O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou no dia 24 de setembro em Campo Grande/MS, durante o IX Congresso Brasileiro de História da Psicologia (IX CBHP), a nova edição do livro As Raízes Italianas do Movimento Antimanicomial, de Maria Stella Brandão Goulart.
A obra, disponível no site do CFP, compõe uma coleção que relançará importantes temas no âmbito do projeto Memórias da Psicologia Brasileira.
A iniciativa faz parte das ações permanentes do CFP para a preservação e divulgação do legado histórico da Psicologia no Brasil, conforme previsto na Resolução CFP nº 1, de 25 de janeiro de 2023, que instituiu a política de Memória da Psicologia Brasileira. A normativa estabelece que o CFP identifique, catalogue e preserve acervos históricos, organize e digitalize seu acervo e fomente a divulgação da história da Psicologia e do Conselho.
Nesse contexto, o CFP dialogou com autoras, autores e editoras(es) das obras da Coleção Histórias da Psicologia no Brasil para obter os direitos autorais dos títulos, com o objetivo de disponibilizá-las gratuitamente à categoria e à sociedade.
“A adesão das pessoas autoras foi recebida com entusiasmo e tornou possível avançar nessa importante iniciativa para preservar a memória e o acesso democrático ao conhecimento histórico da Psicologia, assegurando que gerações futuras possam compreender, de forma reflexiva e crítica, os processos pelos quais a Psicologia brasileira passou ao longo das últimas décadas”, destaca a presidenta do CFP, Alessandra Almeida.
Sobre o livro
O livro As Raízes Italianas do Movimento Antimanicomial, de Maria Stella Brandão Goulart, apresenta um estudo sobre como as experiências e as teorias desenvolvidas na Itália, especialmente por Franco e Franca Basaglia, influenciaram a construção do Movimento Antimanicomial no Brasil. Trata-se de uma ponte entre história, política, direitos humanos e práticas de cuidado em saúde mental.
A autora retoma documentos, correspondências, discursos e relatos que evidenciam o percurso de ideias e mobilizações que, vindas da Itália, foram repensadas e adaptadas no contexto brasileiro. A edição traz capítulos inéditos, notas críticas atualizadas e contextualizações que dialogam com os desafios contemporâneos da política antimanicomial.
Merece destaque na obra reeditada o resgate da presença e do papel das mulheres nesse percurso e na luta pelos direitos humanos, pela promoção de justiça e pela emancipação das pessoas, apresentando contribuições essenciais na interface da Psicologia com as questões de gênero e raça. “Não é apenas uma história de instituições ou de leis. É uma história de corpos que se recusaram a ser silenciados, de vozes que exigiram espaço, de mulheres e homens que desafiaram a ideia de que a loucura deveria ser escondida”, destaca o prefácio à segunda edição assinado pela presidenta do CFP, Alessandra Almeida.
Essa publicação se soma a outras cinco obras que compõem a Coleção Histórias da Psicologia no Brasil, originalmente publicada nos anos 2000, fruto da parceria entre o CFP e o Grupo de Trabalho em História da Psicologia da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP), com coedição da editora Casa do Psicólogo.
Psicólogas(os), estudantes, pesquisadoras(es) e todas as pessoas interessadas estão convidadas a conhecer a obra e compartilhar seu conteúdo.
Tag Archives: cfp
CFP participa de seminário sobre proteção digital para crianças e adolescentes
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou do seminário Prioridade absoluta: diálogos pela infância e adolescência seguras no ambiente digital, realizado em 18 de setembro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília/DF. O evento reuniu representantes de diversas instituições para dialogar sobre estratégias de proteção à infância e à adolescência no ambiente virtual, com foco na segurança cibernética e nos direitos digitais.
Representando o CFP, a conselheira Marina Poniwas — também vice-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) — destacou o papel da Psicologia na defesa dos direitos infantojuvenis. “A Psicologia brasileira tem um papel fundamental na defesa da infância e da adolescência, especialmente no ambiente digital. O Conselho Federal de Psicologia, ao lado do CONANDA, tem reafirmado que crianças e adolescentes são sujeitos de direitos, e não público-alvo de consumo”, afirmou.
