CFP aprova nova resolução sobre avaliação psicológica

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) aprovou por unanimidade, na Assembleia de Política, Administração e Finanças (Apaf) de dezembro de 2017, resolução que estabelece diretrizes para a realização de avaliação psicológica no exercício profissional e revoga as Resoluções n° 02/2003, nº 06/2004 e n° 05/2012 e as Notas Técnicas n° 01/2017 e 02/2017.

A aprovação da Resolução 09/2018, que regulamenta a Avaliação Psicológica está em consonância com os avanços vivenciados pela área de avaliação psicológica e revela os esforços conjuntos coordenados pelo CFP e CRPs, com o apoio da categoria e das entidades científicas da área.

Sua publicação coincide com os 15 anos do Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi) e com a necessidade de avaliação dos estudos normativos dos testes que foram avaliados quando de sua criação.

Leia mais

Satepsi está de cara nova

Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos completa 15 anos

Profissionais da Psicologia devem consultar o Satepsi

CFP esclarece os procedimentos sobre uso dos testes psicológicos

Testes favoráveis terão estudos de normatização vencidos em 2018

Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos completa 15 anos

O Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi), que completa 15 anos em 2018, é a plataforma informatizada de avaliação de instrumentos desenvolvido pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) para avaliar a qualidade técnico-científico de testes psicológicos. Outra função é divulgar informações sobre as condições do uso profissional de instrumentos psicológicos à comunidade e aos profissionais da área.

O gerenciamento do Satepsi é feito pela Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica, formada por especialistas com experiência e produção científica na área. A tarefa desse grupo é analisar e emitir pareceres sobre os testes psicológicos encaminhados ao CFP, com base nos parâmetros definidos em resolução. Além disso, a comissão decide, em casos de dúvidas, se determinado teste é ou não psicológico, orienta as editoras, de forma a garantir que o acesso aos testes seja exclusivo à categoria, e fornece orientações sobre o uso dos testes em diferentes contextos e finalidades.

Para comemorar os 15 anos do sistema, estão previstas a publicação de um número especial da revista “Psicologia Ciência e Profissão”, que será lançada no V Congresso Brasileiro de Psicologia, a reformulação do site e a revisão dos documentos da área.

Saiba mais

CFP aprova nova resolução sobre avaliação psicológica

Profissionais da Psicologia devem consultar o Satepsi

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) orienta que profissionais da Psicologia consultem o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi) regularmente para verificar a situação do teste que pretende utilizar. Em 2018, uma série de testes favoráveis teve ou terá seus estudos de normatização vencidos.

Conforme a Resolução 09/2018, os estudos de validade, precisão e normas dos testes psicológicos terão prazo máximo de 15 anos, a contar da data de aprovação do teste psicológico pela Plenária do CFP. Dessa forma, para identificar a data de validade do teste, é necessário verificar a data de plenária constante ao lado de cada teste no Satepsi.

Caso as editoras ou os responsáveis técnicos não apresentem novos estudos de padronização e normatização em prazo hábil para avaliação do CFP, esses testes serão considerados desfavoráveis para uso profissional. Novos estudos normativos dos testes que venceram ou vencerão em 2018 podem ser submetidos à avaliação do Satepsi, enquanto os estudos de validade e precisão ainda estiverem vigentes, de acordo com as Resoluções 02/2003 e 06/2009.

Não há prorrogação de prazo no caso de testes que não tiveram suas normas atualizadas, e profissionais da Psicologia devem suspender o uso desses instrumentos na prática profissional enquanto não houver envio por parte das editoras, autores ou responsável técnico, e avaliação comparecer favorável do Satepsi.

Consulte, no site do Satepsi, a lista atualizada de testes psicológicos. Alguns já estão desfavoráveis. Veja na aba “Resultado Final”, pois já existem testes com “normas vencidas”.

A guerra contra e entre os pobres

Em “A guerra contra e entre os pobres”, Tâmara Caroline Almeida Terso, Marcelle Gomes Figueira e Raull Santiago da Silva debateram a segurança pública, as drogas, o encarceramento, a desmilitarização das polícias e o extermínio da juventude negra. A mesa, promovida pelo VIII Seminário Nacional Psicologia e Direitos Humanos, foi coordenada, na tarde do dia 27, por Lumena Almeida Castro Furtado.

Os debatedores abordaram os temas e, ao analisar os impactos subjetivos das violações de direitos na vivência da pobreza e violência, fizeram um recorte de sua relação com a Psicologia e os direitos humanos.

Tâmara Terso, da Enegrecer, defendeu políticas antirracistas e lembrou que o racismo e o capitalismo andam juntos. “Para desconstruir um, é necessário desconstruir o outro.” O coletivo nacional de Juventude Enegrecer é uma expressão do movimento social negro criado em 2009, em Salvador (BA).

Falou, ainda, do mito da democracia racial e do fato de a história contada ser uma história racista. É uma opção das elites econômicas e políticas retirar direitos da população negra. Para elas, o imperativo é a manutenção de privilégios.

