Nota de apoio às mulheres que denunciaram violência sexual

O Sistema Conselhos de Psicologia, constituído pelos 23 Conselhos Regionais de Psicologia e pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), reunidos durante Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf), nos dias 14, 15 e 16 dezembro de 2018, vem a público manifestar solidariedade a todas mulheres que denunciaram violência sexual sofrida em estabelecimento religioso no Estado de Goiás.

No último mês, casos de violência contra a mulher ganharam as mídias e redes sociais, suscitando um grande debate a respeito do tema. Violências que são cotidianas na vida de muitas mulheres brasileiras anônimas tornaram-se manchete devido à particularidade de terem ocorrido em ambiente de cunho religioso, somado a isso, tais violências ocorreram em momento de fragilidade pessoal das mulheres.

Em relação a esta situação, ressalta-se o compromisso da Psicologia brasileira de apoio e solidariedade a todas as pessoas em situação de violência, bem como reafirma a defesa da garantia dos direitos humanos.

Destaca-se a importância de escutar com empatia os relatos que surgiram nas diferentes mídias, pois nesse momento em que as mulheres encontraram a possibilidade de denunciar a violência sexual sofrida, faz-se importante o apoio coletivo da sociedade.

Por isso a necessidade de proteger as mulheres da exposição e repercussão nas mídias sociais, evitando a propagação de mensagens com explicações causais dos fatos, culpabilizando e/ou julgando pessoas de forma preconceituosa, reducionista e fragmentada. É de suma importância abordar situações de violência sexual, considerando a complexidade desse fenômeno, que envolve aspectos individuais, coletivos, culturais, econômicos e políticos.

As violências sexuais ferem a intimidade das pessoas. É difícil para as mulheres falarem de algo que é cercado por tabu e preconceito. Com relação aos aspectos psicológicos encontrados em pessoas em situação de violência, é necessário frisar que o sentimento de vergonha e culpa são intensos. A maioria das vítimas de violências sexuais acreditam que algo que elas possuem em seu corpo, e/ou em sua maneira de ser, atrai essa forma de violência. Culpa construída historicamente em razão da cultura do estupro, do machismo e do patriarcado. A culpa não é e nunca será da vítima.

O ato de denunciar situações de violência envolve um processo de muito sofrimento, onde mulheres ensaiam repetidamente como revelar e ao mesmo tempo evitam a revelação pelo medo de não serem compreendidas, julgadas e responsabilizadas pela violência em que, na verdade, foram as vítimas. Em especial, nessa situação, há fatores que aumentam a vulnerabilidade por se tratar de mulheres que buscaram ajuda espiritual, em momento de dor, angústia e desespero, e ali depositavam esperança de cura.

Reafirmamos o compromisso da Psicologia com a construção de uma sociedade que respeite a diversidade, que seja democrática e que trate com dignidade e respeito todas as pessoas que denunciam as violações de direitos.

CFP toma posse em nova gestão do Conselho Nacional dos Direitos Humanos

Foram empossadas(os), nesta segunda-feira (10), novas as conselheiras e conselheiros eleitos para o biênio 2018-2020 no Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH). Para a próxima gestão, o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Rogério Giannini, assume a vaga dessa representação, sendo a terceira vez que o CFP atua como conselheiro na CNDH, desde 2014.

O presidente do CFP reconhece o CNDH como um instrumento fundamental para a sociedade, o qual afirma e reafirma os princípios da Psicologia, já que no código de ética da profissão, o trabalho da psicóloga e do psicólogo, em última instância, é defesa e a promoção de direitos humanos. “Estamos aqui por mais dois anos, para continuar nessa luta”, conclui Rogério Giannini.

