Solenidade de posse do XVIII Plenário do CFP

Em solenidade de posse, na noite deste sábado (14) em Brasília, foi apresentado o novo Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), que vai gerir a maior entidade da Psicologia brasileira no período 2019-2022. O XVIII Plenário do CFP será formado pelas(os) 22 conselheiras(os) que compuseram a chapa 21, “Frente em Defesa da Psicologia Brasileira”, que recebeu o maior número de votos da categoria na Consulta Nacional, entre 23 a 27 de agosto deste ano.

A cerimônia contou com a presença de todos os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs), além de entidades da Psicologia brasileira e de outros Conselhos Profissionais. Compuseram a primeira mesa da noite o atual presidente do CFP, Rogério Giannini; a presidente eleita, Ana Sandra Fernandes Arcoverde Nóbrega; a psicóloga e diretora da Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (ABRAPEE), Roseli Caldas, representando Fórum das Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (Fenpb); Maria Cristina de Araújo, do Conselho Federal de Economia (Cofecon); Danilo Alves Montovane, do Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFA); e Lylia Rojas, do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS).

Em seu discurso, Rogério Giannini reconheceu que os últimos três anos foram de muito trabalho, aprendizado e de resistência. Ele fez um balanço das importantes conquistas e realizações do CFP neste período que esteve à frente a Autarquia, agradecendo à Diretoria e a todo o Plenário, “notadamente comprometido”, e que esteve com ele nesta caminhada.

“Nossa gestão assumiu como seu eixo estruturante a defesa da democracia. Em nosso seminário de planejamento, em 2017, avaliamos que seriam anos difíceis, mas decidimos e definimos que resistiríamos. E resistimos, quando defendemos os princípios do nosso Código de Ética, quando exercemos nosso compromisso de promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades, quando promovemos uma Psicologia rigorosa do ponto de vista técnico, ético e científico, quando zelamos para que o exercício profissional fosse efetuado com dignidade e também lutamos pela ampliação do campo profissional. Para nós, resistir significou olhar para frente, vislumbrar novos futuros e, assim, encantar pessoas, grupos, coletivos, movimentos para descobrirem a potência da Psicologia brasileira para cuidar de pessoas e incidir na sociedade e na história”

Giannini lembrou momentos como o da defesa da Resolução CFP nº 01/99 e da Resolução CFP nº 01/18; pontuou ações de promoção da saúde de indivíduos e das coletividades, como as inspeções às comunidades terapêuticas e aos hospitais psiquiátricos; rememorou a realização dos seminários de Políticas Públicas, atualização das referências técnicas do Crepop; e as realizações do V Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (V CBP) e do 10º Congresso Nacional da Psicologia (CNP).

Finalizou dando as boas-vindas à nova gestão do CFP, mas antes agradeceu a dedicação de funcionários, membros do plenário e da diretoria do CFP, pelo empenho e dedicação junto à última gestão. “Resistimos e provemos uma Psicologia rigorosa, do ponto de vista técnico e ético e científico”.

Gestão será de união e ousadia

Em seu discurso de posse, a presidente do XVIII Plenário do CFP, Ana Sandra Nóbrega, agradeceu ao presidente Giannini e a todo o XVII Plenário, a qual ela fez parte, pela parceria, solidariedade e afetos. “A Psicologia tem um projeto de sociedade para o Brasil e é por isso que nós estamos aqui”.

Ao lado dos membros do novo Plenário, Ana Sandra falou sobre a importância da união desse novo grupo e da parceria com os membros que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia. Ela reafirmou o compromisso de continuar trabalhando em conjunto com todas as entidades da Psicologia, construindo uma Psicologia plural, diversa e comprometida com o enfrentamento das desigualdades sociais. “Gratidão por chegarmos a esse momento de uma forma jamais vista na história da Psicologia brasileira. Gratidão por chegarmos a este momento unidos.”

Para ela, união e ousadia foram dois aspectos fundamentais para que fosse possível viver esse momento atual da Psicologia. “A Frente em Defesa da Psicologia Brasileira surgiu da vontade de construir coletivamente, democraticamente, juntos e juntas. Essa Frente, cheia de sonhos e de projetos, hoje se transforma em gestão movida pela responsabilidade de executar o projeto de sociedade, expresso por uma categoria que baliza o seu saber e o seu fazer na afirmação da dignidade humana. Temos pela frente o desafio de tocarmos, juntas e juntos, as ações a as políticas da maior entidade da Psicologia do país. Sabemos que os novos tempos exigirão muito de nós, daí a necessidade histórica de constituição de uma Frente, que é diversa, plural, mas acima de tudo, que é unida. Nós queremos união na diversidade, querendo união reconhecendo, respeitando e valorizando as diferenças. Queremos uma Psicologia comprometida com o enfrentamento de toda e qualquer forma de preconceito e discriminação. Queremos uma Psicologia que compreenda e defenda as nossas demandas e necessidades para o bom exercício profissional. Afinal, sabemos que zelar pela prestação de serviços a sociedade é também zelar pelas boas condições de trabalho e pela valorização de nossa categoria.”

