Assembleia Legislativa de Sergipe agracia CFP com Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar

Na quinta-feira (25), a Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) celebrou os 60 anos da regulamentação da Psicologia no país com uma sessão solene, em Aracaju. Na ocasião, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi agraciado com a outorga da Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar, a maior honraria do Poder Legislativo sergipano. A presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes, recebeu a comenda em nome da autarquia.

A honraria é concedida a pessoas físicas ou jurídicas que contribuem para o engrandecimento do estado de Sergipe e do Poder Legislativo ou Mérito Excepcional. A comenda é aprovada pelo Conselho da Ordem do Mérito Parlamentar, composto por deputadas(os), membros da Mesa Diretora, líderes da bancada dos partidos que tenham representantes na Assembleia Legislativa e pelo último ex-presidente da Assembleia Legislativa de Sergipe.

Ana Sandra destacou as transformações pelas quais a Psicologia passou em 60 anos e analisou que, atualmente, a profissão encontra-se em situação diferente à da época de sua regulamentação.

“A Psicologia brasileira, no seu surgimento, é muito diferente da Psicologia como nós conhecemos hoje. Ela surgiu numa perspectiva bastante elitista, mas a história do nosso país a transformou numa profissão que tem radical compromisso com as camadas populares desse país, com enfrentamento ao racismo, machismo, sexismo, à homotransfobia, bem como o enfrentamento a todas as formas de opressão, preconceito e discriminação, que causam tanto sofrimento psíquico quanto sofrimento físico”, apontou.

O deputado estadual Iran Barbosa (PSOL) congratulou a Psicologia pelas seis décadas de regulamentação e destacou a importância e o trabalho das(os) profissionais. ”Por mais homenagens que façamos, no cenário que nós estamos vivendo, é muito pouco para reconhecer a contribuição que a Psicologia tem dado nos mais variados setores da nossa história”, destacou.

O presidente do Conselho Regional de Psicologia de Sergipe (CRP-19), Naldson Melo Santos, também destacou a importância da Psicologia para a sociedade brasileira. “Já tínhamos essa convicção. No entanto, na pandemia da Covid-19, essa convicção ficou evidenciada”, pontuou. Naldo também citou que a categoria vai continuar lutando pela pauta antimanicomial e pela implantação da Lei 13.935/2019, que estabelece a inclusão de profissionais da Psicologia e do Serviço Social na rede pública de educação básica.

Para a psicóloga, ativista dos direitos humanos e representante da Psicologia Preta em Sergipe, Eleonora Vaccarezza, a profissão tem atuado sob uma perspectiva mais abrangente, com maior diversidade e com aproximação das pautas sociais. “Que bom poder hoje estar contando essa história da Psicologia a partir de uma outra perspectiva, que não necessariamente a que vem sendo difundida tão largamente: a perspectiva branca, europeia e ocidental”, afirmou.

Sessão Solene no Acre destaca compromissos da Psicologia com os direitos humanos e com a saúde mental no país

Os compromissos da Psicologia com os direitos humanos e com a saúde mental foram destacados na Assembleia Legislativa do Acre (ALEAC) em sessão solene que celebrou os 60 anos de regulamentação da profissão, promovida na quinta-feira (1º). A solenidade foi realizada a partir de sugestão do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e da Seção Acre do Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região (CRP-24), e contou com a presença de conselheiros federais e regionais, profissionais e universitários de Psicologia e membros do Ministério Público estadual.

A conselheira do CFP Losiley Alves Pinheiro destacou a importância da Psicologia, ao longo de seis décadas, em áreas diversas de atuação, como
educação, esporte, tráfego, justiça, segurança pública, assistência social e saúde. “Ao longo de 60 anos, a Psicologia tem contribuído para a promoção da saúde e da qualidade de vida das pessoas, das famílias, de grupos e de instituições, se fazendo presente nos mais variados espaços”, destacou.

A conselheira federal também analisou a transformação da Psicologia nos primeiros 60 anos de sua regulamentação. “A Psicologia se inicia como uma profissão elitista, positivista e punitivista. E, hoje, se constitui como uma profissão comprometida com os direitos humanos e com toda a sociedade brasileira, com todas as pessoas, independente de sua condição econômica e social”, pontuou.

