1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids

Primeiro de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a Aids, data de extrema importância para milhões de pessoas em todo mundo. Muitas dessas milhões de pessoas que vivem com HIV e aids (PVHA) ainda se envergonham, têm medo e se escondem devido ao preconceito e à falta de ações governamentais voltadas à conscientização de toda a população. É preciso olhar para quem vive com HIV e aids e enxergar as novas histórias que elas estão construindo.

A Psicologia brasileira vem desenvolvendo ações afirmativas para as pessoas que vivem com HIV e aids desde o início da epidemia. Temos atuado no processo de acompanhamento após o diagnóstico reagente para o HIV, na produção de publicações sobre a atuação da Psicologia na política de prevenção às infecções sexualmente transmissíveis (IST) e aids e na promoção de eventos em parceria com representantes da sociedade civil organizada.

De forma transversal, temos atuado também na luta ampla pela garantia dos direitos da população LGBT, pois, ainda em 2017, os gays, as pessoas que se identificam como homens que fazem sexo com outros homens (HSH), travestis e transexuais são consideradas pessoas em situação de maior vulnerabilidade à infecção pelo vírus HIV, constituindo segmento populacional chave para as ações de prevenção.

Segundo o Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2016, foram notificados no país 842.710 casos de aids, dos quais cerca de 65% em homens e 35% em mulheres. A média brasileira dos últimos cinco anos é de 41,1 mil novos casos por ano. Observa-se, ainda, que a parcela da população em que a taxa de infecção mais subiu foi entre os adolescentes e jovens de 15 a 24 anos de idade, principalmente os gays e HSH. Isso porque, de acordo com o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, a taxa de infectados explodiu entre 2006 e 2015 nas faixas de 15 e 19 anos (variação de 187,5%, com a taxa passando de 2,4 para cada 100 mil habitantes para 6,9) e de 20 a 24 (alta de 108%, passando de 15,9 para 33,1 infectados). Entre 25 a 29 anos, foi de 21%, com a taxa migrando de 40,9 para 49,5%.

Outro grande desafio é a prevenção à transmissão vertical do HIV, que se dá quando a mãe não é diagnosticada precocemente e não tem acesso à quimioprofilaxia, o que evitaria a transmissão para o recém-nascido.

Ainda que as taxas de infecção (ou ao menos as de detecção) tenham se elevado nos últimos anos, o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids) destaca o aumento significativo no acesso ao tratamento antirretroviral ao redor do mundo. Enquanto no ano 2000, apenas 685 mil pessoas vivendo com HIV tinham acesso ao tratamento, até junho de 2017, esse número já passava de 20,9 milhões de pessoas em todo o mundo.

O acesso ao tratamento antirretroviral, aliado a uma série de outras medidas e cuidados em saúde, possibilita que as pessoas que vivem com o vírus HIV não desenvolvam a aids, aumentando sua qualidade e sua expectativa de vida a padrões considerados similares ao da população que não possui o vírus. Além disso, é cada vez maior o percentual de pacientes, com boa adesão ao tratamento, que tem sua carga viral reduzida a níveis indetectáveis, situação na qual, segundo uma série de estudos recentes, não transmitiriam o vírus para outras pessoas mesmo que ocorresse o contato direto em relações sexuais. É nesse contexto que começam a ganhar visibilidade, nas redes sociais e na mídia, os chamados casais sorodiferentes (ou sorodiscordantes), compostos por uma pessoa com e outra sem o vírus. Além disso, é sempre importante lembrar que o HIV não é transmitido no beijo, no abraço, no suor, no compartilhar de talheres e muito menos num olhar direto, amoroso e sincero para as pessoas que vivem com HIV.

O direito à saúde é definido, no Artigo 12 do Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, como o direito de toda pessoa a desfrutar o mais elevado nível possível de saúde física e mental. Isso inclui o direito de todas as pessoas, incluindo pessoas vivendo com HIV e afetadas pelo vírus, à prevenção e ao tratamento de problemas de saúde, à tomada de decisões sobre sua própria saúde e ao tratamento com respeito e dignidade, sem discriminação.

