Resolução 01/99 completa 20 anos

Há 20 anos, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) formalizou por meio da Resolução nº 01/1999 o entendimento de que para a Psicologia a sexualidade faz parte da identidade de cada sujeito e, por isso, práticas homossexuais não constituem doença, distúrbio ou perversão.

Sendo assim, o Diálogo Digital do próximo dia 21 de março marcará os 20 anos da assinatura da Resolução 01/99. Será o momento de comemorar e evidenciar que essa é uma resolução extremamente importante para a Psicologia brasileira, pois ela afirma um posicionamento de enfrentamento a todas as formas de opressão às pessoas homossexuais.

A atividade será transmitida ao vivo pelo site www.cfp.org.br e contará com as presenças da conselheira do CFP Sandra Sposito, do conselheiro e diretor do CFP Pedro Paulo Bicalho, e das(os) debatedoras(es): a presidente do Instituto Silvia Lane de Psicologia e Compromisso social, Ana Bock, e foi presidente do CFP à época da assinatura da resolução, o psicólogo Cleber Macedo, especializado em Gênero e Sexualidade pelo Centro Latino-americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM) e a assistente social Mirla Álvaro, professora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).


Para o conselheiro Pedro Paulo Bicalho, essa é uma data a ser comemorada, mas também é um dia de luta, “pois ao mesmo tempo que essa resolução muito nos orgulha, por tudo aquilo que ela representa e afirma, ela também é a resolução mais atacada do Sistema Conselhos de Psicologia, ao longo desses 20 anos”. Por isso, Bicalho lembra que a importância da Resolução 01/99 é “reafirmar todo o nosso enfrentamento para que esta resolução permaneça afirmando o que ela propõe”.

O Brasil está na liderança mundial de crimes contra minorias sexuais: a cada 20 horas, uma(um) brasileira(o) morreu por motivação homotransfóbica, de acordo com dados de 2017 do Grupo Gay da Bahia. Esses números demonstram o quanto o país ainda precisa avançar na defesa da garantia dos direitos de cidadania àquelas(es) que têm orientações sexuais e identidades de gênero fora dos padrões normativos.

Sendo assim, ao longo desses 20 anos, o CFP tem promovido diversas ações relacionadas à defesa dos direitos LGBTI e a afirmação, especialmente para profissionais de saúde, de que as homossexualidades e as expressões trans não podem ser tratadas como patologias.

Você pode participar em tempo real enviando perguntas pelo Youtube, Facebook e Twitter com a #DiálogosCFP #OrgulhoLGBT, pelo e-mail comunica@cfp.org.br ou pelo WhatsApp (61-9.9554-5738).

Diálogos Digitais
20 anos da Resolução 01/99
Data: 21 de março de 2019 (quinta-feira)
Horário: 16h
Transmissão ao vivo pelo site www.cfp.org.br

CFP promove treinamento para realização dos Coreps e CNP

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) promoveu, nos dias 12 e 13 de março, o treinamento de 74 funcionárias(os) e colaboradoras(es) dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) no sistema que será utilizado nos processos dos Congressos Regionais de Psicologia (Coreps) e do 10º Congresso Nacional de Psicologia (CNP).

O novo sistema foi inteiramente desenvolvido pelo CFP, desde 2018. Para o presidente do CFP, Rogério Giannini, esse sistema é fruto de um esforço coletivo que envolve o CFP e toda a sua equipe técnica. Ele agradeceu especialmente à equipe de Tecnologia da Informação do CFP. “Vocês sempre respondem tão prontamente às necessidades da categoria e certamente caminharemos para fazer um grande Corep e CNP”.

A conselheira do CFP, Marisa Helena, que compõe a Comissão Organizadora Nacional (Comorg), reconheceu o empenho de todas e todos nesse momento importante de ouvir a categoria, em que todas(os) estão democraticamente convidadas(os) a participar e opinar sobre como estão percebendo a Psicologia, seu trabalho, seu campo de atuação, suas vivências profissionais, suas relações com a sociedade, governos, colegas e outras categorias profissionais. “Todo esse esforço é importante para que a gente possa no final ter um resultado que contemple a opinião dos psicólogos e psicólogas do Brasil sobre o que desejam, como eles veem e se posicionam dentro do Sistema Conselhos, no âmbito da Psicologia como ciência e profissão no Brasil”.