Debates
A deputada Meire Serafim (União Brasil) apontou que as(os) profissionais da Psicologia têm um papel relevante na vida das pessoas. Para a parlamentar, psicólogas e psicólogos são essenciais na busca do acolhimento do ser humano. “Dos anos 1960 até 2022, a área da Psicologia cresceu muito no país e tem ganhado cada vez mais destaque, visto que nunca se falou tanto sobre saúde mental”, afirmou.

A vice-presidente do CRP-24, Luciana de Carvalho Rocha, defendeu que a categoria no Acre tenha o seu próprio conselho regional como forma de garantir a identidade da Psicologia acreana. Ela afirmou que a criação do CRP-24 trouxe muitos avanços para a profissão no estado, mas argumentou que, embora sejam muito próximos, Acre e Rondônia têm as suas diferenças. “O Acre tem uma forma muito específica de fazer Psicologia e a gente merece ter também o nosso conselho”, defendeu.

A estudante do curso de Psicologia da Universidade Federal do Acre (UFAC) Kassia Geovana Ferreira Costa, analisou que, no passado, a Psicologia se colocou como instrumento de opressão e de reprodução de violências e de discriminações diversas. Ela pontua que, atualmente, a categoria busca contribuir para a construção de uma Psicologia acessível e que promova a saúde mental e o bem-estar da sociedade. “E é por isso que hoje defendemos e prezamos tanto pela formação ética e comprometida com a defesa irrestrita dos direitos humanos”, defendeu.

O membro da Comissão Gestora do CRP-24 Deandrison de Oliveira Amaral destacou a atuação da Seção Acre do Conselho Regional, desde o desmembramento realizado em 2019. Ele informa que a seccional visitou todos os municípios acreanos para orientar sobre a atuação profissional e como as publicações do CFP e do CRP podem auxiliar as(os) psicólogas(os). “Demonstrarmos, dentro dos parâmetros legais que nos compete, que desejamos ser parceiros das psicólogas, apresentando nossos canais de comunicação e atendimento para que a categoria se sinta acolhida quando tiverem suas dúvidas”, explicou.

Para a presidente da Comissão de Direitos Humanos do CRP-24, Márcia Aurélia dos Santos, a Psicologia assumiu um compromisso ético-político, apesar de ter sido atravessada por uma ditadura militar e tantos outros movimentos que trouxeram mais dor e sofrimento à população numa tentativa de aniquilação da subjetividade. “Nosso compromisso como psicólogas, psicóloges e psicólogos é com a dignidade da vida e os direitos humanos, sendo necessário denunciar as negligências sociais e contribuir para o enfrentamento de qualquer prática que diga o contrário”, apontou.

O procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Acre, Danilo Lovisaro, que é filho de psicóloga, prestou homenagem à categoria. “Tenho uma admiração tremenda pela Psicologia, inclusive porque é uma questão afetiva. Não é somente uma questão de reconhecer, de fato, a importância da Psicologia, que todos nós obviamente reconhecemos. A Psicologia faz parte do nosso dia a dia, inclusive dos profissionais do Direito”, reconheceu.

A procuradora da Justiça do Ministério Público do Acre, Patrícia Rêgo, destacou que a saúde mental é o tema da sociedade da pós-modernidade assolada por crises sobrepostas. “Uma crise sanitária, uma crise de direitos humanos, uma emergência climática global, uma crise econômica que afeta todos e todas nós. Daí, a relevância absoluta do profissional de saúde mental, do profissional da Psicologia”, apontou.

No fim da solenidade, profissionais foram reverenciados com certificados pelos relevantes trabalhos realizados na Psicologia no estado.

O CRP-24
O Conselho Regional de Psicologia da 24ª Região (CRP-24) foi criado em 2019 para abranger os estados do Acre e de Rondônia. Estes estados, anteriormente, faziam parte do CRP-20, juntamente com os estados do Amazonas e Roraima. A sede do novo CRP-24 fica em Porto Velho (RO), com uma seção no Acre, na capital Rio Branco.

Cerimônia na Assembleia Legislativa do Piauí marca 60 anos da Psicologia no Brasil

A Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi), em Teresina, realizou no dia 18 de agosto, uma sessão solene em comemoração aos 60 anos da regulamentação profissional da Psicologia no Brasil. A vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Anna Carolina Lo Bianco, participou da solenidade em que o Conselho Regional de Psicologia do Piauí (CRP-21) reconheceu a atuação de psicólogas e psicólogos com a honraria Psicóloga Monise Gomes Serpa.

