A Região Nordeste continua a série discussões preparatórias para o Encontro Nacional do Ano da Formação em Psicologia, marcado para maio de 2018, em Brasília. Este terceiro encontro acontecerá em Olinda (PE), no dia 7 de abril, na Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho).
O objetivo dos encontros regionais é produzir e eleger propostas para a etapa nacional. As propostas são componentes das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Psicologia que deverão nortear a formação profissional.
As conselheiras Ana Sandra Fernandes, Clarissa Guedes e Andrea Esmeraldo, todas oriundas da Região Nordeste, abordam a importância dos encontros do Ano da Formação em Psicologia.
A vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, aborda a importância dos encontros preparatórios destacando que tipo de psicólogas e psicólogos nós queremos e que Psicologia a categoria quer para a sociedade brasileira. “Então é um ano muito importante para que a gente possa discutir a formação, as diretrizes curriculares nacionais. Portanto, psicólogos e estudantes, procurem seus conselhos regionais, os sindicatos, participem desta discussão”, ressalta.
A conselheira Clarissa Guedes destaca que os encontros são momentos importantes para a profissão, no sentido de repensar a formação em Psicologia. “Convido, especialmente, para que a gente possa refletir nossa atuação nas políticas públicas, que é o campo onde nós mais atuamos, e, muitas vezes, não faz parte das discussões nas salas de aula e nas universidades”, reforça.
A conselheira Andrea Esmeraldo também reafirma a importância do pensar a Psicologia brasileira, da formação, da construção da psicóloga e do psicólogo como profissionais. “Faço esse convite para dialogarmos sobre a realidade brasileira, das políticas públicas, em especial, da assistência social. Incluir a Assistência Social e o fazer profissional desta política nesses currículos na nossa formação como psicólogas”, complementa.
Confira os vídeos das conselheiras:
Ana Sandra Fernandes:
Clarissa Guedes:
Andrea Esmeraldo:
Acompanhe o cronograma dos próximos encontros regionais
Sul – Santa Catarina – 14 de abril
Sudeste – São Paulo – 21 de abril
Mobilizar docentes, estudantes e profissionais
A proposta do Conselho Federal de Psicologia, da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) e da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), coordenadores do processo nacional, é mobilizar docentes, estudantes e profissionais para construir propostas para as novas diretrizes.
As propostas elaboradas durante os encontros regionais serão colocadas, sob consulta pública, nos sites do CFP, da Abep e da Fenapsi até 20 de maio. O resultado final da consulta será publicado no dia 10 de junho e as contribuições serão submetidas ao Ministério da Educação (MEC) no dia 30.
O primeiro número de 2018 da Revista Psicologia: Ciência e Profissão, edição 38.1, está disponível na plataforma SciELO e, em breve, chegará às bibliotecas das universidades e faculdades com cursos de Psicologia de todo o Brasil. O compromisso da PCP é promover diálogos entre prática profissional, formação e pesquisa, de forma a contribuir para a produção de conhecimento em Psicologia e para o enfrentamento dos desafios impostos pela conjuntura política e econômica do país.
Nesta publicação, a editora Neuza Guareschi aborda em seu texto “Ética, Política e Práticas Profissionais” que uma reflexão sobre ética, política e a prática profissional em Psicologia é extremamente oportuna e bastante associada à crise institucional pela qual passa o País. Ela destaca como exemplos o não respeito à diversidade, à diferença, ou de como a prática profissional precisa ser pensada para a alteridade e não para um seqüestro e tortura deste outro. Segundo ela, a decisão judicial sobre a Resolução no 001/1999 se encaixa nesse contexto.
Excelência
Editada desde 1979, a “Psicologia: Ciência e Profissão” é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. Atualmente, a revista está indexada nas bases da SciELO; Lilacs (Bireme); Clase; Latinex; PsycINFO; Redalyc; e Psicodoc.
Brasília receberá o 6º Congresso Brasileiro de Saúde Mental, entre os dias 30 de maio e 2 de junho. Organizado pela Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme), o encontro terá como tema “Agir para transformar: pessoas, afetos e conexões”. As inscrições com valores promocionais podem ser feitas até 31 de março pelo site do evento.