Para o conselheiro-secretário do CFP, Pedro Paulo Bicalho, os Coreps e o CNP existem para ouvir a categoria e que serão as diretrizes geradas após esses eventos que irão nortear as próximas gestões. Bicalho também agradeceu o empenho de todos os envolvidos nesse processo pré-Coreps: “Ter vocês aqui conosco é a materialidade de que nós estamos nos esforçando para cada vez mais fazer esse processo ser cada vez melhor”.

Além de ser utilizado neste processo do Congressos, a ferramenta também ficará disponível para todo o Sistema Conselhos de Psicologia, assim como para outras instituições que solicitarem seu uso. Nas edições anteriores dos Congressos Regionais e Nacional, quem subsidiava o sistema era o Departamento de Informática do SUS (Datasus), por meio do Sisconferência.

CFP publica nota orientativa sobre Coaching

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), atento às demandas da categoria a respeito da disseminação do coaching, vinculada aos princípios, métodos e técnicas que são privativos da Psicologia, publica nota orientativa sobre o tema.

Na nota, o CFP elucida que a(o) psicóloga(o), ao utilizar o coaching na sua prática profissional, deverá seguir rigorosamente os Princípios Fundamentais e artigos do Código de Ética Profissional do Psicólogo (Res. CFP nº 010/2005). A(o) psicóloga(o) baseará seu trabalho no conhecimento técnico, científico e ético da profissão, e zelará pela garantia dos serviços prestados, visando à proteção da população atendida.

O Conselho Federal de Psicologia destaca ainda que, embora não exista regulamentação legal específica para a utilização do coaching, tal prática é caracterizada por ser um processo breve que se propõe a auxiliar o indivíduo a alcançar objetivos previamente definidos a partir de metodologias que envolvam a conscientização de elementos da vida, da história, interesses e potencialidades, e que transita em campos de atuação que permeiam o autoconhecimento e o desenvolvimento humano.

É necessário ressaltar que ao exercer o coaching enquanto psicóloga(o), a(o) profissional está sujeita(o) à totalidade do Código de Ética (Res. CFP n. 010/2005), devendo respeitar seus princípios fundamentais, conhecer e cumprir com suas responsabilidades, garantindo que seu trabalho seja baseado no respeito, na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

Leia a nota na íntegra.

 

 

CFP promove Diálogo Digital em comemoração ao Dia da Mulher

Neste 8 de março, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) presta a sua homenagem à mulher brasileira, compondo a luta pela valorização do protagonismo feminino ao incentivar e aproximar o diálogo entre muitas e diferentes mulheres. E para marcar a data, o CFP vai promover, no dia 19 de março, às 16h, o Diálogo Digital “Desafios para avançar as lutas das mulheres: interlocuções com a Psicologia”.  O debate será transmitido ao vivo a partir das 16h pelo site e redes sociais do CFP.

O objetivo da atividade é falar sobre os desafios das mulheres no contexto atual, abordando temas referentes à formação profissional, racismo, transfobia, questão de gênero e a contribuição da Psicologia para o enfrentamento dessas questões no contexto social e político atual.

Essa edição do Diálogo Digital contará com a participação da conselheira do CFP, Jureuda Guerra e as mulheres convidadas Gabriella Silva, Jaqueline Gomes de Jesus e Alayde Maria Pinto Digiovanni.

Você pode participar do Diálogo Digital mandando perguntas para o e-mail comunica@cfp.org.br, pelo WhatsApp (61-9.9554-5738) ou pelos canais do CFP nas redes sociais usando a hashtag #DiálogosCFP.  O evento, realizado na sede do CFP, em Brasília, será transmitido pelo site do CFP, Facebook e Youtube do Conselho.

Ações na área

São várias frentes de atuação do CFP à temas ligados às mulheres. O combate à violência contra a mulher, ainda tão presente em nossa sociedade, está entre as lutas da Psicologia em prol da garantia dos direitos femininos.

