#Psi55anos: Toda Psicologia nos interessa

No dia 27 de agosto, o Brasil celebra o Dia da/o Psicóloga/o. A data relembra a regulamentação da profissão há 55 anos por meio da Lei nº 4.119/1962. Em todos os Estados, entidades da Psicologia estão promovendo atividades em homenagem a essa categoria profissional que tem como marca o compromisso com a transformação da realidade social, articulada à promoção direitos humanos. Para reforçar a divulgação dessa agenda comemorativa, Conselhos Regionais e o Conselho Federal de Psicologia (CFP) decidiram fazer uma ação coletiva, utilizando a hashtag #Psi55anos.

A ideia é compartilhar a programação nacional de eventos e também mostrar a riqueza da prática psicológica exercida pelas (os) quase 300 mil psicólogas (os) brasileiras (os).

Você pode fazer parte desta ação. Atualize a foto do seu perfil (http://bit.ly/Psi55anos) e divulgue nas redes sociais a programação do Dia da/o Psicólogo/a na sua cidade utilizando a hasthtag #Psi55anos. Você também pode fazer fotos, vídeos e postagens compartilhando sua experiência de trabalho e sua prática psicológica.

Campanha #Psi55anos

A campanha nas redes sociais #Psi55anos é a primeira ação coletiva da Rede de Comunicação Distribuída do Sistema Conselhos de Psicologia. O projeto colaborativo, iniciado em julho, já conta com a participação de 18 conselhos regionais (CRP-01, CRP-02, CRP-03, CRP-04, CRP-05, CRP-06, CRP-09, CRP-10, CRP-12, CRP-13, CRP-14, CRP-16, CRP-17, CRP-18, CRP-19, CRP-20, CRP-22 e CRP-23). O objetivo é envolver as equipes de comunicação de todos os 23 Conselhos Regionais e do Conselho Federal de Psicologia. A constituição da rede de contatos é um primeiro passo para a elaboração do Plano de Comunicação Colaborativo do Sistema Conselhos, conforme decidido na última Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças do Sistema Conselhos de Psicologia (Apaf).

Toda Psicologia nos interessa

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai realizar, dia 21 de agosto, rodas de conversa transmitidas pela internet com o tema “Toda Psicologia nos Interessa – 55 anos da profissão no Brasil”. O evento vai reunir psicólogas (os) de várias partes do país para dialogar sobre diferentes abordagens da Psicologia e os vários espaços sociais em que psicólogas (os) podem exercer suas atividades profissionais.

Veja aqui a programação em todo o Brasil. 

Audiência pública discute regulamentação de cursos a distância na área da saúde

A Comissão de Educação sobre Educação a Distância (EAD) da Câmara dos Deputados vai promover, dia 8 de agosto, audiência pública para debater a expansão da oferta de cursos superiores a distância na área da saúde. A audiência, com início previsto para 10h, será retransmitida pelo site do CFP. Para participar do diálogo, envie suas perguntas por meio da plataforma e-democracia.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) apoiou nota divulgada, em 2 de junho, pela Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) em repúdio ao conteúdo do Decreto Presidencial nº 9.057, de 25 de maio de 2017. O documento legal autoriza, na prática, a oferta de cursos de graduação em nível superior realizados exclusivamente pela internet, até mesmo na área da saúde. Saiba mais sobre o tema no site do CFP.


135ª Reunião Extraordinária do Fórum dos Conselhos Federais da Área da Saúde  (FCAS)

Data: 8 de agosto

Hora: 10h

Local: Anexo II, Plenário 10, da Câmara dos Deputados

Informações: Confira a  Programação da audiência.

Família de Marcus Vinicius recebe apoio na busca por justiça

Há um ano e cinco meses, a família de Marcus Vinicius de Oliveira aguarda a conclusão do inquérito policial sobre o bárbaro assassinato do psicólogo. Nesta semana, alguns familiares viajaram até a Bahia para conversar com as autoridades locais e cobrar mais agilidade nas investigações. Eles receberam apoio de entidades da Psicologia e de defesa de direitos humanos, que formaram um grupo de acompanhamento permanente do caso.

O compromisso foi firmado, nessa quarta-feira (19), em Salvador, durante reunião na Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia (SJDHDS). Organizado pela Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP), o encontro reuniu familiares do psicólogo e representantes de 11 instituições do meio jurídico, legislativo, acadêmico, sindical e da sociedade civil organizada.