O 6º Congresso Nacional de Saúde Mental discutirá, entre outros pontos, as práticas adotadas na rede de atenção psicossocial, uma das principais conquistas da luta antimanicomial, que completará 40 anos em 2018.
A Abrasme, formada por profissionais das diversas áreas do conhecimento, como antropologia, filosofia, educação e saúde, busca o fortalecimento das entidades-membro e a ampliação do diálogo das comunidades técnicas e científicas e serviços de saúde com organizações governamentais e não governamentais e a sociedade civil.
A discussão sobre a Psicologia e o compromisso com a laicidade e o combate ao racismo, sexismo e LGBTfobia na América Latina pautou a atividade do Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03), no dia 17, no Fórum Social Mundial 2018. O debate, de acordo com a vice-presidente do CRP-03, Alessandra Santos, buscou pensar como a Psicologia pode ser espaço de resistência no Brasil e na região.
O conselheiro Pedro Paulo Bicalho destacou o porquê de a Psicologia estar presente no Fórum Social Mundial 2018. Uma das justificativas, segundo ele, é o dado da pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 2016, que mostra que 60,8% da categoria trabalha direta ou indiretamente com políticas públicas. “A Psicologia brasileira, neste momento, é uma Psicologia voltada para as políticas públicas. Estamos no Fórum Social Mundial, porque hoje trabalhamos com essa população, porque hoje são as políticas públicas é que nos empregam.”
Pedro Paulo fez ainda um contraponto: “Essa não é, talvez, a melhor maneira de responder a isso. Porque mesmo que ainda não estivéssemos majoritariamente atuando nas políticas públicas, estar aqui faria sentido”. Isso porque, a violência que se constrói sobre negros, mulheres e LGBTs não é produzida apenas em relação à lei, “ela é construída principalmente na relação com as formas subjetivas que nos constroem e por isso nós, profissionais da subjetividade, temos relação com isso.”
E completou: “A Psicologia tem muito o que pensar, o que construir e o que produzir de formas de enfrentamento. Se nós pensarmos a xenofobia, o estado não laico, o racismo, a LGBTfobia, tudo isso se constrói a partir dos processos de criminalização. Nós, psicólogas e psicólogos, temos tudo a ver com os processos que nos violentam, que nos colocam em uma forma de desigualdade. E por isso estamos aqui”.
“Dos desafios que Marcus Vinicius apontou para a Psicologia, boa parte foi respondida.” Assim, o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Rogério Giannini, abriu a homenagem a Marcus Vinicius, no dia 16, durante o Fórum Social Mundial (FSM 2018), em Salvador. Uma das provocações deixadas por Marcus foi o da classe compreender para quê e a quem serve a Psicologia.
O vice-reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Paulo Cesar Miguez de Oliveira, complementou que a luta pelos direitos humanos no Brasil foi fortalecida pela figura de Marcus Vinicius. “Com suas contribuições e intervenções, ele era uma figura de proa na Psicologia”.
A psicóloga e professora da UFBA Ilka Bichara também lembrou que as histórias trágicas de Marcus e Marielle Franco, concretizadas pela cultura “da bala”, devem servir para se estabelecer um outro marco civilizatório. Para ela, o Brasil é um país que tem culturas muito trágicas: do estupro, do feminicídio, seja na favela ou nas cidades, grandes ou do interior. “As estatísticas são de vozes caladas todos os dias.”
A filha de Marcus, Natália Oliveira, representou a família, e emocionou todos ao comparar sua experiência de perda como filha em relação às filhas de Marielle. “Que nos façam acreditar na justiça, por que sabemos que sem isso é impossível seguir.”
“Lugar de louco é ocupando todos os espaços”
A representante da Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila) Marta Elisabete de Souza contou que Marcus se tornou uma grande liderança e articulador de propostas e intervenções que viabilizaram o movimento. Ela citou as criações da Comissão Nacional da Reforma Psiquiátrica no Conselho Nacional de Saúde e da Lei Paulo Delgado. Falou, ainda, de sua participação na criação da Caravana da Cidadania, na organização dos usuários, na Marcha dos Usuários e na redação da Carta de Bauru.
