CFP e CFFa publicam resolução sobre o uso compartilhado do TISD

Ampliar a compreensão e a abordagem interdisciplinar no diagnóstico e na intervenção de diversas condições cognitivas e comunicativas. Esse é um dos objetivos da Resolução Conjunta nª 02/2025, emitida pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa) para o compartilhamento do Teste Identificação de Sinais de Dislexia (TISD) entre psicólogas(os) e fonoaudiólogas(os).

 Na prática, a normativa institui a utilização do TISD para uso exclusivo das(os) fonoaudiólogas(os) e psicólogas(os). O TISD foi criado por profissionais de Psicologia e Fonoaudiologia e aprovado pelo Satepsi em abril de 2023. 

Em julho de 2024, os autores do teste realizaram uma reunião com o CFP e o CFFa para destacar a ferramenta como instrumento de triagem, não de diagnóstico definitivo de dislexia, de forma a oferecer  subsídios para o encaminhamento adequado diante de uma  avaliação mais detalhada.

O objetivo, segundo os autores, é a identificação precoce de sinais que podem ser indicativos de dislexia, colaborando para uma intervenção rápida e eficaz. Com o aval dos Conselhos, a norma foi aprovada pelos respectivos plenários.

O conselheiro federal e coordenador da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP),Evandro Peixoto, ressalta que o TISD avalia um construto interdisciplinar, presente na formação de psicólogas(os). 

“Por isso, poderia estar presente em outras formações que trabalham a linguagem e suas alterações, como na Fonoaudiologia. Assim, embora os campos tenham intersecções, os enfoques de cada profissão são complementares, o que promove uma análise abrangente no uso do TISD. Dessa forma, o CFP orienta que o instrumento pode também ser aplicável à avaliação fonoaudiológica, desde que respeitados os limites de competência e atuação de cada área”, explica.

Acesse aqui a íntegra da Resolução Conjunta nº 02/2025

Saiba mais

Este não é o primeiro instrumento de uso compartilhado entre psicólogas(os) e fonoaudiólogas(os).  Em 2017, o CFP e CFFa firmaram acordo de cooperação técnica para uso do Neupsilin, que culminou na Resolução CFP-CFFa 01/2017. “Esses movimentos apontam para o reconhecimento e valorização da interdisciplinaridade na atuação dos profissionais da Psicologia e Fonoaudiologia”, destaca o conselheiro Evandro Peixoto.

CFP abre inscrições para o Prêmio Profissional Avaliação Psicológica e Justiça Social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) abriu, na segunda-feira (10), o período de inscrições para a primeira edição do Prêmio Profissional Avaliação Psicológica e Justiça Social.  O objetivo da premiação é reconhecer e valorizar profissionais da Psicologia que, por meio da avaliação psicológica, contribuem para a promoção da justiça social e transformação da realidade de populações socialmente minorizadas.

Podem participar profissionais registrados e adimplentes em seus Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) que tenham desenvolvido trabalhos relacionados à prática psicológica, à pesquisa acadêmica ou ao desenvolvimento de ferramentas de avaliação psicológica no contexto da justiça social.

Para o conselheiro do CFP e coordenador da Comissão Consultiva em Avaliação Psicológica (CCAP), Evandro Peixoto, a avaliação psicológica tem um papel fundamental na promoção da justiça social, pois possibilita compreender e transformar realidades ao garantir práticas psicológicas mais equitativas e eticamente responsáveis. “Esse prêmio surge como uma forma de reconhecimento aos profissionais da Psicologia que, por meio de suas práticas e pesquisas, contribuem para a inclusão, a diversidade e a defesa dos direitos humanos”, explica.

As inscrições seguem abertas até 6 de julho de 2025, e os trabalhos submetidos devem abordar temas que articulem justiça social e avaliação psicológica, em diversos contextos, como direitos humanos e diversidade, saúde mental e políticas públicas, educação, inclusão social, populações em situação de conflito ou violação de direitos, justiça e sistema penal, esporte, entre outros.