Entre as ações mais recentes do CFP sobre o assunto está a formação, em maio de 2018, do grupo de trabalho (GT) Políticas para Mulheres, criado pela Assembleia de Política, Administração e Finanças (Apaf). O coletivo reúne psicólogas de todas as regiões do país com o objetivo de discutir as políticas do Sistema Conselhos de Psicologia e produzir estratégias e subsídios sobre a questão da violência contra as mulheres, incluindo o feminicídio. No Brasil, a taxa de feminicídios é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Outra ação de suma importância é a parceria entre o CFP e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), formalizada em julho de 2018, firmando o protocolo de intenções para viabilizar o atendimento integral e multidisciplinar às mulheres e seus dependentes em situação de violência doméstica e familiar. O objetivo é trabalhar em conjunto com tribunais de Justiça, Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e universidades para viabilizar esse atendimento integral. O projeto piloto já está em curso no estado do Rio Grande do Norte.

Visibilidade Trans: CFP comemora 1 ano da Resolução 01/2018

O Dia da Visibilidade Trans é celebrado todo dia 29 de janeiro, desde 2004. A data tem o objetivo de ressaltar a importância da visibilidade e o respeito às pessoas travestis e transexuais na sociedade brasileira. Nesta data, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) celebra o aniversário de 1 ano da Resolução CFP nº 01/2018, que orienta a atuação profissional de psicólogas(os) para que travestilidades e transexualidades não sejam consideradas patologias.

A norma tem o objetivo de impedir o uso de instrumentos ou técnicas psicológicas para criar, manter ou reforçar preconceitos, estigmas, estereótipos ou discriminação e veda a colaboração com eventos ou serviços que contribuam para o desenvolvimento de culturas institucionais discriminatórias.

Segundo o conselheiro do CFP, Pedro Paulo Bicalho, a Resolução 01/18 é um documento histórico que faz da Psicologia brasileira uma importante aliada às lutas trans. “A Resolução é fruto de diversas discussões no âmbito do Sistema Conselhos de Psicologia e apresenta importantes afirmações ético-políticas acerca da transexualidade e da travestilidade, assim como de outros conceitos fundamentais para o debate sobre despatologização das identidades trans e da garantia de autonomia de cada sujeito para a autodeterminação em relação às expressões e identidades de gênero”, explica.

A conselheira do CFP, Sandra Sposito, ressalta que quando a Resolução 01/18 foi lançada, posicionou a Psicologia no Brasil na afirmação da despatologização das pessoas travestis e transexuais. “A resolução é uma força muito grande para a luta das pessoas transexuais e travestis, para que não sejam entendidas como desviantes do padrão e possam enfrentar em determinados espaços a interdição de acesso aos direitos”, afirmou.

Sandra cita o reforço que a Resolução do CFP ganhou com a decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que retirou as identidades trans da lista de transtornos mentais. “A alteração da 11ª versão da CID, veio para legitimar a luta das pessoas travestis e transexuais, desconstruindo essa visão fora do padrão”, avalia.

Antes, a CID-10, formulada há 28 anos, incluía as questões de identidades de gênero no rol dos “transtornos mentais, comportamentais ou do neurodesenvolvimento”. A nova versão será apresentada aos Estados-Membros das Nações Unidas na Assembleia Mundial da Saúde, em maio de 2019.

A Resolução 01/18 também está em sintonia com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), publicada em março de 2018, que por unanimidade autoriza transexuais e transgêneros a alterarem o nome no registro civil sem a realização de cirurgia de mudança de sexo. Além disso, transexuais e transgêneros podem pedir para mudar o nome e o gênero sem precisar passar por avaliação médica ou psicológica.

“O reconhecimento da autodeterminação é muito importante, pois é a partir da própria afirmação identitária que as psicólogas e psicólogos devem compreender o gênero da pessoa”, acrescenta Sandra.

A Resolução também impede que profissionais de Psicologia se pronunciem publicamente afirmando a patologização da travestilidade ou transexualidade.

Atuação profissional da Psicologia

A psicóloga Céu Cavalcante, que também é mulher trans, ressalta a importância da data para o segmento. “Como mulher trans, o dia da visibilidade acaba adquirindo um caráter de convidar à reflexão sobre nossas lutas, a pensar nos contextos das vidas trans em diferentes contextos e entender como essas vidas tornam a minha própria vida mais possível”, avalia.

