Relatório inédito do CFP destaca desafios da categoria para o efetivo cuidado em liberdade no Brasil

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), lançou durante o 9º Congresso Brasileiro de Saúde Mental, o Levantamento Nacional: Profissionais da Psicologia e o cuidado em liberdade no cotidiano da RAPS e da rede intersetorial.

O relatório faz parte da campanha “A Psicologia na luta pelo cuidado em liberdade: ontem, hoje e sempre” e contou com a participação de 735 profissionais que estão na ponta dos serviços públicos de saúde mental, que compartilharam desafios, demandas e sugestões para o aprimoramento de ações na área.

De acordo com a conselheira federal da coordenação do CREPOP, Clarissa Guedes, a iniciativa inédita mobilizou profissionais em todo o país, incentivando o diálogo sobre as dificuldades, os desafios e as potencialidades de sua atuação. “O nosso objetivo foi colocar a RAPS em evidência porque acreditamos que, mesmo com todas as questões, o modelo antimanicomial é o que possibilita o cuidado integral, a promoção da saúde, de direitos e de mais vida”, explicou a conselheira.

Na avaliação da conselheira do CFP, Neuza Guareschi, que também integra a coordenação do CREPOP, o centro de referência tem a responsabilidade de apoiar a formação, a orientação técnica e o fortalecimento das políticas públicas em saúde mental. Nesse sentido, afirma que “a elaboração deste relatório é um marco, pois reúne a perspectiva dos profissionais de Psicologia que estão, de fato, no cotidiano da RAPS e da rede intersetorial para garantir um cuidado em liberdade que respeite os direitos e a dignidade dos usuários”.

O que aponta o levantamento?

A pesquisa mostrou que 97,4% dos profissionais de saúde mental entrevistados são psicólogas e psicólogos, com maior concentração em São Paulo e Minas Gerais (16,8% cada).

A maioria atua em Centros de Atenção Psicossocial (38,8%), Unidades Básicas de Saúde ou Estratégia de Saúde da Família (11,6%) e equipes de Atenção Primária à Saúde (5,7%). Outros 34,9% trabalham em clínicas privadas, secretarias de Educação e Saúde e ambulatórios de saúde mental.

Vivências e estratégias de cuidado em liberdade

Além de reconhecer os obstáculos enfrentados no cotidiano dos profissionais que atuam em saúde mental, o CFP identificou áreas críticas que precisam de atenção estratégica, como maior apoio e articulação com políticas públicas, capacitações e orientações para a categoria, bem como o monitoramento contínuo das práticas em instituições psiquiátricas e comunidades terapêuticas.

Os desafios mais mencionados incluem a falta de capacitação (22,8%), insuficiência de profissionais (17,6%) e preconceito em relação aos usuários (9,2%). Também foram destacados problemas relacionados à gestão e à estrutura dos serviços da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Por outro lado, estratégias efetivas incluem grupos e oficinas terapêuticas (11,9%) e articulação intersetorial (11%).

O questionário também destacou a necessidade de fortalecer políticas públicas e educação permanente, além de intensificar as inspeções em instituições asilares. Sugestões sobre a participação em conselhos e a articulação com movimentos sociais também foram levantadas e refletem uma demanda da categoria por maior visibilidade e comunicação das ações do CFP.

Embora algumas demandas extrapolem as competências do Conselho Federal, as recomendações apontadas ressaltam a urgência de informação e promoção do cuidado em liberdade, essenciais para avançar na luta antimanicomial.

“Apesar das dificuldades e tensões encontradas, é fundamental reafirmar a força da articulação e mobilização entre profissionais, usuários e familiares, que historicamente, desde Bauru, foram centrais para a aprovação da Lei e para a mudança de paradigma da saúde mental no país. Embora a Lei tenha sido alcançada, a manutenção desse engajamento permanece vital. O campo das políticas públicas é, sobretudo, um campo político, uma arena de disputas de pontos de vista. A luta é, e sempre será, um exercício diário”, destaca o documento.

Acesse a íntegra do levantamento nacional.

CFP Participa da 2ª Comigrar e reforça apoio a pessoas migrantes, refugiadas e apátridas

Com o compromisso de intensificar o debate sobre os impactos psicossociais dos fenômenos migratórios e propor ações práticas para profissionais da Psicologia que lidam com pessoas migrantes, refugiadas e apátridas, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou em Brasília/DF, entre 8 e 10 de novembro, da 2ª Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (Comigrar).

A psicóloga e conselheira federal Clarissa Guedes destacou que o CFP participou ativamente da programação com o objetivo de ampliar o diálogo acerca da temática em busca da qualificação do cuidado a partir das diversas políticas públicas no campo. “Essas trocas aconteceram para que pudéssemos acolher demandas e aperfeiçoar a orientação para a nossa categoria em relação ao que desenvolvemos nos campos científico e profissional”, pontuou.