Citando a história e as questões de territorialidade, Anna Carolina destacou que só a partir do contexto histórico é possível compreender os desafios da Psicologia no estado.

“Essas questões nos mostram como demandas pontuais e localizadas, envolvendo as reivindicações da categoria, têm que ser postas em contexto para entendermos que os nossos desafios ultrapassam o objetivo mais imediato e estarão sempre voltados para uma sociedade mais ampla, que é extremamente sofrida e crivada pelas desigualdades”, avaliou.

A vice-presidente do CFP falou também sobre o compromisso da entidade com a profissão. “O que nos faz estar frente ao fato crucial de que há conquistas a serem feitas e é responsabilidade do Conselho Federal de Psicologia oferecer um suporte ético, científico e profissional para que o exercício da Psicologia seja o exercício da justiça social”, pontuou Anna Carolina.

Debates

Já a presidente do CRP-21, Juliana Barbosa Dias Maia, falou sobre o histórico da profissão no estado, ressaltando fatos como a implantação de cursos de graduação e o aumento do número de psicólogas e de psicólogos em atividade.

“Na medida em que a profissão ganhou espaço, houve também uma descentralização dos cursos de graduação. Porém, há a oferta de apenas dois cursos em instituições públicas no estado”, contextualizou.

Juliana destacou a importância do CRP nos debates sobre conquistas profissionais. “O Conselho se engaja nas lutas por melhorias para a categoria, como a situação da carga horária no estado. Estamos em busca de outras demandas, como o piso salarial e a luta por espaço nos concursos públicos. O Poder Legislativo tem sido um importante aliado nas lutas da Psicologia”, disse.

Proponente da sessão, o deputado estadual Fábio Novo (PT) falou sobre a importância do cuidado com a saúde mental no período da pandemia da Covid-19. “A volta à normalidade só será possível com políticas públicas, tanto no âmbito federal, quanto estadual e municipal. Essas políticas devem ser fortalecidas. Fortalecer a Psicologia, sem sombra de dúvidas, é fortalecer também a nossa sociedade”, destacou o parlamentar.

O presidente da Fundação Estatal Piauiense de Serviços Hospitalares (Fepiserh), Ítalo Rodrigues, representando a governadora Regina Sousa, também ressaltou a relevância do trabalho das(os) psicólogas(os) durante a pandemia, dizendo que o Governo do Piauí reconhece e valoriza o trabalho das(os) profissionais da Psicologia.

Reconhecimento

Ainda durante a sessão, o CRP-21 agraciou psicólogas(os) e personalidades que deixaram suas marcas na história da Psicologia piauiense com a medalha “Psicóloga Monise Gomes Serpa”.

A honraria reconhece as(os) profissionais que contribuíram para a Psicologia nos aspectos do crescimento, destaque, conquistas de espaços, aprimoramento, aquisição de direitos, valorização profissional, cientificidade da prática, bem como as(os) que tenham se destacado nos campos assistenciais e acadêmicos.

A comenda leva o nome de Monise Gomes Serpa, psicóloga que desempenhou um importante papel em prol da expansão e visibilidade da Psicologia no Piauí. Monise foi coordenadora da seção piauiense do CRP-11, que abrangia os estados do Ceará, Maranhão e Piauí; antes da criação do CRP-21, em 2013, com desmembramento do regional.

Com informações da Assembleia Legislativa do Piauí e do CRP 21.

Assembleia Legislativa do Ceará homenageia 60 anos de regulamentação da Psicologia no Brasil

Em mais um momento de reconhecimento da importância da Psicologia como profissão no Brasil, foi a vez de psicólogas e psicólogos do Ceará acompanharem a sessão solene alusiva aos 60 anos da regulamentação dessa ciência e profissão. A homenagem aconteceu na sexta-feira (19), na Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), em Fortaleza.     

A presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, foi homenageada na solenidade e apontou que as mulheres representam cerca de 85% do total de profissionais inscritas nos Conselhos Regionais de Psicologia. Ana Sandra também destacou mulheres influentes da história do Ceará, entre elas, Maria da Penha, principal nome da luta contra a violência doméstica no Brasil.    

Nágela Evangelista, presidente do Conselho Regional de Psicologia do Ceará (CRP-11), assinalou que a profissão surgiu em uma época marcada pela violação de direitos e ataques à democracia. Ela ressaltou ainda a impossibilidade de dissociar a atuação profissional de uma atuação política, uma vez que a profissão deve contribuir para a eliminação de quaisquer formas de discriminação, exploração e violência.