Na mesma oportunidade da posse, houve a eleição da nova presidência e mesa diretora e foi apresentado o Relatório de Atividades do biênio 2016-2018, com a compilação das realizações do CNDH no período, incluindo o acompanhamento de casos emblemáticos, como o massacre de Pau D’Arco e o assassinato da vereadora Marielle Franco, além de missões, resoluções, eventos, entre outras atividades.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CDHN) é um órgão do estado brasileiro, desvinculado dos governos e tem uma independência funcional.  Ele é um órgão colegiado de composição paritária que tem por finalidade a promoção e a defesa dos direitos humanos no Brasil através de ações preventivas, protetivas, reparadoras e sancionadoras das condutas e situações de ameaça ou violação desses direitos, previstos na Constituição Federal e em tratados e atos internacionais ratificados pelo Brasil.

Relatório sobre comunidades tradicionais

À tarde, durante o evento, o conselheiro do CFP Paulo Maldos apresentou o documento “Povos Livres, Territórios em Luta – Relatório sobre os Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais”. No texto, que contêm 76 páginas, são abordados os conceitos de povos e comunidades tradicionais, as quatro missões realizadas pela CNDH pelo país, principais violações que esses sofreram segundo os relatos, além de recomendações.

Durante a leitura, Maldos elencou as agressões que essas comunidades vêm sofrendo tanto por agentes do Estado, quanto por interesses comerciais naquelas regiões. Entre os relatos, o conselheiro do CFP que fazia parte do CNDH na gestão anterior classificou como “chocante” o caso ocorrido na Comunidade Antônio Maria Coelho, no município de Corumbá (MS), destacando que a empresa mineradora MMX tentou destruir o cemitério daquela localidade.

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Diálogo Digital vai abordar proteção e respeito às pessoas com HIV

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai realizar na próxima semana, dia 20 de dezembro, às 16h, o Diálogo Digital: a Psicologia em proteção e pelo respeito às pessoas com HIV. A atividade marca o Dia Internacional da Luta contra a Aids, comemorado anualmente em 1º de dezembro e será transmitida ao vivo pelo site do www.cfp.org.br.

Você pode participar do diálogo enviando perguntas para o e-mail comunica@cfp.org.br. Aproveite e confirme sua presença pelo facebook e ajude a divulgar o evento utilizando a hashtag #DiálogosCFP nas redes sociais.

Participam desta edição o psicólogo com experiência em Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) e Aids, Direitos Humanos da população LGBT e pessoas vivendo com HIV e Aids, Theofilo Gravinis; a diretora técnica do Núcleo de Populações Vulneráveis da gerência de Prevenção do programa Estadual de DST Aids, Fabíola Santos Lopes; e a consultora técnica em Assistência e Tratamento, do Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Paula Emília Adamy.

Sob o olhar da Psicologia, falar sobre viver com HIV é falar sobre afetividade, garantia de direitos e reconhecer o momento do luto e a hora da ressignificação. É também reconhecer a importância da presença da sociedade civil organizada na participação de propostas e manutenção de políticas públicas para pessoas que vivem com HIV.

No Brasil, segundo o último boletim epidemiológico do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), do HIV/Aids e das hepatites virais, no período de 2000 até junho de 2017, foram notificadas 108.134 gestantes infectadas com HIV. Portanto, essa informação mostra a necessidade de manter ativos os espaços de diálogo sobre direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, pois a epidemia de HIV/Aids evidencia um número significativo de mulheres infectadas com HIV, com práticas sexuais heterossexuais, que em sua maioria relatam viver relações monogâmicas com seus parceiros, e que muitas vezes também são vítimas de violência doméstica.

Outra constatação, segundo o mesmo boletim, é o aumento de novos casos entre a população de jovens e jovens adultos. No período de 2007 a 2017, o que se refere às faixas etárias, observou-se que a maioria dos casos de infecção pelo HIV encontra-se entre pessoas de 20 a 34 anos, com percentual de 52,5% dos casos.

Todos esses números, entretanto, poderiam ser bem maiores, pois o que fez toda a diferença no crescimento e no perfil da epidemia de HIV/Aids no Brasil, foi o avanço nos últimos 10 anos das políticas públicas e campanhas que buscavam reduzir o estigma e o preconceito. Houve também o aumento de recursos para capacitações de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), o investimento no diagnóstico precoce com uso de novas tecnologias, como o teste rápido e o fluido oral, e o aumento de novos serviços especializados em IST e Aids em todo Brasil.