Neste 1º de dezembro de 2017, a Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia convida psicólogas, psicólogos e toda a população a olhar, ouvir, respeitar e dar voz às pessoas que vivem com HIV e aids.

Podemos dialogar em nossos espaços de atuação e de formação sobre o sofrimento que ainda se configura para essas pessoas; promover o conhecimento e a conscientização sobre questões de sexualidade, identidade, gênero e práticas sexuais, combatendo o preconceito; refletir sobre o luto, suas muitas fases e também sobre as estratégias de vida; debater e promover a implantação de novos serviços e ações em políticas públicas específicas e preparadas para acolher a diversidade com que as pessoas se apresentam.

Enfim, podemos, por meio do acolhimento respeitoso que empodera, conscientiza e promove autonomia, olhar para o humano que muitas vezes é estigmatizado e se esconde, auxiliando essas pessoas a reafirmarem o protagonismo em suas jornadas.

Que viver com HIV e aids seja possível em toda a amplitude do conceito de vida e de gozo dos Direitos Humanos!

Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia

CFP apoia Articulação das Entidades Psicanalíticas Brasileiras

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) é a favor da reformulação de Projeto de Lei nº 174, de 2017, que tramita no Senado e que inclui em seu texto a Psicanálise como terapia naturista. De autoria do senador Telmário Mota (PTB/RR), o projeto pretende regulamentar o exercício da profissão de terapeuta naturista, nas modalidades de medicina oriental, terapia ayurvédica e outras terapias naturais. O problema é que inclui, erroneamente, no texto os termos “terapias psicanalíticas e psicopedagógicas”.

“Consideramos totalmente inadequada essa intenção de regulamentação, devido ao fato da Psicanálise se constituir num campo de conhecimento próprio, com conceitos, parâmetros e métodos próprios, não passíveis de regulamentação. O fundamental nesta situação é que a palavra seja dada aos psicanalistas e a suas instituições”, explica o conselheiro do CFP, Paulo Maldos.

De acordo com a psicanalista e representante do curso de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae no Movimento de Articulação das Entidades Psicanalíticas Brasileiras, Ana Sigal, o estudo e a prática da Psicanálise exige um saber estruturado com base em conhecimentos claramente estipulados, ou seja, “existe toda uma teoria, com cerca de 100 anos de existência”.

“Não temos crítica nenhuma sobre as demais terapias citadas no projeto, mas só não consideramos que elas tenham o mesmo nível epistemológico, a mesma base de conhecimento da Psicanálise”, explica a psicanalista.

Opine sobre a matéria no Senado – Os profissionais da Psicologia podem opinar sobre o PL nº 174/2017 a partir de uma enquete no site E-Cidadania.

Saiba mais
A Articulação das Entidades Psicanalíticas Brasileiras é um coletivo integrado por 17 instituições: Aleph-Escola de Psicanálise; Associação Psicanalítica de Porto Alegre (Appoa); Centro de Estudos Psicanalíticos de Porto Alegre (CEPdePA); Círculo Brasileiro de Psicanálise; Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro; Corpo Freudiano; Departamento de Psicanalise do Instituto Sedes Sapientiae; Escola Brasileira de Psicanálise; Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano; Escola Lacaniana de Psicanalise; Escola Letra Freudiana; Federação Brasileira de Psicanálise (Febrapsi); Formação Psicanalítica Instituto Sedes Sapientiae; Laço Analítico Escola de Psicanálise; Práxis Lacaniana/Formação em Escola; Sigmund Freud Associação Psicanalítica; e Tempo Freudiano Associação Psicanalítica.

Divulgado resultado final da chamada pública para eventos

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou o resultado final do Edital de Chamada Pública CFP n° 002/2017. A lista contém nomes de eventos (com códigos de identificação) para os quais serão concedidos auxílio financeiro, no formato de passagem aérea e/ou hospedagem, em território nacional.

