12º Congresso Nacional da Psicologia conclui atividades e define o de  diretrizes de ação para o próximo triênio

O 12º Congresso Nacional da Psicologia (CNP) foi concluído neste domingo (6), em Brasília (DF), após quatro dias de debates e votações que definiram os rumos da Psicologia brasileira para o próximo triênio. 

Realizado desde 1994, o CNP é o principal espaço democrático e participativo da categoria, reunindo profissionais, estudantes e pessoas convidadas para deliberar as diretrizes que orientarão as gestões do Conselho Federal (CFP) e dos Conselhos Regionais (CRPs) de Psicologia (CRPs). Nesta edição, o CNP teve como tema “Psicologia e Democracia: a pluriversalidade do nosso fazer. Por uma Psicologia pluriversa e inclusiva”, reafirmando o compromisso da profissão com a promoção de direitos, a diversidade e a defesa da democracia.

Ao longo da etapa nacional, mais de 400 profissionais e estudantes de Psicologia eleitas(os) participaram das atividades, com base em propostas debatidas nas etapas preparatórias, os Pré-Congressos e Congressos Regionais da Psicologia (Coreps), realizados em todo o país. 

Do total de 235 propostas que chegaram ao 12º CNP, 187 foram aprovadas pelo pleno de pessoas delegadas, dialogando com os  três eixos temáticos do Congresso.

As propostas aprovadas irão compor o Caderno de Deliberações do 12º CNP, documento que servirá de base para a atuação institucional do CFP e dos CRPs entre 2025 e 2028.

“As atividades ao longo desses quatro dias concluem um processo amplo de escuta e diálogo da categoria, numa construção coletiva de diretrizes que irão orientar o fazer científico e profissional de mais de meio milhão de profissionais em todo o país. As mais de 180 propostas aprovadas refletem a diversidade de práticas e os desafios da Psicologia no seu exercício ético e profissional, e reforçam o papel fundamental da nossa ciência profissão”, pontuou Rodrigo Acioli, coordenador do 12º CNP.

Encaminhamentos

Além da aprovação de 187 diretrizes, a Plenária apreciou 24 moções apresentadas pelas(os) delegadas(os), reafirmando o compromisso da Psicologia com o cuidado à saúde integral e sua interface com pautas urgentes da sociedade.

As manifestações trouxeram à reflexão a importância da Psicologia em lutas como das pessoas LGBTQIA+, das pessoas com deficiência e das pessoas negras. Esses grupos trouxeram temas como visibilidade, direitos e representatividade, diversidade de corpos e territórios e a efetividade de políticas de inclusão nos processos participativos.

Eleições Sistema Conselhos de Psicologia

Como parte da programação do evento, na tarde de domingo (6) a Comissão Eleitoral Especial (CEE) apresentou as chapas homologadas para o pleito que ocorre de 23 a 27 de agosto deste ano. 

O regimento eleitoral prevê que cada chapa homologada para a Consulta Nacional e para os Conselhos Regionais tenham espaço de divulgação de suas propostas, no período entre 7 de julho e 22 de agosto, como mecanismo de transparência e fortalecimento do processo democrático. 

As atividades do 12º CNP foram transmitidas ao vivo pelo canal do CFP no YouTube. As sessões estão disponíveis para quem quiser rever os debates e decisões que marcaram essa importante etapa da história da Psicologia brasileira.

Confira a galeria de imagens do 12º CNP.

Conheça as chapas que concorrem à Consulta Nacional para o CFP e às eleições dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) no site eleicoespsicologia.org.br.

Política Criminal e Penitenciária: exame criminológico para a progressão de regime de pessoas privadas de liberdade deve contar com equipe multiprofissional e participação da Psicologia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou da elaboração da Resolução CNPCP nº 36/2024, que estabelece diretrizes técnicas para a realização de exames criminológicos no contexto da progressão de regime no sistema prisional brasileiro e determina que essa avaliação seja conduzida por uma equipe multiprofissional composta por psicólogas e psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e chefias de serviço.