Com isso, entre muitos desafios que a epidemia de HIV e Aids, é urgente a manutenção das políticas públicas relacionadas aos programas de IST e Aids, tanto nos municípios como nos estados, pois uma política de saúde que investe na autonomia das pessoas e não no policiamento dos corpos, oferece uma maior possibilidade de sucesso de seus resultados. Também é necessária a continuidade das equipes multiprofissionais, a ampliação dos espaços de diálogo, o respeito e o reconhecimento de profissionais da Psicologia que atuam na linha de frente do enfrentamento a epidemia de HIV e Aids.

O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi criado durante Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, a data passou a ser adotada a partir de 1988, após publicação de portaria assinada pelo Ministério da Saúde. Em outubro de 2017, foi aprovada pelo Senado Federal a Lei 13.504, que instituiu a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis. O laço vermelho, símbolo da campanha, é muito popular e reconhecido em todo o mundo. Foi escolhido devido a sua associação ao sangue e à ideia de paixão, afirma Frank Moore, do grupo Visual Aids, e inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos na Guerra do Golfo.

Aqui no Brasil, o dia 1° de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, é uma data que marca a luta e resistência, momento unir forças a favor da vida de mais de 800 mil pessoas que vivem com HIV no país: homens, mulheres, crianças, idosos, jovens, heterossexuais, bissexuais e homossexuais que vivem com HIV.

Conheça as(os) participantes convidadas(os) desta edição do Diálogo Digital:

Theófilo Gravinis

Psicólogo clínico com formação em Psicodrama, especialista em Gestão em Saúde – Fundação Oswaldo Cruz (RJ). Experiência em IST e Aids, Direitos humanos da População LGBT e Pessoas Vivendo com HIV e Aids. É professor visitante da Escola de Saúde Publica do Ceará. Experiência profissional no SUS e SUAS, ex conselheiro do CRP- 11 e atuação de consultoria junto a Unicef.

Fabíola Santos Lopes

Psicóloga atuou por 15 anos na Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, estando a frente do Departamento de Proteção Social Especial na implantação do Suas no Estado de São Paulo. Atualmente é diretora técnica do Núcleo de Populações Vulneráveis, da gerência de Prevenção do programa Estadual de DST Aids, sendo interlocutora das questões que afetam a população LGBTI. É também representante da Secretaria de Estado da Saúde no Comitê Intersecretarial para a Diversidade Sexual e no Conselho Estadual dos Direitos da População LGBT.

Paula Emília Adamy

Psicóloga Sanitarista graduada em Psicologia pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos, pós-graduada em Residência Multiprofissional em Saúde Coletiva e em Saúde Coletiva com ênfase em Atenção Básica e Redução de Danos pela Escola de Saúde Pública do Rio Grande do Sul. Possui especialização em Educação Permanente em Saúde e é mestre em Psicologia Social e Institucional pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social e Institucional, pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). É consultora técnica para a área de Assistência e Tratamento, do Departamento de IST, HIV/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde.

Avaliação psicológica: cirurgia bariátrica e de readequação genital

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai promover na próxima quarta-feira, 5 de dezembro, às 16h, mais um Diálogo Digital, dessa vez  sobre o tema “Avaliação Psicológica: cirurgia bariátrica e de readequação genital”.  Esse é o último da série de Diálogos Digitais de 2018 sobre avaliação psicológica, que fazem parte da Campanha dos 15 anos do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi).

Você pode participar do diálogo enviando perguntas para o e-mail comunica@cfp.org.br. Aproveite e confirme sua presença pelo facebook e ajude a divulgar o evento utilizando a hashtag #DiálogosCFP nas redes sociais.

Assista on-line

Diálogo Digital Avaliação Psicológica: cirurgia bariátrica e de readequação genital

? AO VIVODiálogo Digital Avaliação Psicológica: cirurgia bariátrica e de readequação genital. ?Deixe seu comentário e compartilhe esta transmissão!