Ana Sandra Nóbrega afirmou que a Psicologia tem muito o que dizer e o que fazer na Saúde, na Assistência Social, na Educação, nos Sistemas de Justiça e Segurança Pública, nas organizações, na Clínica, no Esporte, no Trânsito, na Mobilidade Humana, nas políticas de Saúde Mental e nas políticas sobre drogas. “Temos grandes desafios na defesa das populações vulnerabilizadas, das pessoas com deficiência, das crianças e adolescentes, da população em situação de rua, dos povos indígenas, comunidades tradicionais e quilombolas, seguiremos um enfrentamento à LGBTFobia, ao machismo, ao sexismo, ao racismo, à xenofobia.”

A presidente eleita também reafirmou publicamente os compromissos que a nova gestão assumiu junto a todas as psicólogas psicólogos. “São muitos os direitos sob ataque, são muitos os direitos a defender. Não podemos e não abriremos mão dessa escolha ética, científica e política. Toda essa reflexão me leva a afirmar que, aquilo que nos permitiu chegar até aqui é o mesmo que nos possibilitará chegar e seguir em frente e exitosos ao longo dos próximos três anos. Tenham vocês votado ou não na nossa chapa, saibam que estaremos unidos, trabalhando para execução do projeto de Psicologia e de sociedade, construídos nos espaços democráticos e de participação da categoria, como os Congressos Regionais de Psicologia, os Coreps, e o Congresso Nacional da Psicologia, o CNP. Contamos com todas e todos e peço a vocês que contem também conosco.”

E finalizou afirmando que “apenas unidos, conseguiremos levar adiante um projeto tão ousado quanto esse, chamado de Psicologia Brasileira. Somos uma frente e seguremos em frente oferecendo ainda mais daquilo que temos sido ao longo das últimas décadas: democracia, ética, diversidade, direitos humanos, rigor científico e compromisso social.”

Ana Sandra também falou em memória à psicóloga e membro do XVII Plenário do CFP, Cleia Cunha e, também, à funcionária do CFP, Veracy Fernandes; ambas ajudaram a construir a história desta Autarquia. Ela também agradeceu aos familiares presentes pelo carinho, parceria e dedicação.

Confira os nomes dos novos integrantes do 18º Plenário CFP:

Ana Sandra Nóbrega/PB – Presidente
Anna Carolina Lo Bianco/RJ – Vice-presidente
Fabián Rueda/SP – Secretário-geral
Norma Cosmo/MS – Tesoureira
Adinete Sousa da Costa Mezzalira/AM
Alessandra Santos de Almeida/BA
Ana Paula Soares da Silva/SP
Célia Zenaide da Silva/SP
Dalcira Ferrão/MG
Isabela Saraiva de Queiroz/MG
Izabel Hazin/RN
Jesus Moura/PE
Juracy Toneli/SC
Katya Luciane de Oliveira/PR
Losiley Alves Pinheiro/MA
Marina de Pol Poniwas/PR
Marisa Helena Alves/MT
Neuza Guareschi/RS
Robenilson Barreto/TO
Rodrigo Acioli Moura/RJ
Tahiná Khan/GO
Virgílio Bastos/BA

 

PL da Psicologia e do Serviço Social nas Redes Públicas de Educação Básica poderá ser promulgada em até 48 horas

O presidente do Congresso Nacional acaba de encaminhar, nesta terça-feira (10), mensagem à Presidência da República com o texto do Projeto de Lei nº 3.688/2000, que dispõe sobre serviços de Psicologia e de Serviço Social nas Redes Públicas de Educação Básica para promulgação. O poder executivo tem o prazo de até 48 horas para publicar a lei. Caso isso não ocorra, o Congresso Nacional tem igual prazo para sua promulgação.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), demais entidades da Psicologia e o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS) fizeram todo um esforço de mobilização contra o veto integral da Presidência da República ao PL nº 3.688/2000, garantindo a derrubada do veto. Aprovado pela Câmara dos Deputados em 12 de setembro de 2019, o projeto é importante instrumento na promoção das relações de respeito e enfrentamento à violência escolar.

Acompanhe as ações de mobilização sobre o tema.

Prêmio da Ulapsi em homenagem a Marcus Vinícius

Reconhecer e divulgar o trabalho de coletivos que tenham a participação de profissionais da Psicologia pela defesa dos Direitos Humanos na América Latina e homenagear o psicólogo Marcus Vinicius de Oliveira. Esses são os objetivos do 1º Prêmio Marcus Matraga* (Marcus Vinícius de Oliveira), promovido pela União Latino-americana de Entidades da Psicologia (Ulapsi). Saiba mais sobre a premiação no site da Ulapsi.