Segundo a psicóloga Carla França, membro da CDH/CFP, o objetivo foi mobilizar atores institucionais e do movimento social que fizeram parte da trajetória de Marcus Vinicius para reforçar com as autoridades públicas uma investigação sob a ótica dos direitos humanos. “Além de colega de profissão, Marcus foi um símbolo do compromisso social da Psicologia. Nossa luta não é apenas para apurar sua morte, mas um esforço em nome de todas as pessoas que lutam por direitos e estão sendo mortas no país.”

A comissão permanente que acompanhará o caso é formada pela Comissão de Direitos Humanos do CFP, Secretaria de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social da Bahia, Ministério Público Estadual, Universidade Federal de Bahia (UFBA), Diretório Acadêmico da Faculdade de Psicologia da UFBA, Diretório Central de Estudantes da UFBA, Universidade Católica de Salvador (Ucsal), Sindicato dos Professores das Instituições Federais de Ensino da Bahia (Apub), Núcleo de Estudos Interdisciplinares para Superação dos Manicômios (Nesm), Coletivo Baiano da Luta Antimanicomial, Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais (AATR), Associação Baiana de Imprensa (ABI) e Câmara Municipal de Salvador.

Socioambiental – Os familiares de Marcus Vinicius também tiveram encontros com representantes do Departamento de Homicídios e Proteção a Pessoas, do Departamento de Polícia do Interior e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nessas conversas, apresentaram informações que ampliam o escopo da investigação e demonstram a urgência de medidas para garantir a segurança dos moradores da comunidade Pirajuía, município de Jaguaripe/BA, onde foi assassinado. “Trouxemos mais esta contribuição para que o inquérito seja fechado com provas robustas para fazer justiça”, explicou o advogado Caio Valace, irmão de Marcus Vinicius.

Segundo Marta Melo, viúva do psicólogo, após sua morte, um “clima de terror” se instalou na comunidade. “Moradores da região, especialmente os que trabalham com a pesca de mariscos, têm sido ameaçados para sair de suas terras para dar lugar a carcinicultura em larga escala. Marcus foi última pedra retirada”. Ela se refere às lutas do psicólogo ao lado dos pescadores da região para preservação ambiental da área.

Atento às questões sociais, Marcus Vinicius militava em defesa das populações mais vulneráveis na comunidade, na universidade e nos Conselhos de Psicologia. Nos mais de 20 anos em que morou num sítio em Pirajuía, ele era uma liderança em defesa da preservação do mangue, de onde boa parte dos moradores da comunidade retira o sustento familiar.

Violência – “Ele fez várias intervenções para assegurar os direitos daquela comunidade, o que irritou muitos interessados na especulação econômica da área. Por isso, acreditamos que a dimensão do assassinato de Marcus se dá dentro de vários contextos, incluindo a defesa do equilíbrio socioambiental da área”, explica Caio Valace.

“Especialmente nas relações do campo, essa tem sido uma marca no Brasil: a manifestação da cultura da violência como forma de resolução de conflitos”, afirma Rogério Giannini, presidente do Conselho Federal de Psicologia. Giannini enfatiza que o CFP seguirá empenhado no diálogo com os órgãos e autoridades competentes pelas investigações, cobrando agilidade e lutando contra a impunidade, “tão comum nesses casos”.

Complexo – Para Marta Melo, o apoio das instituições e movimentos sociais têm sido essencial para que o caso não caia no esquecimento. “Se não fosse esse apoio, dificilmente teríamos tanta dedicação dos órgãos policiais. Apesar da limitação estrutural, o inquérito não ficou parado. Há um trabalho sendo feito para incluir as provas materiais necessárias à denúncia formal do Ministério Público. O caso é mais complexo do que imaginávamos.”

Caio Valace acredita que a mobilização revigora as forças da família para que o assassinato não seja apenas um número nas estatísticas de violência. “Somos gratos aos movimentos. Eles nos mostram a expressão que Marcus tinha nos meios acadêmico e profissional. Fazer justiça com a morte do meu irmão é fortalecer a luta em defesa dos direitos sociais.”

Avanço – O assassinato de Marcus Vinicius tem sido acompanhado também pela Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos. “Já se passou muito tempo de investigação, mas a conjuntura e a delicadeza do homicídio envolvendo um defensor de direitos humanos renomado no país exigem cuidados”, afirma a ouvidora Irina Bacci. Esta semana a Secretaria de Segurança Pública da Bahia informou que o processo está em estágio avançado, em fase de relatoria do inquérito para o Ministério Público. “As investigações estão sendo realizadas com bastante critério para chegar ao indiciamento de todos os envolvidos, executores e mandantes”.