A normativa foi publicada pelo Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) — órgão vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública —, em diálogo com a Lei de Execução Penal e a legislação mais recente na área, que tornou obrigatórios os exames criminológicos para todas as pessoas privadas de liberdade.

Para a presidenta do CFP, Alessandra Almeida, que representou a autarquia como convidada nas discussões que resultaram no texto final, a resolução representa um avanço por regulamentar de forma objetiva e detalhada as diretrizes exigidas para que pessoas privadas de liberdade passem pela mudança de regime, “valorizando a diversidade de olhares e saberes para uma avaliação mais completa, ética e comprometida com a garantia de direitos”.

Alessandra Almeida destaca ainda “o papel estratégico da Psicologia nesse processo, com o reconhecimento dos princípios éticos e científicos que marcam nossa profissão”. O tema é entre os assuntos que são foco do Grupo de Trabalho do CFP sobre Psicologia e Políticas Penais. 

A expectativa do CNPCP é que, com critérios definidos e equipes qualificadas, o processo de execução penal se torne mais transparente, justo e sensível às trajetórias individuais.

Controle social

Criado em 1980, o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária é um órgão colegiado previsto no art. 64 da Lei de Execução Penal (Lei nº 7.210/1984), composto por profissionais da área jurídica, docentes e representantes da sociedade civil. Ao longo de sua história, tem oferecido subsídios à formulação de políticas públicas criminais e penitenciárias, por meio de análises e deliberações. O Conselho atua na promoção de uma nova política criminal e penitenciária em âmbito nacional, com base em avaliações periódicas do sistema e na execução de planos de desenvolvimento alinhados às metas e prioridades estabelecidas.

Com informações do Ministério da Justiça e Segurança Pública

Giro Descolonial Centro-Oeste dialoga sobre Psicologia e cuidado em território

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Comissão de Direitos Humanos (CDH), realizou, nos dias 26 e 27 de abril, o Giro Descolonial Centro-Oeste: vida além do trabalho. O encontro ocorreu na aldeia indígena Paikum, do povo Kurâ-Bakairi, em Paranatinga/MT, reunindo representantes das Comissões de Direitos Humanos dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) do Distrito Federal (CRP-01) e dos estados de Goiás (CRP-09), Mato Grosso (CRP-18) e Mato Grosso do Sul (CRP-14).

A presidente do CFP e integrante da CDH, Alessandra Almeida, destacou que o objetivo da ação, assim como os encontros anteriores no Sudeste e em parte das regiões Norte e Nordeste, é fortalecer a Psicologia na perspectiva do cuidado em território. 

“O que os povos indígenas esperam de nós? Como podemos promover saúde nos territórios, observando o que os corpos-territórios de fato precisam de nós? É isso o que nos leva a campo, para que possamos ter uma Psicologia que redescubra as existências brasileiras”, afirmou Alessandra Almeida.

A conselheira federal e representante da CDH, Nita Tuxá, enfatizou a relevância da campanha nacional das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia, Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis, ponto de partida dos encontros locais.

“A Psicologia precisa estar em movimento, nas bases, com as coletividades, ressignificando o que chamamos de Psicologia brasileira. Pensar uma Psicologia com outras filosofias de vida e lógicas de compreensão de mundo, sempre amparados no nosso código de ética e na prática profissional, é essencial para compreender os direitos humanos”, ressaltou.

Para Giulia Mendonça, integrante da CDH, a relação entre corpo e território envolve identidade, representatividade e produção de saberes dentro de contextos sociais e culturais. “A Psicologia deve ir ao encontro das comunidades, dos povos tradicionais e indígenas, refletindo sobre trabalho, saúde mental e bem-viver. Esses temas atravessam tanto a categoria profissional quanto a vida de todas as pessoas”, pontuou.