“Estou num lugar de ao mesmo tempo ser sujeita dessa Resolução e também a quem ela se dirige, no sentido de ser usuária que acessa serviços de psicólogas, mas também ser a profissional de Psicologia que está pensando de dentro sobre a prática, o campo de atuação e a teoria, então essa é uma discussão que me toca muito de perto por atravessar por esses dois lados”, explica Céu, que já atuou na Comissão de gênero do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-02).

Céu Cavalcante explica que a Resolução 01/18 toca em algumas feridas sociais que seguem abertas. “A resolução convida profissionais da Psicologia a olharem para um segmento da população que tem uma expectativa de vida de 30 anos, ela nos convida a nos posicionarmos eticamente diante de um conjunto de violências”.

A psicóloga explica que as pessoas trans são sistematicamente excluídas de todos os espaços institucionais. “A Psicologia não poderia, portanto, ser mais um dos vários campos profissionais a corroborar com a exclusão e violência transfóbica, seja se ausentando do debate ou sendo ela própria agente dessa violência”, conclui.

Violações de Direitos Humanos

Travestis e Transexuais são uma das populações mais atingidas pela violência e discriminação no Brasil. Dados do Disque Direitos Humanos (Disque 100), canal do governo federal que acolhe denúncias de violações de direitos humanos, apontam que a violência física, a violência psicológica e a discriminação foram as principais violações denunciadas, respectivamente, ao canal em 2017 e primeiro semestre de 2018.

O relatório do Grupo Gay da Bahia revela que 164 pessoas travestis e transexuais foram mortas no Brasil em 2018.  Em termos relativos, as pessoas trans representam a categoria sexológica mais vulnerável a mortes violentas.

Na próxima quinta-feira (31), o CFP sediará parte das atividades da “V semana da visibilidade Trans Hanna Susart”, organizada pela Rede Nacional de Pessoas Trans (REDTRANS). Em 2018, o Conselho Federal de Psicologia recebeu da RedTrans o prêmio “Parceiros do combate à Transfobia em 2017″, pela sua atuação em prol da população trans.

O CFP possui um site despatologizacao.cfp.org.br com conteúdo voltado à temática. No endereço, podem ser encontradas legislação, notícias e demais assuntos relacionados ao tema.

CFP realiza visita à sede do CRP-MA

A Diretoria do Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi ao Maranhão para participar de reunião com o Conselho Regional de Psicologia da 22ª Região (CRP-MA), na quinta-feira (24), dando continuidade a uma série de visitas itinerantes aos regionais.

Pelo CFP, participaram do encontro o presidente Rogério Giannini, o conselheiro secretário Pedro Paulo Bicalho e a conselheira tesoureira Norma Cosmo. Eles estiveram reunidos com representantes do CRP-MA, como o presidente Eliandro Araújo, e o tesoureiro Railson Rodrigues, a secretária Polianna Galvão, a conselheira Maria Alvares e o conselheiro Danilo Halabe.

O presidente Rogério Giannini iniciou a reunião afirmando a importância das visitas aos Regionais, com o objetivo de estar mais próximo aos CRPs e conhecer as realidades locais. Na sua avaliação, as 20 visitas itinerantes já realizadas têm sido experiências extremamente positivas e que têm dado a dimensão da atuação das(os) psicólogas(os) nas diversas regiões do país.

Para a conselheira Norma Cosmo, a partir das visitas aos regionais, foi possível perceber a importância da formação/capacitação das(os) trabalhadoras(es) do Sistema Conselhos, destacando os diversos cursos já realizados, como o de capacitação em eSocial, formação de pregoeiros, elaboração de termo de referência e curso prático em ComprasNet. Já o conselheiro Pedro Paulo lembrou o trabalho desenvolvido pelo CFP de valorização da Psicologia, inclusive nos 74 espaços de representação que o Conselho Federal ocupa.

Para o presidente do CRP-MA Eliandro Araújo, a ida do Conselho Federal é interessante também para que se conheça a realidade da Psicologia maranhense. “Nós conseguimos passar nossas demandas para o CFP, para que se pense em estratégias que melhorem a gestão do conselho no nosso Estado”, complementa.