Além de defensor da luta antimanicomial, Marcus Vinícius era crítico e corria riscos. Para ele, era possível, numa democracia, fazer a loucura caber entre nós e na sociedade. ‘Pra gente lutar, a gente tem que colocar o corpinho’, dizia ele. “Ele acreditava na capacidade dos usuários e psicólogas”, afinal ‘Lugar de louco é ocupando todos os espaços’.
Para Ana Bock, representante do Instituto Silvia Lane, idealizado e criado por Marcus Vinícius, é cada vez mais difícil falar sobre ele. “Todos sabemos como é difícil falar de uma pessoa plural como ele era”. Marcus, segundo Ana Bock, tinha grande capacidade de fazer análises de conjuntura. “Ele conseguia captar as contribuições que as pessoas tinham a dar. Era capaz de melhorar sínteses e pensamentos.”
A diversidade se encontra no Fórum Social Mundial. Foi exatamente isso que mostrou a marcha de abertura de sua 13ª edição, em Salvador (BA), nesta terça-feira (13). Diferentes povos, culturas, realidades e vivências se encontraram nas ruas da capital baiana, em uma caminhada que saiu do bairro do Campo Grande em direção à Praça Castro Alves. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do ato de abertura.
A presença do CFP no Fórum Social Mundial é para discutir o próprio campo de atuação da Psicologia, em especial na área das políticas públicas, explicou a conselheira Marcia Badaró, que acompanhou a marcha. Por isso, destacou Badaró, as tendas Marcus Vinicius e Direitos Humanos vão abordar temas que fazem parte da prática profissional da Psicologia. “Uma pesquisa do Dieese de 2016 revelou quais são os espaços de atuação dos psicólogos brasileiros: 60% estão nos espaços das políticas públicas. Por isso, temos que nos comprometer com uma Psicologia que envolva todos os compromissos sociais. O Fórum Social Mundial é o espaço de discussão das políticas públicas, é o espaço da população, das nossas reivindicações por uma sociedade melhor, por um mundo melhor. Por isso, a Psicologia tem que estar presente nesses espaços de construção social e política.”
Para o conselheiro Pedro Paulo Bicalho, o FSM mostra que é possível viver em uma sociedade solidária e sem medo. “E isso para a Psicologia é fundamental, porque sabemos o quanto o medo nos paralisa, nos despotencializa. Sabemos que o medo é um afeto que é muito trabalhado por psicólogas e psicólogos nas mais diferentes políticas. Estar aqui, nesse momento, é fundamental até mesmo para que nesse coletivo que se constrói aqui nós possamos renovar nosso sentimento de esperança e nossos sentimentos de luta coletiva.”
Quem também representou o CFP na abertura do Fórum foi a conselheira Junia Lara, que atua na Secretaria de Orientação e Ética do CFP. Em sua opinião, a diversidade e o respeito à diferença que existem no FSM servem de referência para a Psicologia. “Na ética de considerarmos todos os povos, todas as culturas. Por isso a Psicologia está presente no respeito à ética da diferença”.
Fórum Social Mundial homenageia Marcus Vinicius
Entre os dias 13 e 17 de março, o CFP terá um espaço próprio para encontro de estudantes e profissionais da Psicologia: a Tenda Marcus Vinícius, em homenagem ao militante histórico da luta antimanicomial, brutalmente assassinado em 4 de fevereiro de 2016, Marcus Vinícius de Oliveira. No local, serão debatidos os temas da Psicologia e sua relação com a luta pela democracia e pelos direitos humanos.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participará da próxima edição do Fórum Social Mundial (FSM 2018), entre 13 e 17 de março, em Salvador (BA). O FSM espera receber cerca de 60 mil pessoas de 120 países e será espaço de encontro de movimentos do mundo inteiro para debater alternativas para uma transformação social, global, com democracia e participação popular.
No Fórum, o CFP terá um espaço próprio para encontro de estudantes e profissionais da Psicologia: a Tenda Marcus Vinícius, em homenagem ao militante histórico da luta antimanicomial brutalmente assassinado em 4 de fevereiro de 2016, Marcus Vinícius de Oliveira. No local, serão debatidos os temas da Psicologia e sua relação com a luta pela democracia e pelos direitos humanos.