O indígena do povo Kurâ-Bakairi e psicólogo Thiago Kavopi reforçou a importância de uma atuação sensível dos profissionais da Psicologia, considerando as especificidades dos povos tradicionais. “A Psicologia visa compreender a saúde mental das pessoas num âmbito muito particular e subjetivo. Para os povos indígenas, a saúde mental está conectada à cultura, à natureza, ao equilíbrio espiritual e aos ritos tradicionais que formam o bem-viver”, observou.

Confira as imagens do encontro.

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Encontro de Ouvidorias do Sistema Conselhos de Psicologia reforça atuação integrada e democrática

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) sediou, no dia 6 de junho, o 2º Encontro de Ouvidorias do Sistema Conselhos de Psicologia. O evento reuniu representantes das Ouvidorias dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todo o país com o objetivo de ampliar a troca de experiências, consolidar boas práticas e fortalecer a atuação conjunta desses espaços fundamentais para o diálogo com a categoria e com a sociedade.

A proposta do encontro foi criar um espaço de construção coletiva, com foco na definição de temas prioritários que orientarão as atividades de um grupo de trabalho específico ao longo do ano.

Entre os objetivos centrais está a elaboração de um manual de padronização de atendimento que irá subsidiar a atuação das Ouvidorias no Sistema Conselhos, promovendo mais eficiência, transparência e uniformidade nas respostas às demandas recebidas.

O conselheiro-presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, destacou a importância do sistema integrado de ouvidorias. “Muito importante esse momento. Somos uma profissão que se constrói a partir da noção de escuta. Vocês engrandecem a Psicologia brasileira estando nesse lugar”, afirmou.

“O encontro é mais uma etapa de fortalecimento das Ouvidorias do Sistema Conselhos de Psicologia”, aponta o conselheiro do CFP responsável pela área de Ouvidoria, Roberto Chateaubriand.

Segundo o conselheiro federal, um dos principais desafios é adaptar as concepções tradicionais de ouvidoria no país à realidade específica do Sistema Conselhos, distinguindo o que se refere ao atendimento geral e o que é, de fato, atribuição da Ouvidoria.

A supervisora da Ouvidoria do CFP, Ana Clara de Medeiros, também destacou o papel estratégico das Ouvidorias na melhoria dos serviços oferecidos. “Podemos pensar juntos aqui sobre como aprimorar fluxos e melhorar, assim, a percepção do público externo sobre o atendimento de todo o Sistema”.

O encontro contou ainda com debates e abordou temas como padronização de formulários, fluxos de demandas que chegam pelas ouvidorias e o uso do Sistema de Gestão Cadastral, Financeiro, Processos e Fiscalização (BRC) nas práticas do Sistema Conselhos.

A realização do 2º Encontro de Ouvidorias reforça o compromisso do CFP com a construção de uma Psicologia ética, participativa e atenta às demandas da categoria e da população.

Psicologia e direitos humanos: encontro propôs diálogo entre a prática psicológica, campos de atuação e a diversidade do Brasil

Nos dias 6 e 7 de junho, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio da Comissão de Direitos Humanos (CDH), realizou em Brasília/DF o X Seminário Nacional de Direitos Humanos. Com o tema Psicologia e Direitos Humanos: caminhos emancipatórios para (re)existências Brasis, o evento buscou fortalecer a aproximação de profissionais da Psicologia a diferentes grupos populacionais, a fim de incentivar o exercício de práticas científicas e profissionais mais inclusivas e representativas.  

O seminário reuniu representantes das Comissões de Direitos Humanos dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) de todo o país, que, em parceria com a CDH, contribuíram para a construção da Campanha Nacional de Direitos Humanos do triênio 2023-2025. Especialistas, ativistas e representantes de comunidades historicamente negligenciadas também participaram das atividades.  

Na abertura do evento, o presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, destacou a importância de uma Psicologia conectada às diversas realidades sociais. Relembrou que a criação da CDH foi um marco na defesa dos direitos humanos no exercício profissional e científico da categoria. “O CFP tem 51 anos, dos quais 25 foram sem a Comissão e, agora, completamos 26 promovendo direitos humanos. Este seminário representa essa virada. Psicologia e direitos humanos são indissociáveis”, ressaltou.