A conselheira lembrou que as intervenções do CFP preparatórias à 2ª Comigrar, construídas em diálogo com o Sistema Conselhos de Psicologia, incluíram a elaboração de recomendações e a eleição de três delegadas migrantes na Conferência Nacional Livre de Psicólogas(os) que atuam com Migração, Refúgio e Apatridia

Frisou ainda a publicação 12º Seminário de Psicologia e políticas públicas: interface entre Psicologia e populações em situação de refúgio, migração e apatridia, bem como a declaração conjunta Carta de Belo Horizonte, fruto do 1º Congresso Brasileiro de Psicologia e Migração. Na avaliação de Clarissa Guedes, essas ações  dialogam com os encaminhamentos do 11º Congresso Nacional da Psicologia (CNP).

Profissionais migrantes

A Conferência Nacional de Migrações, Refúgio e Apatridia (Comigrar) é um fórum de controle social organizado pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública para debater, fortalecer e constituir políticas públicas para pessoas refugiadas, migrantes e apátridas. 

A psicóloga migrante e professora Catalina Pardo, membro do Conselho Regional de Psicologia do Rio de Janeiro e delegada eleita para a 2ª Comigrar, ressaltou que o CFP tem garantido apoio significativo a profissionais migrantes em articulação com movimentos sociais para descolonizar a ciência e as práticas da Psicologia.

Para Rima Zahra, psicóloga libanesa-brasileira e representante do CFP na Frente Nacional pela Saúde de Migrantes (FENAMI), são aspectos psicossociais fundamentais a promoção da saúde e a eliminação de negligência, discriminação, exploração, violência e opressão a esse grupo populacional.

CFP realiza seminário  sobre relações étnico-raciais e fortalece o compromisso da Psicologia com práticas antirracistas

Na quinta-feira (21), o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizará o Seminário “(Re)existências Brasis: relações étnico-raciais e o fazer Psi” – iniciativa que busca aprofundar o diálogo sobre os desafios da Psicologia no enfrentamento das desigualdades étnico-raciais e na construção de práticas antirracistas. O evento terá início às 14h e contará com transmissão em tempo real pelo canal oficial do CFP no YouTube.

O seminário faz referência à campanha nacional “Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis” das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia, que tem como objetivo revisitar e valorizar as contribuições afropindorâmicas e latino-americanas que enriquecem os saberes e as práticas da Psicologia, incentivando um olhar crítico sobre as relações de poder e as desigualdades raciais que atravessam a sociedade brasileira. 

A abertura institucional do evento contará com a presença do presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, e da coordenadora da Comissão de Direitos Humanos (CDH/CFP), Andreza Costa. Entre os convidados, participam o chefe da assessoria para Equidade Racial em Saúde, do Ministério da Saúde, Luís Eduardo Batista e a presidente do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), Marina Dermmam.

A atividade inclui ainda o debate “Psicologia, Relações Étnico-Raciais e os Novos Desafios na Contemporaneidade”, mediada pela conselheira do CFP, Nita Tuxá. Participarão do diálogo Paula Rita Bacellar Gonzaga, Andre Baniwa, Flávia Danielle da Silva Câmara e Valter da Mata Filho abordando temas como  justiça e  racismo ambiental, bem como a presença da branquitude nas relações raciais.

Integra também a programação oficial a cerimônia de premiação das práticas selecionadas na II Edição do Prêmio Virgínia Bicudo: Práticas para uma Psicologia Antirracista, que busca identificar, valorizar e divulgar estudos e ações desenvolvidas por psicólogas(os)(es), coletivos e grupos que abordam a interface entre Psicologia e Relações Étnico-Raciais, com uma base sólida nos Direitos Humanos. A atividade será coordenada pela conselheira vice-presidenta do CFP, Alessandra Almeida.

Ao promover este prêmio, o CFP busca também fomentar a divulgação de estudos e práticas bem-sucedidas, ampliando o reconhecimento e a troca de experiências entre profissionais e pesquisadoras(es) que atuam no campo das relações raciais na Psicologia.

Serviço:

Seminário “(Re)existências Brasis: relações étnico-raciais e o fazer Psi”

Data: 21 de novembro

Horário: das 14h às 18h

Acompanhe ao vivo pelo canal do CFP no YouTube

CFP participa da premiação anual da Secretaria Nacional de Trânsito

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, na terça-feira (5), da cerimônia de entrega do Prêmio Senatran 2024, promovido pelo Ministério dos Transportes, por meio da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). O evento, realizado no auditório do Ministério dos Transportes, em Brasília-DF, teve como objetivo reconhecer e valorizar iniciativas, projetos e produções acadêmicas que contribuem para a promoção da segurança no trânsito.

O evento contou com a presença de representantes do governo, instituições de ensino e entidades ligadas ao setor de transportes, reforçando a importância de uma abordagem integrada entre diferentes setores para a construção de um trânsito mais seguro e para a preservação de vidas

A participação do CFP no Prêmio Senatran 2024 reafirma o compromisso da Psicologia em atuar ativamente em diversas áreas da sociedade, inclusive na segurança viária e na mobilidade humana, contribuindo com conhecimento técnico e cientifico e na construção de políticas públicas.