A secretária geral da Ulapsi, Inea Arioli, explica que prêmio se configura como merecido reconhecimento a Marcus Vinicius, psicólogo brasileiro que foi coordenador do Grupo de Trabalho sobre Psicologia e Direitos Humanos da entidade e um de seus fundadores e impulsionadores. “Esse é um reconhecimento por um homem que deu a vida e morreu pela defesa dos grupos excluídos”, completa Arioli.

A Ulapsi é uma entidade que tem como proposta produzir uma Psicologia latino-americana, descolonizada, comprometida com as demandas da América Latina, como a diminuição da desigualdade, na luta pelos direitos humanos. Arioli enfatiza a importância da Psicologia como ciência e profissão e que pode atestar sobre quão danoso para o desenvolvimento humano é a violência, a miséria, a humilhação, a exclusão e a fome, enfim, a violação de uma maneira geral dos direitos humanos. “Por isso a ideia da criação do prêmio. De reconhecer os coletivos que têm um trabalho nessa direção.”

O CFP participa ativamente como instituição membro da Ulapsi ao contribuir com as discussões sobre as especificidades da Psicologia latino-americana, constituindo assim uma extensa rede de articulação científica, profissional e acadêmica.

A entidade presta homenagem à extensa contribuição para a organização da Psicologia no Brasil e na América Latina deste incansável defensor dos direitos humanos, que dedicou sua vida à construção coletiva de uma psicologia descolonizada e comprometida com o enfrentamento radical das desigualdades sociais. Marcus também destacou-se como importante liderança da Luta Antimanicomial e na promoção dos direitos humanos no Brasil e na América Latina. Foi figura de destaque no Sistema Conselhos de Psicologia em gestões do Conselho Federal de Psicologia. Ele também se dedicou a compreender as consequências das desigualdades sociais na produção de subjetividade, buscando evidenciar a contribuição da Psicologia para uma sociedade mais justa e equânime.

CFP cobra justiça para o caso Marcus Vinícius

O CFP reafirma a importância da atuação de Marcus Vinícius a Psicologia brasileira e lembra que a sua luta pelos Direitos Humanos não foi em vão. Há três anos, Marcus Vinícius foi assassinado no povoado de Pirajuía, município de Jaguaripe, no Recôncavo baiano e até hoje as circunstâncias de sua morte não foram desvendas. A motivação do crime teria sido a luta do psicólogo pela preservação ambiental e pela defesa das populações ribeirinhas, vulneráveis em sua comunidade.

CFP publica Referências Técnicas para atuação da Psicologia com Povos Tradicionais

O debate em torno dos povos e comunidades tradicionais no Brasil é um assunto relativamente novo. Para aprofundar o tema com a categoria, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) apresenta a publicação “Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) com Povos Tradicionais”, produzida no âmbito do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP).    

O objetivo é que o documento seja um instrumento técnico, ético e político por demarcar os compromissos da Psicologia na garantia de condições de vida dignas a todos os povos que constituem a sociedade brasileira, respeitando sua autonomia, independência e valores, sem ferir, negligenciar ou desconsiderar seus modos de vida e costumes, no respeito a suas crenças e relações com o território.  

Compreendem povos tradicionais os povos ciganos, povos e comunidades de terreiro e de matriz africana, faxinalenses, catadoras de mangaba, quebradeiras de coco-de-babaçu, comunidades pantaneiras, pescadores e pescadoras artesanais, caiçaras, extrativistas, povos pomeranos, retireiros do Araguaia, comunidades de fundo e fecho de pasto, comunidades extrativistas do cerrado, dentre outros.  

A referência foi elaborada por um grupo de especialistas e posteriormente passou por consulta pública para que a categoria contribuísse, tornando o processo mais democrático e participativo.

A publicação será lançada no dia 12/12/19 durante a Reunião Ordinária do Conselho Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais, no qual o CFP tem representação.

A distribuição e lançamento local será realizado nos CRPs.

Leia as Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) com Povos Tradicionais

Encontro reúne representantes das comissões de Direitos de Direitos Humanos do CFP e dos CRPs

Representantes estaduais das Comissões dos Direitos Humanos (CDH) do Sistema Conselhos de Psicologia e membros da CDH do Conselho Federal de Psicologia (CFP) se reuniram, nos dias 6 e 7 de dezembro, no CFP, em Brasília, para realizar balanço das ações da última gestão e dar também as boas-vindas às(aos) nova(os) integrantes das CDH dos CRPs para o próximo triênio 2020/2022.