Na tenda, os participantes do FSM também terão acesso a revistas, livros, vídeos e demais conteúdos produzidos pelo CFP, tudo por meio de QR Codes para acesso direto no celular ou tablet. Todos os conteúdos também estarão disponíveis em uma página especial dentro do site do CFP.
Além desse espaço, o CFP integrará a Tenda Direitos Humanos, junto com o Conselho Nacional de Saúde (CNS), o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), o Fórum de Educação Popular (Frepop), a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público (PFDC), a Plataforma de Direitos Humanos (Dhesca Brasil) e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT).
Na quarta-feira (14), haverá uma manifestação pela apuração do assassinato de Marcus Vinícius, com concentração em frente à tenda a partir das 11h30.
Entre 18 e 20 de abril, a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee) vai promover, na Universidade Estadual de Maringá (PR), o VII Encontro Paranaense de Psicologia Escolar e Educacional. O tema do evento é “Psicologia Escolar e Educação Especial: políticas públicas, fundamentos teóricos e intervenções práticas em prol do desenvolvimento humano”.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) será representado no evento pela conselheira Norma Cosmo. Convidada da Abrapee, Norma participará da abertura e de uma mesa-redonda. O convite ao CFP levou em consideração o trabalho desenvolvido pela autarquia na valorização e no fortalecimento da Psicologia Escolar e da defesa da educação de qualidade.
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai promover, dias 27 e 28 de abril, o VIII Seminário Nacional de Direitos Humanos – Psicologia e Democracia: nenhum direito a menos. As inscrições para o evento, que vai ocorrer na Escola Parque 308 Sul, em Brasília, DF, estão abertas até 30 de março.
Conferência, mesa temática, atividades culturais e homenagens integram a programação do seminário. No dia 27 de abril, após a abertura, o evento fará uma homenagem à psicóloga, historiadora e fundadora do Grupo Tortura Nunca Mais (RJ), Cecília Maria Bouças Coimbra, primeira coordenadora da Comissão Nacional de Direitos Humanos do CFP, em 1997.
A conferência de abertura será feita pela psicóloga Maria Rita Kehl, que teve forte atuação durante o regime militar. Foi editora do jornal “Movimento”, um dos mais importantes veículos da imprensa alternativa no período, e participou do grupo que criou o jornal “Em Tempo”, em 1978.
As mesas de debate vão contemplar diferentes temas, como a guerra contra e entre os pobres, corpos em disputa, produção histórica de violação de direitos de mulheres, LGBTs e negros e negras, cidades e campos possíveis e o papel da mídia. A programação completa e o link para inscrições no seminário estão no site do VII Seminário Nacional de Direitos Humanos – Psicologia e Democracia: nenhum direito a menos.
Nem uma a menos. Em um país com a quinta maior taxa de assassinatos de mulheres do mundo, de acordo com o Mapa da Violência de 2015, é preciso discutir a questão da violência de gênero e do feminicídio. Por isso, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai promover, no dia 9 de março, o Diálogo Digital “Nem uma a menos: contribuições da Psicologia na garantia dos direitos das mulheres”.
Por ser uma categoria de mulheres, a Psicologia precisa debater o fato de que incide também sobre as psicólogas o machismo, os desafios da desigualdade do mundo do trabalho e os riscos maiores da violência de gênero nas relações profissionais. Além disso, pela própria característica da profissão, psicólogas e psicólogos devem possibilitar o enfrentamento da violência de gênero nos contextos em que atuam, seja na assistência, na saúde, nas escolas, nas empresas e na clínica.
O debate do próximo dia 9 servirá para questionar quais são contribuições da Psicologia nesses espaços para enfrentar as desigualdades e a violência que incidem sobre as mulheres, interrogar sobre as determinações de gênero sobre a vida das mulheres atendidas pelos profissionais da Psicologia, enfrentar a não naturalização de determinados tipos de feminilidade e a não invisibilidade das opressões de gênero que incidem sobre essa subjetividade.
O Diálogo Digital será mediado pela conselheira Sandra Sposito e contará com a participação da psicóloga e coordenadora da Comissão Temática de Gênero do CRP-02 (Pernambuco) Céu Cavalcanti, da militante do movimento de mulheres negras Taina Santos, e da psicóloga, conselheira do CRP-04 (Minas Gerais) e doutoranda em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva Letícia Gonçalves.