A vice-presidente do CFP e integrante da CDH, Alessandra Almeida, pontuou que o seminário foi um momento de avaliação das ações desenvolvidas no triênio 2023-2025 e de apontamentos futuros. “Estamos felizes por debater aqui uma Psicologia contracolonial, capaz de acolher a diversidade das existências dos nossos Brasis. Isto representa a concretização dos planos iniciais da comissão e das atividades realizadas ao longo do triênio”, afirmou.  

O evento também foi marcado por intervenções, como os atos Criança não é mãe, Vidas trans importam, Palestina Livre, Demarcação Já e Combate à violência contra as mulheres. “Essas mobilizações representam a potência do debate sobre corpos e territórios, reafirmando uma Psicologia crítica e comprometida com os direitos humanos e em diálogo com a sociedade civil”, pontuou a conselheira do CFP e integrante da CDH, Nita Tuxá. 

Para a coordenadora da Comissão de Direitos Humanos, Andreza Costa, o X Seminário representou a culminância de um longo processo coletivo, reforçou a pluralidade brasileira e contextualizou as múltiplas possibilidades e abordagens da Psicologia, “identificando os processos de sofrimento e adoecimento das populações invisibilizadas e também reconhecendo suas estratégias de existência e resistência”, destacou.

Cuidado em liberdade  

Outro destaque do seminário foi o pré-lançamento do relatório nacional sobre a desinstitucionalização dos manicômios judiciários. A iniciativa busca consolidar políticas públicas de cuidado em liberdade e reforça o compromisso da Psicologia brasileira com o tema.  

“Apresentamos dados iniciais e indicativos sobre o fechamento desses espaços, que representam o pior do pior – prisões disfarçadas de hospitais, locais de violação de direitos em que o cuidado não ocorre de fato”, ponderou a conselheira federal Clarissa Guedes, durante o pré-lançamento.

Pedro Paulo Bicalho ressaltou a cooperação técnica com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o que representa um avanço significativo no reconhecimento institucional e na atuação conjunta entre Psicologia e Justiça. “De todas as nossas experiências de inspeção, essa é a primeira vez que o CNJ assina conosco. Isso não é qualquer coisa. Isso é maturidade institucional. Isso é reconhecimento da justiça brasileira sobre a nossa potencialidade de trabalho”, enfatizou.

Assista o X Seminário Nacional de Direitos Humanos.

Para emissão do certificado de participação, clique aqui.

Campanha CDH

Intitulada “Descolonizar corpos e territórios: reconstruindo existências Brasis”, a iniciativa das Comissões de Direitos Humanos do Sistema Conselhos de Psicologia para o triênio 2023-2025 busca valorizar a diversidade de histórias, identidades e territórios originários da sociedade brasileira, promovendo uma prática profissional e científica mais inclusiva e representativa.

Entre as ações, destacam-se os debates regionais Giros Descoloniais e o podcast Prosas Descoloniais, que pretendem resgatar saberes historicamente marginalizados e aproximar a Psicologia da realidade social do país.

A campanha também reforça resoluções fundamentais da profissão que orientam a atuação frente à discriminação racial, violência de gênero e direitos da população LGBTQIA+, consolidando o compromisso da Psicologia com os direitos humanos e a diversidade.

CREPOP disponibiliza para consulta pública Referências Técnicas para atuação junto às pessoas idosas nas Políticas Públicas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP), por meio do Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP), inicia nesta segunda-feira (9) a consulta pública para que psicólogas e psicólogos de todo o país possam contribuir para a futura publicação que irá abordar a atuação da categoria junto às pessoas idosas no âmbito das políticas públicas.

Essa é uma das etapas que antecedem o lançamento de uma referência técnica para orientar profissionais da Psicologia em todo o território nacional e tem como  objetivo consultar psicólogas(os) de todo o país para aprimorar o documento, tornando o processo de elaboração mais democrático e participativo. 