A conselheira federal Juliana Guimarães, representante do CFP no Conselho Nacional de Trânsito (Contran), integrou a comissão julgadora do prêmio e esteve à frente da entrega da congratulação ao primeiro lugar na categoria “Produção Acadêmica na Área de Segurança Viária”. A premiação reconheceu trabalhos acadêmicos e estudos que se destacam por suas contribuições ao desenvolvimento de uma abordagem mais segura e eficiente no contexto do trânsito.

Para Juliana Guimarães, o Prêmio Senatran representa importante incentivo à integração entre a academia, as atuações profissionais e as políticas públicas voltadas à segurança viária, e ao papel fundamental da Psicologia no entendimento e no cuidado com as dinâmicas comportamentais no trânsito.  “A nossa participação no Prêmio destaca o reconhecimento da contribuição da Psicologia para a segurança, inclusão e educação no trânsito e reflete a valorização de nossa ciência ao enfatizar a importância da saúde mental e emocional dos motoristas e da sociedade como um todo”, afirmou.

Saiba mais

O Prêmio Senatran 2024 foi criado para fomentar e reconhecer a produção técnico-científica voltada para a segurança viária e a redução de acidentes, alinhado ao Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (PNATRANS). Deste modo, promove a colaboração entre Psicologia, Engenharia, Educação e outras áreas para melhorar a mobilidade humana por meio  de integração multidisciplinar.

Este ano, as premiações foram organizadas em cinco grupos de categorias: Gestão da Segurança no Trânsito; Vias Seguras; Segurança Veicular; Educação para o Trânsito e Atendimento às Vítimas.

Histórias de cuidado e promoção de direitos marcam a entrega do Prêmio João W. Nery

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou na sexta-feira (1º) a condecoração do “Prêmio João W. Nery Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans”. A entrega das premiações ocorreu em Brasília/DF, em cerimônia marcada por relatos de luta que permearam os trabalhos selecionados.

Ao todo, foram premiados oito trabalhos em três categorias (transafirmative, exclusiva para profissionais trans; cisaliades; e coletivas), distribuídos em três eixos temáticos. Cada trabalho foi condecorado com a quantia de R$ 2 mil, além de placa celebrativa e certificado de premiação. Outras três iniciativas receberam menções honrosas.

Confira a lista completa de trabalhos premiados no fim da matéria.

A premiação leva o nome do psicólogo que, nos anos 1970, após realizar sua cirurgia de redesignação sexual, foi impedido de seguir exercendo a profissão – e se tornou um ativista na luta pelos direitos das pessoas trans.

O presidente do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, ressaltou  que João Nery deve ser sempre lembrado como psicólogo e que a premiação contribui para a reparação simbólica.

“Estamos aqui, hoje, celebrando a história, a memória e o legado de João Nery. Esse prêmio é para as pessoas que caminham com João Nery e que constroem produções artísticas, científicas e trabalhos de exercício profissional à luz da história e da memória do legado que nos deixou João Nery”, pontuou.

A conselheira federal Isadora Canto, integrante da coordenação do prêmio, destacou a importância de reconhecer e visibilizar as práticas psicológicas que se alinham à defesa dos  direitos das pessoas trans, pontuando essas iniciativas como relevantes contribuições para o exercício profissional da categoria.

Andreza Costa, coordenadora da Comissão de Direitos Humanos do CFP, frisou que o  Prêmio João Nery simboliza não apenas uma luta, mas também a resistência e a coragem em defesa dos direitos humanos. Andreza, que também integra a comissão julgadora do Prêmio, enfatizou ainda que os trabalhos selecionados impulsionam novas conquistas e inspiram a continuidade de uma jornada diária que leva à ampliação das fronteiras dos direitos humanos.

O Prêmio João W. Nery foi criado pelo CFP para identificar, valorizar e divulgar a atuação de profissionais, coletivos, grupos e organizações que envolvam a Psicologia como prática profissional alinhada aos direitos da população trans. Uma publicação contendo a íntegra dos trabalhos premiados e que receberam menções honrosas está em fase de editoração e será publicada em breve pelo Conselho Federal de Psicologia.

Psicologia e direitos das pessoas trans

A Psicologia brasileira  tem um compromisso histórico com a defesa dos direitos de todas as pessoas, evidenciando por meio de sua ciência e profissão uma atuação centrada no cuidado integral, no enfrentamento às desigualdades e a todas as formas de violência e de opressão.

O Prêmio João W. Nery dialoga diretamente com a Resolução CFP nº 01/2018, que estabelece normas de atuação para profissionais da Psicologia em relação às pessoas transexuais e travestis.

A resolução apresenta  orientações para assegurar uma atuação que tenha por objetivo impedir o uso de instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminação e veda a colaboração com eventos ou serviços que promovam o desenvolvimento de culturas institucionais discriminatórias.

A cerimônia de premiação foi realizada durante o Seminário “Resolução 01/1999 – 25 anos despatologizando a vida, no Brasil e no mundo”, com transmissão ao vivo pelo canal oficial do CFP no YouTube.