O deputado estadual proponente da sessão, Renato Roseno (PSOL), falou que o cuidado na Psicologia encontra-se nos sistemas SUS e SUAS, no sistema educacional, no sistema de privação de liberdade e na psicologia organizacional, entre outros campos.  

Já o coordenador-geral do Sindicato das(os) Psicólogas(os) do Ceará (Psindce), Jheymison de Lima Silva, reiterou a importância de uma Psicologia politizada e atuante no combate a todas as formas de discriminação. 

Além da presidente do CFP, o evento homenageou também a psicóloga e governadora do estado do Ceará, Izolda Cela; as psicólogas Nágela Evangelista (presidente do CRP-CE), Wedja Josefa Granja da Costa, Teresa Cristina Monteiro de Holanda, Alana Mabda Leite Gomes, Rosa Maria Prudêncio, Ângela de Alencar Araripe Pinheiro; e o psicólogo Anderson Moraes Pires.  

Regulamentação da profissão

A Psicologia chegou ao Brasil no início do século XX. No entanto, foi regulamentada como profissão a partir da publicação da Lei nº 4.119, em 27 de agosto de 1962, pelo presidente João Goulart. Em 1971, por meio da Lei nº 5.766, foram criados o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Psicologia – que constituem o Sistema Conselhos de Psicologia.

Celebrações pelo Brasil

Ao longo de todo este ano têm sido realizadas por casas legislativas nas cinco regiões do país sessões solenes para celebrar o sexagenário da Psicologia. As reuniões nas Assembleias e Câmaras Municipais realçam as contribuições da Psicologia à sociedade e seus desdobramentos históricos nas últimas seis décadas. 

Com Informações da Agência de Notícias da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará

Psicólogas(os): saiba como gerar a sua senha para votar

Foi encaminhado,  no sábado (20), a todos as(os) profissionais com email registrado no Cadastro Nacional de Psicólogos um link para a geração de senha que possibilita participar das eleições para os Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) e para a Consulta Nacional do Conselho Federal de Psicologia (CFP). Ao clicar no link, a(o) usuária(o) poderá criar a senha de votação.

Para votar

A votação será realizada unicamente na modalidade on-line, entre os dias 23 e 27 de agosto, por meio do site eleicoespsicologia.org.br. Cada psicóloga(os) só poderá votar fazendo uso de sua senha pessoal e intransferível. 

Para votar, as psicólogas(os) também precisam estar com a anuidade em dia junto ao seu CRP, além dos demais requisitos previstos no regimento eleitoral.

Caso a(o) psicóloga(o) esteja com o e-mail e o celular desatualizados, deverá procurar um Ponto de Apoio à Votação entre os dias 23 a 27/08/2022.

Colégio Eleitoral e Chat

Para quem quiser conferir se está apta(o) a votar este ano, já pode fazer a consulta no Colégio Eleitoral por meio do site eleicoespsicologia.org.br. Ao entrar no site, selecione o Regional de atuação, clique em “Colégio Eleitoral”, digite o número do CPF e confirme.

Se o seu nome não constar ali, consulte o Conselho Regional de Psicologia em que você está inscrita(o) para verificar a existência de problemas em seu registro ou débitos. Do ponto de vista financeiro, é considerada(o) em dia quem pagou as anuidades  do exercício 2021, e anuidades anteriores . Quem constatar que está em dívida, poderá negociar o parcelamento com o próprio Regional até o dia 26 de agosto de 2022.

Além desta ação, a(o) psicóloga(o) poderá ligar no 0800-555 2756 ou utilizar o chat, localizado no canto inferior direito do site das Eleições 2022, e solicitar resposta quanto às dúvidas sobre o sistema de votação.

 

CFP reforça posicionamento contrário ao financiamento de comunidades terapêuticas com recursos públicos

A certificação de comunidades terapêuticas como entidades beneficentes, constante na Lei Complementar nº 187/2021, foi tema de diálogo durante a 308º reunião ordinária do Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) no dia 21 de julho. O Conselho Federal de Psicologia (CFP), que possui representação no CNAS, esteve entre as(os) participantes.