Passo a passo da Consulta Pública

Para participar da consulta pública é preciso seguir as seguintes orientações:

Acesse aqui e confira a versão preliminar do texto destinado à consulta pública – acesse aqui o documento.

Em seguida, acesse o link do formulário aqui e faça suas contribuições, considerando cada eixo que organiza a Referência Técnica.

Atente-se ao prazo: a consulta pública ficará disponível até 13 de julho de 2025. Após o término desse período, as contribuições ao texto preliminar serão enviadas à comissão de especialistas, que trabalhará para a construção da versão final para publicação.

Para mais informações, acesse crepop.cfp.org.br. Participe! 

Sobre o Crepop

O Centro de Referências Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (CREPOP) é uma iniciativa do Sistema Conselhos de Psicologia voltada à promoção da qualificação da atuação profissional de psicólogas e psicólogos que atuam nas diversas políticas públicas.

Além de um papel técnico, o CREPOP tem um importante papel ético e político. Ético no que tange à qualificação profissional, orientando um fazer alinhado com a garantia de direitos e a transformação de vidas. Político por se tratar de um espaço que demarca as contribuições da Psicologia para o campo das políticas públicas, voltadas para a transformação social.

Confira as Referências Técnicas já lançadas.

CFP leva debate sobre agenda 2030 e compromisso com a luta antirracista aos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) participou, no dia 27 de maio, de reunião do Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas. 

O encontro destacou o compromisso das entidades pelo cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sobretudo, o ODS 18, que trata da promoção da igualdade étnico-racial. O objetivo central foi ressaltar o compromisso do sistema de fiscalização profissional com as possibilidades de cooperação internacional alinhadas ao desenvolvimento sustentável.

Pedro Paulo Bicalho, presidente do CFP, explica que a ação dá continuidade aos debates do 8° Fórum dos Países da América Latina e do Caribe sobre Desenvolvimento Sustentável, ocorrido em abril na cidade de Santiago, Chile – que também contou com a participação do Conselho Federal de Psicologia. Na ocasião, após a apresentação de seu legado de inserção nas políticas públicas sociais e de ações concretas em diversas frentes pela promoção de direitos, o CFP passou a integrar o mapeamento oficial da ONU que lista as entidades que colaboram para o atingimento das metas dos ODS na América Latina. 

Na avaliação do presidente do CFP, o Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas  é um espaço estratégico para a troca de experiências entre as entidades e possibilita a criação de incidência junto aos mais de 10 milhões de profissionais registrados nos 31 conselhos federais de profissões. 

“A Psicologia brasileira tem um histórico de atuação na defesa de direitos e na incidência em espaços de controle social, com foco na promoção de políticas públicas que possam promover a saúde mental da população, considerando as condições multifatoriais que impactam a vida de todas as pessoas”, afirmou Bicalho.

Os diálogos contaram também com a participação de Tatiana Dias Silva, diretora de Avaliação, Monitoramento e Gestão da Informação, do Ministério da Igualdade Racial. “O Forúm dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas é um espaço potente, que reúne representação de milhões de profissionais. Promover sinergia com os propósitos do MIR e do ODS 18 é essencial para alcançar, por meio dos profissionais, políticas públicas e atuação profissional alinhada com a promoção da igualdade étnico-racial”, destacou a representante do MIR. 

Lavito Person Motta Bacarissa, secretário-executivo da Comissão Nacional para os ODS (CNODS), da Presidência da República, também esteve presente e destacou a importância de poder falar das ações da CNODS para um fórum extremamente qualificado. “A agenda de desenvolvimento sustentável apenas alcançará êxito, se houver o compromisso de todos”, ponderou.

Protagonismo brasileiro na luta antirracista

A proposta de um ODS específico para a promoção da igualdade étnico-racial foi anunciada em setembro de 2023, pela Presidência da República do Brasil, durante a abertura da 78ª Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU).