Para mais informações sobre as próximas etapas do processo, acesse www2.cfp.org.br/editalevento/2018/

Abertas inscrições para concurso de especialista em Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebe inscrições, até 20 de dezembro de 2017, para o concurso de provas e títulos para concessão do título de especialista em Psicologia. A concessão do título é regulada pelas Resoluções CFP nº 13/2007 e nº 03/2016.

O concurso, que será executado pelo Instituto Quadrix, terá três fases: prova objetiva, de caráter eliminatório; prova discursiva, de caráter eliminatório; e prova de títulos, de caráter classificatório. As especialidades contempladas no concurso são: Neuropsicologia; Psicologia Hospitalar; Psicologia Clínica; Psicologia Jurídica; Psicologia do Esporte; Psicologia Organizacional e do Trabalho; Psicologia do Trânsito; Psicologia Social; Psicologia em Saúde; Psicomotricidade; Psicologia Escolar/Educacional; e Psicopedagogia.

As provas objetiva e discursiva serão realizadas nas seguintes cidades: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Natal (RN), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Florianópolis (SC), São Luis (MA), São Paulo (SP), Teresina (PI) e Vitória (ES).

O candidato deverá ser psicóloga(o) com mais de dois anos de inscrição em Conselho Regional de Psicologia, contínuos ou intermitentes, contados da data de realização das provas. Além disso, deve ter prática profissional na especialidade solicitada por, no mínimo, dois anos, de acordo com o art. 11 da Resolução CFP nº 13/2007.

As inscrições deverão ser feitas, via internet, até 20 de dezembro de 2017, no endereço http://www.quadrix.org.br. A taxa de inscrição, que custa R$ 150,00, pode ser paga até 21 de dezembro.

Saiba mais
Inscrições: 20/11 a 20/12/2017
Limite para pagamento da taxa de inscrição: 21/12/2017
Publicação sobre locais de provas: 29/01/2018
Aplicação das provas objetiva e discursiva: (previsão: turno da tarde) 4/2/2018
Publicação do gabarito da prova objetiva e do resultado preliminar da prova objetiva: 23/2/2018
Resultado final: 10/5/2018

Nota de repúdio do FPSP Ceará à chacina do Centro Mártir Francisca

Fortaleza, 13 de novembro de 2017.

Nós, do Fórum Popular de Segurança Pública do Estado do Ceará, repudiamos a bárbara execução de quatro adolescentes que cumpriam medidas socioeducativas no Centro de Semiliberdade Mártir Francisca, no bairro Sapiranga, na madrugada desse domingo, dia 12.

O fato de os jovens morarem em territórios dominados por facções ou mesmo pertencerem ou não a uma organização criminosa não pode se tornar um fator para a naturalização de suas mortes. Exigimos que o caso seja objeto de uma investigação rigorosa e que todas as providências legais e institucionais relativas ao caso sejam tomadas. Trata-se de um fato ainda mais grave pelas vítimas estarem sob a proteção do Estado, que deveria propiciar as condições e a segurança necessárias para que elas cumprissem as medidas socioeducativas, conforme prescreve o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

É sabido que muitos jovens já haviam relatado para o sistema de justiça as ameaças de possíveis violências contra os adolescentes custodiados na unidade socioeducativa. O juiz da Vara de Execução já havia notificado ao Estado os relatos e a importância de garantir a segurança dos adolescentes. Dessa forma, este episódio configura-se como uma tragédia largamente anunciada.

A chacina do Centro Mártir Francisca é mais um episódio da crise sistêmica envolvendo os nossos centros educacionais e uma prova cabal da insuficiência das políticas estaduais de atendimento às crianças e aos adolescentes em vigor.