Também foram discutidos temas sobre as atividades do CRP-MA, o dia-a-dia da profissão e suas regionalidades, além da importância do 10º Congresso Nacional de Psicologia (CNP), que acontece em Brasília, entre 30 de maio a 2 de junho.

Visita itinerante

As visitas itinerantes vêm ocorrendo desde 2017 e já foram realizadas nos CRPs do Ceará, da Paraíba, de Alagoas, de Pernambuco, da Bahia, de Sergipe, do Espírito Santo, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Mato Grosso do Sul, de Tocantins, do Rio Grande do Norte, de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Piauí, do Distrito Federal, do Amazonas, do Pará/Amapá, e ainda nas seções Acre e Rondônia. O objetivo das visitas é aproximar as instituições, criar canais de diálogo cada vez mais próximos, conhecer as realidades locais e ajustar diretrizes de âmbito nacional.

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Nota das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos

Minas Gerais sofreu mais um atentado à vida, resultado do descaso de corporações preocupadas unicamente com os lucros decorrentes da exploração irracional dos recursos naturais e  dos trabalhadores.

Na sexta-feira (25), novamente uma barragem da mineradora Vale se rompe, agora no município mineiro de Brumadinho. Novamente pessoas morreram e ficaram desapropriadas de suas vidas ao terem, não apenas suas casas, mas suas comunidades destruídas pela lama de rejeitos da mineradora.

Três anos após a  tragédia de Mariana (MG), a população que sobreviveu sofre diariamente as consequências deste evento.  Agora, mais uma comunidade  vive as consequências negativas da voracidade de um sistema econômico insensato e  da ganância desmedida, posta acima das mínimas responsabilidades legais, ambientais e sociais.

As vítimas de Brumadinho não  podem sofrer mais nenhuma violação dos seus  direitos.  É imperativo que a mineradora, ao menos agora, cumpra suas responsabilidades sociais, apoiando todas as pessoas que estão vivendo e convivendo com esta tragédia.

O colegiado das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselho de Psicologia lembra as vítimas de Mariana e solicita empenho do Estado e de seus agentes para compelir a empresa a cumprir suas obrigações com as vítimas desta nova calamidade.  Ao mesmo tempo exigimos que este desastre não tome os mesmos rumos de Mariana e que as vítimas de Brumadinho sejam acolhidas de forma  digna e eficiente.

É preciso  que o cuidado e a acolhida destas pessoas não se reduza ao ressarcimento das perdas materiais – o que deve ocorrer prontamente – , mas também sejam realizadas ações que  recuperem a dignidade, a memória, a cultura, e os laços afetivos, soterrados por uma lama de rejeitos que causaram destruição em todas as dimensões da existência dos atingidos.

As Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia ficam à disposição da sociedade na busca do cuidado integral às vítimas da tragédia em Brumadinho, provendo uma estrutura digna para um novo recomeço em suas vidas e permanente atenção à garantia dos direitos humanos de cada individuo, vítima das situações de emergências e desastres.

Nota do CFP sobre tragédia em Brumadinho

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) presta solidariedade às pessoas afetadas pelo rompimento da barragem na Mina Feijão, em Brumadinho, Minas Gerais, ocorrido na sexta-feira (25), e oferece apoio às vítimas.

O rompimento da barragem da mineradora provocou uma avalanche de lama e rejeitos de mineração, devastando a comunidade e o meio ambiente, causando mortes e o desaparecimento de centenas de pessoas.

Reconhecemos a importância da iniciativa do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-04) que, por meio de sua Comissão de Psicologia de Emergências e Desastres, está em Brumadinho se articulando e se integrando com as políticas públicas locais para prestar o adequado apoio e assistência aos atingidos.

O CFP denuncia e exige que as autoridades e o poder judiciário responsabilizem criminalmente a empresa Vale pelo ocorrido em Brumadinho e lembra que a mineradora é, pelo que consideramos, responsável por outro crime ambiental ocorrido há pouco mais de três anos no município de Mariana (MG), em que 19 pessoas morreram.