A conselheira federal também ressaltou a importância das normativas do CONANDA, como a Resolução nº 163/2014 e as mais recentes, Resolução nº 245 e Resolução nº 257 de 2024, que protegem esse público contra a publicidade abusiva e reconhecem os direitos digitais da infância. “Hoje, sabemos que o ambiente digital não é neutro. É um campo de disputa, onde plataformas e algoritmos exploram a atenção e os dados das crianças. Por isso, regulamentar não é censurar. É garantir proteção integral e cidadania digital. A Psicologia traz para esse debate a compreensão dos impactos psíquicos da adultização, da exploração e da violência on-line, e reforça que a responsabilidade é coletiva entre Estado, empresas, famílias e sociedade. A prioridade absoluta da infância não é uma promessa futura, é um dever presente”, concluiu.
Saiba mais
O seminário temático contou com dois painéis: “Desinformação e seus impactos na infância e adolescência: construindo um ambiente informacional saudável” e “Ambiente regulatório e novas formas de proteção à infância e adolescência no ambiente digital”. A iniciativa é fruto da parceria entre o Supremo Tribunal Federal (STF), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o CONANDA e a Coalizão Brasileira pelo Fim da Violência contra Crianças e Adolescentes, com apoio institucional do Instituto Alana, da Childhood Brasil e do Instituto Liberta.
Durante o evento, foi lançada a Desinfoteca, um acervo digital que reúne pesquisas sobre fenômenos digitais e seus impactos nos direitos fundamentais. A plataforma, desenvolvida pelo Programa de Combate à Desinformação em parceria com a Biblioteca do STF, visa subsidiar debates públicos e decisões jurídicas com base em evidências confiáveis.
Atuação do CFP pela segurança digital da infância
O CFP tem se dedicado à incidência em políticas públicas voltadas à proteção de crianças e adolescentes no ambiente digital. Em agosto, promoveu o pré-lançamento da publicação A Psicologia frente ao mundo digital: orientações para a atuação profissional com crianças e adolescentes, elaborada pelo Grupo de Trabalho sobre o uso consciente de telas e dispositivos digitais. Assim que lançado, o documento irá apresentar diretrizes para uma atuação ética e qualificada diante dos impactos das tecnologias na vida infantojuvenil.
“A conectividade excessiva e a falta de análise sobre os possíveis efeitos de conteúdos específicos produzidos para o público infantil e adolescente podem colocá-los em risco de violação de direitos, superexposição e hiperconsumo”, alerta Marina Poniwas.
Em julho, o CFP entregou ao Governo Federal um conjunto de recomendações sobre o uso adequado de telas por crianças e adolescentes, contribuindo com o Grupo de Trabalho responsável pela elaboração de um guia nacional sobre o tema.
Outra frente de atuação do CFP está na política de classificação indicativa. Desde janeiro de 2024, representantes da autarquia integram o Comitê de Acompanhamento pela Sociedade Civil, coordenado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, que assessora a formulação de critérios para obras audiovisuais, exposições, jogos e aplicativos.
O CFP também acompanha a tramitação do Projeto de Lei 2.628/2022, que propõe regras para redes sociais e serviços digitais voltados ao público infantojuvenil. O texto prevê mecanismos de verificação de idade, supervisão parental, sistemas de notificação de abuso sexual e configurações aprimoradas de privacidade e proteção de dados.
CFP promove conferência livre sobre gestão do trabalho e saúde mental no SUAS
A precarização das condições de trabalho, o assédio moral, os impactos na saúde mental das(os) profissionais e o papel do controle social estarão no centro dos diálogos da Conferência Livre Nacional da Psicologia no SUAS. O evento será promovido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) na próxima terça-feira, 30 de setembro, a partir das 13h30, com transmissão ao vivo pelo canal oficial do CFP no YouTube. A participação no evento é gratuita, mediante inscrição prévia.
Com o tema Gestão do trabalho e saúde mental das(os) trabalhadoras(es) do SUAS: controle social, articulação e mobilização social, a conferência livre busca fortalecer a atuação das(os) profissionais do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e contribuir para a efetivação dos direitos socioassistenciais. A atividade também será espaço para a construção coletiva de estratégias de mobilização e articulação política.
A conselheira-tesoureira do CFP e coordenadora da Comissão Nacional de Psicologia na Assistência Social (CONPAS), Neuza Guareschi, ressalta que a política pública de assistência social está em processo de consolidação e que as conferências são espaços fundamentais para a construção de estratégias de ação e intervenção. “A Psicologia tem papel essencial nesse processo, reafirmando seu compromisso com os direitos humanos e com o fortalecimento do SUAS”, pontua.