Você também pode participar do debate, enviando perguntas pelas redes sociais do CFP (Youtube, Facebook e Twitter) com a hashtag #DialogosCFP. Perguntas também podem ser enviadas para o e-mail comunica@cfp.org.br.
Violência de gênero e direitos das mulheres
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de assassinatos de mulheres no Brasil chega a 4,8 para cada 100 mil mulheres. O Mapa da Violência de 2015 aponta que, entre 1980 e 2013, 106.093 pessoas morreram por sua condição de ser mulher. A incidência de crimes é maior entre as mulheres negras e pobres. Apenas entre 2003 e 2013 o Mapa da Violência registrou aumento de 54% no registro de mortes, passando de 1.864 para 2.875 nesse período. Muitas vezes, são os próprios familiares (50,3%) ou parceiros e ex-parceiros (33,2%) os autores dos assassinatos.
Entre os avanços das últimas décadas, destaca-se a criação da Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340 de 2006), reconhecida mundialmente como uma das melhores legislações que buscam atacar o problema da violência contra a mulher. A lei ainda ajuda a desnaturalizar a violência como parte das relações familiares e no empoderamento das mulheres. Porém, ainda carece de implementação, principalmente nas ações de prevenção como aquelas voltadas à educação, além da concretização de uma rede de apoio às mulheres vítimas de violência.
Em 2015, outra lei foi marco no enfrentamento à violência contra a mulher. A partir da Lei 13.104, o feminicídio passou a constar no Código Penal como circunstância qualificadora do crime de homicídio. A regra também incluiu os assassinatos motivados pela condição de gênero da vítima no rol dos crimes hediondos, o que aumenta a pena de um terço até a metade da imputada ao autor do crime. Para definir a motivação, considera-se que o crime deve envolver violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
Apesar desses avanços, os números comprovam que ainda há muito o que conquistar na garantia dos direitos das mulheres e no combate à violência de gênero. Como a descriminalização de mulheres em razão da realização de aborto e a criação de uma política de saúde pública comprometida com a atenção integral à saúde de todas as mulheres, que busque a redução da mortalidade e incorpore a saúde psicológica das mulheres, além da inclusão de reflexões sobre gênero na educação.
Conheça as debatedoras
Sandra Sposito é doutora em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Assis, professora universitária, membro do Conselho Federal de Psicologia (CFP. Atua nas áreas de Psicologia Social e Comunitária, sexualidade e gênero e orientação profissional. Taina Santos é militante do movimento de mulheres negras e estudante de História. Compôs o grupo de trabalho responsável pela implementação de ação afirmativa no vestibular da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e atuou junto ao Núcleo de Consciência Negra da Unicamp. Atualmente tem se dedicado ao estudo dos feminismos negros. Céu Cavalcanti é psicóloga, doutoranda em Psicologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenadora da Comissão Temática d Gênero do CRP-02 (Pernambuco). Letícia Gonçalves também é psicóloga, conselheira do CRP-04 (Minas Gerais), mestre em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), especialista em promoção da saúde na atenção primária (ENSP Cuba) e doutoranda em Bioética, Ética Aplicada e Saúde Coletiva (UFRJ, Fiocruz, UERJ, UFF).
Confira a programação dos Conselhos Regionais de Psicologia
CRP 3 (BA)
Durante todo o mês, o CRP realizará e apoiará ações comemorativas ao Dia Internacional da Mulher. Com a campanha “Estamos em movimento até que todas sejam livres e vivas – resistir e transformar”, o Regional promoverá ações em Salvador e no interior do estado. Além disso, em 2018, o Grupo de Trabalho Relações de Gênero e Psicologia completa 10 anos.
CRP 6 (SP)
São Paulo (sede)
Evento: “Pode a Psicologia Ser Feminista?”
Data/Hora: 08 de março de 2018, das 08h30 às 12h,
Local: Auditório do CRP SP, Rua Arruda Alvim, 89, Jd. América – São Paulo/SP
Transmissão on-line pelo endereço: http://www.crpsp.org.br/aovivo/
Campinas
Roda de Conversa em Defesa do Direito da Mulher, com o tema “Pode a psicologia ser feminista”
Data/ Hora: 06 de março de 2018, das 19h às 22h.