O crescimento da violência contra ativistas dos direitos humanos é motivo de preocupação. Irina Bacci conta que as maiores vítimas estão no campo. São trabalhadores rurais, indígenas e quilombolas. “Somente na semana passada, fomos notificados do assassinato de mais quatro lideranças”. Este ano, as mortes já somam 25.

Belém recebe a segunda edição do Congresso Internacional de Psicologia Jurídica

Belém do Pará será a sede do II Congresso Internacional de Psicologia Jurídica entre 3 e 6 de julho de 2017. Promovido pela Associação Brasileira de Psicologia Jurídica (ABPJ), o evento vai reunir palestras, conferências e apresentações de trabalhos técnico-científicos e sociais da área. Minicursos também foram programados. As inscrições podem ser feitas, até 1º de julho, no site do evento.

Serviço

II Congresso Internacional de Psicologia Juridica
Data:
 3 a 6 de julho de 2017
Local: Centro de Convenções do Hotel Sagres
Av. Gov. José Malcher, 2.927, Nazaré
Belém – PA

Quando nossas vidas importam: CFP participa de seminário LGBT

A conjuntura política brasileira impede o avanço das demandas da população LGTB. A análise dos participantes do 14º Seminário LGBT do Congresso Nacional, realizado nessa quarta-feira (13/6), em Brasília, foi unânime. Durante o evento, parceria de oito comissões temáticas da Câmara e do Senado, a audiência destacou a pauta conservadora e antidemocrática do Congresso Nacional e do governo brasileiro.

Sandra Spósito, representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP), convidou todas (os) as (os) participantes para defender a Resolução CFP 01/99, destacou que a Psicologia não trata a homossexualidade como doença e que o entendimento sobre a transexualidade segue o mesmo caminho.

Parlamentares e representantes de movimentos sociais LGBT falaram da necessidade de conter o avanço conservador no Congresso Nacional. O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) explicou que a proposta do evento era enumerar ideias para proposições legislativas e estratégias políticas que possam impedir que projetos que tentem “barrar nossa cidadania” sejam aprovados. “Os artistas, os trabalhadores da cultura e os movimentos sociais estão nas ruas pedindo diretas já e essa luta nos diz respeito, porque só a democracia pode garantir o avanço da luta da comunidade LGBT por cidadania plena.”

Tensionamentos – A deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ) falou sobre as lutas para barrar projetos de Decretos Legislativos que buscam sustar os efeitos da Resolução CFP 01/99. Para a parlamentar, “doentes são os homofóbicos. Doentes são os LGBTfóbicos”. O deputado Bacelar (Pode-BA) citou, entre as medidas conservadoras, a retirada pelo Ministério da Educação das expressões “identidade de gênero” e “orientação sexual” da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

Em seguida, Andrey Lemos, da União Nacional LGBT (UnaLGBT), a conselheira Sandra Spósito, Thais Paz, do Coletivo LGBT do Movimento dos Sem Terra (MST), Marina Reidel, da Coordenação LGBT do Ministério dos Direitos Humanos, e dom Maurício Andrade, bispo da Diocese Anglicana de Brasília, fizeram a mediação do debate com o público.

Sandra Spósito disse que o avanço das visões conservadoras e fundamentalistas afetam diversos espaços de atuação da Psicologia e provoca tensionamentos. Ao lembrar a tramitação do Projeto de Decreto Legislativo 539/2016 que busca sustar a Resolução 01/99, disse que essas iniciativas de retorno às concepções patologizantes significam retrocesso à garantia de direitos e alimentam visão distorcida e preconceituosa das expressões homossexuais. Spósito contou que o CFP defende o processo de despatologização das identidades trans. “As pessoas trans precisam de cuidados relacionados aos diversos processos de mudanças corporais, mas isso não significa que estejam doentes.” Ela falou ser necessário articular esforços para enfrentar tentativas de legislar em prol da patologização das pessoas LGBT. “Temos que mobilizar todo mundo. Isso é uma pauta da Psicologia, das profissões da área da saúde, do movimento LGBT, das famílias LGBT, e de um projeto de sociedade baseado na prerrogativa da diversidade e dos direitos humanos.”