Ressaltamos também a importância das Políticas Publicas de Saúde, particularmente das trabalhadoras e dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS), do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), que conta com expressiva atuação de profissionais da Psicologia, bem como do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil no socorro e atenção às vítimas e seus familiares.

Informamos à sociedade brasileira que a Psicologia tem se ocupado do tema das Emergências e Desastres, incentivando a formação de comissões nos Conselhos Regionais de Psicologia e que, no âmbito federal, estamos organizados por meio do Grupo de Trabalho Psicologia das Emergências e Desastres.

CNDH publica relatório sobre direitos dos povos e comunidades tradicionais

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) publica a íntegra do Relatório sobre os Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais. Intitulado “Povos Livres, Territórios em Luta”, o documento foi aprovado em Plenário durante a 43ª Reunião Ordinária do CNDH, ocorrida nos dias 10 e 11 de dezembro, com a presença de conselheiras e conselheiros dos dois biênios (2016-2018 e 2018-2020).

O relatório aprovado é fruto do trabalho desenvolvido pelo Grupo de Trabalho dos Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais, instituído pelo CNDH com o objetivo de levantar casos de violações de direitos humanos contra povos e comunidades tradicionais. A publicação gerada tem como foco os registros sobre as missões acompanhadas pelo CNDH, com vistas a gerar recomendações para garantia dos direitos dessas populações.

Para o representante do Conselho Federal de Psicologia (CFP) no CNDH, o conselheiro Paulo Maldos, as recomendações do documento visam a superação dessas situações de agressões de direitos.  “O relatório é extremamente importante, pois dá visibilidade a esse conjunto de povos, da existência deles nos territórios, os direitos que eles têm na legislação brasileira e na legislação internacional”.

O conselheiro do CFP ressalta ainda a importância do CNDH como instituição de Estado e não de Governo responsável pelo monitoramento e por cobrar que as recomendações do relatório sejam realizadas tanto para entes do Estado, quanto para as empresas.

Missões

Ao longo de 2018, foram realizadas quatro missões que buscaram a diversidade de locais e de segmentos. A primeira missão ocorreu no município de Santo Antônio do Descoberto (GO), entorno do Distrito Federal, com enfoque na atuação de parteiras, benzedeiras e raizeiras. Em seguida, foi realizada missão com os extrativistas costeiros e marinhos da Reserva Extrativista de Canavieiras (RESEX Canavieiras), em Canavieiras (BA). A terceira missão envolveu as comunidades tradicionais de pantaneiras e pantaneiros em Cáceres (MT) e Corumbá (MS). Por fim, ocorreu a missão com as comunidades tradicionais do norte de Minas Gerais.

Constatadas as violações, o relatório do CNDH propõe recomendações destinadas a instituições responsáveis pela proteção e promoção de direitos humanos, bem como o encaminhamento de representações, de acordo com as prerrogativas constitucionais, as quais reconhecem o conjunto dos povos e comunidades tradicionais como sujeitos de direitos da Convenção 169 da OIT – Organização Internacional do Trabalho e Decreto 6.040/2007, além dos direitos de Povos Indígenas (Artigos 231 e 232 da Constituição Federal) e das Comunidades Quilombolas (Artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal).

Além do Conselho Federal de Psicologia (CFP), compuseram o Grupo de Trabalho Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais do CNDH o Conselho Nacional dos Povos e Comunidades Tradicionais (CNPCT), a Organização pelo Direito Humano à Alimentação e à Nutrição Adequadas (FIAN-Brasil), o Ministério Público Federal (MPF), a Defensoria Pública da União (DPU), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Confira na íntegra o “Relatório sobre os Direitos dos Povos e Comunidades Tradicionais – Povos Livres, Territórios em Luta”.

Com informações do Ministério dos Direitos Humanos (MDH).

 

 

Ministério da Saúde se posiciona contra regulamentação da profissão de psicomotricista

A Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde, manifestou-se no dia 6 de dezembro contra o projeto que dispõe sobre a regulamentação da atividade profissional de psicomotricista e autoriza a criação dos Conselhos Federal e Regionais de Psicomotricidade, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 74/2018. Documento do Ministério reforça o posicionamento do Conselho Federal de Psicologia (CFP), impulsionando a luta das entidades que são contra o projeto.

