Representantes da Psicologia participam de congresso da Ulapsi

A União Latino-americana de Entidades da Psicologia (Ulapsi) promoveu, de 26 a 28 de julho de 2018, em San José da Costa Rica, a sétima edição do congresso da Ulapsi. O tema deste ano foi “Aportes a partir da diversidade e da equidade: Psicologia para a paz entre pessoa, sociedade e natureza”.

No evento, a psicóloga brasileira Inea Giovana da Silva Arioli foi eleita conselheira-geral da entidade. Para ela, a importância da eleição deve-se ao fato de o Brasil poder contribuir com as discussões sobre as especificidades da Psicologia latino-americanas. “É importante compartilhar com outros países da região esse debate, discutir com nações que compartilham de nossas potencialidades e mazelas”. Inea Arioli também disse que as entidades brasileiras filiadas à Ulapsi, como o Conselho Federal de Psicologia (CFP), dão estrutura e respaldo para o trabalho.

O congresso teve três eixos temáticos: Paradigmas éticos e metodológicos da Psicologia na América Latina; Psicologia, direitos humanos e transformação social na América Latina; e Aproximações à violência, o despejo, a desigualdade e a discriminação em América Latina.

O Conselho Federal de Psicologia, presente no evento, promoveu e participou de uma série de atividades, como Psicologia trabalho e condições de vida, formação, afrodescendentes, direitos sexuais e reprodutivos e aperfeiçoamento da publicação científica na América Latina. Outros temas também foram contemplados: realidade LGBTI no continente, memória da Ulapsi, migrações, direito à cidade, democracia e violência, desmantelamento de políticas públicas, Psicologia escolar e educacional, aborto, avaliação psicológica e povos indígenas, escravizados e excluídos.

A entidade

A Ulapsi é um espaço de organização da Psicologia na América Latina. Foi criada em novembro de 2002, em Puebla, México, para se constituir como uma rede de articulação científica, profissional e acadêmica. Foi criada para ser uma teia horizontal de entidades de Psicologia e de profissionais latino-americanos.

Segundo o conselheiro Fabián Rueda, o Congresso da Ulapsi foi oportunidade de intercâmbio de conhecimentos e práticas entre os países latino-americanos, tendo como base a discussão de aspectos relacionados à defesa dos direitos humanos, à defesa da democracia, ao cuidado e à discussão de nossas realidades sociais e históricas. “Um aspecto que sempre permeia os debates do congresso é a discussão de uma Psicologia descolonizadora e descolonizada, que olhe para a realidade de nossos povos.”

Conheça as entidades filiadas à Ulapsi

Argentina
Asociación Argentina de Estudio e Investigación en Psicodiagnóstico (Adeip)
Asociación Argentina de Psicodiagnostico de Rorschach (Aapro)
Asociación de Psicólogos de Buenos Aires (Apba)
Asociación de Psicologos Laborales de Argentina (Apsila)
Federación de Psicólogos de la República Argentina (Fepra)
Asociación Argentina de Psicología Jurídica y Forense (AAPJYF)

Bolívia
Colegio de Psicólogos de Bolivia
Red Boliviana de Psicología (Psico-Red)