Assinam esta nota os membros do FPSP Ceará abaixo descritos:

1. Cedeca Ceará
2. Comitê pela Desmilitarização
3. Mães do Curió
4. Mães do Socioeducativo
5. LEV – UFC
6. COVIO-UECE
7. VIESES-UFC
8. SEJUDH-UNILAB
9. Fórum de Luta Antimanicomial
10. Escritório Frei Tito
11. INEGRA
12. Ocupação Gregório Bezerra
13. CRP – 11
14. UJC
15. Unidade Classista
16. PCB
17. Centro de Defesa da Vida Herbert de Souza
18. Fundação Marcos Bruin
19. Escritório de Direitos Humanos Dom Aloisio Lorsheider
20. Escritório Frei Tito
21. PSOL
22. Visão Mundial
23. MJPOP
24. Kizomba – Enegrecer
25. GRAB – Grupo de Resistência Asa Branca
26. Pastoral Carcerária
27. Cáritas Fortaleza
28. Centro de Cidadania e Valorização Humana
29. Centro Magis Inaciano da Juventude
30. Diretório Central dos Estudantil UNILAB
31. Núcleo de Estudos Sociais – NUPES/UECE
32. NADIJUS
33. CAJU-UFC
34. RUA
35. Marcha da Maconha
36. Marcha Mundial de Mulheres
37. Mandato Deputado Renato Roseno
38. Mandato da Vereadora Larissa Gaspar
39. MNU
40. DCE-IFCE
41. Associação Cearense dos Estudantes Secundaristas
42. Conselho Federal de Psicologia

CCAP discute mudanças na Resolução CFP n°002/2003

A Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) se reuniu neste sábado (11), em Brasília, com representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) especialistas em avaliação psicológica para discutir aspectos relativos à normativa que substituirá a Resolução CFP nº 002/2003.

A conselheira Daniela Zanini disse que a reunião contou que a participação dos regionais foi ativa, “tanto em termos numéricos como em relação ao conteúdo das discussões”. Segundo ela, o diálogo extrapolou a proposta de resolução e apontou necessidades da área da avaliação psicológica que devem ser cuidadas pelo Sistema Conselhos.

O dispositivo ainda vigente define e regulamenta o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos e revoga a Resolução CFP nº 025/2001.

A revisão da Resolução CFP n° 002/2003 foi elaborada a partir da sistematização de consultas públicas realizadas em 2016, da compilação das contribuições dos CRPs e também com a participação das entidades científicas em avaliação psicológica, como o Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (Ibap) e Associação Brasileira de Rorschach e Métodos Projetivos (Asbro).

O objetivo de revisão da resolução é torná-la mais adequada às necessidades de ordem ética, técnica e científica e alinhada com a dinâmica da produção científica de testes psicológicos e dar celeridade do fluxo de trabalho do Satepsi.

A proposta de atualização da Resolução CFP nº 002/2003 contempla os seguintes aspectos: diretrizes básicas para a realização de avaliação psicológica no exercício profissional do psicólogo; submissão e avaliação de testes ao sistema de avaliação de testes psicológicos – Satepsi; submissão ao Satepsi de versões equivalentes de testes psicológicos aprovados (informatizadas e não informatizadas); atualização de normas de testes psicológicos; atualização de estudos de validade de testes psicológicos; e justiça e proteção dos direitos humanos na avaliação psicológica.

A minuta com a proposta seguirá para apreciação da Assembleia das Políticas da Administração e das Finanças (Apaf), a ser realizada nos dias 16 e 17 de dezembro de 2017, em Brasília.

 

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos recomenda

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) fez uma série de recomendações sobre a política e a economia brasileiras em reunião realizada em Brasília, dias 25 e 26 de outubro. Redefinição do conceito de trabalho escravo, redução orçamentária para participação e controle social, alteração da Lei Maria da Penha, cortes orçamentários com violações de direitos humanos e a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos foram alguns dos temas submetidos à análise do CNDH.