Durante a Conferência Livre Nacional da Psicologia no SUAS serão debatidos dois dos cinco eixos temáticos da etapa nacional, que irão percorrer o aperfeiçoamento contínuo do SUAS e a gestão democrática, informação e comunicação transparente.
Saiba mais
A atividade integra o processo de mobilização da Psicologia para a 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, que será realizada em Brasília/DF, entre 6 e 9 de dezembro. Com o tema “20 anos do SUAS: construção, proteção social e resistência”, a conferência nacional será espaço de avaliação dos avanços e desafios do sistema, com base no II Plano Decenal da Assistência Social (2016-2026).
A 14ª Conferência Nacional será promovida pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome. O evento reafirma o caráter democrático e participativo da política de assistência social, consolidando o SUAS como uma das maiores políticas públicas de proteção social, pautada pela universalidade, pela proteção não contributiva e pela participação social.
Serviço
Conferência Livre Nacional da Psicologia no SUAS
Tema: Gestão do trabalho e saúde mental das(os) trabalhadoras(es) do SUAS: controle social, articulação e mobilização social
Data: 30 de setembro
Horário: das 13h30 às 17h30
Transmissão: Mesas de abertura e encerramento pelo canal oficial do CFP no YouTube
Inscrições: neste link
O CFP participa. O CFP orienta. A Psicologia transforma.
7º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental: CFP reafirma compromisso da Psicologia com a política antimanicomial e o cuidado em liberdade
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, entre 11 e 14 de setembro, do 7º Fórum de Direitos Humanos e Saúde Mental, realizado em Juiz de Fora (MG), por iniciativa da Associação Brasileira de Saúde Mental (ABRASME). Com o tema “Direitos humanos e luta antimanicomial: construindo uma alternativa popular para o Brasil”, o evento reuniu estudantes, pesquisadoras(es), profissionais da saúde, ativistas e usuárias(os) dos serviços de saúde mental em defesa de práticas inclusivas e antimanicomiais.
Na cerimônia de abertura, a conselheira federal Nita Tuxá destacou o compromisso do CFP com práticas psicológicas pautadas pelos direitos e pelo cuidado em liberdade. “Estou aqui representando o CFP, que tem como princípio ético a defesa dos direitos humanos e do bem-viver para todas as pessoas. Mas também estou aqui como mulher indígena, mobilizada pela coletividade como caminho para a construção da pessoa. A Psicologia precisa estar nesse movimento, nesse território, nesse enfrentamento”, ressaltou.
Durante o debate sobre interseccionalidade, resistências e inclusão social, Nita Tuxá reforçou o papel da Psicologia na formulação de políticas públicas sensíveis aos aspectos sociais e culturais. “A interseccionalidade é uma ferramenta fundamental para a Psicologia. Ela nos permite reconhecer os múltiplos marcadores que atravessam os sujeitos e construir práticas que promovam inclusão e justiça social”, pontuou.
Já no diálogo sobre os desafios da política antimanicomial no sistema judiciário, a conselheira federal Clarissa Guedes apresentou dados do Relatório de Inspeção Nacional: Desinstitucionalização dos Manicômios Judiciários, lançado no início do semestre e elaborado pelo CFP em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O documento revela graves violações de direitos e aponta a intersecção entre o sistema penal e a lógica manicomial. “A Psicologia tem o dever ético de denunciar essas práticas e propor alternativas que garantam o cuidado em liberdade e a dignidade das pessoas em sofrimento psíquico em conflito com a lei”, destacou.
Clarissa Guedes também observou que espaços de troca e fortalecimento coletivo, como o Fórum, são essenciais para a defesa do Sistema Único de Saúde (SUS), da reforma psiquiátrica e da construção de políticas públicas fundamentadas nos direitos humanos, na inclusão e na valorização da diversidade.
CFP divulga: Conferências livres fortalecem o SUAS com foco na equidade racial e na valorização do trabalho
No dia 23 de setembro, às 17h, acontece a Conferência Livre Nacional: SUAS sem Racismo, organizada por entidades da sociedade civil que atuam na promoção da justiça e da equidade racial.
O evento será realizado de forma online para construir coletivamente propostas para a 14ª Conferência Nacional de Assistência Social, que acontecerá em Brasília/DF, no mês de dezembro. O objetivo é fortalecer políticas públicas antirracistas que reconheçam e enfrentem as desigualdades raciais vividas por usuárias(os) e trabalhadoras(es) — em sua maioria, pessoas negras — no cotidiano da assistência social.