A normativa, que também regula os procedimentos referentes à imunidade de contribuições à seguridade social, inclui as comunidades terapêuticas no rol de instituições dotadas de pessoa jurídica de direito privado e sem fins lucrativos – ao lado de entidades das áreas de Assistência Social, Saúde e Educação. Na prática, a Lei Complementar nº 187/2021 permite que recursos públicos da área possam ser direcionados às comunidades terapêuticas.

“Não restam dúvidas de que as comunidades terapêuticas não são serviços da política de Assistência Social”, ressaltou a psicóloga Simone Cristina Gomes, que representa o CFP no Conselho Nacional de Assistência Social.

Simone Gomes destacou que, além de não realizarem um serviço no âmbito da Assistência Social, da Educação ou da Saúde, as comunidades terapêuticas se contrapõem ao princípio da autonomia, tão importante para as(os) usuárias(os) do Sistema Único de Assistência Social. “A partir do momento em que se colocam essas medidas asilares características dessas instituições, fere-se o princípio da autonomia, que é uma das seguranças que se busca nos serviços tipificados do SUAS”, reforçou

Violações de direitos

Para dialogar sobre o assunto junto às(aos) conselheiras(os) do CNAS, esteve presente Fernanda Magano, representante do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Magano frisou as constantes violações verificadas em algumas comunidades terapêuticas, práticas que apresentam similaridades com os antigos hospitais psiquiátricos. Entre elas, a falta de convivência familiar e comunitária, o uso de trancas nas portas, a existência de quartos de contenção e a imposição de crenças religiosas.

A respeito da Lei Complementar nº 187/2021, Magano pontuou que a implementação de um processo próprio de Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS) no âmbito do Ministério da Cidadania – relacionado a entidades atuantes na redução da demanda de drogas – constitui uma instância própria, resultando em uma atuação desvinculada da previsão legal e da política de Assistência Social.

Além disso, alertou, a Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (SENAPRED), órgão ligado ao Ministério da Cidadania, passaria a acumular diversas atividades e funções com significativa relevância estratégica para os processos de cadastro, acesso ao financiamento público, fiscalização e obtenção de CEBAS pelas comunidades terapêuticas – comprometendo a imparcialidade e a transparência de todo o fluxo desses processos, e dificultando portanto a fiscalização, o monitoramento e a avaliação das instâncias de controle social na área da Saúde.

A associação desses fatores, na avaliação de Fernanda Magano, denuncia a tendência de ampliação do financiamento público de comunidades terapêuticas e dos convênios e parcerias público-privadas entre Estado e organizações privadas, em detrimento da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). “As distorções criam arbítrios que ferem as legislações e, pior, a vida das pessoas”, pontuou a representante do Conselho Nacional de Saúde.

Maynar Patricia Vorga Leite, conselheira vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul (CRP-07) e que também acompanhou a reunião, destacou a laborterapia e o preconceito que permeiam as relações dentro das comunidades terapêuticas.

“Algo que pouco se fala a respeito das comunidades terapêuticas é que elas funcionam a partir do racismo estrutural e da segregação de classes. Se a gente entra nas comunidades terapêuticas vê, assim como nas prisões, proporcionalmente muito mais pessoas negras e pobres”, afirmou.

Após o debate, as(os) conselheiras(os) do CNAS aprovaram a elaboração de um documento contrário à inscrição de comunidades terapêuticas nos conselhos de Assistência Social, prerrogativa que as tornaria aptas à captação de recursos públicos. Simone Cristina Gomes participou da construção do posicionamento, aprovado pelo pleno do CNAS. Acesse a íntegra do Parecer do CNAS sobre o tema.

A Secretaria Nacional de Cuidados e Prevenção às Drogas (SENAPRED), do Ministério da Cidadania, também foi convidada a participar do diálogo, mas não houve a participação de representantes da pasta.

Relatório de inspeção

Em 2017, uma inspeção nacional conjunta realizada pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP), o Ministério Público Federal (MPF) e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT) identificou práticas violadoras de direitos em comunidades terapêuticas.

Ao todo, foram vistoriados, de forma simultânea, 28 estabelecimentos nos estados de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal. Privação de liberdade, trabalhos forçados e internação de adolescentes estão entre as violações identificadas à época pela equipe.

A coleta de informações envolveu vistorias dos espaços físicos, entrevistas com usuários, direção e equipes de trabalho, além da análise de documentos das instituições – voltadas especialmente à internação de usuários de drogas, embora novos públicos venham sendo incorporados, conforme apontaram as vistorias.