Categorias

As inscrições podem ser feitas em uma das seguintes categorias:

  1. Prática: relatos de experiências profissionais envolvendo práticas profissionais, de ensino, de extensão, entre outras na área de avaliação psicológica e justiça social e/ou populações socialmente minorizadas;
  2. Pesquisa: relatos de pesquisa empírica sobre avaliação psicológica, envolvendo construtos relacionados à justiça social e/ou populações socialmente minorizadas
  3. Testes Psicológicos: estudos psicométricos de instrumentos relacionados à justiça social.

Os trabalhos serão avaliados por uma Comissão Julgadora, de membros ad hoc indicados pelo Plenário do CFP, constituída por psicólogas e psicólogos.

Serviço

Prêmio Profissional Avaliação Psicológica e Justiça Social

Acesse o site para realizar sua inscrição.

Confira o edital da premiação.

XI Congresso ALFEPSI: em outubro, a Psicologia da América Latina se encontra no Brasil

Entre os dias 8 e 11 de outubro, Maceió (AL) acolhe o XI Congresso ALFEPSI. Reunindo profissionais, estudantes, docentes e pessoas interessadas em Psicologia do Brasil e de outros países da América Latina, o encontro terá como tema central a reconstrução de um pensamento e uma práxis transformadoras na formação em Psicologia na região.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) está entre as entidades organizadoras do evento, em conjunto com a Associação Latinoamericana para a Formação e o Ensino da Psicologia (ALFEPSI), a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), o Conselho Regional de Psicologia de Alagoas (CRP-AL) e a Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (ABEP). A iniciativa conta ainda com o apoio da Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Revista PCP faz balanço das atividades realizadas em 2024

O ano de 2024 foi de importantes marcos para a Revista Psicologia: Ciência e Profissão (PCP). Além da celebração dos 45 anos do periódico, a revista  publicou uma edição especial sobre  os 50 anos do Conselho Federal de Psicologia (CFP), realizou um Diálogo Digital e lançou um perfil próprio nas redes sociais, entre outras importantes atividades. 

Criada pela da Resolução CFP nº 26/1979, a Revista PCP é uma publicação científica de excelência internacional e tem como principal missão contribuir para a formação e aprimoramento contínuo de profissionais da Psicologia brasileira, bem como socializar o conhecimento psicológico produzido por quem pesquisa e/ou atua na área.

O periódico científico reúne artigos originais referentes à atuação profissional da(o) psicóloga(o), à pesquisa, ao ensino e à reflexão crítica sobre a produção de conhecimento na área da Psicologia.

A conselheira do CFP e editora da publicação, Neuza Guareschi, avalia que 2024 contribuiu  para a busca por uma qualificação permanente  para o periódico. “Buscamos uma melhor qualificação da revista, onde a gente fez uma revisão de vários pontos, que são pontos de informações para autores e para pareceristas, para poder qualificar a revista junto aos seus indexadores e, também, para seguir os princípios da ciência aberta”, destaca. 

Para 2025, a conselheira federal  destaca a internacionalização da Psicologia, por meio de convênios e intercâmbios firmados com vários colégios de psicólogos da América Latina. “Estamos programando um número especial sobre internacionalização e formação em Psicologia na América Latina, Caribe, Ibéria e, também, África. A proposta é contarmos com artigos de psicólogos, professores e pesquisadores de todos esses países do sul global, falando sobre a internacionalização da Psicologia, mas principalmente sobre a formação. Esse vai ser um número especial e a proposta é que seja lançado no Congresso Alfepsi (Associação Latino-americana para a Formação e Ensino da Psicologia), que vai ser realizado este ano no Brasil, em Maceió”.