“Vamos perdendo nossos filhos”

Terso contou que, nos territórios, assiste-se ao crescimento da intolerância religiosa e ao aumento dos discursos intolerantes dos jornais do meio-dia construindo o imaginário de que bandido bom é bandido morto. “E assim vamos perdendo nossos filhos”. Por isso, Terso sugere a reconstrução do estado, sugere outras bases epistemológicas, que não as europeias, para combater o genocídio negro.

Marcelle Gomes Figueira, da Universidade de Brasília (UnB), apontou, por sua vez, que um dos desafios da segurança pública no Brasil é o mandato em aberto das polícias e também da métrica de avaliação das ações policiais. “Existe um protocolo para uso de gás lacrimogênio e gás de pimenta que não é respeitado no Brasil. Não se pode usá-los em vias próximas de escolas, de hospitais”.

Dados de 2017 do Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostram que a polícia matou 4.222 pessoas. Em contraste, as mortes resultantes de latrocínio, que é o roubo seguido de morte, foram de 2.666 no período. “A polícia conseguiu matar mais gente do que os criminosos.”

O debate da descriminalização das drogas no Brasil, para a pesquisadora, é fundamental para se alterar esse paradigma de violência. Figueira lembrou que as regiões com maior concentração de drogas são os entornos dos presídios, no Rio, em Bangu, no Distrito Federal, em São Sebastião. “E nos presídios, nada entra e nada sai sem a conivência das polícias. Como a relação estado e crime é estreita, a bala que matou Marielle Franco foi comprada pela Polícia Federal. Isso mostra que, no Brasil, não se governa contra o crime, mas com o crime.”

Disputas de narrativas no VIII Seminário Nacional Psicologia e Direitos Humanos

Raull Santiago, do Papo Reto, contou que o coletivo do Complexo do Alemão, composto por moradores, mototaxistas e comerciantes, tem como proposta fazer comunicação de sobrevivência. “O desafio é continuar falando dos conflitos, mas atrair a atenção para o que há de interessante. Nosso trabalho é usar a comunicação para disputar narrativas.”

Santiago assinala que os habitantes do morro não estão inseridos nas políticas públicas. “Somos os inimigos. Se está na favela, é criminoso”.

Ele lembra que morrer é caro. Na favela se morre muitas vezes, segundo o comunicador. “Há o assassinato do corpo, há o assassinato da imagem e há o assassinato da justiça.” A política pública para a favela não pode ser só a da arma, diz Santiago. “Parece que sempre tem alguém com uma arma entre a ideia e nós.”

Assista aqui:

Saiba mais

Debates marcados pela manutenção de direitos e contrários à intolerância

 

Marielle Franco, presente

O Conselho Federal de Psicologia vem a público manifestar seu pesar diante da fria execução, na noite de 14 de março, da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, que a conduzia após o debate “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, ocorrido na Casa das Pretas, no Centro do Rio de Janeiro.

Crítica à intervenção militar no Rio de Janeiro, Marielle acompanhava a ação da Prefeitura e da Polícia Militar na Feira Livre de Acari, Zona Norte da cidade.

Marielle defendia as causas das minorias. Marielle defendia os direitos humanos.

O CFP exige a apuração rigorosa do crime.

Marielle, presente.

Ano da Formação em Psicologia

O Norte do país iniciará, neste sábado (17), a série de discussões regionais preparatórias para o Encontro Nacional do Ano da Formação em Psicologia, marcado para maio, em Brasília. O evento será realizado em Manaus, na Escola Superior de Ciências da Saúde da Universidade do Estado do Amazonas (ESA/UEA). O encontro é promovido pelo Conselho Regional de Psicologia da 20ª Região (Amazonas/Acre/Roraima/Rondônia).

O objetivo dos encontros regionais é produzir e eleger propostas, para a etapa nacional. As propostas são componentes das diretrizes curriculares nacionais para os cursos de graduação em Psicologia que deverão nortear a formação profissional.

As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas pela internet. Informações poderão ser obtidas pelo telefone (92) 3632-0463, pelos emails fiscal@crp20.org.br e fiscal2.crp20@gmail.com ou na página do evento no Facebook.

O próximo evento regional será no Centro-Oeste, no dia 24 de março.

Cronograma de encontros regionais

Nordeste – Pernambuco – 7 de abril
Sul – Santa Catarina – 14 de abril
Sudeste – São Paulo – 21 de abril

Mobilizar docentes, estudantes e profissionais

A proposta do Conselho Federal de Psicologia, da Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep) e da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), coordenadores do processo nacional, é mobilizar docentes, estudantes e profissionais para construir propostas para as novas diretrizes.

As propostas elaboradas durante os encontros regionais serão colocadas, sob consulta pública, nos sites do CFP, da Abep e da Fenapsi até 20 de maio. O resultado final da consulta será publicado no dia 10 de junho e as contribuições serão submetidas ao Ministério da Educação (MEC) no dia 30.

Mais informações sobre o Ano da Avaliação em Psicologia.

Veja os vídeos de profissionais da Psicologia convidando a categoria para participar dos encontros.