Brasil
Associação Brasileira de Editores Científicos em Psicologia (Abecipsi)
Associação Brasileira de Ensino de Psicologia (Abep)
Associação Brasileira de Orientação Profissional (Abop)
Associação Brasileira de Psicologia do Desenvolvimento (ABPD)
Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee)
Associação Brasileira de Psicologia Organizacional e do Trabalho (Sbpot)
Associação Brasileira de Psicologia Política (ABPP)
Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso)
Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em Psicologia (Anpepp)
Conselho Regional de Psicologia 01ª Região – Distrito Federal do Brasil
Conselho Regional de Psicologia 02ª Região – Pernambuco/Fernando de Noronha
Conselho Regional de Psicologia 03ª Região – Bahia
Conselho Regional de Psicologia 04ª Região – Minas Gerais
Conselho Regional de Psicologia 05ª Região – Rio de Janeiro
Conselho Regional de Psicologia 06ª Região – São Paulo
Conselho Regional de Psicologia 07ª Região – Rio Grande do Sul
Conselho Regional de Psicologia 12ª Região – Santa Catarina
Conselho Regional de Psicologia 15ª Região – Alagoas
Conselho Regional de Psicologia 18ª Região – Mato Grosso
Conselho Regional de Psicologia 20ª Região – Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima
Federação Latino-Americana de Análise Bioenergética (Flaab)
Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi)
Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica (Ibap)
Instituto Silvia Lane (ISL)
Sindicato dos Psicólogos no Estado da Bahia (Sinpsiba)
Sindicato dos Psicólogos no Estado de São Paulo (SinPsi)
Sociedade Brasileira de Psicologia e Acupuntura (Sobrapa)
Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar (SBPH)

Chile
Centro de Pensamiento y Acción Crítica de Valparaíso (Cepac)

Colômbia
Cátedra Libre Martín Baró

Costa Rica
Colegio de Psicólogos de Costa Rica

Cuba
Sociedad Cubana de Psicología
Sociedad Cubana de Psicología de la Salud

Ecuador
Asociación Ecuatoriana de Psicología Jurídica y Forense

El Salvador
Psicolegas de El Salvador

Guatemala
Colectivo de Investigaciones Sociales y Laborales (Coisola)
Asociación Guatemalteca de Psicología (AGP)
Colegio de Psicólogos de Guatemala

Honduras
Psico-Acción

México
Asociación Mexicana de Alternativas en Psicología (Amapsi)
Asociación de Egresados de Psicología Social (Aepso)
Colegio de Profesionales de la Psicología del Estado de Jalisco, AC
Colégio de Psicologos de Tlaxcala en Movimiento
Federación Nacional de Colegios, Sociedades y Asociaciones de Psicólogos de México AC (Fenapsime)
Instituto Internacional de Investigación, Evaluación y Rehabilitación en Retroalimentación Biológica y Neuroretroalimentación Aplicada

Paraguai
Sociedad Paraguaya de Psicología

Peru
Colegio de Psicólogos del Perú

Porto Rico
Colectivo Boricua de Psicología de la Liberación
Asociación de Psicología de Puerto Rico (ASPPR)

Uruguai
Asociación de Psicología del Trabajo del Uruguay (Adeptru)
Coordinadora de Psicólogos de Uruguay (CPU)
Sociedad de Psicología del Uruguay
Sociedad Uruguaya de Análisis y Modificación de la Conducta (Suamoc)
Continental
Asociación Latinoamericana para la formación y la enseñanza de la Psicología (Alfepsi)

Saiba mais

http://ulapsi.org/web/

http://ulapsi.org/web/declaracao-de-principios/

https://www.facebook.com/congresoulapsi2018/

Ulapsi recebe inscrições de estudantes

https://site.cfp.org.br/vii-congresso-da-ulapsi-sera-em-julho-na-costa-rica/

Psicologia no enfrentamento à violência contra a mulher

O protocolo de intenções assinado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para viabilizar o atendimento integral e multidisciplinar a mulheres e seus dependentes em situação de violência doméstica e familiar, foi destaque na XII Jornada Lei Maria da Penha, promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nos dias 9 e 10 de agosto.

Fruto do protocolo de intenções, o projeto piloto realizado entre o Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Norte (CRP/RN-17ª Região) e a Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça (TJRN) foi apresentado pela presidenta do CRP-RN, Daniela Bezerra Rodrigues, no do painel “Boas práticas em rede de enfrentamento à violência contra as mulheres”, durante a Jornada.