Publicado por Conselho Federal de Psicologia em Quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Participam do diálogo a psicóloga Ana Paula Noronha, doutora em psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC/Campinas), Fernanda Gonçalves, psicóloga, doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo Instituto de Psiquiatria e Ângelo Brandelli Costa, professor do Programa de Pós-graduação em Psicologia.

A cirurgia bariátrica tem o objetivo de promover qualidade de vida, mas pesquisas revelam altas correlações no pós-operatório como suicídio, depressão, comportamento antissocial entre outros, tornando urgente a necessidade da discussão da referida temática. Sendo assim, o procedimento exige o acompanhamento de equipe multiprofissional para sua autorização e realização. Dentre os exames obrigatórios está o atestado de saúde mental, que poderá ser emitido por psicólogos e psiquiatras.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), em pesquisa realizada em 2017, revelou que entre 2008 e 2016, o número de cirurgias bariátricas realizadas no Brasil cresceu 163%.

Mas apesar da grande demanda de avaliação psicológica para o contexto da cirurgia bariátrica, existe uma escassez de estudos e instrumentos que possuam evidência de validade para o referido contexto. Além das deficiências técnicas, existem muitos problemas éticos que envolvem o processo de avaliação psicológica e que podem impactar no adoecimento do paciente no pós-cirúrgico.

Cirurgia de readequação genital

A maneira como a sociedade tem encarado a diversidade de gênero tem sofrido grandes transformações recentes. A transexualidade e travestilidade tem sido vistas como uma variação da normalidade, da diversidade humana e menos como uma psicopatologia.

Essas transformações repercutiram nas áreas da saúde, em especial na psicologia. Um exemplo disso é a nova edição da Classificação Internacional de Doenças, que removeu a transsexualidade do capítulo de doenças mentais para um capítulo de saúde sexual geral.

Sendo assim, a crescente estruturação do processo transexualizador no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) e da rede privada de serviços de saúde, é importante discutir o papel da Psicologia na avaliação e encaminhamento das pessoas trans e travestis, como no caso da realização de cirurgia de readequação genital.

Refletindo essa tendência, o CFP publicou no início deste ano a Resolução 001/2018, que trata das boas práticas na atenção em saúde das pessoas trans e travestis no contexto da Psicologia, inclusive da avaliação psicológica.

Conheça os participantes do Diálogo Digital:

Ana Paula Noronha é doutora em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC/Campinas) e professora do Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco. Pesquisa os temas avaliação e testes psicológicos. É bolsista produtividade em pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)  e integrante da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP) do CFP.

Fernanda Gonçalves é psicóloga, doutoranda da Universidade Federal do Rio de Janeiro pelo Instituto de Psiquiatria, mestre em avaliação psicológica e construção de instrumentos, docente da universidade Estácio de Sá, editora da revista psicologia e Conexões.

Ângelo Brandelli Costa é professor do Programa de Pós-graduação em Psicologia, coordenador do Grupo de Pesquisa Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais, pesquisador do Programa de Identidade de Gênero do Hospital de Clínicas de Porto alegre e Conselheiro Titular do Conselhor Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul.

Saiba quais foram os demais diálogos digitais deste ano em comemoração aos 15 anos do Satepsi:

Diálogo Digital: Avaliação Psicológica e Inclusão

Diálogo Digital do CFP discute testes psicológicos

Diálogo digital: avaliação psicológica compulsória

 

 

A Psicologia em proteção e pelo respeito às pessoas com HIV

Para reforçar a solidariedade, a tolerância, a compaixão e a compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV/Aids,  o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai promover, dia 20 de dezembro, às 16h, o Diálogo Digital: a Psicologia em proteção e pelo respeito às pessoas com HIV. A atividade, que marca o Dia Internacional da Luta contra a Aids, comemorado anualmente em 1º de dezembro, será transmitida ao vivo pelo site do www.cfp.org.br.