Assista a cerimônia do Prêmio João W. Nery.

Confira a lista completa dos trabalhos vencedores do Prêmio João W. Nery:

Premiação no eixo Práticas Acadêmicas

Categoria Transafirmative
“Transidentidade: Contribuições da Identidade de João Nery para Pensar Uma Psicologia para Pessoas Trans” (Isaque Alves). Região Centro-Oeste.

Categoria Cisaliades
“Formação Profissional de Psicólogues/as/os Trans: Ou Sobre os Perigos da Cisgeneridade Recalcada” (Mario Felipe de Lima Carvalho). Região Sudeste.

Menção honrosa
“Transnarrativas: Uma Análise Cartográfica da Saúde das Pessoas Trans” (Mariluza Sott Bender). Região Sul.

Categoria Coletivas
“Como Nascem as Transmasculinidades? Escrevivências Heteroautobiográficas de Migração de Gênero” (Rafael Lerli de Araújo Silva e Antônio Vladimir Félix-Silva). Região Nordeste.

Premiação no eixo Práticas de Cuidado

Categoria Transafirmative
“Nova Casa, Nova Família: Atendimento à Pessoas Trans em uma Casa de Acolhimento LGBTQIA+” (Naira dos Santos Bonfim). Região Nordeste.

Categoria Cisaliades
“Ser Homem, Ser Trans, Transcender: Experiência Com Um Grupo Terapêutico Online Para Homens Trans” (Jussara Doretto Benetti do Prado). Região Sul.

Menção honrosa
“A Clínica Psicológica e o Cuidado com Pessoas Trans: Recriando o Gênero e o Si-Mesmo” (João Paulo Zerbinati). Região Sudeste.

Categoria Coletivas
“Políticas Sociais e Transexualidade: Relato de Experiência no Centro LGBT de Natal/RN” (Thamires Pinto Soares, Samya Katiane Martins Pinheiro, Vitoria Alice Paulista de Melo, Luana Vanessa Soares Pinto de Souza e Leovictor Alves Porto Mendonça). Região Nordeste.

Menção honrosa
“‘Ecoando Vozes’: Relato de Experiência em Grupos de Arte(Psico)Terapia com Homens Trans” (Liliana Lopes Pedral Sampaio e Tatiana Baptista Silva Zuccari). Região Sudeste.

Premiação no eixo Práticas Artístico-Culturais:

Categoria Transafirmative
“Molotov: Experiências Estéticas Sobre Cura” (Ernesto Nunes Brandão) Região Centro-Oeste.

Categoria Coletivas
“Atuação na Periferia e Educação Popular: A Diversidade Sexual e a Arte” (Escambo Coletivo – inscrito por Emanuela Nascimento da Silva). Região Nordeste.

Acesse a transmissão da solenidade

Acesse a coleção de imagens

Prêmio João W. Nery –Práticas de Promoção de Cuidado, Respeito e Dignidade das Pessoas Trans

 

CREPOP realiza reunião nacional em Brasília para balanço das atividades de 2024

Avaliar as atividades deste ano e apresentar o Plano de Trabalho para  2025. Esses foram os temas centrais da reunião nacional com representantes dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) realizada entre os dias 17 e 19 de outubro, em Brasília/DF, pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP). 

Durante o encontro, foi apresentada aos participantes uma avaliação parcial da pesquisa, que destaca as Equipes de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis à Pessoa com Transtorno Mental em Conflito com a Lei  (EAPs) e Hospitais de Custódia e Tratamento Psiquiátrico (HCTPs). 

Na ocasião, também foi demonstrado um breve balanço sobre as quatro consultas públicas que o CREPOP realizou em 2024: Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, População em situação de rua, Mulheres em Situação de Violência Povos Quilombolas.

Clarissa Guedes, conselheira do CFP, destacou que o encontro representou importante oportunidade para refletir acerca das estratégias em curso e dialogar sobre o plano de trabalho para 2025, que passará por aprovação da Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (APAF), prevista para ocorrer nos dias 14 e 15 de dezembro. “Em relação ao que foi planejado para o próximo ano, considero fundamental destacar o avanço do trabalho de revisão da metodologia do CREPOP,  e a realização das Mostras de Práticas de Cuidado em Liberdade. Este foi um momento muito potente de seguir construindo, em rede, o CREPOP”, reforçou.

Plano de Trabalho 2025

Entre as ações do próximo ano, estão previstas duas grandes atividades: a primeira edição das Mostras Regionais de Práticas de Cuidado em Liberdade e o Prêmio Nacional com a mesma temática. As mostras regionais conferem visibilidade às práticas de cuidado realizadas no âmbito da Rede de Atenção Psicossocial e buscam, também, enfatizar a luta antimanicomial e a Reforma Psiquiátrica brasileira.

A proposta é que cada Conselho Regional de Psicologia realize mostras locais e envie um trabalho para concorrer ao Prêmio Nacional, onde serão congratuladas sete práticas (duas da região Norte, duas do Nordeste, uma do Sudeste, uma do Sul, uma do Centro-Oeste) além de três prêmios de manifestações artísticas e culturais produzidas por usuários da saúde mental. O cronograma da mostra aponta que as etapas regionais acontecerão até maio e o prêmio nacional, até junho.