Daniela Rodrigues fez um histórico da parceria que se deu ainda em fevereiro, destacando a realização do Workshop: Parceria CNJ e CFP para atendimento psicológico em situações de violência doméstica e familiar. A presidenta do CRP-RN abordou ainda a importância do projeto ter iniciado pelo estado do Rio Grande do Norte, Unidade da Federação com maior índice de homicídios contra mulheres no País: 8,4 a cada 100 mil mulheres.

“A Psicologia, hoje, se encontra inserida em todo o fluxo de atendimento: desde o Judiciário, mas também nos serviços, seja da Assistência Social, seja da Saúde, nas principais políticas e na educação. Então, percebemos que é estratégico reunir profissionais para qualificá-los sobre do que se trata esta parceria e como a violência de gênero se apresenta no Rio Grande do Norte”, reforça Daniela Rodrigues.

A conselheira do CRP-RN abordou ainda os desafios da construção da parceria com o TJRN, entre os quais a difusão da parceria e a articulação da rede, ações junto às Instituições de Ensino Superior e o processo de qualificação do atendimento psicológico. Em relação a esse último, Daniela Rodrigues destacou que o Grupo de Trabalho (GT) para Mulheres, da Assembleia das Políticas da Administração e das Finanças (APAF) do Sistema Conselhos de Psicologia, está construindo uma resolução que estabelece normas de atuação para as psicólogas e os psicólogos em relação à violência de gênero.

O juiz Deyvis de Oliveira Marques, representando do TJRN, destacou a importância da articulação do Poder Judiciário com a Psicologia para as ações contra a violência contra a mulher. Segundo ele, a Lei Maria da Penha (Lei 11.350/2006), em seu artigo 9º, ressalta a importância de um trabalho conjunto. “Portanto, além dos instrumentos legais, vem os normativos e sua integração como trataram a Portaria 15/2017 e a Meta 8 do CNJ”.

XII Jornada Lei Maria da Penha

A presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal (STF), Ministra Cármen Lúcia, abriu a XII Jornada Lei Maria da Penha, que teve como foco a importância da sensibilização dos profissionais que atuam no sistema de justiça e segurança pública sobre a importância de aprimorar a atuação na investigação, processamento e julgamento de homicídios dolosos praticados contra a mulher baseados no gênero.

Em razão disso, o encontro teve como tema o feminicídio e a necessidade de capacitação e integração operacional do Poder Judiciário, do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Polícia Civil e da Polícia Militar, para a implementação das “Diretrizes Nacionais para Investigar, Processar e Julgar com Perspectiva de Gênero as Mortes Violentas de Mulheres – Feminicídios”.

Durante o evento, foi definida também a realização do “Workshop Avaliação e pactuação regional da rede de atendimento psicológica à mulheres e familiares vitimas de violência”, que ocorrerá no dia 27 de agosto de 2018, no auditório do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, com a presença do CFP e do CNJ. A próxima parceria será em Pernambuco, entre o CRP-02 e o TJ daquele estado.

Nova carteira de identidade profissional da Psicologia

Um grupo de trabalho (GT) está elaborando nova resolução para contemplar as mudanças propostas para a nova carteira de identidade profissional (CIP) da Psicologia e estuda a possibilidade de incorporação com o documento nacional de identificação (DNI). Os integrantes do GT se reuniram nesta quinta-feira (19), na sede do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em Brasília, para discutir o tema.

A Lei 13.444/2017, sobre identificação civil nacional (ICN), e o Decreto 9.278/2018, regulamentador da Lei 7.116/1983, que assegura validade nacional às carteiras de identidade e regula sua expedição, fazem parte da legislação sobre o assunto. A proposta para a nova CIP e a resolução que a regulamentará serão tema da pauta da Assembleia das Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf) do Sistema Conselhos de Psicologia de dezembro de 2018.