Durante o encontro, o grupo fez um resgate das ações realizadas durante a última gestão, como também dos últimos 20 anos de existência da CDH, a qual atuou demarcando o trabalho com ações nacionais, articulado em rede, com metodologia integrada para desenvolver grandes ações em âmbito nacional.

Na sexta-feira (6), membros das Comissões se reuniram, em Brasília, com cartazes em protesto contra o racismo, em frente à sede da Fundação Zumbi do Palmares. No mesmo dia também foi apresentado um relatório síntese das ações da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) na gestão 2017-2019. O documento mostrou as principais intervenções da CDH, “tecidas com atenção e coragem em tempos difíceis”. Entre as ações realizadas estão as campanhas (como a campanha “Discurso de Ódio Não”), reuniões, instalações, pesquisas, lançamentos de livros (“Tentativas de Aniquilamento de Subjetividades LGBTIs”), inspeções e outras atividades.

As Comissões de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) foram criadas para incentivar a reflexão sobre os direitos humanos inerentes à formação, à prática profissional e à pesquisa em Psicologia. Hoje, todos os regionais possuem CDHs e cada uma delas tem uma pauta de luta, de atendimento à categoria e à comunidade, em defesa das minorias.

Inspeções mostram a gravidade da situação encontrada nos hospitais psiquiátricos do Brasil

Foi lançado nesta segunda-feira (2), o Relatório de Inspeção Nacional em Hospitais Psiquiátricos no Brasil, na Procuradoria-Geral do Trabalho, em Brasília. O documento evidencia graves situações de violação de direitos, tratamento cruel, desumano e degradante, assim como indícios de tortura a pacientes com transtornos mentais nessas instituições.

Esta é uma iniciativa conjunta do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Ministério Público do Trabalho (MPT) e Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT). Regionalmente, as inspeções foram coordenadas pelos Conselhos Regionais de Psicologia, Ministérios Públicos Estaduais e Ministérios Públicos do Trabalho (MPT) estaduais.

A publicação consolida um importante trabalho de campo, de imersão à realidade vivida do sistema público de saúde a pacientes psiquiátricos. Ação articulada inédita, as inspeções a hospitais psiquiátricos foram realizadas, em âmbito nacional, entre os dias 3 e 7 de dezembro de 2018. Foram vistoriadas 40 instituições psiquiátricas, em 17 estados das cinco regiões do Brasil. A ação traz impactos benéficos para muitos sujeitos que terão, pela primeira vez, suas vozes ouvidas pelas instituições, além de ajudar a refletir sobre o modo como o Estado brasileiro tem tratado pessoas em sofrimento mental.

Durante a cerimônia de lançamento da publicação, o psicólogo e presidente do Conselho Federal de Psicologia, Rogério Giannini, reforçou a importância da participação do Sistema Conselhos de Psicologia na produção desse relatório de inspeções a hospitais psiquiátricos, assim como nos últimos três anos, em ações como as inspeções às Comunidades Terapêuticas, realizada em 2017. Ele ressaltou também a capilaridade do Sistema Conselhos nesse trabalho e lembrou que o CFP compõe, junto às demais instituições envolvidas nas inspeções, um grande bloco na sociedade na área da Saúde Mental, que é o campo antimanicomial. Ele destacou, ainda, a importância da participação do MPT nesse trabalho. “Foi muito importante trazer esse olhar sob a condição do trabalho das pessoas que atuam nesses equipamentos públicos inspecionados”.

Dados gerais do relatório

O relatório aponta que pelo menos 1.185 pessoas estão internadas em condição de longa permanência nos hospitais psiquiátricos brasileiros. 82,5% dos hospitais inspecionados mantém pessoas moradoras, havendo uma criança de 10 anos e uma idosa de 106 anos nessa condição, ambas mulheres, num mesmo hospital de São Paulo.

O documento mostra que 52% das Instituições inspecionadas em dezembro de 2018, foram inauguradas durante a ditadura militar no Brasil. 83% destas unidades são privadas, a maioria delas sem fins lucrativos.

No que diz respeito ao direito à um padrão de vida adequado, 45% das unidades estão com falta ou compartilhamento de insumos básicos de higiene, banheiros sem porta e banho frio.

Em 40% dos casos essas pessoas sofrem restrição de acesso aos ambientes de convivência e lazer, além de ficarem também muitas vezes isoladas de seus familiares. 87% dessas pessoas sofrem violações de livre acesso ao contato com familiares durante a internação.

O direito de exercer a capacidade civil, liberdade e segurança pessoal também está entre os direitos violados encontrados pelos peritos, com situações como de internação compulsória realizada de maneira arbitrária ou ilegal, além de indícios de sequestro, cárcere privado e apropriação indevida de recursos financeiros das pessoas internadas nessas instituições.

Segundo o relatório, pessoas internadas em hospitais psiquiátricos são submetidas à medicação excessiva, à contenção mecânica diárias e ao isolamento em quartos sem nenhum suporte. Foram encontradas situações de violências como estupro, lgbtfobia, revista vexatória e intolerância religiosa.