Nova Metodologia

A agenda também marcou a apresentação da revisão da metodologia do CREPOP  –  trabalho feito por uma comissão formada por técnicas(os) e conselheiras(os) do Crepop. O documento preliminar foi submetido à apreciação dos participantes e suas contribuições devem orientar o trabalho final, a ser concluído ainda no primeiro semestre de 2025.

“Essa nova metodologia não vai deixar de fazer tudo aquilo que se fazia antes para a construção de uma referência técnica. Porém, ela vai ser desenvolvida de uma forma muito mais de intervenção e de formação”, pontuou a conselheira federal Neuza Guareschi. 

Sobre o CREPOP

O CREPOP é uma iniciativa do Sistema Conselhos de Psicologia – composto pelo CFP e os 24 Conselhos Regionais de Psicologia – criada para promover a qualificação da atuação de profissionais da Psicologia que trabalham nas diversas políticas públicas. O principal objetivo é sistematizar e difundir o conhecimento sobre a interface entre a Psicologia e as políticas públicas.

Desde sua criação, o Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas editou e entregou 32 Referências Técnicas com orientações para a categoria em temas relacionados à educação, crianças e adolescentes, esporte, mobilidade urbana, povos tradicionais, saúde, segurança pública, assistência social, dentre outras temáticas.

Confira a galeria de fotos da Reunião Nacional do CREPOP

Acesse as publicações do CREPOP aqui.

Acompanhe diálogo digital sobre violências e violações aos direitos humanos nas escolas e nas universidades

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) realizam na próxima semana um diálogo digital para debater situações de violências e violações de direitos humanos no contexto escolar e nas universidades brasileiras. 

O evento ocorrerá no dia 5 de novembro, às 16h, com transmissão em tempo real pelo canal do CFP no YouTube e tem como objetivo  fomentar debates que contribuam para a construção de alternativas que enfrentem esse cenário.

A atividade busca propor a reflexão sobre a temática e incentivar ações  em defesa  dos direitos humanos no ambiente educacional, estimulando a integração de saberes e experiências para uma educação mais inclusiva e respeitosa. Diante das intensas contradições sociais que impactam a subjetividade dos indivíduos, torna-se essencial não naturalizar a violência, que se manifesta de diversas formas nas instituições.

A live vai tratar ainda de aspectos históricos, teóricos e legais relacionados às diferentes formas de violência e suas implicações nos direitos humanos nas escolas e universidades. Além disso, discutirá alternativas para superar práticas excludentes e potencialmente criminosas, promovendo uma formação humana integral.

O diálogo também pretende explorar a evolução dos direitos humanos, analisando suas manifestações no atual cenário de desigualdade e avanço tecnológico. Os desafios enfrentados pela Psicologia, enquanto ciência e profissão, serão igualmente debatidos, especialmente em relação ao impacto das novas tecnologias e da inteligência artificial.

Durante a conversa, importantes  políticas públicas na área, como a Lei nº 13.935/2019, que estabelece a presença de profissionais da Psicologia e do Serviço Social nas escolas,  serão colocadas em perspectiva, assim como  diretrizes e publicações relacionadas ao tema, com destaque para a Nota Técnica CFP  nº 8/2023, as “Referências técnicas para a atuação de psicólogos na educação básica“, a “Pesquisa violência e preconceitos na escola” e a “Psicologia brasileira na luta antirracista“.

Conheça as(os) participantes:

Antonio Virgílio Bittencourt Bastos

Psicólogo com graduação e doutorado pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), é professor titular de Psicologia Social das Organizações e conselheiro do CFP. Tem experiência em avaliação institucional e educacional, atuando em comissões do Ministério da Educação (MEC) e da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além de ser pesquisador na área de Comportamento Organizacional.

Iolete Ribeiro da Silva

Psicóloga, doutora em Psicologia e professora titular na Universidade Federal do Amazonas (UFAM), é presidente da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO). Com vasta experiência em direitos humanos e pesquisa, foi relatora nacional da Plataforma DHESCA e atuou em diversos conselhos de defesa dos direitos da criança e do adolescente.

Sonia Mari Shima Barroco

Psicóloga e especialista em Educação, com ampla experiência acadêmica e participação em programas de pós-graduação. Atualmente, é professora na Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Maria Conceição Costa

Psicóloga clínica e social, doutora em Psicologia Clínica, é pesquisadora das relações étnico-raciais e coordena a Articulação Nacional de Psicólogas(os) Negras(os) e Pesquisadoras(res) (ANPSINEP).

Jonas Marssaro

Psicólogo clínico e presidente da Coordenação Nacional dos Estudantes de Psicologia (CONEP), com foco na atuação com pessoas autistas e LGBTQIA+.