O grupo de profissionais da Psicologia que estudam a nova CIP é composto por representantes do CFP, conselheira Sandra Sposito, e dos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) da Bahia (3ª Região), José Santos, do Maranhão (20ª Região), Clorijava Santiago, do Mato Grosso (18ª Região), Junio Alves, do Rio de Janeiro (5ª Região), Thiago Melício, e do Rio Grande do Sul (7ª Região), Mariane Rodrigues.

Sandra Sposito explica que o papel do grupo é elaborar a proposta de uma carteira de identidade profissional mais completa, que agregue novos elementos e possa sintetizar várias informações de modo mais seguro, durável e prático. “Para isso, estamos realizando pesquisas sobre materiais duráveis, leiautes inclusivos e dispositivos de segurança.” Ela conta que, em breve, uma proposta será enviada para os CRPs opinarem e contribuírem para melhorar a proposta.

Tecnologia

A ideia é que a nova CIP seja confeccionada em formato similar ao do cartão de crédito, em policarbonato, material mais resistente e que oferece mais recursos de segurança. A nova carteira possuirá mais tecnologias, como a utilização de chip, que permite a inserção de certificado digital; QR Code; e também será proposta a carteira digital, similar a outros documentos, como o e-Título e e-CNH.

A modernização não será apenas no documento, mas em todo o processo, já que serão usados novos sistemas e equipamentos que vão agilizar o processo de captura de dados, de confecção e de entrega.

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Capacitação a profissionais da Psicologia que atuam no trânsito

As aulas da primeira turma de capacitação de profissionais da Psicologia credenciados no Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran/SP) começam em 12 de setembro. A proposta é estabelecer critérios de padronização para o processo de avaliação psicológica no contexto do trânsito.

O primeiro passo foi dado nesta quarta-feira (11), com a assinatura de convênio entre o Conselho Federal de Psicologia (CFP) e o Detran/SP. O documento foi assinado pelo conselheiro Fabián Rueda, do CFP, pelo o representante do CFP na Câmara Temática de Saúde e Meio Ambiente do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), Renan Cunha, e o presidente do Conselho Regional de Psicologia do Piauí (CRP 21ª Região), Eduardo Moita.

Rueda explica que “as capacitações são gratuitas” e que depois de São Paulo, o curso será realizado em outros estados brasileiros.

Na reunião, a tabela de honorários dos profissionais da Psicologia credenciados também foi discutida e uma reunião entre o CFP, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Associação Nacional dos Detrans foi agendada para 19 de julho.

Participe da consulta pública sobre classificação indicativa

Contribuições para atualização da política pública de classificação indicativa do Brasil podem ser enviadas até 18h da próxima quinta-feira (28). As sugestões apresentadas serão analisadas pelas autoridades do Ministério da Justiça (MJ) para elaboração da norma que irá substituir a Portaria MJ nº 368, de 11 de fevereiro de 2014. O texto trata de questões relacionadas à classificação indicativa de obras destinadas à televisão, cinema, jogos eletrônicos e aplicativos.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) integra o comitê de acompanhamento pela sociedade civil para a classificação indicativa desde sua criação, em 2012. De caráter consultivo e orientador, a instância é vinculada à Secretaria Nacional de Justiça do MJ. O comitê, inativo em 2016, foi reativado no segundo semestre de 2017 e voltou a se reunir em março de 2018.

Serviço

Envie suas sugestões para Participa.br. Dúvidas sobre a consulta pública podem ser encaminhadas, durante o período da consulta pública (até 18h de 28 de junho de 2018) para o e-mail classificacaoindicativa@mj.gov.br.

Ciência e Profissão sobre sistema prisional e segurança pública

Revista “Psicologia: Ciência e Profissão” (PCP) lançará edição especial em 2018 sobre Psicologia, sistema prisional e segurança pública. O número, aprovado pelo XVII Plenário do Conselho Federal de Psicologia (CFP), busca fomentar a produção do conhecimento, a reflexão sobre as práticas profissionais, as políticas e outras intervenções possíveis no contexto do sistema prisional e da segurança pública.