Cotidiano – Spósito destacou também que esse tipo de conflito não atinge somente a Psicologia, mas outras profissões, como o Serviço Social, e ramos da Educação e da Saúde, nos quais os profissionais estão sendo confrontados no seu cotidiano e necessitam responder a temas como o respeito ao nome social e à diversidade sexual.

Em março, representantes de diferentes conselhos profissionais decidiram, durante reunião em Brasília, articular ações para defender a Resolução CFP nº 01/1999, que estabelece normas de atuação para psicólogas (os) em relação à orientação sexual. A decisão foi tomada na sede do CFP por dirigentes da autarquia e representantes do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), Conselho Federal de Farmácia (CFF), Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso), Conselho Regional de Psicologia da Bahia (CRP-03), Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee) e Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi).

Assista os vídeos 1 e 2 do XIV Seminário LGBT do Congresso Nacional:

Saiba mais:

Em defesa da Resolução 01/1999

CFP participa de reunião de conselho de combate à discriminação LGBT

CFP apoia posicionamento da ALGBT sobre censura de livros didáticos em Rondônia

Com informações da Agência Câmara de Notícias.

Seminário discute crise do sistema carcerário brasileiro

O sistema prisional vive grave crise no Brasil. Entre dezembro de 2016 e janeiro de 2017, pelo menos 120 mortes ocorreram nos presídios brasileiros. O confronto entre as facções criminosas, a superlotação, o encarceramento em massa, a tortura no cárcere e a morosidade da justiça são algumas das causas do agravamento da crise. Dados da Comissão de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a tortura e outros tratamentos cruéis, desumanos e degradantes, a população carcerária em 2015 era superior a 714 mil prisioneiros, colocando o Brasil na quarta posição do mundo, com 193 pessoas presas a cada 100 mil. Integrantes da comissão visitaram o Brasil em agosto de 2015.

O Projeto de Lei 499/2015, recentemente aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, reivindica a volta do exame criminológico e aumenta os prazos para progressão de regime. O exame foi abolido em 2003 pela Lei 10.792. Para Paulo Maldos, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), os exames criminológicos possuem uma concepção positivista, maniqueísta e não tem aprovação do CFP sob o ponto de vista ético-científico. A conclusão foi apresentada pelo conselheiro durante o Seminário de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados. O evento, cujo debate girou sobre as crises e perspectivas do sistema penitenciário brasileiro, ocorreu nessa quarta-feira (7/6), em Brasília.

Segundo Maldos, esses exames servem para estrangular os benefícios legais, como progressão de regras para liberdade condicional, contribuindo para a superlotação das penitenciarias brasileiras. “É impossível prever o comportamento de uma pessoa, no caso, o comportamento criminoso, com base em exames psicológicos”. Segundo a legislação em vigor, requisitar o exame criminológico fica a critério do juiz.

Além de Maldos, participaram do seminário a coordenadora-geral de Promoção à Cidadania do Departamento Penitenciário Nacional, Mara Fregapani Barreto, o presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa, Fábio Tofic Simantob, a pesquisadora Viviane Balbuglio, do programa Justiça Sem Muros do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania, a representante da Associação Nacional dos Defensores Públicos, Alessa Pagan Veiga, e o perito do Mecanismo de Combate à Tortura, José Ribamar Araújo e Silva. O coordenador nacional da Pastoral Carcerária, Pétalla Brandão Timo, o representante do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, Cristiano Ávila Maronna, a diretora da Associação de Familiares de Internos e Internas do Sistema Penitenciário do DF e Entorno, Darlana Ribeiro Godoi, a pesquisadora Monique de Carvalho Cruz, da Justiça Global, o coordenador nacional da Pastoral Carcerária, Valdir João Silveira, e o representante do Conectas, Pétalla Brandão Timo, também debateram o tema.

ABEP enfatiza que formação em Psicologia deve ser presencial

Em nota divulgada no último dia 2 de junho, a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP) repudiou o conteúdo do Decreto Presidencial nº 9.057, de 25 de maio de 2017, que regulamenta a oferta de cursos na modalidade a distância desde a educação básica até o ensino superior. Na prática, o decreto autoriza a oferta de cursos de graduação em nível superior realizados exclusivamente pela internet, até mesmo na área da saúde.

Segundo a ABEP, o Decreto nº 9.057/2017 surge em total descompasso com as deliberações do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e dos Conselhos Federais e as Associações de Ensino das profissões de saúde, que já se posicionaram contrários à existência de graduações ministradas totalmente na modalidade a distância.