A Portaria nº 1.129/2017 do Ministério do Trabalho, que alterou os conceitos do trabalho escravo no Brasil, foi repudiada pelo órgão, que decidiu, por unanimidade, instaurar uma Comissão de Apuração de Condutas e Situações Contrárias aos Direitos Humanos do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. A justificativa para abertura do procedimento são as ações reiteradas adotadas pelo ministro, que criam dificuldades ao processo de erradicação do trabalho escravo no país.

O CNDH, após discutir a política econômica praticada pelo governo brasileiro e seus impactos na violação dos direitos humanos, aprovou a Recomendação n° 7/2017, que reafirma a posição do colegiado pela inconstitucionalidade da Emenda Constitucional (EC) nº 95, a Emenda do “Teto dos Gastos”. O CNDH decidiu apoiar as ações diretas de inconstitucionalidades e todas as iniciativas da sociedade pela revogação das políticas de austeridade e da EC 95.

O CNDH também aprovou a Recomendação nº 10/2017, que solicita ao presidente da República, Michel Temer, que vete o artigo 12-B do Projeto de Lei da Câmara (PLC) n° 07/2016, aprovado no Senado, dia 10 de outubro, que altera a Lei Maria da Penha. O artigo admite às autoridades policiais a concessão de medidas protetivas de urgência a mulheres em situação de violência, após o registro da ocorrência policial.

Ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o CNDH solicitou imediata instalação de Comissão Especial Temporária para dar seguimento à tramitação do Projeto de Lei nº 6.670/2016, que institui a Política Nacional de Redução de Agrotóxicos (PNARA). O documento também recomenda aos integrantes do Congresso Nacional a aprovação do P L nº 6.670/2016 e a rejeição dos Projetos de Lei nº 6.299/2002, nº 3.200/2015 e de outras proposições legislativas que ameaçam a proteção do direito à alimentação adequada e à saúde em decorrência do uso de agrotóxicos.

Na reunião, os integrantes do CNDH também aprovaram recomendação direcionada ao Ministro do Planejamento sobre a necessidade de revisão dos cortes anunciados para que não atinjam os orçamentos destinados à participação e controle social.

O psicólogo Paulo Maldos, membro do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e também integrante do CNDH, diz que vivemos um momento inimaginável, até pouco tempo atrás, de ataque generalizado aos direitos humanos e ao conjunto de direitos econômicos, sociais e culturais da sociedade brasileira, ao ponto de o trabalho escravo ser legalizado no Brasil. “O Conselho Nacional dos Direitos Humanos, neste contexto, se posiciona como lugar de resistência, combatendo a redução de direitos onde ela for realizada ou ameaçada pelas elites, no Executivo, no Legislativo ou no Judiciário, sempre na busca da preservação da vida e dos direitos humanos, particularmente dos setores mais fragilizados do povo brasileiro“.

Leia mais:
Portaria nº 1.129/2017 do Ministério do Trabalho

Recomendação n° 7/2017

Recomendação nº 10/2017

Política Nacional de Redução de Agrotóxicos

Revisão dos cortes anunciados destinados à participação e controle social 

 

Psicologia presente nos 30 anos da Carta de Bauru

O Sistema Conselhos se reuniu neste sábado (11/11), em Brasília, para definir a organização do evento que marca os 30 anos da Carta de Bauru. Em três décadas, a Psicologia assumiu o protagonismo das políticas de saúde mental no Brasil.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Rogério Giannini, contou que, há 30 anos, havia poucas psicólogas envolvidas com a luta antimanicomial, mas que hoje há um protagonismo desses profissionais dentro da rede substitutiva. “E o melhor jeito de ser protagonista é fazer isso de forma compartilhada. É um protagonismo que não se isola. É um protagonismo que compartilha com outros protagonismos.” Segundo seu entendimento, as políticas públicas permitiram esse compartilhamento.

Pedro Paulo Bicalho, conselheiro-secretário do CFP, disse que “lembrar dessas conquistas é também lutar para que todas elas continuem existindo.” Para ele, a lógica manicomial continua viva e presente e a luta de Bauru se atualiza de diversas formas. “Poderíamos falar de vários temas, de comunidades terapêuticas e também da Lei 13438/17, a lei do risco psíquico.”