Serão publicados ensaios teóricos e relatos de pesquisa de profissionais relacionados a questões ético-políticas da área.

A revista é publicada trimestralmente pelo Sistema Conselhos de Psicologia na Plataforma SciELO.

As pessoas interessadas em participar devem enviar os artigos, até 31 de julho, para numeroespecial@cfp.org.br. Os artigos, avaliados segundo as normas editoriais da revista, serão editados pelos professores Pedro Paulo Bicalho, Anna Paula Uziel, Andreia Scisleski e João Paulo Barros.

Para o conselheiro Pedro Paulo Bicalho, o número especial afirma o compromisso da revista com os desafios que se apresentam no atual cenário político do país e que envolvem a construção teórica dos saberes psicológicos na interface com as políticas públicas e o modo como a profissão tem se efetivado junto às demandas da população brasileira. “Organizar este número temático é compromisso urgente de posicionamento que a Psicologia deve efetivar.”

Psicologia e Democracia

Em 2017, o CFP publicou uma edição especial intitulada: “Psicologia e democracia”. A edição ampliou a visibilidade para os artigos vencedores do “Prêmio de Psicologia e Direitos Humanos: ditadura civil-militar e repercussão sobre a Psicologia como ciência e profissão”, promovido em dezembro de 2013. O concurso, que recebeu 52 artigos, buscou estimular análises sobre o regime autocrático e as possíveis implicações sobre a Psicologia.

Este ano, já foram publicadas duas edições regulares da “Psicologia: Ciência e Profissão”. Além da edição especial, mais duas edições regulares e uma especial, sobre avaliação psicológica, os 15 anos do Sistema de Avaliação Psicológica (Satepsi), estão previstas para 2018.

Conheça a revista Psicologia: Ciência e Profissão

Leia a edição 38.1

Leia a edição 38.2

Leia a edição especial Psicologia e Democracia.

Revista Ciência e Profissão: Nova edição está disponível para leitura

A Revista Psicologia, Ciência e Profissão (PCP), edição 38.2, já está disponível na plataforma SciELO. Em breve, o periódico chegará às bibliotecas das universidades e faculdades de Psicologia de todo o Brasil. O compromisso da PCP é promover diálogos entre prática profissional, formação e pesquisa, de forma a contribuir para a produção de conhecimento em Psicologia e para o enfrentamento dos desafios impostos pela conjuntura política e econômica do país.

Nesta publicação, a editora da revista, Neuza Guareschi, explica no texto “Formação em Psicologia, Práticas Profissionais e Produção de Saberes” que 12, dos 14 artigos publicados nesta edição são relacionados ao tema da formação em Psicologia e da instrumentalização de técnicas e metodologias utilizadas nessa área, seja no campo das práticas profissionais ou no da produção de saberes. Segundo Guareschi, a intenção em abordar a formação com uma aproximação entre a Psicologia como campo de práticas profissionais e de produções de saberes é para pensar seus modos de se constituir como uma possibilidade de conhecimento para analisar as realidades nos diferentes contextos da sociedade em que está implicada.

Excelência – Editada desde 1979, a “Psicologia: Ciência e Profissão” é uma publicação científica de excelência internacional, classificada com a nota A2 no sistema Qualis de avaliação de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação. Atualmente, a revista está indexada nas bases da SciELO; Lilacs (Bireme); Clase; Latinex; PsycINFO; Redalyc; e Psicodoc.

Confira a edição 38.2 

Leia o editorial “Formação em Psicologia, Práticas Profissionais e Produção de Saberes”

Leia todas as edições da Revista Psicologia: Ciência e Profissão

CFP pesquisa atuação da Psicologia na execução penal

O grupo de trabalho Psicologia e Sistema Prisional, do Sistema Conselhos de Psicologia, lançou, nesta quinta-feira (17), questionário dirigido a profissionais da Psicologia que atuam na execução penaln nos poderes Executivo e Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública, em suas esferas federal e estadual.