Você pode participar do diálogo enviando perguntas para o e-mail comunica@cfp.org.br. Aproveite e confirme sua presença pelo facebook e ajude a divulgar o evento utilizando a hashtag #DiálogosCFP nas redes sociais.

O Dia Mundial de Luta contra a Aids foi criado durante Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987, com apoio da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, a data passou a ser adotada a partir de 1988, após publicação de portaria assinada pelo Ministério da Saúde. Em outubro de 2017, foi aprovada pelo Senado Federal a Lei 13.504, que instituiu a Campanha Nacional de Prevenção ao HIV/Aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (o Dezembro Vermelho). O laço vermelho, símbolo da campanha, é muito popular e reconhecido em todo o mundo. Foi escolhido devido a sua associação ao sangue e à ideia de paixão, afirma Frank Moore, do grupo Visual Aids, e inspirado no laço amarelo que honrava os soldados americanos na Guerra do Golfo.

Sob o olhar da Psicologia, falar sobre viver com HIV é falar sobre afetividade, garantia de direitos e reconhecer o momento do luto e a hora da ressignificação. É também reconhecer a importância da presença da sociedade civil organizada na participação de propostas e manutenção de políticas públicas para pessoas que vivem com HIV.

No Brasil, segundo o último boletim epidemiológico do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), do HIV/Aids  e das hepatites virais, no período de 2000 ate junho de 2017, foram notificadas 108.134 gestantes infectadas com HIV. Portanto, essa informação nos apresenta a necessidade de manter ativos os espaços de diálogo sobre direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, pois a epidemia de HIV/Aids evidencia um número significativo de    mulheres infectadas com HIV, com práticas  sexuais heterossexuais, que em sua maioria relatam viver relações monogâmicas com seus parceiros, e que muitas vezes também são vítimas de violência doméstica.

Outra constatação, segundo o mesmo boletim, é o aumento de novos casos entre a população de jovens e jovens adultos. No período de 2007 a 2017, o que se refere às faixas etárias, observou-se que a maioria dos casos de infecção pelo HIV encontra-se entre pessoas de 20 a 34 anos, com percentual de 52,5% dos casos.

Acreditamos que todos esses números poderiam ser bem maiores, pois o que fez toda a diferença no crescimento e no perfil da epidemia de HIV/Aids no Brasil, foi o avanço nos últimos 10 anos  das políticas públicas e campanhas que buscavam reduzir o estigma e o preconceito. Houve também o aumento de recursos para capacitações de profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), o investimento no diagnóstico precoce com uso de novas tecnologias, como o teste rápido e o fluido oral, e o aumento de novos serviços especializados em IST e Aids em todo Brasil.

Com isso, entre muitos desafios que a epidemia de HIV e Aids,  é urgente a manutenção das políticas públicas relacionadas aos programas de IST e Aids, tanto nos municípios como nos estados, pois uma política de saúde que investe na autonomia das pessoas e não no policiamento dos corpos, oferece uma maior possibilidade de sucesso de seus resultados. Também é necessária a continuidade das equipes multiprofissionais, a ampliação dos espaços de diálogo, o respeito e o reconhecimento dos nossos profissionais da Psicologia que atuam na linha de frente do enfrentamento a epidemia de HIV e Aids.

Sendo assim, o dia 1° de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids, é uma data que marca a luta e resistência, momento unir forças a favor da vida de mais de 800 mil pessoas que vivem com HIV no Brasil: homens, mulheres, crianças, idosos, jovens, heterossexuais, bissexuais e homossexuais que vivem com HIV.

Participe da pesquisa sobre atuação das psicólogas e psicólogos na Raps

O Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop) do Sistema Conselhos de Psicologia inicia a fase quantitativa da pesquisa sobre atuação de psicólogas(os) no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). O questionário on-line ficará disponível até 29 de março de 2019.

A participação é voluntária e consiste na resposta aos itens do questionário composto por questões fechadas e abertas que permitam investigar a inserção das(os) psicólogas(os) na RAPS. Dados pessoais ou quaisquer informações que possam gerar identificação não serão disponibilizados em hipótese alguma, assegurando a confidencialidade, o sigilo e a privacidade daquelas(es) que fizerem parte da pesquisa.