O documento retrata ainda a exploração da mão de obra de pessoas internadas, assim como a internação de crianças e adolescentes nessas instituições.

Iniciativa conjunta e inédita

O perito do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), Lúcio Costa, afirmou que o documento é muito importante para melhorar a saúde pública do Brasil e que essa iniciativa é fruto de vários olhares, várias perspectivas. Ele explicou que o relatório não é acadêmico e nele foram utilizados como parâmetros o ordenamento jurídico brasileiro e o internacional. “Foram mais de 500 pessoas envolvidas nas inspeções, sendo este um material inédito, inclusive, na sua perspectiva analítica”.

A coordenadora nacional da Coordenadoria Nacional de Combate às irregularidades Trabalhistas na Administração Pública (Conap), do MPT, Ana Cristina Toches Ribeiro, relatou que as inspeções contaram com uma força-tarefa, composta não só de procuradoras(es) do trabalho e peritos do MP, especializada em segurança e medicina do trabalho, como também de entidades parceiras. “Foram identificadas irregularidades gravíssimas, em saúde e segurança do trabalho, no dimensionamento das equipes de trabalho, descarte inadequado de resíduos, desvio de recursos públicos, entre outras”.

A procuradora do Ministério Público do Trabalho, Carolina Mercante, acompanhou as inspeções e apresentou ao público dados sobre a exploração do trabalho nos hospitais psiquiátricos, além de reforçar que essas instituições possuem características asilares e de privação de liberdade, não podendo ser consideradas como instituições de saúde.

O promotor de justiça do estado de Minas Gerais, membro auxiliar da Comissão de aperfeiçoamento da atuação do Ministério Público na Saúde do CNMP, Daniel dos Santos Rodrigues, destacou a importância de lançar o relatório nesse momento atual, de retrocessos de direitos. Para ele, essa atividade congrega várias instituições pela defesa da Constituição e dos mais vulneráveis. “Esse trabalho reúne insumos para que possamos levar a proteção de direitos dessas pessoas”.

A deputada Erika Kokay também esteve presente no lançamento do relatório e lembrou a problemática conjuntura atual do país, além de afirmar que apresentará o relatório à Câmara dos Deputados. Lembrou, ainda, do recente ataque ao MNPCT. “Todos os dias percebemos a ruptura com as instituições democráticas. Se não tem o contraponto, isso se impõe para os trabalhadores e trabalhadoras”. A deputada lembrou a existência dos holocaustos manicomiais, que precisam ser reconhecidos como tal, reforçando a necessidade da Reforma Psiquiátrica, que não existe sem democracia. “Essas instituições não devem existir, pois não existem hospitais psiquiátricos humanizados”.

Leia a publicação na íntegra: Hospitais Psiquiátricos no Brasil: Relatório de Inspeção Nacional

Relatório da Inspeção em Hospitais Psiquiátricos será lançado dia 2

Na próxima segunda-feira (2/12), às 14h, em Brasília, no Ministério Público do Trabalho (MPT), será lançado o relatório que reúne os resultados da Inspeção Nacional em Hospitais Psiquiátricos, realizada em dezembro de 2018, nas cinco regiões do Brasil. A elaboração do documento é uma iniciativa do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) e Ministério Público do Trabalho (MPT).

O relatório nacional apontou violação de direitos em todas as instituições inspecionadas e poderá trazer impactos benéficos para muitos sujeitos que terão, pela primeira vez, suas vozes ouvidas pelas instituições, além de ajudar a refletir sobre o modo como o Estado brasileiro tem tratado pessoas em sofrimento mental.

O lançamento, que será transmitido on-line pelo site e redes sociais do Conselho Federal de Psicologia, terá as presenças confirmadas do presidente do CFP, Rogério Giannini; do perito do Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura, Lúcio Costa; do representante do CNMP, Daniel dos Santos Rodrigues; e da procuradora do MPT, Carolina Mercante.

Inspeção nacional revela violações de direitos humanos

Entre 3 e 7 de dezembro de 2018, foram visitadas pelas equipes de inspeção 40 instituições psiquiátricas, em 17 estados da federação, distribuídos nas cinco regiões brasileiras. Em nível regional, estabeleceram-se coordenações formadas por membros dos Conselhos Regionais de Psicologia, Ministérios Públicos Estaduais e Ministérios Públicos do Trabalho, além de outros convidados locais. Ao total, participaram dessa ação mais de 300 pessoas, entre especialistas e autoridades, em todo Brasil.

O objetivo principal da inspeção foi investigar a realidade de pacientes com sofrimento mental internados em hospitais psiquiátricos e de verificar se há cumprimento ou não de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, assim como de leis e regulamentação específica sobre cuidados em saúde mental.