Sobre o FENPB

O Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB) — do qual o CFP faz parte e desempenha a função de Secretaria Executiva desde 2016 — é um espaço amplo de debate e construção coletiva da Psicologia brasileira, composto por entidades científicas, profissionais, sindicais e estudantis.

O FENPB trabalha para definir políticas e projetos que melhorem a qualificação profissional dos psicólogos, fortaleçam a pesquisa no Brasil e consolidem a relação entre pesquisa e prática.

Marque na agenda:

Live:  Violências e Violações aos Direitos Humanos nas Escolas e nas Universidades – Caminhos Propositivos da Psicologia
Data: 5 de outubro
Horário: 16h
Acompanhe ao vivo pelo YouTube do CFP.

 

CFP realiza encontro em Boa Vista para dialogar sobre Psicologia e saúde indígena

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu no dia 1º de outubro o encontro “Psis pela Saúde Indígena”, no Centro de Educação (CEDUC) da Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Boa Vista. A iniciativa é parte de um conjunto de ações para fortalecer a atuação psicossocial na região Norte do Brasil.

O evento reuniu cerca de 70 psicólogos e psicólogas que trabalham com populações indígenas em Roraima e estados vizinhos, além de representantes do Conselho Regional de Psicologia da 20ª Região (CRP-AM/RR). Na ocasião, o CFP, foi representado por Izabel Hazin (conselheira-secretária), Célia Mazza (conselheira-tesoureira), Nita Tuxá e as conselheiras da Região Norte, Isadora Canto e Fabiane Fonseca.

Esta é a primeira vez que a atual gestão promove esse encontro na região focado especificamente em conhecer e dar suporte às(aos) profissionais da Saúde e Assistência Social, evidenciando o compromisso do Conselho Federal com as questões indígenas na Psicologia. “Essa aproximação junto à categoria é essencial para que possamos entender as necessidades e desafios que enfrentamos”, afirmou Izabel Hazin.

Durante sua apresentação, a conselheira Nita Tuxá destacou as novas dinâmicas sociais na região Norte, especialmente a crescente presença de indígenas nas cidades, tanto territorializados quanto desterritorializados, em meio a significativas transformações culturais. “É um erro pensar que a atuação junto às populações indígenas se limita a seus territórios, pois há uma diversidade de povos que requer também políticas públicas variadas”, enfatizou.

Nita Tuxá reconheceu ainda que muitos profissionais da Psicologia desconhecem a realidade indígena, o que dificulta a efetividade de seu trabalho. “Precisamos entender que, mesmo com lacunas na formação, temos ferramentas para atuar junto a essas populações. A principal delas é que o profissional se encontre disponível para um processo de interculturalidade”, ressaltou a conselheira.

Atuação do Sistema Conselhos

O Sistema Conselhos tem discutido temas relacionados à atuação das psicólogas e psicólogos na região Norte, incluindo reflexões sobre a prática profissional, com base em resoluções, referências técnicas e no Código de Ética.

Em agosto deste ano, o CFP promoveu um debate em Brasília sobre a saúde mental de povos indígenas, reunindo entidades do movimento indígena e órgãos governamentais com o objetivo de desenvolver diálogos que promovam o bem-viver e a saúde mental dessa população.

Em 2024, foi lançada uma edição atualizada das Referências Técnicas para atuação de psicólogas(os) junto aos Povos Indígenas, desenvolvidas pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop).

O processo eleitoral dos Conselhos Regionais agora exige cotas para candidaturas de grupos identitários, como pessoas com deficiência, negras, trans e indígenas, uma medida pioneira que reforça a inclusão.

Seções em Foco

O CFP realizou no dia 2 de outubro, também em Boa Vista/RR, o evento “Seções em Foco: processos administrativos e compartilhamento de práticas”. O encontro reuniu representantes do Conselho Federal e das Seções dos estados do Amapá, de Roraima e do Acre, bem como suas respectivas sedes: CRPs 10 (Pará), 20 (Manaus) e 24 (Rondônia), em agenda que integrou um conjunto de iniciativas para fortalecer a atuação da Psicologia na região Norte do país.

O objetivo foi discutir assuntos comuns da dinâmica entre as instâncias do Sistema Conselhos, promover a troca de experiências e melhorar as práticas de gestão. Entre os temas, a Resolução CFP nº 04/2023, prestação de contas, requisitos para desmembramento, Programa de sustentabilidade, Programa Nacional de Tecnologia da Informação e Escola de Governança.

O presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, e as conselheiras Célia Mazza, Izabel Hazin, Nita Tuxá, Isadora Canto e Fabiane Fonseca representaram o Conselho Federal na atividade.

Confira a galeria de fotos do encontro “Psis pela Saúde Indígena”.

Roraima recebe seminário sobre desafios e perspectivas da Psicologia contemporânea

Nos dias 3 e 4 de outubro, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) realizou o seminário “Desafios e Perspectivas da Psicologia na Contemporaneidade” na Universidade Federal de Roraima (UFRR), em Boa Vista. O evento, voltado a profissionais e estudantes de Psicologia, proporcionou um espaço para a troca de conhecimentos e a construção coletiva de possibilidades de atuação, abordando os desafios contemporâneos da ciência e da profissão psicológicas.