Lembrando que a fase qualitativa já foi iniciada e segue ocorrendo paralelamente à fase quantitativa, com a coleta realizada nos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todo o país. Procure o seu regional para demais informações sobre atividades relacionadas à pesquisa.

 

V CBP: o grande encontro entre a ciência e a profissão

Entre os dias 14 e 18 de novembro, ocorreu o V Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão. Com mais de 14 mil inscritos, de todos os estados do país, e 5 mil trabalhos apresentados, este foi o maior congresso da história da Psicologia brasileira, mostrando uma Psicologia diversa, plural e unida.

Para o presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e secretário executivo do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb), Rogério Giannini, o CBP já era um congressão e passou agora ao status de “congressaço”, “sendo um espaço de encontros, em que a ciência encontra a profissão e em que a ciência e profissão encontram a sociedade brasileira”.

O coordenador do V CBP e conselheiro do CFP, Fabián Rueda, afirmou que esta 5ª edição contou com o maior envolvimento da história do CBP por parte das 26 entidades quem compõem o Fenpb. “Todas arregaçaram as mangas e o produto final de 21 meses de preparação é o maior congresso da história da Psicologia brasileira”.

“O V CBP deixa em evidência a união da Psicologia brasileira. A Psicologia brasileira está dando o seu recado: nós somos muitas e muitos, diversas e diversos, somos plurais. A Psicologia brasileira está unida e dialogando com todas e todos que querem pensar uma Psicologia que promova a igualdade, o respeito e a defesa dos direitos humanos como condições inegociáveis”, declarou.

No encerramento, na noite do domingo (18), foram distribuídas rosas aos participantes. E, inspirado na já tradicional escultura humana formada pelos participantes do encontro – que nesta edição compôs a imagem intitulada “a rede”-, Fabián Rueda convidou a todas e todos presentes no auditório a unirem as mãos, como símbolo do quanto a categoria precisa estar junto para defender a Psicologia. “Com paz, união e diálogo, toda Psicologia nos interessa. Assim, nos encontraremos em 2022 no VI CBP e, até lá, ninguém vai soltar a mão de ninguém”, finalizou Rueda.

O V CBP

Durante o encontro, ocorreram diversas atividades como rodas de conversa “conversando sobre”, “mesas redondas”, “simpósios ciência e profissão” e “simpósios magnos”, “conferências”, “oficinas” “como eu faço”, os “Diálogos Impertinentes”, os “Diálogos Latino-Americanos”, as comunicações orais, e também a apresentação de pôsteres.

Vários espaços puderam ser percorridos durante a realização do congresso, como o estande do Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb) – no qual o CFP esteve presente ativamente, distribuindo material produzido pelo Sistema Conselhos de Psicologia para a categoria –, além de espaços temáticos, como o “Espaço do Brincar”, o espaço sobre Relações Raciais, o “CORAge”, e os espaços “Corpo”, “PAZ” e “Bebê”.

O evento também foi a oportunidade para a realização de reuniões organizativas de associações, entidades e estudantes de Psicologia. Além disso, foram lançadas publicações do CFP, como a edição especial da Revista Ciência e Profissão, sobre os 15 anos do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI) e o livro Referências técnicas para atuação de psicólogas(os) em Políticas Públicas de mobilidade humana e trânsito. O CFP também certificou os ganhadores do “Prêmio Profissional: Avaliação Psicológica e Inclusão”.

V CBP nas redes

O V CBP também esteve presente nas redes sociais. O Conselho Federal de Psicologia garantiu a transmissão ao vivo das principais mesas, alcançando mais de 179 mil pessoas apenas pelo Facebook do CFP. Já as postagens no Instagram foram visualizadas por 73 mil pessoas, com 10 mil curtidas ao total.

