser realizadas no local. Haverá emissão de certificados.

Informações: estagio.rp@crp04.org.br.

Se o encanto me encontrar dessa vez, deixo ele entrar: uma homenagem a Marcus Vinícius e à luta antimanicomial

Data: 30 de maio (terça-feira)
Hora: 09h30
Local: Museu da Imagem e do Som Santa Tereza, Rua Estrela do Sul, 89, Belo Horizonte, MG