A programação incluiu diálogos sobre temas relevantes, como a contribuição da Psicologia na formulação de políticas públicas, situações de crises humanitárias, migrações e a atuação da categoria junto aos povos indígenas.
A solenidade de abertura contou com a presença do presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, da coordenadora-geral da Seção Roraima, Rayssa Lemos, e do coordenador do curso de Psicologia da UFRR, Gabriel Gomes.

O presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, destacou a importância da luta política na profissão, enfatizando o desafio de alinhar a Psicologia às realidades sociais do país. “A presença de profissionais da Psicologia em todos os 5.578 municípios é um passo significativo, mas é necessário continuar a transformação”, afirmou.

O presidente do Conselho Federal também frisou a relevância da Resolução CFP nº 01/99, que há 25 anos proíbe terapias de conversão, em contraste com as recorrentes denúncias de violência contra a população trans. Além disso, expressou a urgência de fortalecer a Psicologia contemporânea, que ainda enfrenta resistência e retrocessos, especialmente em comunidades terapêuticas que violam direitos. “A Psicologia deve se posicionar ativamente contra essas injustiças, reafirmando seu papel como uma ciência de luta”, concluiu.

Em seguida, teve início a primeira mesa, que abordou o tema “Psicologia e Políticas Públicas em prol do ‘bem-viver'”. A atividade foi mediada por Isadora Canto, conselheira do CFP, e contou com as contribuições da também conselheira Fabiane Fonseca, além de Anne Cleyanne, especialista em Políticas Públicas do CRP-24 (RO/AC), e Vicky Cordeiro, conselheira do CRP-10 (PA).

A conselheira Isadora Canto expressou sua gratidão às companheiras de mesa e destacou a importância de discutir questões relevantes para a própria comunidade local.

Durante a exposição, a conselheira Fabiane Fonseca abordou o papel dos Conselhos Regionais e a importância da contribuição da categoria nas discussões, bem como a necessidade de abrir diálogos e promover rodas de conversa, ressaltando o aprendizado contínuo que surge da troca de experiências.

Durante o lançamento da edição revisada das Referências Técnicas para a Atuação de Psicólogos junto aos Povos Indígenas, mediado pela conselheira federal Neuza Guareschi – que contou também com a presença de Iterniza Macuxi, do DSEI Leste Roraima, e das lideranças Raquel Wapichana e Iolanda Pereira – a conselheira Nita Tuxá fez uma reflexão sobre as narrativas predominantes no Brasil, com destaque para a necessidade de ressignificar os discursos sobre a crise climática e a relação do ser humano com a natureza. A conselheira ressaltou que importantes lideranças dos povos tradicionais e indígenas, como David Kopenawa e Ailton Krenak, há anos já alertam sobre a destruição da natureza como uma autodestruição da humanidade mas, apesar disso, a ciência tradicional aborda a ecoansiedade de maneira técnica, sem considerar os conhecimentos e saberes ancestrais.

Em contraste com abordagens centradas no diagnóstico e na patologia, a conselheira propõe um novo olhar, baseado no conhecimento profundo da história local e das vivências do povo, especialmente as dores e os processos de resistência que marcam essa história.

A conselheira Neuza Guareschi enfatizou a importância de atualizar constantemente os conceitos e práticas da Psicologia, destacando que a referência técnica revisada busca repensar as práticas psicológicas em colaboração com as comunidades indígenas.

Durante debate sobre a Psicologia em situações de emergência e migrações – que contou também com a participação de Henrique Galhano, do CRP-MG; Wellen Crystine, da Secretaria Municipal de Gestão Social de Boa Vista; e de Lucinda Marbella, liderança Pemon –, a conselheira do CFP Clarissa Guedes, afirmou que “é um grande desafio reunir tantas reflexões que são importantes para nos fazer pensar, sendo esse o objetivo do Crepop, que é o de pensar como a gente constrói práticas profissionais fundamentadas, teórica e tecnicamente, mas também ético-sensíveis, dialogando com outras cosmovisões”, explicou.

Alessandra Almeida, vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia, apresentou informações sobre o aumento da frequência e da intensidade de desastres ambientais. Para ela, a crescente mobilidade forçada, associada a mudanças climáticas e geopolíticas, desafia os governos a adotarem políticas mais competentes e preventivas, focando em educação, conscientização e planejamento estratégico para lidar com esses fluxos migratórios. “A categoria deve buscar se capacitar continuamente, por meio de cursos e treinamentos, para lidar com as especificidades de cada situação emergencial, sempre com foco em abordagens técnicas e apoio social”, ressaltou.

O evento também marcou debate sobre os princípios da avaliação psicológica e os impactos neuropsicológicos da contaminação por mercúrio, com as presenças de Leandro Durazzo (Universidade Federal do Rio Grande do Norte) e de Analice Reis Bezerra, do DSEI Yanomami.