“A modalidade EAD deve ser adotada com parcimônia, sem considerá-la um substituto da educação básica e da formação superior inicial. […] formar não é apenas oferecer conteúdos teóricos, metodológicos e/ou práticos, mas envolve convivência, debate, acesso a experiências práticas individuais e coletivas, bem como a inúmeras práticas formativas extra-classe”, afirma trecho da nota da ABEP.

A Associação Brasileira de Ensino em Psicologia classifica como inadequada a possibilidade de graduação em Psicologia ministrada exclusivamente pela modalidade EAD, “em função da natureza do saber psicológico, da diversidade e complexidade da constituição da ciência psicológica, bem como do sentido do que deve ser a formação profissional – que representa mais que absorção de conteúdos e aprendizagem de técnicas; implica a construção da identidade profissional, que se realiza no encontro, nas trocas coletivas”.

Leia na íntegra a “Nota pública contra o esfacelamento da educação superior no Brasil”, divulgada pela ABEP.

CFP repudia assassinato sistemático de trabalhadores rurais

A Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CNDH/CFP) vem a público se posicionar contra o assassinato sistemático de trabalhadores rurais, ato que se tornou rotina no Pará e em diversos outros estados do Brasil.

No dia 24 de maio de 2017, em uma operação policial no município de Pau d’Arco/PA, dez trabalhadores rurais, dos quais sete de uma mesma família, foram mortos por policiais, que dizem ter sido recebidos com tiros pelos trabalhadores. Esta tese, todavia, foi desmentida por representantes de vários órgãos federais e estaduais que estiveram no local, como a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, a Defensoria Pública da União, a Procuradoria-Geral do Pará e o Conselho Nacional dos Direitos Humanos. Outro fato que aponta para a hipótese de uma chacina sãos relatos de que pelo menos um trabalhador teria sido baleado pelas costas, de acordo com integrantes do Núcleo Avançado de Perícias de Parauapebas/PA. Nenhum policial saiu ferido da operação, portanto, narrativas de que os policiais teriam sido recebidos à bala não se sustentam.

De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, 2016 foi ano recorde de assassinatos no campo, no Brasil. Em 2017, houve chacina de trabalhadores rurais, por capangas de fazendeiros, por policiais ou milícias no Rio Grande do Norte e no Mato Grosso. Há casos recorrentes de sérios conflitos agrários contra trabalhadores rurais também no Paraná, em Minas Gerais, em São Paulo, no Ceará, no Mato Grosso do Sul, em Goiás, no Tocantins, na Bahia e no Amazonas. Mais de 955 áreas já foram mapeadas no país como palcos de conflitos agrários. A maioria delas está nas regiões Norte e Centro-Oeste.

Como parte de sua atribuição, a Comissão Nacional de Direitos de Humanos do Conselho Federal de Psicologia aponta e dá visibilidade ao aspecto e ao sofrimento psíquico decorrentes da violação dos direitos humanos. Lembramos que mortes inesperadas, rupturas bruscas e com agravante dos corpos terem sido lesionados e desprezados podem causar, nos familiares, grave vivência de aniquilamento, desespero e revolta, dificultando, assim, a elaboração do processo de luto.

Chamamos a atenção sobre a importância de reivindicarmos uma agenda de construção ativa de direitos relacionados à questão da terra no país, seguida do acompanhamento da execução e do cumprimento do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo no Brasil e de um monitoramento e providências sistemáticas face aos frequentes atentados à vida dos trabalhadores rurais e às mortes no campo decorrentes da hiperexploração do trabalho rural e das disputas de terras no país.

Comissão Nacional de Direitos Humanos
Conselho Federal de Psicologia

Luta antimanicomial: evento em BH faz homenagem a Marcus Vinícius

Para destacar a importância da luta antimanicomial na consolidação da reforma psiquiátrica, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), o Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG), o Fórum Mineiro de Saúde Mental e o Sindicato das (os) Psicólogas (os) de Minas Gerais vão promover, dia 30 de maio, em Belo Horizonte, o simpósio “Se o encanto me encontrar dessa vez, deixo ele entrar: uma homenagem a Marcus Vinícius e à luta antimanicomial”. O evento, que encerra as comemorações do Sistema Conselhos, será realizado às 9h30, no Museu da Imagem e do Som Santa Tereza.