A conselheira Sandra Spósito disse que os corpos das mulheres e das crianças de novo estão sob a mira do Estado. “Nós, da Psicologia, como linha de frente nesta trincheira, temos a visibilidade e o reconhecimento. Por isso, temos que ser mais firmes e radicais no enfrentamento dessas políticas públicas e na proposição de outras formas de entender essas questões.”

Como o samba enredo de 2018 da Viradouro será a loucura como potência criadora, um grupo de carnavalescos da escola também vai participar do evento de Bauru, a convite do CFP. Leia trecho da letra:“É ter na mente o dom da criação/Onde ser louco é inspiração/Une verso à melodia/Brincar de Deus… e com as cores delirar/Nos sonhos meus (…)/Sei que a loucura é o x da questão/Ser ou não ser mais um entregue à razão/Fazer do lixo uma bela fantasia/Eu sou um sonhador, um pierrô alucinado.”

Encontro – Nos dias 8 e 9 de dezembro, o Encontro de Bauru: 30 anos de luta por uma sociedade sem manicômios será raelizado na Universidade Sagrado Coração, em Bauru (SP). O encontro terá a participação dos Conselhos Federal e Regionais de Psicologia, dos movimentos organizados, da academia e dos trabalhadores da saúde mental.
Durante dois dias, serão promovidas rodas de conversa, atividades culturais e ato público.

As delegações que desejarem participar poderão se inscrever enviando um e-mail para 30anosdeluta@gmail.com.

Para receber as novidades, confirme presença no evento.

Serviço
Encontro de Bauru: 30 anos de luta por uma sociedade sem manicômios
Data: 8 e 9 de dezembro de 2017
Locais:
Rodas de Conversas: USC (Universidade do Sagrado Coração): R. Irmã Arminda, 10-50, Jardim Brasil, Bauru, SP
Programação Cultural: Parque Vitória Régia: Av. Nações Unidas, 25-25 – Jardim Brasil, Bauru, SP
Ato público: Praça Rui Barbosa: Centro, Bauru, SP

Saiba mais sobre o evento dos 30 anos da Carta de Bauru aqui.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O desmonte do “legado olímpico”

Qual a situação da Psicologia do Esporte após os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016 e depois do desmonte da estrutura do esporte brasileiro causado por série de escândalos de corrupção nas federações esportivas? Essa é uma das questões que serão debatidas no VI Congresso da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp), que começa nesta quinta-feira (9/11), no campus de Taguatinga da Universidade Católica de Brasília (UCB).

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) apoia o evento, que termina no dia 11, e é aberto a profissionais e estudantes da Psicologia e da Educação Física.

A programação inclui mini-cursos, palestras, mesas-redondas, conferências e a divulgação do resultado das eleições das eleições da Abrapesp para a gestão 2017/2019. Confira a programação completa do VI Congresso da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte .

O presidente da Abrapesp, Rodrigo Acioli, explica que a ideia inicial do congresso era discutir o “legado olímpico”, mas o desmonte das praças e das instalações esportivas levou à falta de perspectiva de crescimento da cidade, da Psicologia do Esporte e dos benefícios sociais à população. “Um ano depois, vemos o cenário esportivo completamente deteriorado e recheado de escândalos. A Psicologia foi pega de surpresa. Não houve investimentos em saúde mental e quase todos os profissionais da área foram dispensados pelas confederações e federações.” Alguns têm promessa de recontratação, mas somente às vésperas dos Jogos Olímpicos de 2020, em Tóquio.

Acioli tem dúvidas sobre a existência de condições de montagens de equipes multidisciplinares no acompanhamento dos atletas, pois as federações trabalham com repasses do Governo Federal e do Comitê Olímpico Internacional (COI), que, no momento, encontram-se paralisados. “Não sabemos como será a estrutura e se todos os atletas poderão contar com um(a) psicólogo(a) em sua equipe multidisciplinar.”