Segundo a editora da PCP, além desse fascículo, há previsão de outra edição especial com foco na  interseccionalização das diferentes áreas do conhecimento da Psicologia, baseado nos resultados na edição da revista sobre os 50 anos do Conselho Federal de Psicologia. “Acho que no número dos 50 anos do CFP, a gente discutiu várias áreas políticas, funções do Sistema Conselhos, bem como o quanto, nas suas ações, avançou politicamente para toda a população brasileira. Hoje temos psicólogos em vários territórios, como quilombolas, como indígenas, mesmo na questão rural, ribeirinha, e também dentro de uma perspectiva da LGBTQIA+, assim como  na questão do capacitismo. Então, a partir de toda essa diversidade e essa questão interseccional que a gente vem trabalhando, há um material com bastante potencial para se produzir um número especial”, ressalta.

Números

Em 2024, dos 624 pedidos de submissão de artigos, a Revista Psicologia: Ciência e Profissão publicou um total de 67 artigos, entre os quais 51 do fluxo contínuo regular e 18 na edição especial dos 50 anos do Conselho Federal de Psicologia (CFP)

A revista também prosseguiu nas mudanças em sua página oficial no site do CFP, de modo a ampliar o acesso ao periódico para além da plataforma da SciELO e da Pepsic, onde estão alocados todos os textos da PCP publicados desde 1979.

Com o objetivo de discutir tendências, compartilhar conhecimentos e estabelecer parcerias estratégicas no campo da editoração científica, em novembro de 2024 a equipe da Revista participou do Abec Meeting 2024, realizado em São Paulo/SP.

Redes Sociais

 O ano de 2024 também foi marcado pelo lançamento dos canais oficiais da Revista PCP nas redes sociais Instagram e Facebook.

Desde fevereiro do ano passado, quando entrou no ar, a conta oficial da PCP no Instagram alcançou mais de 15 mil  seguidoras(es), e já representa a revista científica de Psicologia com mais seguidores do país. A página contou com quase 1 milhão de visualizações (904 mil). 

Saiba mais:

Acesse, conheça e leia os artigos da Revista PCP

Saiba como publicar na Revista PCP

Leia os artigos publicados pela PCP em 2024

Leia os artigos da edição especial da PCP sobre os 50 anos do CFP

CFP toma posse no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente para o biênio 2025/2026

Em cerimônia realizada na terça-feira (11), em Brasília/DF, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), representado pela conselheira Marina Poniwas, tomou posse na nova composição do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) para o biênio 2025/2026.

O Conanda é o principal órgão do Sistema de Garantia de Direitos da população infanto-juvenil, e a participação do CFP no colegiado ressalta o compromisso social, ético e político da Psicologia com a defesa dos direitos dessa população.

O presidente do CFP, Pedro Paulo Bicalho, esteve presente à cerimônia e destacou que, pela segunda vez consecutiva, a Autarquia não somente integra a estrutura do Conanda como entidade da sociedade civil, mas também compõe sua diretoria.

“A Psicologia brasileira é uma histórica defensora dos direitos da criança e do adolescente. Faremos parte desse mandato por meio da presença constante e concreta da conselheira federal Marina Poniwas”, acrescentou Pedro Paulo Bicalho.

Em fevereiro de 2024, o Conselho Federal de Psicologia, representado pela conselheira Marina Poniwas, tomou posse como entidade presidente do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e, nesta semana, foi eleito vice-presidente do órgão colegiado. Em 2020, o CFP também esteve à frente do Conanda.

A conselheira federal explicou que o objetivo desse novo ciclo de gestão é dar continuidade ao trabalho que a Psicologia brasileira vem desenvolvendo no colegiado.“Nossas pautas prioritárias são a desinstitucionalização de adolescentes que vivem em comunidades terapêuticas, a garantia da proteção e segurança de adolescentes no sistema socioeducativo e a proteção de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual”, ressaltou.

Além disso, pontuou Marina Poniwas, espera-se avançar na implementação das resoluções aprovadas em 2024, como a que discorre sobre a proteção de crianças e adolescentes em situação de orfandade no país.

Participação e controle social

Também no dia 11, o CFP recebeu a Reunião de Entidades da Sociedade Civil do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.