Diálogo Digital debate novidades sobre o Atendimento On-line

Com o objetivo de informar e orientar profissionais de Psicologia e a população acerca da Resolução CFP 11/2018, que regulamenta os Serviços Psicológicos prestados por meio de Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) vai realizar o Diálogo Digital “Novidades sobre o Atendimento On-line”, no dia 6 de novembro, às 15h, com transmissão ao vivo pelo site www.cfp.org.br.

Para receber notificações sobre a transmissão ao evento ao vivo, confirme presença no evento do Facebook.

A nova resolução CFP 11/2018 entrará em vigor no dia 10 de novembro. O trabalho de atualização da regulamentação desta matéria foi deliberado pelo Sistema Conselhos a partir de demanda da categoria, que vivencia como toda a população o crescimento exponencial do uso das tecnologias de informação e comunicação em seu dia a dia e em seus contatos profissionais.

Com a profusão do acesso aos meios digitais, observamos mudanças tanto na forma como as pessoas estabelecem suas relações quanto em suas práticas profissionais. Também na prática profissional da(o) psicóloga(o) estas mudanças vêm ocorrendo.

Neste sentido, a prestação de Serviços Psicológicos por meio de Tecnologia de Informação e Comunicação (TICs) tem sido pauta no Sistema Conselhos de Psicologia desde a década de 1990 e a partir de então vem atualizando suas resoluções até chegarmos na versão atual.

O Diálogo Digital pretende responder as seguintes questões:

. Como os Serviços Psicológicos por meio de Tecnologia de Informação e Comunicação são regulamentados em outros países?

. Quais as pesquisas que já temos acerca da eficácia destes serviços?

. Como esta resolução foi construída?

. Quais as principais mudanças da nova resolução?

. Como fazer para prestar Serviços Psicológicos por meio de Tecnologia de Informação e Comunicação?

. Quais os parâmetros técnicos, metodológicos e éticos para prestação deste serviço?

Participe do Diálogo Digital. O evento, realizado na sede do CFP, em Brasília, será transmitido ao vivo via site, Facebook e Youtube.

Você também pode enviar perguntas pelas redes sociais do CFP: pelo Youtube; no evento do Facebook; e twitter. Envie sua dúvida com a hashtag #DialogosCFP. Questionamentos também podem ser transmitidos para o e-mail comunica@cfp.org.br.


Conheça as participantes desta edição:

MARIA ADÉLIA MINGHELLI PIETA

Psicóloga, Mestre (2009) e Doutora (2014) em Psicologia pela UFRGS, com estágio de doutorado no IoPPN – King’s College London. É pós-doutoranda pelo Programa Nacional de Pós-Doutorado da CAPES no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da UFRGS. Tem interesse no estudo de psicoterapias, psicoterapia on-line, intervenções baseadas na Internet e aliança terapêutica.

IONARA VIEIRA MOURA RABELO

Psicóloga, Doutora em Psicologia pela UNESP-ASSIS (2011) com estágio sanduíche na República Dominicana (INSTRAW/ ONU Mulheres). Professora adjunta da Universidade Federal de Goiás/ Regional Goiás e professora da Universidade Paulista (UNIP- Campus Flamboyant/Goiânia). Psicóloga do Núcleo de Vigilância às Violências e Promoção da Saúde, Secretaria Municipal de Saúde da cidade de Goiânia. É pesquisadora do Núcleo de Estudos sobre Violência e Gênero da UNESP-Assis. Psicóloga na organização Médicos sem Fronteiras com missões nos Territórios Ocupados da Palestina (2011), Tabatinga-Amazonas (2012), fronteira da Turquia e Síria (2014 e 2015), projeto de Ebola (Liberia, 2015) e Equador (2016). Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Social e Saúde atuando principalmente nos seguintes temas: saúde mental, gênero, psicologia da gestão integral de riscos e desastres, violência e saúde coletiva.