Pedro Paulo Bicalho destaca que a Psicologia brasileira tem estado atenta aos desafios nesse campo, mencionando a elaboração de importantes instrumentos normativos para apoio à categoria, como a Resolução CFP nº 18/2002, que estabelece normas de atuação para psicólogas e psicólogos em relação ao preconceito e à discriminação racial. “Os conselhos profissionais regulamentados têm um importante papel na luta antirracista. Reafirmar seu compromisso junto ao ODS 18 é imperativo para avançarmos nesse enfrentamento”, ressaltou Bicalho.

Além das ações de orientação à categoria, que impactam nos serviços oferecidos a toda a sociedade, o Conselho Federal de Psicologia tem atuado na construção de bases metodológicas para o fortalecimento institucional e permanência saudável de grupos minoritários nas autarquias que compõem o Sistema Conselhos de Psicologia. Este é um dos objetivos centrais do Programa de Ações Afirmativas, Reparatórias e Inclusivas do Sistema Conselhos de Psicologia, que está sendo estruturado em parceria com o Fundo de Populações das Nações Unidas (UNFPA). Uma das ações concretas é o estabelecimento de cotas raciais para que pessoas negras e indígenas ocupem, pelo menos, 20% das gestões dos Conselhos de Psicologia no Brasil.

Saiba mais

O Fórum dos Conselhos Federais de Profissões Regulamentadas foi criado em 1999, destacando o fomento ao relacionamento institucional com os Três Poderes para buscar a valorização das profissões regulamentadas como foco de sua atuação. 

Atualmente, o colegiado é composto por 31 conselhos federais de fiscalização profissional legalmente constituídos com a finalidade de discutir e deliberar sobre assuntos institucionais de interesse das profissões regulamentadas no Brasil. 

Estima-se que, juntos, o Fórum dos Conselhos represente mais de 10 milhões de profissionais registrados em todo o território nacional.

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Nota de Pesar – Mara Coelho de Souza Lago

É com pesar que o Conselho Federal de Psicologia (CFP) recebe a notícia sobre o falecimento de Mara Coelho de Souza Lago. 

Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc),com mestrado em Antropologia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutorado em Psicologia da Educação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), teve importante atuação enquanto pesquisadora. Seus trabalhos tiveram como foco prioritário a psicologia social nos temas gênero, gerações, subjetividades e modos de vida, conectando interdisciplinaridades. 

Também foi uma das criadoras do curso de Psicologia da UFSC, onde atuou por 41 anos, entre 1969 e 2010. O título de professora emérita foi conquistado no ano seguinte a sua aposentadoria, em 2011. Ainda na UFSC, participou da criação do Instituto de Estudos de Gênero (IEG), do Serviço de Atenção Psicológica da UFSC (Sapsi) e do Laboratório de Psicologia Experimental. Ela também foi uma das fundadoras e primeira coordenadora do mestrado em Psicologia, do qual foi a primeira coordenadora, e colaborou na constituição do doutorado interdisciplinar em Ciências Humanas. Mara atuou ainda como professora voluntária nos programas de pós-graduação em Psicologia (PPGP) e Interdisciplinar em Ciências Humanas (PPGICH).

Neste momento de luto, o Conselho Federal de Psicologia manifesta suas sinceras condolências à família, amigos e a todas as pessoas que foram impactadas pela vida e obra da professora Mara Coelho de Souza Lago.

CFP lança novo site da Plataforma Pepsic

A  plataforma da Rede de Periódicos da Psicologia (Pepsic) está de cara nova. Na última sexta-feira (14), durante o  seminário “Gestão dos periódicos científicos e o processo editorial”, realizado na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), o comitê gestor da plataforma fez o lançamento do novo site, destacando os desafios ao longo do processo de reestruturação da ferramenta.

O presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, ressaltou que essa nova fase do PePsic representa não apenas a reformulação de um repositório de periódicos científicos mas, também o acesso mais inclusivo e democrático aos conteúdos, para que revistas latino-americanas, caribenhas e africanas estejam inseridas na produção do conhecimento desse ponto de vista de quem está no Hemisfério Sul. “Precisamos estar juntas e juntos, produzir coletivos e fazer da produção e divulgação de periódicos científicos uma tarefa coletiva e colegiada. Defender o conhecimento, a produção do conhecimento científico do Brasil, é uma tarefa também das instituições de Psicologia, também do Conselho Federal de Psicologia”, afirmou.

A conselheira do CFP Neuza Guareschi, responsável pela coordenação do comitê Gestor da Rede PePsic, fez  um balanço das atividades do colegiado, destacando que o evento que marcou o lançamento do novo site foi  o terceiro seminário sobre aspectos ligados à plataforma.  “A gente conseguiu mapear, fazer o levantamento, contato, comunicação e organização de todas as revistas. E aí, já começamos, há algum tempo, a trabalhar em um portal do Pepsic, que vocês estão acessando agora”, pontuou.

Sobre a perspectiva de uma maior integração com a produção de conhecimento em Psicologia na América Latina, Neuza Guareschi, , que também é editora da Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP), destacou, que, em breve, será lançada uma edição especial do periódico sobre a discussão da formação em Psicologia na América Latina.

Guareschi explicou ainda que, nesta perspectiva de maior integração entre os editores científicos, o comitê gestor do Pepsic estará presente em grandes  eventos da Psicologia em 2025, como o X Congresso Latino-Americano de Psicologia, XI Congresso ALFEPSI, o 7º Congresso Brasileiro Psicologia: Ciência e Profissão (7º CBP) e o ABEC Meeting 2025.

Promoção do conhecimento

O conselheiro federal Virgílio Bastos destacou o compromisso da reformulação da plataforma pela importância que ela tem na geração de conhecimento no Brasil para fundamentar a atuação profissional. “Esse é um compromisso nosso com a ciência, com a prática profissional, que são duas coisas que não estão dissociadas em absoluto. E esse esforço nosso de recompor o Pepsic, atualizá-lo, dar-lhe novas funcionalidades, vem enfrentando muitos obstáculos, mas nós temos caminhado nessa direção e vamos continuar persistindo. Em breve, teremos notícias melhores ainda em termos de acessibilidade e de funcionalidades para o sistema”, complementou. 

O conselheiro do CFP  afirmou ainda que os seminários promovidos pelo comitê gestor da plataforma são importantes porque se inserem dentro de uma outra perspectiva, que é apoiar editores e  as revistas científicas da Psicologia. 

Saiba mais

O Seminário “Gestão dos periódicos científicos e o processo editorial” foi realizado nos dias 14 e 15 de maio na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília/DF. 

O encontro contou com cinco mesas de debate que colocaram em diálogo questões relacionadas ao processo editorial,  às  diretrizes  para  as(os)  autoras(es), à indexação e seleção, ao processo de solicitação e à avaliação por pareceristas, além de desafios diversos no campo.

Todos os debates foram transmitidos em tempo real pelo canal do CFP no YouTube.

Acesse o novo site da Rede PePsic.

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Conselho Federal de Psicologia e UNOPS lançam orientações para apoio psicossocial pós-desastres

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) lançam, nesta sexta-feira (30), uma nota técnica e uma cartilha com diretrizes sobre saúde mental e apoio psicossocial comunitário no contexto da reparação de danos extrapatrimoniais. Os documentos, elaborados a partir do desastre socioambiental causado pela atividade mineradora da Braskem em Maceió, têm como objetivo subsidiar a atuação de psicólogas(os) em Organizações da Sociedade Civil (OSCs), coletivos e lideranças locais na reparação de danos morais coletivos. Confira os documentos na íntegra: cartilha e nota técnica.