O encontro reuniu o conjunto de representantes da sociedade civil para dialogar sobre o planejamento estratégico dessa nova composição eleita. 

Durante os diálogos, foram definidas as prioridades e perspectivas para a atuação desse coletivo junto ao Conanda.

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CFP divulga novo calendário para as etapas dos editais de Apoio e Patrocínio institucional

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) anunciou na sexta-feira (7) um novo calendário referente às etapas dos editais de Apoio e Patrocínio institucional, permitindo a submissão de projetos até 21 de fevereiro. 

A medida dá continuidade à estratégia lançada em 2024 com o objetivo de fortalecer a Psicologia como prática profissional e ampliar a oferta de atividades de formação relevantes à categoria.

Publicados em janeiro de 2025, os novos editais (Edital de Apoio Nº 02/2025 e Edital de Patrocínio Nº 01/2025) detalham os critérios para o patrocínio e apoio institucional promovidos pela Autarquia. De acordo com os regramentos, podem se inscrever instituições públicas e privadas, Organizações da Sociedade Civil (OSCs) e instituições de ensino superior – desde que sem fins lucrativos.

As modalidades de  patrocínio e apoio buscam a realização de atividades, eventos ou projetos em parceria com o CFP que possuam relevância científica, profissional ou social para a Psicologia, bem como para temas relacionados à defesa dos direitos humanos.

Entenda as possibilidades de apoio

O CFP oferece dois tipos de fomento: Patrocínio (transferência de recursos financeiros) e Apoio Institucional (suporte técnico, como cessão de espaço físico ou materiais). Ambos  têm como objetivo promover atividades em parceria com o CFP, podendo ser nacionais ou internacionais, presenciais ou semipresenciais.

A seleção dos projetos é realizada com base na análise da relevância científica, profissional ou social para a Psicologia e a defesa dos direitos humanos. Além disso, as propostas devem garantir a inclusão de grupos diversos, como mulheres, populações negras e indígenas, pessoas com deficiência, pessoas surdas e da comunidade LGBTQIA+. Os projetos também precisam apresentar, necessariamente, um orçamento coerente e alinhar-se ao planejamento estratégico do CFP.

Toda atividade, evento ou projeto que receber apoio do Conselho Federal de Psicologia deverá apresentar contrapartidas. Entre elas, destacam-se a transmissão on-line do evento, a inclusão da logomarca do CFP na divulgação, bem como a presença de um representante da Autarquia na programação oficial. A diversidade nas mesas e painéis, além de garantir acessibilidade com tradução em Libras, legendas, audiodescrição e braille, também são exigências.

Saiba mais:

As inscrições estão abertas até 21/2/2025, com divulgação final dos resultados em 21/3/2025. A atividade, evento ou projeto selecionado deverá acontecer entre 1º de março de 2025 e 31 de dezembro de 2025.

Para o edital de Apoio, envie as propostas para editalapoio@cfp.org.br. No caso das solicitações de Patrocínio, as submissões devem ser dirigidas ao e-mail editalpatrocinio@cfp.org.br.

Acesse a íntegra dos editais e mais informações no site do CFP, na seção de Eventos.

Nota em apoio à pesquisadora Ligia Bahia

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) autarquia pública responsável por orientar, fiscalizar e disciplinar o exercício da Psicologia como ciência e profissão  e o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira (FENPB), que congrega um amplo conjunto de entidades da Psicologia, unem-se às manifestações de entidades científicas de saúde de todo o país no apoio e solidariedade à médica e pesquisadora Ligia Bahia.

Professora do Instituto de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e membro do Conselho da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ligia Bahia enfrenta um processo movido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em razão de críticas feitas à entidade sobre o desestímulo à vacinação contra a Covid-19 e o apoio do CFM ao uso infundado da cloroquina como tratamento para a doença.