ROSANE GRANZOTTO

Conselheira do CFP, graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1977). Especialista em Psicologia Clínica (CFP – 2001). Mestre em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005). Psicoterapeuta, coordenadora e professora do curso de Especialização em Gestalt-terapia do Instituto Granzotto de Psicologia Clínica Gestáltica. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase na diagnose e na intervenção terapêutica, atuando principalmente nos seguintes temas: clínicas gestálticas, ética e fenomenologia. Estuda pintura e seus processos desde 2008. Coordenadora do Projeto Inclusão Psicossocial na Cultura, aprovado pelo Ministério da Cultura e desenvolvido pelo Instituto Granzotto de Psicologia Clínica Gestáltica.

CFP promove oficina sobre Código de Processamento Disciplinar (CPD)

Para aprimorar o andamento dos Conselhos Regionais sobre fluxo dos processos éticos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Secretaria de Orientação e Ética (SOE), promoveu, no último dia 20 de outubro, a oficina de treinamento em Código de Processamentos Disciplinar (CPD). Participaram do encontro o presidente e um técnico de cada uma das Comissões de Orientação e Ética (COE) dos Conselhos Regionais de Psicologia do Mato Grosso do Sul (14), Alagoas (15), Rio Grande do Norte (17), Mato Grosso (18), Sergipe (19), Amazonas, Roraima e Rondônia (20), Piauí (21), Maranhão (22) e Tocantins (23).

O evento favoreceu a troca de experiências entre cada um dos CRPs participantes para aprimoramento de condutas e medidas relacionadas à orientação e fiscalização do exercício profissional da psicóloga e psicólogo, promovendo assim a otimização de tempo e orçamento para a realização de atividades relacionadas ao Código de Ética Profissional do Psicólogo (CPD).

Exposição comemora os 15 Anos do Programa de Volta para Casa

O presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Rogério Giannini, participou no dia 16 de outubro, da abertura da exposição fotográfica “Morar em Liberdade: 15 anos do Programa de Volta para Casa”, na Procuradoria Geral da República (PGR), em Brasília. A exposição retrata o cotidiano de egressos de hospitais psiquiátricos de Barbacena (MG). Iniciativa marca os 15 anos do Programa de Volta para Casa. A mostra é uma iniciativa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Brasília), do Ministério da Saúde e da TV Pinel e seguirá aberta ao público até o dia 30 de outubro.

Durante fala de abertura, a curadora da exposição e pesquisadora do Núcleo de Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas da Fiocruz Brasília, Fernanda Severo, contou que a mostra que é composta de fotos e relatos de pessoas que se refizeram da triste experiência de anos vividos em privação de liberdade no hospital psiquiátrico de Barbacena (MG). Segundo ela, não eram só pessoas com doença mental que eram levadas a essas instituições, “qualquer um de nós, por qualquer atitude que “envergonhasse” nossas famílias, poderíamos ser internados”.

Para o presidente do CFP, Rogério Giannini, que também participou do diálogo, “o hospício” só aparece como institucionalidade porque ele se alimenta dessa cultura. “O manicômio não é uma arbitrariedade de um maluco e não está relacionado somente com a saúde e a doença mental, mas ele reflete uma relação com a própria sociedade”.

Também participaram do evento a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Deborah Duprat, a diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, o procurador da República Diego Fajardo (integrante do Grupo de Trabalho Saúde Mental da PFDC), Miriam Abouyd, representante do Fórum Mineiro de Saúde Mental e Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila), além de beneficiários do Programa Volta para Casa no Distrito Federal, que falaram sobre como o projeto os ajudou a resgatar a dignidade de voltar ao convívio social.

O Programa de Volta para Casa hoje atende mais de quatro mil pessoas, foi instituído em 2003 e prevê o pagamento mensal de um benefício (chamado de auxílio-reabilitação) no valor de R$ 412,00 para pessoas com histórico de longos períodos de internação em hospitais psiquiátricos (ao menos dois anos ininterruptos). O objetivo do Programa, como parte das estratégias de desinstitucionalização da Rede de Atenção Psicossocial – RAPS, é colaborar com a inclusão social das pessoas que vivem com sofrimentos psíquicos, favorecer o convívio social em comunidade e assegurar o exercício pleno de seus direitos civis, políticos e de cidadania.