Acesse a íntegra do Relatório da Inspeção Nacional em Comunidades Terapêuticas.

Mês dos 60 anos da Psicologia no Brasil: conheça as ações do CFP para celebrar nossa ciência e profissão

Para abrir o mês que marca as celebrações dos 60 anos da regulamentação da Psicologia como ciência e profissão no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) mudou sua imagem de perfil nas redes sociais: o selo dos 60 anos está nas páginas oficiais do CFP no Instagram, Facebook e Twitter.

Psicólogas e psicólogos de todo o país também podem utilizar a imagem para se unir às comemorações dos 60 anos da Psicologia, incluindo também a hashtag #Psi60Anos

A Psicologia foi regulamentada como ciência e profissão no Brasil em 27 de agosto de 1962, e ao longo dessas seis décadas tem se fortalecido como espaço de atuação técnica, científica e política de promoção de cuidado à saúde e da dignidade humana.

Para celebrar esta importante trajetória, o CFP tem promovido uma ampla agenda de atividades formativas, de lançamento de publicações, estudos e pesquisas, além de premiações, mostra e sessões solenes nas cinco regiões do país, entre outras iniciativas.

Conheça as ações do CFP para celebrar os 60 anos da Psicologia no Brasil:

O site do Conselho Federal de Psicologia também reúne informações sobre as ações já implementadas, com galeria de fotos e íntegra para acesso aos conteúdos já lançados e calendário das próximas ações.

Psicologia 60 Anos: Uma História para Construir o Futuro

No próximo dia 12 de agosto, às 18h, o CFP promove em Brasília o evento Psicologia 60 Anos: Uma História para Construir o Futuro.

Unindo memória e arte, a atividade vai resgatar o percurso da Psicologia no Brasil. Uma celebração em que profissionais e usuários, referenciados em suas práticas e corpos, apresentarão as tessituras que marcam a Psicologia como ciência e profissão.

A cerimônia também irá homenagear as presidências de todos os Plenários do CPF ao longo destes 60 anos, em reconhecimento às contribuições para a constituição desta profissão que hoje conta com mais de 440 mil psicólogas e psicólogos em todo o país.

É o olhar a uma profissão que se constrói e reconstrói ancorada no compromisso ético de um cuidado integral e de promoção de direitos. Uma Psicologia em movimento, atenta ao passado para construir o presente e projetar o futuro.

O evento contará com transmissão pelas redes sociais do CFP. Participe!

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CFP participa do I Seminário Luso-Brasileiro de Trauma

Entidades da Psicologia do Brasil e de Portugal promoveram neste mês o I Seminário Luso-Brasileiro de Trauma, intitulado “Trauma e pós-trauma: contextos, populações e práticas”. Participaram das atividades representantes do Conselho Federal de Psicologia do Brasil, da Ordem dos Psicólogos Portugueses e da Associação Iberoamericana de Psicotrauma.

O tema central da atividade foi abordar todo o espectro do trauma, desde a sua experiência em primeira pessoa e seu impacto na comunidade, até às intervenções psiquiátricas e psicológicas pós-traumáticas e soluções legislativas de apoio à vítima. Foi a oportunidade de estudantes e acadêmicos de conhecer diferentes perspectivas e práticas desenvolvidas no Brasil e em Portugal.

A presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP), Ana Sandra Fernandes, participou da abertura do evento destacando as atribuições legais do CFP e os desafios postos à profissão e à sociedade brasileira, especialmente os relacionados ao contexto de emergências e desastres. Ana Sandra citou a tragédia social e ambiental decorrente do rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho e a pandemia do coronavírus, que tem desencadeado o Transtorno de Estresse Pós-Traumático na população.

“A atuação do profissional de Psicologia frente às situações classificadas como emergências e desastres deve ser dinâmica, ampla e criativa, com destaque para ações de promoção e resgate da saúde mental, bem-estar e cidadania das pessoas impactadas”, reforçou a presidente do CFP.

Ana Sandra Fernandes também reiterou o compromisso histórico do Conselho Federal de Psicologia, assim como da Psicologia brasileira, frente a esses desafios, e afirmou que o órgão tem cumprido seu papel institucional diante dos desafios da realidade atual.