O questionário, que pode ser acessado no endereço http://www2.cfp.org.br/consultapublica/2018/prisional/, busca levantar os fazeres de profissionais que atuam no sistema. A iniciativa, fruto das ações do colegiado da Assembleia das Políticas da Administração e das Finanças (Apaf), foi elaborado segundo metodologia do Centro de Referência Técnicas em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop).

O prazo para preenchimento do questionário expira em 17 de julho. Os dados serão utilizados na elaboração de referências técnicas para atuação de profissionais da área no sistema prisional.

Para Márcia Badaró, do Conselho Federal de Psicologia (CFP), o levantamento vai permitir fazer um mapeamento de profissionais que trabalham no sistemaprisional e em outros órgãos que atuam na execução penal, como o Tribunal de Justiça, Central de Penas Alternativas, Centrais de Monitoramento Eletrônico, Defensorias Públicas e Ministério Público. Badaró destaca que a última pesquisa sobre o tema data de 2007, mas tratou somente do sistema prisional. “Hoje, a Psicologia ocupa outros espaços da execução penal e precisamos conhecer quais suas práticas e em que condições os profissionais estão trabalhando. A proposta é que a pesquisa subsidie estratégias do Sistema Conselhos de Psicologia, principalmente tendo em vista que os profissionais são, em sua maioria, contratados temporariamente e sem conhecimento da área.”

A conselheira também destaca que o questionário ajudará aos Conselhos Regionais de Psicologia (CRPs) a se aproximarem de seus públicos prioritários e conhecer sua realidade de trabalho e seus dilemas ético-profissionais no cotidiano do trabalho. “Vai auxiliar também a ampliar o diálogo da Psicologia com o Judiciário, inclusive sobre as demandas relacionadas à produção de laudos e pareceres em detrimento de ações de cuidado com a saúde integral das pessoas presas”. O diálogo da Psicologia com o Judiciário é uma demanda da Apaf e também do último Congresso Nacional De Psicologia (CNP), realizado em junho de 2016, em Brasília.

Questionário
A participação na pesquisa é voluntária e consiste em responder um questionário on-line, composto por questões fechadas e abertas. As perguntas permitem traçar o perfil sociodemográfico de profissionais da área que atuam na execução penal. Dados pessoais ou quaisquer informações que possam gerar identificação não serão fornecidas em hipótese alguma, assegurando a confidencialidade e a privacidade dos que fizerem parte da pesquisa.

O documento deverá ser respondido individualmente e remetido diretamente ao CFP. É garantido o direito de abandonar a pesquisa a qualquer momento, sem nenhuma penalização ou prejuízo ao sigilo das informações fornecidas.

Acesse o questionário sobre a atuação de profissionais da Psicologia no sistema prisional brasileiro.

I Mostra de Experiências de Luta e Resistência no Suas

O Fórum Nacional de Trabalhadoras e Trabalhadores do SUAS (FNTSuas) vai promover a I Mostra de Experiências de Luta e Resistência no Sistema Único de Assistência Social (Suas) – “SUAS Resiste!” –, no segundo semestre de 2018, em Belém (PA). A proposta é contribuir com a disseminação de experiências, que podem inspirar novas estratégias em diferentes localidades no território nacional, a partir da troca de saberes. Pretende, ainda, ser mais uma forma de educação permanente de profissionais do Suas.

As inscrições de trabalhos para a mostra, aberta para a todos os públicos do Suas, podem ser feitas até 20 de julho, por meio do correio comunicacao.fntsuas@gmail.com

Leia o edital FNTSuas – Mostra Suas Resiste!

 

 

Senado: CFP participa de audiência sobre violência nas escolas

A escola é um espaço de reprodução de violência e preconceito? Crescem os casos de “bullying” e de violência entre alunos e professores? Essas foram algumas das questões discutidas na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) do Senado, no dia 30 de maio.