Além disso, a proposta do relatório é proporcionar a discussão sobre a reforma psiquiátrica, evidenciar às instâncias de controle social e órgãos competentes casos de violação de direitos e garantias fundamentais previstos na Constituição Federal e, por fim recomendar modos de cumprimento da lei.

Trabalho coordenado em âmbito estadual e nacional

As equipes estaduais de visita procuraram verificar e analisar as condições de privação de liberdade de pessoas internadas em hospitais psiquiátricos, sobretudo a existência de violação de direitos, avaliar a qualidade assistencial, a infraestrutura e os insumos básicos disponibilizados às pessoas privadas de liberdade.

A Coordenação Nacional do relatório de inspeção foi responsável por consolidar as informações estaduais de modo sistemático e à luz do direito nacional e internacional. O relatório, então, é o resultado desse processo.

O documento procura apresentar, por exemplo, aspectos principais da Reforma Psiquiátrica, considerando as discussões sobre o direito a um padrão de vida adequado de acordo com a necessidade individual, assim como os direitos de exercer a capacidade legal, de liberdade e de segurança pessoal e de usufruir de saúde física e mental. Avalia, também, a condição de crianças e adolescentes internados, a falta de tratamentos de saúde que respeitem a condição peculiar de desenvolvimento desse segmento, o convívio familiar e outros direitos assegurados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

LANÇAMENTO
Relatório de Inspeção Nacional em Hospitais Psiquiátricos
Data: 2 de dezembro
Horário:14h
Local: Auditório do Ministério Público do Trabalho, na Procuradoria Geral do Trabalho (SAUN Quadra 5, Lote C, Torre A, Brasília).

 

CFP promove Diálogo Digital sobre o tema “Menos Armas, Mais Vidas”

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza na próxima quinta-feira (7), às 16h, o Diálogo Digital “Menos Armas, Mais Vidas”. A atividade tem como objetivo visibilizar o enfrentamento ao avanço do pensamento que busca ampliar o acesso às armas, fomentando a cultura do ódio e o desrespeito aos direitos humanos no país.

O evento irá reunir especialistas sobre o tema e será transmitido ao vivo pelas redes sociais do CFP (facebookYoutube e Instagram). Participe mandando perguntas para comunica@cfp.org.br ou utilizando a hashtag #dialogoscfp.

O Brasil tem cerca de 16 milhões de armas em circulação, possui uma média de 35 mil homicídios por ano, sendo o campeão mundial de mortes por arma de fogo, das quais as vítimas em sua maioria são jovens e negros.

Esses números podem aumentar ainda mais, por conta de um dos primeiros decretos presidenciais do atual governo de flexibilizar o porte de armas, inclusive para proprietárias(os) rurais e donas(os) de clube de tiro, que pode colocar mais de 250 mil armas na rua.

Nesse contexto, o CFP promove um diálogo para pensar qual é o papel da Psicologia na discussão de políticas públicas que defendam e promovam a vida, comprometidos com a defesa dos direitos humanos e de uma sociedade comprometida com a cultura de paz.

Psicologia se aprende com presença!

A Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) têm recebido um grande número de pedidos de informação e de manifestações de preocupação sobre a iminência da abertura de cursos de graduação em Psicologia na modalidade de ensino a distância (EaD). Entendemos que a proximidade do período em que as instituições de ensino (IES) divulgam seus cursos para o ano seguinte contribui muito para isso, e que várias IES, particularmente entre as que têm o lucro financeiro como objetivo principal, podem se utilizar dessas notícias inverídicas como forma de pressionar os órgãos reguladores ou de angariar o interesse dos incautos.

Nosso objetivo, com esta nota, é não só reafirmarmos nosso posicionamento totalmente contrário à graduação em Psicologia na modalidade EaD, mas divulgar informações importantes sobre a situação atual.

Não existem, no país, cursos de graduação em Psicologia autorizados na modalidade a distância. O Relatório Síntese de Área da Psicologia sobre o ENADE 2018, publicação oficial do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP), que acaba de ser divulgado, atesta:

Cumpre notar que o Conselho Nacional de Saúde opinou contra a oferta de cursos na Modalidade EaD na Área de Psicologia e não são, então, ofertados cursos nesta modalidade, e a totalidade dos cursos oferece Educação Presencial. p. 23.