A iniciativa é da Federação Nacional das Assistências Sociais (FENAS), da Nova Frente Negra Brasileira (NFNB), do Movimento Negro Unificado, do Fórum Nacional das Mulheres Negras, da Federação Nacional dos Empregados em Instituições Beneficentes, Religiosas e Filantrópicas (FENATIBREF), do Instituto EcoVida, e da Viver Associação e Núcleo de Estudos e Pesquisas É’LÉÉKO.
Acompanhe a transmissão neste link.
Gestão do trabalho e saúde mental no SUAS
Já no dia 30 de setembro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza sua Conferência Livre Nacional da Psicologia no SUAS, com o tema: Gestão do trabalho e saúde mental das(os) trabalhadoras(es) do SUAS: controle social, articulação e mobilização social. O evento será transmitido ao vivo pelo canal do CFP no YouTube, a partir das 13h30.
A conferência abordará temas como a precarização das condições de trabalho, o assédio moral, os impactos na saúde mental das(os) profissionais e o papel do controle social. Também serão debatidas estratégias de articulação e mobilização para fortalecer a atuação das(os) trabalhadoras(es) e garantir a efetivação dos direitos socioassistenciais.
Para mais informações, acompanhe o site e as redes sociais do CFP.
Psicologia protagoniza avanços na 5ª Conferência Nacional de Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) teve participação estratégica na 5ª Conferência Nacional de Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador (5ª CNSTT), realizada em Brasília/DF, entre 18 e 21 de agosto. Promovido pelo Conselho Nacional de Saúde (CNS), o evento reuniu representantes de diversas categorias profissionais e movimentos sociais para debater diretrizes e políticas públicas voltadas à saúde laboral no Brasil.
A conselheira federal Carolina Roseiro, representante do CFP no CNS, destacou a importância da Psicologia nos espaços de formulação de políticas públicas, o que reafirma o compromisso da categoria com a promoção da saúde das trabalhadoras e dos trabalhadores.
“A Conferência foi um marco para reafirmarmos que o sofrimento psíquico relacionado ao trabalho não pode ser invisibilizado. A Psicologia tem papel essencial na produção de saúde integral nos processos e espaços de trabalho”, ressaltou.
Entre os resultados obtidos pela categoria estão propostas aprovadas na plenária final — muitas originadas na Conferência Livre realizada pelo CFP em abril deste ano e levadas à 5ª CNSTT pela delegação eleita para representar a Psicologia.
A inclusão de psicólogas e psicólogos nas equipes mínimas dos serviços de saúde da trabalhadora e do trabalhador, incluindo os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (CERESTs), foi uma das vitórias celebradas. Também foi aprovada a proposta de apoio à jornada de 30 horas semanais para trabalhadoras e trabalhadores, medida que busca garantir melhores condições laborais e saúde mental.
Outro ponto de destaque foi a supressão de trechos que vinculavam ações de saúde laboral às comunidades terapêuticas, reforçando o compromisso com o cuidado em liberdade e os princípios da Reforma Psiquiátrica (Lei 10.216/2001).
A aprovação da moção sobre o enfrentamento ao sofrimento psíquico relacionado ao trabalho também reforçou a urgência de uma Política Nacional de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora que reconheça o adoecimento mental como um fenômeno coletivo e social.
Representatividade
A mobilização da Psicologia para a conferência nacional teve início em abril, com a Conferência Livre da Saúde da Trabalhadora e do Trabalhador, promovida pelo CFP em parceria com a Sociedade Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (SBPOT) e a Federação Nacional dos Psicólogos (FENAPSI). O evento foi marcado por escuta qualificada e construção coletiva de propostas, culminando na eleição de cinco pessoas delegadas e outras cinco suplentes para representar a categoria na 5ª CNSTT.
O representante do CFP na Comissão Intersetorial de Saúde do Trabalhador e da Trabalhadora do CNS, Bruno Chapadeiro, ressaltou a importância da mobilização. “A eleição dessa delegação foi fundamental para garantir que nossas pautas fossem levadas com consistência à 5ª Conferência Nacional. A Psicologia precisa estar onde se decide o futuro da saúde no trabalho”.
Encontro com profissionais da Psicologia
Durante a 5ª CNSTT, o CFP promoveu uma reunião com psicólogas e psicólogos presentes, criando um espaço de escuta ativa, troca de experiências e definição de estratégias para fortalecer a atuação profissional. A atividade contou com a presença de Carolina Roseiro e Bruno Chapadeiro, reforçando a importância da articulação coletiva diante dos desafios da saúde da trabalhadora e do trabalhador.