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) foi representado no debate pela psicóloga Ângela Ferreira Soligo, presidente da Associação Brasileira de Ensino em Psicologia (Abep). Também participaram representantes do Ministério da Educação (MEC), da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), da Secretaria de Educação do Distrito Federal e da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). 

Pesquisa – Os preconceitos e as violências não ocorrem somente entre alunos, mas também, reciprocamente, na relação alunos e equipe escolar. Ângela Soligo lembrou que “a escola é vista como produtora e reprodutora de violência e preconceitos e também é alvo de violência, por meio de políticas públicas que desqualificam a escola e o trabalho docente.”

Ela citou a pesquisa “Violência e preconceitos na escola”, realizada entre 2013 e 2015, em parceira do Fórum de Entidades da Psicologia Brasileira (Fenpb), representado pelo CFP, com a Abep, a Associação Brasileira de Psicologia Escolar e Educacional (Abrapee), a Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi) e dez universidades federais, duas de cada região brasileira. O trabalho envolveu escolas públicas, com estudantes do ensino fundamental e médio, equipe escolar e pais, de todos os estados brasileiros.

A representante do CFP mostrou a presença de preconceitos nas escolas ligados a gênero, à raça, à orientação sexual, à condição de classe e a outros aspectos físicos. Também relatou muitas formas de violência que ocorrem na escola, como agressão física, verbal, simbólica, humilhação, isolamento e frisou que há relação entre violência e preconceitos.

Para a psicóloga, outro dado importante vem dos estudantes: eles querem escuta, diálogo e que a equipe escolar não se omita diante da violência e dos preconceitos. “É preciso entender a violência não somente na dimensão intra-escolar, pois ela reflete a violência social instituída.”

Soligo também destacou a importância do diálogo no enfrentamento da violência e dos preconceitos e disse que estudos apontam na direção oposta ao que propõe o projeto “Escola sem partido”. “Esse projeto é tóxico para a educação brasileira, pois tenta impedir a reflexão e o enfrentamento dos problemas. O poder público tem o dever de recusá-lo e de defender a educação, a escola, os professores e os estudantes.” 

Direitos Humanos

Daniel Aquino Ximenes, diretor de Políticas de Educação do MEC, defendeu a tolerância e o respeito a LGBTs, negros, índios e mulheres. Ele afirmou que o respeito à diversidade é determinante para a redução da violência nas escolas. Para Ximenes, a educação em direitos humanos e a mediação de conflitos são pontos essenciais no enfrentamento e na prevenção da violência.

Heleno Araújo Filho, presidente da CNTE, afirmou que a violência escolar tem sido denunciada pela entidade desde os anos 1990 e que o ensino dos direitos humanos é fundamental para construção de uma cultura de paz.

Representante da Secretaria de Educação do Governo do Distrito Federal, a doutora em Educação Ruth Meyre Mota Rodrigues relacionou a violência à LGBTfobia, a questões de gênero e ao racismo. Ela afirmou que esses são os pontos mais importantes da discussão da violência nas escolas. Para ela, o movimento “Escola sem partido” pode dificultar a abordagem desses temas pelos professores. 

Documentário

Jornalista da TV Brasil, Cintia Vargas disse que a emissora tem feito matérias especiais sobre o assunto e lembrou ser preciso um cuidado especial para tratar desses casos, para evitar que jovens sejam ainda mais estigmatizados. “Produzimos um especial chamado ‘Cicatrizes da tristeza’, sobre jovens que se automutilam e descobrimos a ligação desses casos com agressões e ‘bullying’ nas escolas. Para a nossa surpresa, o número de casos é bem grande.” 

Com informações da Agência Senado (foto: Roque de Sá)

Assista a audiência pública realizada no dia 30 de maio na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado Federal

https://youtu.be/NOEI55_UOLg