Apesar de todos os problemas, Acioli ressalta que o debate e a implementação da Psicologia do Esporte no Brasil foram ampliados no país, saindo do tradicional eixo Rio-São Paulo.

Perspectivas – Na programação do evento, Acioli, que também é membro do Conselho Federal de Psicologia do Rio de Janeiro (CRP-05), destaca o debate inaugural, com a psicóloga Marisa Markunas, sobre o futuro da Psicologia do Esporte no Brasil e algumas mesas-redondas e minicursos sobre tecnologia e jogos eletrônicos. “Os canais esportivos têm dado bastante ênfase para os jogos eletrônicos esportivos, inclusive com a participação de profissionais da Psicologia do Esporte nas principais equipes do país. Os jogos eletrônicos, antigamente uma atividade recreativa, hoje integram os treinamentos de concentração das equipes e até se transformaram em competição.”

Acioli aponta ainda que a Psicologia do Esporte não está voltada apenas ao esporte de alto rendimento, mas também para o sistema socioeducativo e prisional e também relacionada às questões de gênero e aos preconceitos contra atletas trans. “Também estamos discutindo o social, a educação, a recuperação e os jogos olímpicos e paralímpicos”.

As inscrições online para o VI Congresso da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte (Abrapesp) estão encerradas, mas quem ainda não se inscreveu poderá fazê-lo durante o credenciamento, dia 9 de novembro, das 8h às 8h30, no campus da Universidade Católica de Brasília.

Confira as informações essenciais do VI Congresso da Associação Brasileira de Psicologia do Esporte.

Novembro azul: atenção à saúde do homem deve ser diária

Novembro é conhecido por ações dedicadas à prevenção ao câncer de próstata e à saúde do homem e pelo Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata (17). O câncer de próstata é o sexto tipo mais comum no mundo e o de maior incidência nos homens. Cerca de três quartos dos casos no mundo ocorrem em maiores de 65 anos. Quando diagnosticado e tratado no início, tem os riscos de mortalidade reduzidos.

O câncer de próstata é o mais frequente em homens no Brasil, depois do câncer de pele. Embora seja doença comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, por medo ou desconhecimento. A próstata é uma glândula localizada na frente do reto, abaixo da bexiga, que envolve a parte superior da uretra e tem função produzir um líquido que nutre e protege os espermatozoides.

No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos.

Os homens vivem, em média, sete anos e meio a menos que as mulheres, no Brasil. De acordo com dados de 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad/IBGE), existem no país aproximadamente 204,860 milhões de pessoas, das quais 48,52% (99,408 milhões) formam a população masculina. As mulheres são 51,48% (105,452 milhões). A expectativa de vida ao nascer é de 75,5 anos. Para os homens, essa média é de 71,93 anos e, para as mulheres, de 79,1 anos.

As principais causas de mortalidade masculina entre 20 e 59 anos são as externas, como agressões e acidentes de veículos, que correspondem a 89.528 óbitos (36,4%). Em seguida, vêm as doenças cardíacas, as neoplasias e as doenças do aparelho respiratório.

Novembro azul
Ter uma alimentação saudável, manter o peso corporal adequado, praticar atividade física, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas são práticas saudáveis que ajudam a diminuir o risco de várias doenças, inclusive o câncer.

No mês de incentivo à prevenção ao câncer de próstata, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) lembra que o corpo físico não pode ser visto isoladamente da experiência de vida das pessoas e dos determinantes sociais da saúde. Por isso, a abordagem preventiva não pode ser apenas focada no biológico.

Afinal, saúde não é determinada apenas pela ausência de doença diagnosticada, mas do estado de bem-estar integral do ser humano, produzido a partir da interação entre os eixos biológico, psicológico e social, conforme preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS).

Saiba mais: Leia aqui a cartilha do Instituto Nacional do Câncer (Inca) sobre o câncer de próstata.