No segundo dia, as(os) conselheiras(os) federais Evandro Peixoto, Juliana Guimarães e Izabel Hazin realizaram um mini-curso enfatizando questões sobre Avaliação Psicológica e Compulsória, perícia psicológica no contexto do trânsito e a elaboração de documentos decorrentes da atuação profissional.

Retomada da Rede PePsic reúne editores de periódicos científicos de todo o país em seminário promovido pelo CFP

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu, nos dias 21 e 22 de outubro,  o Seminário da Plataforma do Programa Periódicos Eletrônicos em Psicologia (PePsic). Realizado na sede da Autarquia, o encontro reuniu editores de revistas científicas que já publicam  ou que tenham interesse em participar da plataforma, institucionalizada no âmbito do CFP por meio da Portaria CFP 07/2023.

O evento foi organizado pelo Comitê Gestor da Rede PePsic e buscou fomentar diálogo sobre as produções acadêmicas e científicas no campo da Psicologia, bem como estratégias para potencializar a divulgação desse conteúdo de forma ampla e gratuita, por meio da ferramenta. 

Na solenidade de abertura, Pedro Paulo Bicalho, presidente do CFP, destacou a retomada da Plataforma PePsic como importante contribuição do Conselho Federal de Psicologia para a produção e a democratização do conhecimento.  “Não existe luta política sem conhecimento científico”, afirmou.

A conselheira do CFP e coordenadora do Comitê Gestor PePsic, Neuza Guareschi, destacou a trajetória da plataforma desde sua criação, em 2005, as dificuldades financeiras e de suporte, bem como o processo de sua retomada em 2023. “Estamos reorganizando a rede, reestruturando os critérios e trabalhando na orientação dos periódicos no contexto da comunidade editorial”, pontuou.

Ao total, 69 revistas solicitaram entrada ou permanência na nova rede PePsic.

Programação

Durante a atividade, Sônia Gondim e  Mary Sandra Carlotto, integrantes do Comitê Gestor PePsic, apresentaram um mapeamento do perfil das revistas que atualmente integram a plataforma, de modo a promover uma reflexão sobre os desafios para ampliar a Rede. 

No período  da tarde, mais duas mesas foram realizadas. A primeira discorreu sobre as exigências de aprovação do comitê de ética em periódicos científicos, debate que contou com a participação de  Maria Cláudia Oliveira (Universidade de Brasília – UnB) e Kátia Maheire. A segunda mesa abordou as ferramentas de detecção de plágio e o uso de inteligência artificial na produção dos periódicos, debate que incluiu as(os) pesquisadoras(es) Renata Ferreira Campos Bonifácio (Universidade Federal de Sergipe – UFS) , Rafael Sampaio (Universidade Federal do Paraná – UFPR) e Thatiana Lima.

No segundo dia de atividades, o diálogo problematizou as bases indexadoras na América Latina,  com Sueli Mitiko Suga (Lilacs/Bireme) e Acácia Angeli. Na sequência,  a  visibilização dos periódicos na América Latina foi tema conduzido por  German Antonio Gutierrez Dominguez e o conselheiro do CFP Antônio Virgílio Bastos.

“Teremos seminários, onde a gente espera a participação cada vez maior dos editores científicos neste processo que nós entendemos ser de capacitação para que nossos periódicos aprimorem sua qualidade e consigam mais indexações significativas. Esses seminários nos abrem novos caminhos para que, em breve, tenhamos anúncios de novas atividades”, reforçou Virgílio Bastos.

Saiba mais

Após anos de hiato, a rede PePsic volta a funcionar como portal digital para publicação de periódicos científicos da Psicologia, trazendo novas funcionalidades e atualização da plataforma. Lançada oficialmente em 2005, a PePsic tem como objetivo ampliar o conhecimento psicológico e científico gerado nos países da América Latina, disponibilizando conteúdos de forma aberta via plataforma digital. Além do Brasil, atualmente o portal publica títulos de mais dez países.

Em 2023, a rede foi institucionalizada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), ampliando o intercâmbio entre comunidades científicas e profissionais. A ação passa a ser coordenada por um Comitê Gestor, que reúne o CFP e diversas instituições científicas da Psicologia.

Para integrar a rede, os periódicos devem estar vinculados a instituições reconhecidas e ativas por, pelo menos, três anos. As submissões devem ser precedidas pelo preenchimento do formulário eletrônico com informações detalhadas sobre o periódico, que serão avaliadas pelo Comitê Gestor.

Acesse a Rede PePsic neste link.

Conheça as(os) integrantes do Comitê Gestor PePsic

Neuza Guareschi (conselheira do CFP e coordenadora do Comitê Gestor PePsic), Mary Sandra Carlotto (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia – ANPEPP), Thatiana Helena de Lima (Associação Brasileira de Editores Científicos de Psicologia), Aparecida Ângela  Zoquic Paulovic Sabadini (Universidade de São Paulo – USP), Sônia Maria Guedes Gondim (Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho – SBPOT), Acácia Aparecida Angeli dos Santos (Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica – IBAP) e Kátia Maheire (Associação Brasileira de Psicologia Política – ABPP).

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