Conselho Federal de Psicologia lança edição comemorativa do Código de Ética Profissional

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lançou edição especial do Código de Ética Profissional, em celebração ao aniversário de 60 anos da regulamentação da Psicologia no país. Além de trazer a íntegra do texto do Código de Ética da Profissão, originalmente publicado em 2005, a tiragem especial inclui marcos da história da Psicologia no Brasil, além de normativas de referência para a atuação de psicólogas e psicólogos.

A edição comemorativa será enviada a todas(os) profissionais com registro ativo nos Conselhos Regionais. Psicólogas e psicólogos de todo o Brasil já estão recebendo o exemplar, e a estimativa é que a distribuição esteja finalizada até 11 de junho. Além da versão impressa, o site do CFP traz a publicação em formato digital.

“Sabemos que ainda há muito a ser feito. Mas o olhar sobre os 60 anos da regulamentação da Psicologia no Brasil evidencia a formação de uma base sólida e que nos projeta para uma prática ancorada no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade e da integridade humana – princípios que norteiam o código de ética profissional de nossa categoria e que devem balizar nossa construção de futuro”, pontua a presidente do CFP, Ana Sandra Fernandes.

A edição especial do Código de Ética resgata marcos históricos dos 60 anos da regulamentação da Psicologia no país para compreender os desafios e os avanços alcançados ao longo dessa trajetória, mobilizada pelo engajamento de cientistas, profissionais, coletivos e movimentos sociais de todo o país.

O levantamento foi realizado com apoio da Sociedade Brasileira de História da Psicologia (SBHP) e dos Grupos de Trabalho História da Psicologia e História Social da Psicologia, da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP).

Comemorações dos 60 Anos da Psicologia

A edição especial do Código de Ética Profissional integra um conjunto de ações e atividades que o Conselho Federal de Psicologia está promovendo para celebrar as seis décadas de contribuições da Psicologia à sociedade, como ciência e profissão.

Ao longo deste mês, o CFP promoveu uma série de lives para debater temas essenciais da profissão: enfrentamento ao racismo; Psicologia, gênero, raça e interseccionalidade; violência no trânsito; o luto de crianças e adolescentes durante a pandemia da Covid-19; a luta anticapacitista; o teletrabalho no contexto da atual crise sanitária; e o esporte e o lazer como ferramentas para o desenvolvimento pessoal e social.

No último dia 13, uma sessão solene no Congresso Nacional reuniu parlamentares, representantes do Sistema Conselhos de Psicologia de todo o Brasil, além de centenas de profissionais e estudantes da área, para celebrar os 60 anos da Psicologia no Brasil. O Parlamento também recebeu a instalação visual “Psicologia 60 Anos: Uma História para Construir o Futuro”, retratando a trajetória desta ciência e profissão.

A íntegra dos diálogos está disponível nas redes sociais do CFP.

Acesse a íntegra da edição comemorativa do Código de Ética Profissional

Prêmio Profissional Virgínia Bicudo: inscrições foram prorrogadas até 30 de novembro

Foram prorrogadas, até dia 30 de novembro, as inscrições para o Prêmio Profissional Virgínia Bicudo. A premiação tem como objetivo identificar, valorizar e divulgar estudos e ações de psicólogas(os) e coletivos que envolvam a Psicologia e as Relações Étnico-Raciais, fundamentadas nos Direitos Humanos e que tenham impacto na saúde mental, na redução das desigualdades sociais e no posicionamento antirracista.

Serão aceitos trabalhos teórico-técnicos inscritos em duas categorias – experiências individuais ou coletivas -, desde que contemplem o tema “Práticas para uma Psicologia Antirracista”. Os trabalhos deverão ser inéditos e apresentados sob a forma de artigo técnico ou relatos de práticas embasadas na ciência psicológica. 

Com essa iniciativa, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) homenageia  e resgata o importante legado da psicanalista Virgínia Leone Bicudo, mulher negra e atuante no campo das ciências sociais, uma das estudiosas mais importantes da psicanálise no Brasil.

Na década de 1940, sob o título “Estudo de Atitudes Raciais de Pretos e Mulatos em São Paulo”, o trabalho de Bicudo foi o primeiro a ser defendido sobre o tema das relações raciais em uma universidade brasileira. (fonte: https://bit.ly/3lQsNrP)

Para mais informações, acesse o regulamento do concurso. Você pode se inscrever diretamente pelo site www2.cfp.org.br/premio/virginiabicudo/.