O Conselho Federal de Psicologia, em continuidade a essa mobilização, realizará em breve uma nova reunião, de forma on-line, para registrar as propostas para o CFP sobre as deliberações aprovadas na 5ª CNSTT.
O CFP participa. O CFP orienta. A Psicologia transforma!
Matéria relacionada
CFP publica portaria com homologação do resultado que define as próximas gestões dos Conselhos Regionais de Psicologia
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) divulgou oficialmente nesta quinta-feira (18) a homologação do resultado final das eleições 2025 para os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todo o país.
O anúncio é procedimento obrigatório e consta no Regimento Eleitoral (Resolução 10/2024), oficializando as chapas que venceram o pleito e que estarão à frente das gestões dos 24 Conselhos Regionais de Psicologia no triênio 2025-2028.
A Portaria CFP 98/2025 destaca que, uma vez proclamado o resultado do pleito pelo CFP, as novas gestões dos Conselhos Regionais de Psicologia serão empossadas em sessão solene, a ser realizada em até 30 (trinta) dias após a apuração dos resultados.
Acesse a íntegra da Portaria CFP nº 98/2025.
Decisão judicial no CRP/PE
A homologação anuncia como vencedora, no Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-02/PE), a Chapa 11 – Confluências de Pernambuco.
Isso porque a Chapa 12 – Avançar no Diálogo da Psicologia em Pernambuco, que obteve 2.743 votos e ficou em primeiro lugar, concorria ao pleito em condição sub judice, em virtude de decisão liminar concedida pela 3ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco. No entanto, a decisão foi posteriormente revogada pela Justiça, sendo então homologada como vencedora a Chapa 11 – Confluências de Pernambuco, com 2.240 votos válidos. Ressalta-se que o processo segue em regular trâmite, ainda pendente de decisão definitiva.
Acesse a íntegra da decisão liminar.
Prazo para justificar o voto encerra em breve
O Regimento Eleitoral determina a obrigatoriedade do voto, sendo facultativo apenas para psicólogas(os) com idade a partir de 65 anos.
Para as(os) profissionais que não votaram, torna-se necessário justificar o voto pelo site oficial das eleições, ação estipulada na Resolução 10/2024 em seu artigo 4º e § 2º. O prazo para a justificativa encerra-se em 26 de outubro de 2025.
Nota de Pesar – Maria da Conceição Diniz Pereira de Lyra
É com pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebeu a notícia do falecimento da psicóloga Maria da Conceição Diniz Pereira de Lyra, carinhosamente conhecida como Maninha. Renomada pesquisadora em Psicologia cultural e desenvolvimento humano, Lyra dedicou sua vida a promover o conhecimento e inspirar alunos e colegas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Maria da Conceição era psicóloga formada pela Universidade Católica de Pernambuco (1972). Obteve ao longo de sua carreira Mestrado em Psicologia no ano de 1975 (Cornell University) e doutorado em Psicologia Experimental pela Universidade de São Paulo (1988), além de concluir Pós-doutorado na North Carolina University e na Utah University – Visiting Scholar (pesquisadora sênior CNPq).
A pesquisadora criou, em 1989, o Laboratório de Comunicação e Linguagem na Primeira Infância (LabCom), na Universidade Federal de Pernambuco, voltado para estudos sobre processos/aspectos dinâmicos do desenvolvimento no início da vida e mantendo, sobre este tema, diversas interações. Desde então, merecem destaque as cooperações com Jaan Valsiner, Cynthia Lightfoot e Alan Fogel.
A psicóloga desenvolveu também o modelo teórico e metodológico EEA, que estuda a emergência e o desenvolvimento da comunicação mãe-bebê, considerando-a como um sistema dinâmico auto-organizado para descrever e compreender essa comunicação.
Desde 2011, Maria da Conceição ampliou os estudos do desenvolvimento inserido na cultura, o que transformou o LabCom da UFPE no Laboratório de Estudos do Desenvolvimento na Cultura: Comunicação e Práticas Sociais.
A Professora Maninha deixou um importante legado para a Psicologia cultural, tendo contribuído tanto nacional quanto internacionalmente.
À família, amigas, amigos e à comunidade acadêmica, o Conselho Federal de Psicologia expressa suas mais sinceras condolências.