A Tabela 3.1 apresenta a distribuição por sexo e idade do total de respondentes. Como já comentado, o Conselho Nacional de Saúde opinou contra a oferta de cursos na Modalidade EaD na Área de Psicologia e não são, então, ofertados cursos nesta modalidade, mas tão somente cursos de Educação Presencial. p. 36 e 37 (Relatório síntese de área: Psicologia. Brasília: Inep, 2019. Disponível em no site do Inep

Art. 28, § 2º: A criação de cursos de graduação em direito e em medicina, odontologia e psicologia, inclusive em universidades e centros universitários, deverá ser submetida, respectivamente, à manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou do Conselho Nacional de Saúde, previamente à autorização pelo Ministério da Educação.É importante, também, examinar a legislação a respeito. O Decreto Presidencial nº 5.840 de 2006 afirma:

E ainda:

Art. 36. O reconhecimento de cursos de graduação em direito e em medicina, odontologia e psicologia, deverá ser submetido, respectivamente, à manifestação do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil ou do Conselho Nacional de Saúde.

O Decreto no. 9.235 de 2017 reitera:

Art. 41.  A oferta de cursos de graduação em Direito, Medicina, Odontologia, Psicologia e Enfermagem, inclusive em universidades e centros universitários, depende de Autorização do MEC, após prévia manifestação do Conselho Federal da OAB do Brasil e do CNS.

Art. 51. O reconhecimento de cursos de graduação em Direito, Medicina, Odontologia, Psicologia e Enfermagem será submetido à manifestação, em caráter opinativo, do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, no caso de curso de Direito, e do Conselho Nacional de Saúde, nos cursos de Medicina, Odontologia, Psicologia e Enfermagem.

Portaria Normativa no. 23 de 21/12/2017:

Art. 28. Os pedidos de autorização de cursos de Direito, Medicina, Odontologia, Psicologia e Enfermagem, inclusive em universidades e centros universitários, sujeitam-se a tramitação própria, conforme disposto no art. 41 do Decreto nº 9.235, de 2017, e nos termos desta Portaria Normativa.

  • 3º Nos pedidos de autorização e reconhecimento dos cursos de Medicina não enquadrados no § 2º e nos cursos de Odontologia, Psicologia e Enfermagem, será aberta vista para manifestação do Conselho Nacional de Saúde, pelo prazo de 30 (trinta) dias.

Posicionamento do CNS

O Conselho Nacional de Saúde (CNS) e sua Comissão Intersetorial de Recursos Humanos e Relações do Trabalho (CIRHRT) têm repetidamente se posicionado contrários à oferta de cursos da área da saúde, entre eles a Psicologia, na modalidade EaD. Reafirmam essa posição a Resolução CNS no. 515, de 7 de outubro de 2016, a Resolução CNS no. 069, de 13 de dezembro de 2017 e os pareceres do CNS para atos regulatórios de autorização e reconhecimento para cursos de graduação em Enfermagem, Odontologia, Medicina e Psicologia, além de Notas Públicas amplamente divulgadas.

Legislação sobre cursos presenciais e a distância

É necessário ainda explicitar algumas questões referentes à legislação sobre cursos presenciais e a distância. A Portaria no. 1134 de 2016, que trata da oferta de disciplinas na modalidade EaD em cursos presenciais, estabelece:

Art. 1º As instituições de ensino superior que possuam pelo menos um curso de graduação reconhecido poderão introduzir, na organização pedagógica e curricular de seus cursos de graduação presenciais regularmente autorizados, a oferta de disciplinas na modalidade a distância.

  • 1º As disciplinas referidas no caput poderão ser ofertadas, integral ou parcialmente, desde que esta oferta não ultrapasse 20% (vinte por cento) da carga horária total do curso.

Posteriormente, a Portaria no. 1.428 de 2018 ampliou esse limite para até 40%, com a ressalva de que essa ampliação não se aplica aos cursos de graduação presenciais da área de saúde e das engenharias (Art. 6º.).

Portanto, nos cursos presenciais da área da saúde, não é permitida a oferta de disciplinas a distância que somem mais do que 20% da carga horária total do curso.

Para os cursos em EaD, o Decreto no. 9.057 de 2017 estabelece que há atividades que devem ser ofertadas presencialmente, tais como avaliações, estágios, práticas profissionais e de laboratório e defesa de trabalhos, quando previstas. E a Portaria Normativa nº 742, de 2018, estabelece:

Art. 100 § 3º A oferta de atividades presenciais em cursos de EaD deve observar o limite máximo de 30% (trinta por cento) da carga horária total do curso, ressalvadas a carga horária referente ao estágio obrigatório e as especificidades previstas nas respectivas Diretrizes Curriculares Nacionais do curso.

Portanto, ao contrário do que apregoa a publicidade de algumas instituições de ensino, não existem cursos 100% EaD, uma vez que há atividades que, obrigatoriamente, têm que ser feitas presencialmente. E não existe, na legislação, modalidades como “cursos híbridos”, “semi-presenciais” ou “flex”.

Existem cursos presenciais, que podem, no caso da área da saúde e engenharias, ter até 20% de sua carga horária em EaD, e cursos a distância, que devem obrigatoriamente ter atividades presenciais, tais como práticas, estágios e avaliações.