Conforme documento elaborado pelo Ministério da Saúde, sob o ponto de vista da regulação do trabalho em saúde, para a regulamentação da atividade profissional de psicomotricista, é necessário demonstrar que tal ocupação tenha escopo de práticas exclusivas; existir cursos consolidados em programas universitários que permitam a formação com a qualidade e quantidade necessária para abranger o território nacional; existir referencial teórico e científico próprio; e haver relevância social e interesse público.

Para o CFP, a psicomotricidade é, enquanto ciência, campo da Psicologia, da Pedagogia, da Educação Física, da Fisioterapia, da Terapia Ocupacional e da Fonoaudiologia, não havendo necessidade da individualização como ramo profissional.

Sendo assim, é injustificável a regulamentação de uma profissão que se estrutura em funções exercidas por outras profissões, posto que a Psicomotricidade tenha raízes e aspectos relacionados às mais diversas profissões.

CONFIRA A LINHA DO TEMPO DA LUTA CONTRA A APROVAÇÃO DO PROJETO DA PSICOMOTRICIDADE (PL 795/2003/PLC 74/2018)

22/04/03

O Dep. Leonardo Picciani apresentou na Câmara o PL 795/2003, regulamenta a profissão de psicomotricista e autoriza a criação dos Conselhos Federal e Regionais.

12/06/18

Aprovado requerimento de urgência. O projeto é aprovado no plenário da Câmara e segue para o Senado.

26/06/18

Início da tramitação no Senado, como PLC 74/18.    Mesa Diretora despacha para apreciação da CCJ e CAS.

28/06/18

CFP participa de discussão no Fórum de Conselhos Federais da Área da Saúde e no Fórum de Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas, os quais se posicionam contra o projeto e combinaram de elaborar parecer conjunto com os 14 Conselhos Federais da Área da Saúde.

29/06/18

A 19ª Plenária do CFP aprova o parecer contrário.

28/08/18

A CCJ designa o relator.

04/09/18

O CFP solicita apresentação de requerimento para apreciação também da Comissão de Educação.

05/09/19

O Presidente do CFP entrega ao Relator os argumentos contra o projeto.

10/09/18

O CFP solicita pautar discussão na CRTS, no Fentas e no CNS.

A CRTS elabora nota técnica e se posiciona veemente contra o projeto.

01/11/18

O CPF envia ofício-Circular aos CRPs solicitando participação nas ações contra o projeto.

12/11/18

O CPF envia ofício aos membros da CCJ com as manifestações contra o projeto.

21/11/18

O parecer do relator foi aprovado na CCJ e seguiu para CAS.

22/11/18

O CFP articulou um relator na CAS, contudo a comissão o informou que o projeto estava sobrestado, por conta do requerimento 143/17, o qual determina que projetos que tratam de regulamentação de profissões deverão consultar CCJ.

27/11/18

O CFP enviou ofício à Presidência da CAS com os subsídios, solicitou a juntada ao processado e distribuição aos membros da comissão.

04/12/18

O CFP entregou os subsídios contra o PLC na Liderança do Governo no Senado.

05/12/18

Aprovado requerimento de urgência. O PLC 74/2018 foi aprovado e seguiu para sanção do Presidente da República.

14/12/18

O CFP enviou ofício ao Presidente da República, ao Ministro da Casa Civil e da Secretaria de Governo encaminhando os subsídios, solicitando audiência e o veto total do projeto.

17/12/18

O Presidente do CFP se reuniu com o Ministério da Saúde, o qual se manifestou pela rejeição total do PLC 74/2018.

03/01/19

Prazo máximo para sanção pelo Presidente da República.

Saiba como solicitar o veto ao PLC 74/2018:

Enviar e-mail para:
Presidência da República: gabinetepessoal@presidencia.gov.br

Ministro-Chefe da Casa Civil: agendacasacivil@presidencia.gov.br

Ministro-Chefe da Secretaria de Governo: sgov.gabinete@presidencia.gov.br  e sgov.chefegab@presidencia.gov.br

Ministério da Saúde: ministro@saude.gov.br e chefia.gm@saude.gov.br