Local: Sindicado dos Químicos de Campinas, Av. Barão de Itapura, 2022 – Botafogo, Campinas – SP;
Santos
Polo de transmissão do evento: Pode a Psicologia ser Feminista?
Data/Hora: 08 de março de 2018, às 09h
Local: Subsede Baixada Santista e Vale do Ribeira, Rua Dr. Cesário Bastos, 26, Vila Belmiro – Santos/SP
Sorocaba
Polo de transmissão do evento: Pode a Psicologia ser Feminista?
Data/Hora: 08 de março de 2018, às 09h
Local: Subsede Sorocaba, Rua Dr. Armando Salles de Oliveira, 189, Vila Trujillo – Sorocaba/SP
São José do Rio Preto
Polo de transmissão do evento: Pode a Psicologia ser Feminista?
Data/Hora: 08 de março de 2018, às 09h
Local: Subsede São José do Rio Preto, Rua Dr. Coronel Spínola de Castro, 3360 – 2º andar, Centro – S. José do R. Preto/SP
Taubaté
Polo de transmissão do evento: Pode a Psicologia ser Feminista?
Data/Hora: 08 de março de 2018, às 09h
Local: Subsede Vale do Paraíba e Litoral Norte, Rua Nancy Guisard Kehier, 25 – Centro – Taubaté/SP
São Sebastião
Caminhada pelos Direitos da Mulher
Data/Hora: 08 de março de 2018, às 16h
Local: Pão de Açúcar Endereço: Avenida Guarda Mor Lobo Viana 642 – São Sebastião/SP
Roda de Conversa: Direito das Mulheres na luta por Conquistas
Data/Hora: 08 de março de 2018, às 18h Local/Endereço: Rua da Praia – São Sebastião/SP
Ribeirão Preto
III Jornada de Psicologia do Esporte da USP – A Mulher
Data/Hora: 08 de março de 2018, das 08h às 18h30
Local: Auditório EEFERP/USP
CRP 8 (PR) Publicação de reportagem “Somos todas Feridas: o feminismo que extrapola o 8 de março” na revista institucional, publicação de reportagem “Somos mulheres e somos Psicólogas, o 8 de março também é nosso” no site e nas redes sociais do Regional, debate sobre o Feminismo e o Feminino em parceira com o Clube da Alice, além de participação no ato da Greve Internacional de Mulheres junto à Frente Paranaense em Defesa da Democracia e da Saúde Mental.
CRP 9 (GO)
Dia Internacional da Mulher – Psicologia e Garantia de Direitos Humanos
Palestra: Psicologia e Violências contra a Mulher
Discussão sobre registro documental e notificação compulsória
Com a presidenta do CRP-09, Ionara Rabelo, e a psicóloga Railda Martins
Data: 06/03/2018 (terça-feira)
Horário: 9h
Sede do CRP-09 (Av. T-2 nº 803 St. Bueno)
CRP 12 (SC)
Canal falapsi abordará neste mês o tema ‘Psicologia e as mulheres’, diálogo com a categoria sobre temas referentes ao enfrentamento da violência contra as mulheres e outras questões que façam interface entre psicologia e relações de gênero. Participação e apoio às atividades alusivas ao 8 de Março promovidas por movimentos sociais e instituições.
CRP 14 (MS)
Divulgação de matérias em homenagem às mulheres nas mídias do Regional e envio de mensagens para todas as profissionais parabenizando pelo dia.
CRP 20 (AC/AM/RO/RR)
Mensagem do conselheiro presidente do CRP 20, Gibson Alves dos Santos para as mulheres postada nas redes sociais do Regional, participação da conselheira Alessandra dos Santos Pereira, representando o CRP, em entrevista sobre a Semana da Mulher a TV NEWS Rede Record para falar sobre o assédio às mulheres.
CFP 23 (TO) Cine debate para discutir a saúde mental das mulheres/trabalhadoras diante da atual conjuntura política
Data: 08/03, 19h
Local: CRP
E nota de apoio e convocação da categoria para participação do ato unificado construído com diversos movimentos sociais, movimentos de mulheres e outras entidades, que será realizado na cidade de Palmas.