No caso da Psicologia, existem apenas cursos presenciais.

Posicionamento conjunto da ABEP, CPF e Fenapsi

Mais de 85% do ensino superior brasileiro hoje é privado, e essa condição tem estabelecido uma lógica hegemônica de expansão baseada no lucro, em que a educação se transformou em um negócio e não em um direito social, a despeito do empenho e seriedade das coordenações de curso e corpo docente. O objetivo do lucro cada vez maior tem determinado um menor aporte de recursos que atinge as condições do ensino, precariza o trabalho docente e traz graves riscos à população.

Nos cursos em EaD isso se agrava seriamente, com uma expansão descontrolada de vagas, que chega a um aumento de mais de 5.000% em dois anos, em algumas áreas. A proporção de professores, em média, cai para 7 por 1.000 alunos, com a contratação de muitos tutores, com salários e direitos trabalhistas precários.

Muitas vezes essa expansão descontrolada é divulgada, de forma distorcida, como democratização do ensino ou inclusão, quando na verdade atende a metas financeiras dos grandes conglomerados, desconsiderando a educação como estratégia de desenvolvimento e de promoção de direitos.  E o mais grave é que essa prática perversa atinge tanto os que buscam uma formação profissional quanto a toda a população, que certamente ficará exposta a profissionais com sérias deficiências em sua formação.

Por que não podemos prescindir da formação presencial

A ABEP, o CFP e a Fenapsi são entidades defensoras da formação de qualidade ética e técnica, capaz de construir uma identidade profissional marcada pelo respeito às diferenças, pela compreensão das muitas vidas possíveis, pela empatia com o sofrimento e os dilemas da vida vivida, pela capacidade de compreender e dialogar com as muitas formas de pensar e ser, contidas em nossa cultura e diversidade nacional. O diálogo, o confronto de ideias, o debate respeitoso fundamentado em nossa pluralidade teórico-metodológica e nas diversas interpretações que fomentam, a descentração necessária à reflexão e compreensão na diferença, o desenvolvimento de atitudes e afetos que acolhem devem ser a marca do processo de formação em Psicologia.

Esse conjunto de requisitos que formam a identidade profissional não se adquire por meio dos recursos a distância. Ele exige convivência, contato com as diferenças culturais, teórico-metodológicas, experenciais, entre docentes, estudantes e a comunidade. Exige vivências acadêmicas ricas e múltiplas, em que o espaço da sala de aula complementa-se com os demais espaços universitários, como laboratórios, salas de recursos e de orientação, com participação em grupos de pesquisa e estudo, frequência a eventos de natureza acadêmica, conhecimento da estrutura institucional e representação estudantil, conhecimento e contato com instâncias representativas da categoria, entre outros. E em que os espaços acadêmicos complementam-se com espaços de atuação profissional do psicólogo na comunidade, viabilizando a integração teórico-prática e as experiências reais de atuação durante todo o processo de formação.

Sendo assim, a recusa da oferta de cursos de graduação em Psicologia não se constitui em resistência ao uso das tecnologias nos processos ensino-aprendizagem; essas já fazem parte do cotidiano das instituições de ensino superior e podem coadjuvar os processos de formação. A recusa fundamenta-se nos requisitos essenciais à constituição de uma identidade profissional comprometida, competente e ética.

Ao defender a formação presencial, defendemos as/os profissionais que se dedicam ao ensino de Psicologia, que devem ser tratados como docentes e não relegados a categorias secundárias, com condições adequadas para o desenvolvimento de seu trabalho, bem como as coordenações de curso, que se empenham para garantir um ensino de qualidade e atento às Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Psicologia. Defendemos, ao mesmo tempo, as pessoas, grupos, instituições e comunidades, que nos diferentes espaços onde se insere a/o profissional de Psicologia, têm direito a um trabalho marcado pela competência técnica e pelo respeito.

Competências profissionais em saúde serão tema de atividade em Brasília

Entre os 23 e 24 de outubro, a Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES), do Ministério da Saúde (MS), realizará atividade do Grupo de Trabalho sobre competências profissionais em saúde, no Hotel Brasília Imperial, das 8h às 18h. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participa da atividade junto a demais membros dos Ministérios da Saúde, da Educação e da Economia, além dos Conselhos profissionais da área da Saúde.

O encontro acontece em parceria com o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), com o objetivo de desenvolver um referencial conceitual e metodológico de certificação de competências profissionais em saúde no Brasil.

Durante os dois dias do evento serão trabalhados temas relacionados às competências profissionais de saúde, tais como a contextualização da necessidade de competências profissionais em saúde; o alinhamento conceitual; as bases metodológicas; o modelo lógico a ser adotado; as referências internacionais de competências profissionais em saúde; e as atividades práticas de definições de contexto e competências profissionais para o modelo brasileiro.