Há 30 anos, em 18 de maio, 350 trabalhadores de saúde mental presentes ao II Congresso de Trabalhadores da Saúde Mental ocuparam as ruas de Bauru, em São Paulo, e fizeram a primeira manifestação pública organizada no Brasil pela extinção dos manicômios. A atitude marcou uma ruptura, pois eles se recusaram a exercer o papel de agente da exclusão e da violência institucionalizadas, “que desrespeitam os mínimos direitos da pessoa humana”.

Com o lema “Por uma sociedade sem manicômios”, o congresso discutiu as formas de cuidado aos que apresentam sofrimento mental grave e representou um marco histórico do Movimento da Luta Antimanicomial, inaugurando uma nova trajetória da reforma psiquiátrica brasileira.

O manifesto diz que o Estado que gerencia os serviços de saúde mental é o mesmo que impõe e sustenta os mecanismos de exploração e de produção social da loucura e da violência. “O compromisso estabelecido pela luta antimanicomial impõe uma aliança com o movimento popular e a classe trabalhadora organizada.”

O manicômio expressa uma estrutura presente nos diversos mecanismos de opressão da sociedade, como a opressão nas fábricas, nas instituições de adolescentes, nos cárceres, a discriminação contra negros, homossexuais, índios e mulheres, esclarece outro trecho do manifesto. “Lutar pelos direitos de cidadania dos doentes mentais significa incorporar-se à luta de todos os trabalhadores por seus direitos mínimos à saúde, justiça e melhores condições de vida.”

“Se o encanto me encontrar dessa vez, deixo ele entrar: uma homenagem a Marcus Vinícius e à luta antimanicomial”

Programação

9h30 – Mesa de abertura

10h – Homenagem a Marcus Vinícius de Oliveira e Silva: leitura de poemas

10h30 – Conferência: “Cartografia da luta pela democracia no Brasil e futuros possíveis”, Peter Pál Pelbart, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Coordenação: Cláudia Natividade, presidenta do CRP-MG

11h30 – Abertura da exposição em homenagem a Marcus Vinícius e à luta antimanicomial e lançamento do livro “O avesso do niilismo: cartografias do esgotamento”, de Peter Pál Pelbart

Intervalo

13h30 – Mesa: “Quando o encanto me encontrar, deixarei que ele me alcance como um raio que me parte, o ser total que eu sou”

“O encontro com a Psicologia”, Ana Bock, professora da PUC-SP

“O encontro com a Luta Antimanicomial”, Marta Elizabete de Souza, coordenadora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais

“O encontro com os Direitos Humanos”, Marcelo Magalhães Andrade, professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e coordenador do Coletivo Balance de Redução de Danos.

Coordenação: Rogério Giannini, presidente do CFP

16h – Encerramento: Apresentação cultural dos usuários de saúde mental
O evento é gratuito e as vagas estão sujeitas à lotação do espaço.

As inscrições podem ser realizadas no local. Haverá emissão de certificados.

Informações: estagio.rp@crp04.org.br.

Se o encanto me encontrar dessa vez, deixo ele entrar: uma homenagem a Marcus Vinícius e à luta antimanicomial

Data: 30 de maio (terça-feira)
Hora: 09h30
Local: Museu da Imagem e do Som Santa Tereza, Rua Estrela do Sul, 89, Belo Horizonte, MG

Presidentes e tesoureiros do Sistema Conselhos reunidos

Presidentes e tesoureiros de todos os Conselhos Regionais e do Conselho Federal de Psicologia estão reunidos nesta sexta-feira (19) na sede do CFP em Brasília/DF para os últimos preparativos da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF) que acontece este fim de semana.

Na abertura dos trabalhos, a vice-presidente do CFP, Ana Sandra Nóbrega, lembrou com tristeza o falecimento da psicóloga Rosimeire Aparecida Silva na última segunda-feira (15/5), uma grande perda para o Sistema Conselhos de Psicologia. Numa singela homenagem, todos os participantes da reunião e da equipe técnica do CFP, que apoia a realização da atividade, fizeram um momento de aplauso em memória da colega que foi uma importante militante da defesa dos direitos humanos e do exercício ético da Psicologia.

APAF ao vivo

Realizada pelo menos duas vezes ao ano, a Assembleia do Sistema Conselhos é composta por conselheiros federais e regionais de Psicologia. O CFP tem até três delegados e o número de representantes regionais varia de um a três, dependendo do número de profissionais inscritos no CRP.

A partir de amanhã, às 9h, os dois dias de reunião (20 e 21/5) serão transmitidos em tempo real, a partir das 9h, pelo site cfp.org.br.

Confira a galeria de imagens da reunião desta sexta-feira (19)