A publicação dos materiais se dá no contexto do Programa Nosso Chão, Nossa História, operacionalizado pelo UNOPS em Maceió para a reparação dos danos morais coletivos causados pelo desastre socioambiental. “O desastre em curso evidencia a necessidade de um olhar ampliado para todo o Brasil. Alinhar essa perspectiva com profissionais da Psicologia, que estão na linha de frente atendendo as comunidades, é fundamental. Esses danos se repetem em diversas outras ocorrências pelo país e merecem a mesma atenção dada aos danos patrimoniais. Afinal, estamos falando de memória, relações sociais e afetividades”, destaca Bernardo Bahia, gerente de projetos do UNOPS.

Os documentos apresentam conceitos fundamentais, como danos extrapatrimoniais — também chamados de danos morais coletivos —, deslocamento forçado e o que significa a reparação desses impactos. Eles também orientam profissionais da área sobre a abordagem em contextos semelhantes, destacando a importância da convivência comunitária, do fortalecimento dos laços sociais e da participação social da população atingida na busca por soluções. As diretrizes também devem contribuir para as políticas públicas e a integração com o Programa.

“Com esse trabalho, damos um passo significativo no diálogo com a categoria, a sociedade e o Estado, avançando em modelos de desenvolvimento que impactam a vida das pessoas. Essas produções conjuntas se aprofundam nas ações de reconstrução e destacam a importância da organização comunitária para promover uma coletividade resiliente”, destaca Alessandra Almeida, vice-presidente do CFP e responsável pela pauta. “Os documentos também trazem orientações objetivas sobre deslocamento forçado, isolamento territorial e danos extrapatrimoniais, aspectos fundamentais que não estavam presentes em diretrizes anteriores. Esses conceitos e orientações são apresentados de forma nítida nos novos documentos, fruto da parceria com o UNOPS”, acrescenta.

Projetos de reparação em saúde mental coletiva

Voltado à reparação de danos morais coletivos causados pela mineração da Braskem em Maceió, o Programa Nosso Chão, Nossa História desenvolve iniciativas em várias frentes de atuação, entre elas, a de saúde mental comunitária, por meio de projetos executados por organizações da sociedade civil. Os documentos elaborados com o CFP servirão como referência para orientar essas ações, fortalecendo a atuação de profissionais da área no apoio às comunidades atingidas.

Atualmente, o Programa contempla quatro projetos voltados à temática, desenvolvidos por organizações de Maceió: Instituto Jarede Viana, Fundação Universitária de Desenvolvimento e Extensão e Pesquisa (FUNDEPES), Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão e Pesquisa de Alagoas e VERTEX. As iniciativas abordam temas como diagnóstico sobre saúde mental da população atingida, formação em apoio psicossocial comunitário, grupos de convivência e redes de apoio psicossocial.

“Em parceria com o CFP, o Programa Nosso Chão fortalece a atenção às comunidades atingidas, colocando em prática diretrizes essenciais para a promoção da saúde mental, o bem-estar e a resiliência das comunidades. Também reafirma a importância da participação da população atingida no processo de reparação. Além disso, a nota e a cartilha servem como referência para outras iniciativas voltadas a contextos de recuperação de desastres no Brasil”, destaca Renata Ferreira, coordenadora social do UNOPS.

Para Jefferson Bernardes, conselheiro do CFP e professor do Instituto de Psicologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a parceria fortalece uma construção coletiva voltada para um contexto sensível e urgente. “A Psicologia historicamente participa dessas ações no país e entende que a verdadeira reparação ocorre por meio do diálogo, da escuta ativa e do respeito às necessidades das comunidades”, destaca.

Apoio psicossocial comunitário

De acordo com o Comitê Interagências da Organização das Nações Unidas (IASC), apoio psicossocial comunitário é uma abordagem que visa promover o bem-estar psicológico e social das pessoas dentro de suas comunidades, especialmente em contextos de vulnerabilidade, crises ou emergências. O IASC define que essa forma de apoio integra aspectos emocionais, sociais e culturais, buscando fortalecer a resiliência individual e coletiva, a autonomia e os laços comunitários.

Confira a íntegra dos documentos:

Cartilha
Nota técnica