CFP alerta para riscos de proposta de uso de inteligência artificial em saúde mental no SUS
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) publicou nesta sexta-feira (5) nota de posicionamento sobre o programa “e-Saúde Mental no SUS”, recentemente anunciado pelo governo federal. A iniciativa prevê o uso de uma plataforma digital voltada ao diagnóstico e suporte ao tratamento na atenção primária à saúde.
Na manifestação, o CFP ressalta que mudanças dessa natureza exigem cautela técnica, segurança jurídica e ampla construção coletiva, envolvendo profissionais, gestoras(es), pesquisadoras(es) e usuárias(os).
O Conselho Federal de Psicologia afirma que a atuação de psicólogas e psicólogos é essencial e insubstituível no cuidado em saúde mental, mesmo com o avanço das tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA).
Entre os pontos destacados pelo CFP, estão a impossibilidade de delegar a algoritmos funções como aliança terapêutica, manejo de crises e avaliação de riscos; os limites da IA diante das dimensões sociais, históricas e culturais do sofrimento psíquico; a proteção de direitos e a importância do sigilo e da ética profissional; e a necessidade de ampliar equipes multiprofissionais no Sistema Único de Saúde, em vez de adotar a tecnologia como solução paliativa.
O documento também cita experiências internacionais em que o uso de IA em saúde foi restringido ou suspenso, como na Itália, na Austrália e no Reino Unido, e reforça a necessidade de regulação rigorosa para evitar riscos à qualidade do cuidado e à privacidade.
No Brasil, o CFP aponta que softwares dessa natureza devem ter aprovação prévia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), conforme a RDC 657/2022, e que o país ainda precisa avançar em marcos regulatórios específicos para a área da saúde mental.
O Conselho Federal de Psicologia enfatiza ainda que não se opõe ao uso de tecnologias, mas rejeita projetos que desconsiderem fundamentos éticos, científicos e jurídicos, além da participação social. Para o CFP, o fortalecimento do SUS deve se basear no investimento em pessoas e na ampliação das equipes de saúde, tendo a Psicologia como dimensão central do cuidado em saúde mental.
Leia a nota pública na íntegra.
CFP promove diálogo com entidades profissionais sobre uso responsável de tecnologias por crianças e adolescentes
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou no dia 20 de agosto o diálogo de pré-lançamento da publicação A Psicologia frente ao Mundo Digital: Orientações para a Atuação Profissional com Crianças e Adolescentes. O encontro reuniu entidades reconhecidas por sua atuação nas áreas da infância, adolescência e tecnologias digitais, em um momento de diálogo e reflexão coletiva sobre os desafios contemporâneos da atuação profissional.
O documento, elaborado pelo Grupo de Trabalho (GT) do CFP sobre o uso consciente de telas e dispositivos digitais, apresenta diretrizes para uma prática ética e qualificada da Psicologia diante dos impactos das tecnologias na vida de crianças e adolescentes. O GT é composto pelas conselheiras do CFP Izabel Hazin, Raquel Guzzo e Marina Poniwas. Também integram o grupo Maíra Almeida, Gabriela Vescovi, Beatriz Sancovsky, Michael Jackson Andrade e Eduardo Miranda, pesquisadoras e pesquisadores especialistas no tema.
Além das pessoas que compõem o GT, participaram do evento Alex Sandro Pessoa (Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento – ABPD), Marilda Facci (Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional – ABRAPEE), Iolete Ribeiro (Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO); Pompéia Villachan Lyra (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia – ANPEPP); e Chrissie Carvalho (Instituto Brasileiro de Neuropsicologia e Comportamento – IBNEC). As entidades realizaram uma leitura prévia do conteúdo e trouxeram contribuições para o aprimoramento do material antes de sua publicação oficial.
A vice-presidente do CFP, Izabel Hazin, destacou a importância da construção coletiva do documento. “Estamos finalizando um guia de orientação à categoria, construído a muitas mãos, com diferentes olhares, que responde à complexidade do uso de mídias digitais na infância e adolescência.”
A conselheira do CFP e vice-presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), Marina Poniwas, ressaltou o papel da publicação na orientação profissional. “Construímos um debate rico, com contribuições excelentes, para que o documento alcance a pluralidade das vivências no uso de telas e conectividade, além de reforçar a importância do letramento digital no país”.
A gravação completa do diálogo de pré-lançamento está disponível para acesso público no canal do CFP no YouTube.
Notícia relacionada