Na ação, o Conselho Federal de Medicina exige indenização,  retratação pública e a remoção do comentário. As declarações feitas pela pesquisadora resguardam-se, no entanto, em um amplo conjunto de evidências científicas, bem como nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

Desde o início da pandemia da Covid-19, o CFP e o FENPB estiveram alinhados aos fundamentos da pesquisa científica nacional e internacional voltados à produção do conhecimento e da proteção à saúde integral.

Amparados pelos princípios científicos que regem o Código de Ética da profissão, o Conselho Federal de Psicologia  e o Fórum de Entidades Nacionais da Psicologia Brasileira expressam seu apoio e solidariedade à pesquisadora Ligia Bahia, e reafirmam a defesa intransigente contra o avanço de discursos negacionistas e da anti-ciência no Brasil.

CFP recebe 1º Seminário Nicolas Augusto e reafirma compromisso da Psicologia com a saúde mental e os direitos de pessoas trans e travestis

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) sediou na quinta-feira (30), em Brasília/DF, o 1º Seminário Nicolas Augusto: saúde mental das pessoas trans no Brasil, iniciativa da Rede Nacional de Pessoas Trans do Brasil (Rede Trans).

Antes de dar início à mesa sobre dados e mecanismos de monitoramento do autoextermínio de pessoas trans e travestis no Brasil, o seminário prestou homenagem ao militante dos direitos humanos e integrante da Rede Trans, Nicolas Augusto, que morreu em setembro de 2024.

O encontro colocou em foco o avanço das visões conservadoras e fundamentalistas e os desafios no acesso digno e igualitário da população trans aos serviços ofertados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O diálogo contou com a participação do conselheiro do CFP Gabriel Figueiredo, que destacou o compromisso da Psicologia com os direitos dessa população e a participação da Autarquia em uma série de atividades no marco da visibilidade trans.

“Nós dialogamos sobre a atuação da Psicologia no Sistema Único de Saúde, a questão da laicidade do Estado e dos direitos da população trans que têm sido violados no Brasil e no mundo”, destacou o conselheiro federal.

O representante da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CDH/CFP), Alexander Oliveira, também participou do seminário, que reuniu movimentos sociais, especialistas e ativistas na defesa e promoção de direitos.

Semana de atividades

Tendo como marco o Dia Nacional da Visibilidade Trans, 29 de janeiro, o CFP também fez parte de agendas realizadas entre 25 e 27, dedicadas a reflexões sobre a garantia de direitos de pessoas trans e travestis, o respeito à diversidade de gênero e o enfrentamento à transfobia no Brasil.

Além de sediar o 1º Seminário Nicolas Augusto: saúde mental das pessoas trans no Brasil, o CFP, representado pela Comissão de Direitos Humanos (CDH), esteve presente no Encontro de Parlamentares Trans (EleiTrans), na II Marcha Nacional Pela Visibilidade Trans e nos seminários Representação e Representatividade TransPolíticas e Transmasculinidades Negras, ambos realizados na Câmara Federal.

Alexander Oliveira, representante da CDH/CFP, ressaltou que a Psicologia tem como compromisso ético estar integrada à defesa dos direitos humanos e pontuou que atuar nesses espaços deliberativos e construtivos é essencial para entender as especificidades da situação psicossocial da comunidade trans.

“Acompanhamos a agenda da Semana da Visibilidade Trans para entender as demandas das trans masculinidades negras, das travestis, dos homens trans e da comunidade trans em geral. Porque quando dialogamos sobre a comunidade trans, estamos falando de raça, de território, de negritude e entendendo todas essas interseccionalidades”, destacou.

Marcus Vinícius de Oliveira: legados para a Psicologia brasileira

Há nove anos, um ato bárbaro de  violência retirou  de forma trágica a vida de Marcus Vinícius de Oliveira, o Matraga, cuja trajetória foi marcada pela dedicação à ciência psicológica e à transformação social. 

Em 4 de fevereiro de 2016, Matraga foi brutalmente assassinado em Pirajuia, município de Jaguaripe (BA), uma região conhecida por conflitos agrários. As circunstâncias de sua morte ainda hoje não foram elucidadas.  

O psicólogo foi uma referência para a Psicologia brasileira, com significativa  contribuição em gestões do Conselho Federal  e em estudos e publicações acadêmicas, com impacto na formação de várias gerações de profissionais da Psicologia. 

Defensor incansável dos direitos humanos e da luta antimanicomial, Matraga teve importante contribuição   na luta pela reforma psiquiátrica e  proteção das pessoas em situação de vulnerabilidade. Para ele, a Psicologia não deveria ser apenas técnica, mas também um instrumento de mudança social. 

Com coragem e compromisso, Matraga desafiou a tensão entre ciência e política, comum na história da Psicologia brasileira, especialmente em períodos de repressão, como a ditadura militar. Com sua inquietude, buscou aliar a Psicologia à luta e transformação social, aliando o conceito de saúde à  promoção de equidade.  

Nove anos após esse trágico acontecimento, o CFP mantém o apelo por justiça e reafirma o legado de Marcus Vinícius de Oliveira para a Psicologia: uma prática coletiva e comprometida com a promoção e a defesa de direitos.

CFP lança prêmio profissional sobre avaliação psicológica e justiça social

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) lança nesta sexta-feira (31) a primeira edição do Prêmio Profissional Avaliação Psicológica e Justiça Social. A iniciativa pretende reconhecer profissionais da Psicologia que, por meio da avaliação psicológica, promovem a justiça social e contribuem para transformar a realidade de populações socialmente minorizadas, as quais enfrentam exclusão ou vulnerabilidade em aspectos políticos, econômicos, sociais e culturais.

Podem se inscrever  psicólogas e psicólogos devidamente registradas(os) e adimplentes no Conselho Regional de Psicologia (CRP) de sua jurisdição, que tenham desenvolvido trabalhos tanto no exercício da prática psicológica quanto no campo acadêmico e no desenvolvimento de ferramentas de avaliação.

Os trabalhos inscritos deverão estar relacionados a temas que envolvem diretamente a justiça social e a avaliação psicológica, com foco na aplicação ética e crítica da profissão em contextos diversos: direitos humanos e diversidade; saúde mental e políticas públicas; educação e inclusão social; pessoas em situação de conflito ou violação de direitos; e justiça e sistema penal.

Conheça cada uma das categorias de boas práticas em Avaliação Psicológica e Justiça Social:

1 – Prática: relatos de experiências individuais ou coletivas da(o) psicóloga(o), envolvendo práticas profissionais, de ensino, de extensão, entre outras na área de avaliação psicológica e justiça social e/ou populações socialmente minorizadas;

2 – Pesquisa: relatos de pesquisa empírica sobre avaliação psicológica, envolvendo construtos relacionados à justiça social e/ou populações socialmente minorizadas;

3 – Testes Psicológicos: relatos de estudos psicométricos de instrumentos voltados para construtos relacionados à justiça social e/ou populações socialmente minorizadas.

Poderão concorrer trabalhos individuais ou coletivos. Não há restrição quanto à área de atuação, o que significa que profissionais de diferentes campos da prática profissional – como clínico, educacional, organizacional, social, dentre outros – podem submeter seus trabalhos.

Avaliação

Boas Práticas em Avaliação Psicológica e Justiça Social são aquelas que representam um avanço significativo no campo da Avaliação Psicológica, seja por meio da introdução de novos conceitos, ferramentas, fundamentos ou metodologias voltadas a populações socialmente minorizadas ou ao enfrentamento das desigualdades e injustiças sociais.

Os projetos inscritos serão avaliados por uma comissão técnica, composta por membros ad hoc indicados pelo Plenário do CFP, constituída por psicólogas(os). Será dada atenção especial ao respeito às normas éticas da profissão e à contribuição do trabalho para o avanço da Psicologia no contexto da justiça social.

Serviço

Prêmio Profissional Avaliação Psicológica e Justiça Social
Inscrições: de 10 de março a 6 de julho de 2025. Acesse o site para inscrições
Confira a íntegra do edital